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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Inflação dos alimentos continua o dobro do índice geral. Quando vai cair?[quando Lula cair fora.]

O maior impacto no índice do mês veio de Alimentação e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 p.p. No acumulado, ficou em 11,07%, um pouco abaixo dos 11,64% de dezembro. [Comentário esclarecedor: afirmamos que a inflação dos alimentos - a pior para os mais pobres - vai começar a cair quando o Lula CAIR FORA. 
Deixamos claro que não temos nenhuma intenção de praticar ato antidemocrático, de insuflar um 'golpe de estado' - caso tivéssemos tal intenção, nos falta o principal, o essencial em um golpe = quem colocar no lugar do deposto???
Apenas, afirmamos o óbvio = como é possível a um presidente que , no 41º dia de governo, ainda NÃO ADOTOU nenhuma medida na área econômica - prefere ficar encrencando com o passado, com o BC, com o teto de gastos - pode diminuir o ritmo inflacionário? 
O atual presidente, que se intitula o 'salvador da pátria' não conseguiu ainda, sequer despachar individualmente com todos os seus ministros.]

No INPC, que se refere às famílias com rendimento até cinco salários mínimos, os alimentos passaram de 0,74% em dezembro para 0,52% em janeiro.

André Braz, economista do Ibre/ FGV, considera que o grupo Alimentação vai se comportar melhor este ano. Segundo ele, este resultado de janeiro é por conta de efeitos sazonais. - Os destaques estão todos no campo, são alimentos in natura. A volatilidade do clima nessa época do ano - chuva forte, sol intenso, - não colabora para oferta regular desses alimentos. E como a oferta diminui, o preço dispara. Então, é uma situação muito concentrada no verão e que tem a ver com a sazonalidade.

Para Braz, a tendência de queda em comparação a 2022 está sendo antecipada pelo IPA (Ìndice de preços ao produtor, calculado pela FGV), com redução importante no preço de grandes commodities como soja, milho e trigo.- Como essas matérias- primas dão conta de muitos alimentos industrializados e estão com preços em queda, isso vai abrir espaço para que haja uma pressão menor em alimentos. Este movimento devemos observar gradualmente a partir desse primeiro semestre de 2023, mas vai ficar mais flagrante a partir de fevereiro.

Míriam Leitão, colunista - Coluna em O Globo - ÍNTEGRA MATÉRIA


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Inflação aumenta, cria despesas para o governo e aflige famílias - Míriam Leitão

O IPCA divulgado agora de manhã veio dentro do esperado, mas o esperado era alto: 0,89%Alimentos e combustíveis pressionaram o índice, que deve fechar o ano acima do centro da meta de 2020. Entre janeiro e novembro, o IPCA acumula alta de 3,13%. E, em 12 meses, de 4,31%.

A inflação subindo cria um novo problema para o governo, o da pressão por gastos. O professor Luiz Roberto Cunha acha que o INPC, que foi de 0,95% e corrige benefícios previdenciários, assistenciais, salário mínimo, pode chegar a 5% no acumulado do ano. Está em 3,93% e em dezembro os índices de inflação devem ficar em 1%. O INPC mede a inflação dos mais pobres, tem um peso maior de alimentos, portanto, está subindo mais do que o IPCA.

A questão é que todos os cálculos de gastos de despesas indexadas foram feitos com o índice até a época do Orçamento em agosto. E a aceleração se deu no segundo semestre. O último cálculo que publicamos na coluna foi o de que o gasto pode subir em R$ 15 bilhões a R$ 17 bilhões, segundo o Ibre/FGV, e o governo terá que tirar de algum lugar. O teto também sobe, mas com o índice registrado em 12 meses terminados no meio do ano.

O que mais subiu foram de novo os alimentos. Mas energia elétrica também pesou, lembrou Luiz Roberto Cunha. Há também uma inflação à espreita de reajustes de tarifas e preços administrados que não subiram em 2020 porque a perspectiva de que a essa altura a vida estaria normalizada. Então em 2021 estaremos longe da normalidade e com reajustes chegando. A alta de preços está também afligindo as famílias.

Míriam Leitão, jornalista - Coluna em O Globo
 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Salário mínimo será reajustado para 1.039 reais em 2020 - VEJA - Reuters

Valor é superior ao reajuste previsto pelo Congresso em meados de dezembro com a aprovação do Orçamento de 2020, que era de 1.031 reais

[só falta agora um desses partidos - tipo  Rede, Podemos e outros -  - especializados em  impedir via Justiça que o presidente Bolsonaro governe, entre com ação para bloquear a diferença de R$ 2, alegando inconstitucionalidade.] 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou nesta terça-feira, 31, medida provisória (MP) que reajusta o salário mínimo de 998 para 1.039 reais em 2020. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.  O salário mínimo diário corresponderá a 34,63 reais e o valor horário, a 4,72 reais. A medida passa a vigorar nesta quarta-feira 1º.

O valor é superior ao reajuste previsto pelo Congresso em meados de dezembro com a aprovação do Orçamento de 2020, que era de 1.031 reais. Segundo nota enviada à imprensa pelo Ministério da Economia, o número de 1.031 reais considerava um Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais baixo, mas as projeções para o índice em dezembro ficaram mais pressionadas devido ao aumento nos preços das carnes.

Foi feito ainda um ajuste que levou em conta a diferença entre a estimativa de inflação de dezembro de 2018 critério que foi utilizado para estabelecer os 998 reais para o salário mínimo de 2019 e a variação efetiva do INPC, divulgada somente dia 11 de janeiro de 2019 e que veio mais alta que a previsão. Por fim, o governo arredondou para cima o número para evitar casas decimais (centavos).

“Como o valor anunciado ficou acima do patamar anteriormente estimado, será necessária a realização de ajustes orçamentários posteriores, a fim de não comprometer o cumprimento da meta de resultado primário e do teto de gastos”, disse o Secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues Junior.

O governo estima que para cada aumento de 1 real no salário mínimo, as despesas com benefícios da Previdência, abono e seguro desemprego e benefícios de prestação continuada da Lei Orgânica de Assistência Social e da Renda Mensal Vitalícia se elevam em 2020 em aproximadamente 355,5 milhões de reais.

VEJA - com Reuters 




terça-feira, 16 de julho de 2019

Santas Casas - Denis Rosenfield


"A falência ronda boa parte delas. Para onde irão seus pacientes se fecharem as portas?"

O Estado de S. Paulo 
 
As Santas Casas de Misericórdia no Brasil são verdadeiramente santas”. Prestam inestimável serviço à população brasileira, não recebendo em contrapartida, do governo federal e de outras instâncias da Federação, a remuneração correspondente ao seu trabalho e seu mérito. São “santas” ainda por continuarem prestando um auxílio indispensável aos brasileiros, sob chuvas e trovoadas que ameaçam até mesmo sua sustentabilidade.

O número de hospitais filantrópicos no Brasil é impressionante: 2.172. Sua rede estende-se por todo o País. Em 968 municípios só ela presta atendimento hospitalar, não há outra opção. Saúde ali significa presença de um hospital da Santa Casa. Atende, portanto, cidades que, sem ela, estariam totalmente ao desamparo.
Não deixa de existir aí um paradoxo. O serviço prestado é claramente público, enquanto a sua fonte de financiamento estatal é insuficiente para cobrir os seus custos. Os hospitais filantrópicos cuidam dos mais desfavorecidos de forma deficitária, enquanto o Estado se faz ausente. E, como se sabe, não são poucos os desperdícios nos hospitais públicos. Há um notório desequilíbrio.

Para ter uma ideia do problema, dos seus 170.869 leitos, 126.883, ou seja, 74%, são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Isso faz o custo dos serviços prestados ao sistema público, em valores de 2018, elevar-se a R$ 24 bilhões, recebendo em contrapartida, mais para contra do que a seu favor, de receitas por serviços prestados, R$ 15 bilhões. O seu déficit é, portanto, de R$ 9 bilhões, aí já descontados os valores que as instituições usufruíram em isenções, sem as quais os déficits seriam ainda maiores.

O modelo é nitidamente insustentável, só podendo levar à insolvência. As crises só tendem, nesse sentido, a aumentar, por operarem esses hospitais filantrópicos com uma tabela do SUS claramente defasada. De fato, eles terminam cobrindo esse déficit, quando conseguem tal proeza, com as receitas de convênios privados e da prestação de serviço particulares. São os seus recursos próprios que estão financiando o SUS, exercendo eles uma função de Estado, enquanto este não cumpre sua própria função.

Há dois problemas em pauta. Um é o déficit de financiamento do sistema, que só pode ser resolvido com repasses públicos, principalmente por via de uma atualização da tabela do SUS que seja realista, de acordo com o atendimento público esperado; outro é a dívida acumulada pelo sistema, que só cresce se não for equacionada realisticamente, e com juros subsidiados.

O presidente Jair Bolsonaro foi sensível a esse problema. Soube receber os representantes dessas instituições, além de lhes ter prometido, em sua campanha eleitoral, atendimento especial. Pelo destino, quando recebeu uma facada, teve sua vida salva pela Santa Casa de Juiz de Fora (MG). Sem ela provavelmente não teria resistido. Pôde ele mesmo constatar a importância desse tipo de hospital filantrópico.

Agora Bolsonaro está cumprindo sua promessa com uma linha de financiamento especial, conduzida pela Caixa Econômica Federal. Seu custo é ainda relativamente alto em relação aos bancos privados, mas representa inegavelmente um avanço. Há ainda muito a fazer no que diz respeito a outras linhas possíveis de financiamento público, como o oriundo do FGTS, que, de tão altos os custos, não podem, por isso mesmo, por ora, contribuir para a solução desses problemas.

O que importa, porém, é que as discussões foram abertas, iniciativas foram tomadas e diálogos, estabelecidos. Por exemplo, o próprio presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, esteve pessoalmente visitando a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, hospital, aliás, modelo pela gestão eficiente, pela racionalização de seus serviços e por seu atendimento de alta qualidade. Foi igualmente sensível às demandas do setor e pôde constatar in loco o benefício recebido pela população e a valorização do mérito, incentivada pelo seu qualificado quadro de dirigentes.

Contudo, conforme observado, o equacionamento das dívidas é uma parte deveras importante dos problemas dos hospitais filantrópicos. Essas primeiras medidas são da maior relevância, mas constituem apenas o início do caminho. O desequilíbrio estrutural permanece enquanto não for feita uma cada vez mais necessária revisão da tabela do SUS e não for dado o devido cuidado a repasses dos Ministérios da Saúde e da Educação. Sem essas medidas a própria existência dos hospitais filantrópicos estará ameaçada. O problema não tem nenhuma conotação ideológica, é simplesmente de aritmética!


Esclareçamos melhor essa defasagem. Desde o Plano Real até 2018 a tabela do SUS foi reajustada em 93,78%. O INPC/IBGE teve uma variação nesse período de 506,49%. E a variação do salário mínimo foi de 854%. Será que as Santas Casas merecem essa posição de patinhos feios? Será que não têm nenhum valor?  Note-se, ainda, que esses hospitais têm uma taxa muito elevada de internações de alta complexidade, em torno de 59,95%, destacando-se as de cardiologia, de quimioterapia, de cirurgias oncológicas e de transplantes. Para onde irão essas pessoas doentes se as Santas Casas se virem inviabilizadas na prestação desses serviços? E essas pessoas, em sua imensa maioria, não têm outra opção.

A abnegação e a dedicação de seus dirigentes são dignas de nota, por seus valores morais e religiosos. Lutam contra uma corrente que lhes é desfavorável. Têm sabido resistir. Entretanto, a falência ronda boa parte desses hospitais, alguns sofrendo a ameaça direta de fecharem as suas portas. Leitos faltam no País! O sistema hospitalar público é notoriamente ineficiente e caro. A população brasileira muito sofre com isso. Não seria o caso de se valorizar aqueles que estão efetivamente oferecendo um serviço público de qualidade a custos notoriamente inferiores?

Opinião - O Estado de S. Paulo

 
Fonte: “Estadão”, 08/07/2019

 

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Inflação não deverá atrapalhar

Confiança de consumidores, investidores e empresários é uma bênção para um governo iniciante e com obrigação de cumprir agenda complexa de ajustes e reformas

O novo governo começou num cenário de inflação bem comportada, um dos melhores legados da administração anterior e de um Banco Central (BC) conduzido com prudência e realismo. Em janeiro, os bens e serviços comprados pela maioria das famílias encareceram 0,32%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência principal para a política econômica. Os aumentos foram maiores que os de dezembro, quando ficaram em 0,15%, mas a alta acumulada em 12 meses bateu em 3,78%. Foi um resultado bem razoável depois de um ano de muita incerteza política, de forte oscilação do dólar e de graves problemas criados no fim do primeiro semestre pela crise do transporte rodoviário. Sempre há reclamações pela alta deste ou daquele produto, mas os consumidores, segundo várias pesquisas, mantêm boas expectativas em relação a 2019. 

Confiança de consumidores, investidores e empresários é uma bênção para um governo iniciante e, mais que isso, com obrigação de cumprir uma agenda complexa e trabalhosa de ajustes e reformas. Se essa confiança se mantiver, a nova administração poderá concentrar-se nas tarefas mais urgentes e mais complicadas, sem ter de se preocupar com desarranjos nos preços e nos orçamentos já apertados da maior parte dos brasileiros. Expectativas favoráveis quanto à inflação também permitirão ao BC manter em 6,50% por vários meses a taxa básica de juros, a Selic. Essa taxa foi confirmada pela sétima vez na última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária do BC, na reunião periódica encerrada na última quarta-feira. 

O ritmo anual de alta do IPCA continua bem abaixo da meta oficial, fixada para 2019 em 4,25%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. O resultado final de 2018 foi 3,75%, número bem inferior ao objetivo de 4,50% ainda em vigor no ano passado. Para este ano o mercado projeta para o IPCA uma elevação de 3,94%, segundo a pesquisa semanal Focus divulgada na última segunda-feira pelo BC. Expectativas bem ancoradas, como se diz no jargão dos especialistas, contribuem para a moderação da alta de preços. 

A validação dessas expectativas dependerá principalmente, a julgar pelos dados hoje conhecidos, do empenho do governo na execução de sua pauta. Pode haver algum risco significativo no cenário externo, por causa da prolongada tensão comercial entre as maiores economias e das incertezas do Brexit, a cisão entre Reino Unido e União Europeia. Mas a maioria dos sinais sugere pressões inflacionárias moderadas nos próximos meses.  Os preços no atacado recuaram em janeiro 0,19%, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Em novembro e dezembro, as variações já haviam sido negativas. No acumulado em 12 meses houve uma alta considerável, 7,98%, mas essa taxa foi a menor em oito meses.

De junho a dezembro, a alta dos preços no atacado foi sempre superior a 8% em 12 meses. Os números dos últimos três meses, assim como a taxa anual, apontam uma clara acomodação. Quanto ao preço do dólar, importante fator de pressão, recuou há algum tempo e tem oscilado bem mais suavemente do que na maior parte do ano passado. O IPCA mede a variação dos preços pagos pelas famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos. Além desse, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) produz também um indicador, o INPC, baseado nas despesas das famílias com ganho de um a cinco salários mínimos

Também nesse caso houve aceleração, com a taxa mensal passando de 0,14% para 0,36%. Mas o ritmo anual ficou em 3,57%, abaixo do encontrado para o IPCA. A condição dessas famílias é obviamente muito mais desconfortável, em especial quando a elevação do índice, como em janeiro, é puxada pelos preços da comida. Mas todos os grupos – em proporções diferentes – ganham com preços mais comportados. Para os pobres, no entanto, nenhuma solução será suficiente sem melhores condições de emprego e de empregabilidade. Programas para isso também dependerão de finanças públicas saudáveis e, portanto, de ajustes e reformas.

Opinião - O Estado de S. Paulo
 

 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Temer assina decreto que reajusta salário mínimo para R$ 954 em 2018

Novo valor é válido a partir de 1º de janeiro, equivale a aumento de 1,81%

O presidente Michel Temer assinou, nesta sexta-feira, um decreto que reajusta o salário mínimo dos atuais R$ 937 para R$ 954 (aumento equivalente a 1,81%) a partir de 1º janeiro de 2018, informou a assessoria da Casa Civil. Um reajuste de R$ 17 em relação ao atual e sairá em um uma edição extra do Diário Oficial desta sexta-feira. O decreto também estabelece o valor do pagamento mínimo diário de R$ 31,80 e a hora mínima passará dos atuais R$ 4,26 para R$ 4,34.

Esse valor é o mesmo pago a aposentados e pensionistas do INSS que ganham o piso previdenciário. O valor anteriormente aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso era de R$ 965, equivalente a um aumento de 2,99% e fazia parte do Orçamento da União.

A primeira previsão do governo apontava um mínimo de R$ 979, em seguida passou para R$ 969. Isso ocorre porque o mínimo é definido por um cálculo que leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes.  O governo previu em seus parâmetros que o INPC encerraria 2017 com um crescimento de 3,1%. No entanto, até novembro, o valor acumulado do ano está em 1,8%, exatamente o reajuste do mínimo previsto no decreto presidencial. Não haverá repasse do comportamento do PIB para os salários porque a economia apresentou queda em 2016. 


O Globo

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A reforma previdenciária de 2019

No livro "Retomada do crescimento" (Editora Elsevier) que organizei recentemente com Mansueto Almeida não poderia faltar uma reflexão sobre a Previdência. Sendo um livro com propostas de reforma para o governo a ser empossado em 2019, porém, e dado que tínhamos nos comprometido em entregar o livro no começo de 2017, tivemos com meu co-autor do capítulo previdenciário, Paulo Tafner, que fazer uma escolha acerca de que premissas assumiríamos na definição das propostas para uma "Agenda 2019".

Antes de saber o conteúdo do substitutivo do relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), tínhamos duas opções. A primeira era assumir que a proposta de reforma encaminhada em dezembro seria aceita na íntegra. A segunda era admitir que os pontos A, B e C da proposta seriam substituídos pelas propostas X, Y e Z. Como o conjunto de possibilidades neste caso seria infinito, diante das dificuldades de argumentar por que se tinha adotado uma hipótese e não outra, optamos pela primeira alternativa. Em nossa "bola de cristal", não contávamos com a crise política iniciada dia 17 de maio em função da divulgação das gravações de Joesley Batista.

O ponto a ser enfatizado é que, mesmo assumindo a hipótese de plena aceitação da proposta original do governo, haveria provavelmente a necessidade de aprovar uma nova reforma previdenciária adicional em 2019. Isso porque, como discutimos no capítulo "Reforma da Previdência: a hora chegou", a proposta oficial era relativamente branda para com aqueles que tinham idade próxima a 50 anos e estavam perto da aposentadoria.

Numa das tabelas do capítulo, apresentam-se casos concretos de pessoas que, no momento da possível aprovação da reforma, na época assumida como ocorrendo em meados de 2017, tivessem 50 anos. Mostra-se ali que, ao longo do governo 2019/2022, essas pessoas, mesmo tendo que dilatar ligeiramente seu tempo de permanência no mercado de trabalho, continuariam a se aposentar com idades entre 52 e 55 anos.

O capítulo chama a atenção para os riscos envolvidos na continuação de uma pressão significativa das despesas do INSS, no contexto da vigência do teto real de gastos. Nele, enfatiza-se o contraste entre a projeção de crescimento feita no livro para o biênio 2016/2017 - no qual, arredondando os valores, para o gasto total, teríamos uma expansão real média nula do gasto total exclusive transferências - para o gasto real de INSS + LOAS, de em média 6% ao ano; e a das demais despesas, com queda média prevista de 4% ao ano no citado biênio, sempre em termos reais e mesmo incluindo o aumento real de pessoal.  Mantido tal contraste entre a trajetória das despesas previdenciárias e assistenciais e a das demais despesas nos próximos anos, a tensão que isso geraria para a implantação das políticas públicas colocaria em xeque a execução da política fiscal da próxima administração. Disso decorria a recomendação de fazer uma nova reforma em 2019, com uma regra de transição severa e idade mínima imediata para a aposentadoria, de 60 anos para os homens e 57 para as mulheres, com elevação posterior.

No capítulo, tal recomendação foi complementada pela sugestão de encaminhar uma proposta ao Congresso em 2019 propondo a indexação do salário mínimo (SM) ao INPC por 10 anos a partir de 2020. Isso retiraria a pressão do SM sobre o INSS e os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) sem que para tanto seja necessário o investimento em capital político que requer a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Essas eram as conclusões que se derivavam do capítulo, à luz da hipótese da aprovação da proposta de reforma nos moldes da PEC original encaminhada ao Congresso. Naturalmente, elas se consolidaram após a modificação da mesma por ocasião da adoção do substitutivo do relator, que, no bojo de uma intensa negociação política, fez uma série de compreensíveis concessões. E, obviamente, as conclusões foram ainda mais reforçadas após a paralisia acerca do tema que tomou conta do meio político depois de maio, devido aos já famosos áudios divulgados na ocasião.

Lembremos que a despesa do INSS em 1988 era de 2,5% do PIB e cresceu em forma praticamente contínua desde então, alcançando um percentual do PIB de 4,8 % no Plano Real em 1994; 6,8% em 2014; e 8,5% do PIB em 2017. Esse crescimento está estrangulando rubricas essenciais do Orçamento, atropelando diversas políticas públicas fundamentais para o país.  Mesmo que nos próximos meses seja aprovada uma reforma "aguada", em 2019 a reforma previdenciária terá que ser um compromisso inadiável


Isso mostra a atualidade do desabafo de Cássio Casseb, conhecido executivo que saiu para fazer um road show em 2005 com "céu de brigadeiro" e voltou duas semanas depois, após a denúncia do "mensalão", trazendo à baila velhos fantasmas: "No Brasil, você passa 15 dias fora e muda tudo, mas passa 15 anos fora e não muda nada". A tendência nacional a procrastinar o enfrentamento dos problemas é dramática.

Fonte: Fabio Giambiagi  - Valor Econômico

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Picaretas de esquerda e de direita mentem que o governo cortou o valor do salário mínimo de 2018

É impressionante! Isso apenas não aconteceu nem tem como acontecer. A correção obedece a uma lei aprovada pelo Congresso e que vale até 2019; veja a questão técnica

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, teve de gravar um vídeo negando que o governo vá reduzir o valor do salário mínimo. É do balacobaco. Assistam.

 A delinquência intelectual que toma conta do debate público no Brasil, perdido entre os extremismos estéreis do oportunismo, chega a ser assombrosa.  Por que extremismo estéril? Porque a retórica exacerbada nasce do nada. Pior: polos ideologicamente opostos se juntam, com alguma frequência, na farsa, na mentira, na falsa notícia. Querem ver?

Qual é a fórmula, em exercício, de correção do salário mínimo, que contou com o apoio das esquerdas e, a rigor, da quase unanimidade das correntes de pensamento do país? 1: corrige-se o valor levando-se em conta a inflação acumulada dos 12 meses anteriores ao do reajuste; no caso, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor); 2) a título de ganho real, aplica-se a taxa de crescimento da economia registrada dois anos antes.

E se, em vez de crescimento, tiver havido recessão? Aí não acontece nada. Vale dizer: se a economia se expande, o mínimo tem valorização real; se ela encolhe, ele não diminui, sendo corrigido apenas pela inflação.  E assim será até 2019, segundo dispõe a Lei 13.152, de 2015, que atualizou a 12.382, de 2011, de redação semelhante. Destaque-se de novo: se a economia cresce, o mínimo se torna, vamos dizer, sócio desse crescimento; se houver, no entanto, recessão, os 48 milhões de salários mínimos pagos no país não serão rebaixados. Terão a correção da inflação apenas.

Muito bem! O governo é obrigado a apresentar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano seguinte até o dia 15 de abril do ano em curso, e o Congresso só pode entrar em recesso, em julho, depois de aprová-la. Que fique claro: a LDO traz apenas uma estimativa de valores. Até porque ela é pautada, em muitos aspectos, pelo comportamento da inflação, que pode ser presumida, sim, mas nunca dada como absolutamente certa.

Ora, quando o governo projetou o mínimo de 2018, o fez com base na expectativa que se tinha, então, do INPC: previu-se que passaria dos atuais R$ 937 para R$ 979. Alguns Estados contam com leis locais que elevam esse valor. Nesse caso, estimava-se um INPC de 4,48%. Muito bem!  O governo não decidiu, à diferença do que afirmam vigaristas de esquerda e de direita, reduzir o salário mínimo. É que, tudo indica, o INPC ficará em 3,41%, bem abaixo do que se supunha. Isso se confirmando, o mínimo passará para R$ 969.

Assim, é mentirosa a notícia de que o governo decidiu baixar o valor do salário mínimo do ano que vem. Até porque esse valor, insista-se, ainda não existe.  A queda da inflação a um ritmo superior ao esperado não teve impacto apenas no salário mínimo, é bom que a gente se lembre, não? O governo teve de rever a meta de déficit fiscal deste ano e do próximo em razão disso. Ora, há impostos que também obedecem à correção inflacionária. Quando o governo estimou, em 2016, as receitas de 2017, previa uma inflação de 5,4%. Ela está agora em 3,28%. Isso significa R$ 19 bilhões a menos de arrecadação neste ano e estimados R$ 23 bilhões a menos no ano que vem.

Vigaristas não gostam de matemática. Preferem discursos ocos e gritaria. Essa conversa de que o governo libera verbas para políticos, mas corta o salário mínimo dos trabalhadores é demagogia vagabunda. Os recursos das emendas são um percentual fixo do Orçamento e são de execução obrigatória. O salário mínimo que será pago no ano que vem não tem nada a ver com isso e depende do resultado da economia de 2016 quando houve um encolhimento de 3,16%, e não haverá, pois, ganho real e da inflação de 2017.
Não caia na conversa de demagogos.


sexta-feira, 7 de julho de 2017

Janot, deixe Temer trabalhar para o BEM do Brasil, especialmente dos 14 milhões de desempregados - Brasil tem a primeira deflação desde 2006, informa o IBGE

Em junho, preços recuaram 0,23%, menor taxa desde 1998

Pela primeira vez em mais de uma década, os preços no Brasil caíram no mês passado. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,23%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, puxado pelo recuo dos preços de energia elétrica. A última deflação no país havia sido registrada em junho de 2006, quando o indicador ficou em -0,21%. A deflação de 0,23% em junho foi ainda a menor taxa desde agosto de 1998, quando o índice registrou queda de 0,51%.

No acumulado em 12 meses, a inflação está em 3%, a menor desde abril de 2007, quando o IPCA também ficou exatamente em 3%. Com a deflação de junho, o IPCA fechou o semestre com alta acumulada de 1,18%, taxa inferior aos 4,42% registrados na primeira metade do ano passado. Considerando apenas os primeiros semestres do ano, este é o resultado mais baixo da série histórica, iniciada em 1994.

Em maio, o IPCA havia ficado em 0,31%. A expectativa do mercado era de deflação de 0,19%, segundo pesquisa da Bloomberg. Dos 45 analistas, 44 esperavam queda de preços — entre -0,08% e -0,28%. Só um dos economistas esperava alta de 0,13% para junho.

O resultado de junho foi fortemente influenciado pela queda da energia elétrica, cujos preços caíram 5,52% no mês passado. Sozinho, esse item respondeu por -0,2 ponto percentual do resultado. Ou seja, não fosse a conta de luz mais barata, a inflação de junho ficaria próxima à estabilidade, em -0,03%. A forte queda da energia elétrica ajudou a puxar para baixo os preços da categoria habitação, que registrou deflação de 0,77% em junho. Ao lado de alimentação (-0,5%) e transporte (-0,52%), os três grupos respondem por 60% das despesas domésticas e ajudaram a levar o IPCA para o negativo no mês passado.

PREÇO DO TOMATE CAI QUASE 20%
No grupo de alimentação e bebidas, que responde por 26% dos gastos das famílias brasileiras, a queda de 0,5% foi puxada pelos preços menores dos alimentos consumidos em casa, cujos preços recuaram 0,93%. A maioria dos produtos da categoria registrou recuo de preços, como o tomate (-19,22%), batata inglesa (-6,17%) e frutas (-5,9%). A taxa seria ainda mais negativa, não fosse a forte alta de 25,86%, que fez o produto puxar o índice 0,05 ponto percentual para cima. Os alimentos vêm registrando quedas ao longo do ano, influenciados pela safra recorde e pelo efeito da recessão - outro importante fator por trás da inflação mais baixa em 2017.


Já em transportes, a principal influência para baixo veio dos combustíveis - que respondem por 18% do índice. Esses produtos tiveram queda de 2,84%, com destaque para a queda de 2,65% da gasolina. A variação negativa foi resultado de duas reduções de preços nas refinarias, autorizadas pela Petrobras, que tiveram impacto no IPCA de junho.  Há duas semanas, no relatório trimestral de inflação, o Banco Central também previu deflação para junho. A autoridade monetária reduziu ainda a projeção para a alta de preços no ano, de 3,9% para 3,8%. A meta do governo é que o índice fique em 4,5%. Em outra ação para manter a inflação controlada, o BC anunciou a redução dessa meta para os anos de 2019 e 2020, em 4,25% e 4%, respectivamente. A margem de tolerância continua sendo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, como hoje.

DEFLAÇÃO EM TODAS AS REGIÕES; NO RIO, QUEDA DE APENAS 0,09%
O IPCA registrou queda em todas as 13 regiões acompanhadas pelo IBGE. O destaque ficou por conta de Belo Horizonte, cuja taxa ficou negativa em 0,48%. Essa queda foi impulsionada pela redução nas contas de luz, que ficaram 10,68% mais baratas na região. Na região metropolitana do Rio, que tem peso de 12,06% sobre o resultado nacional, houve deflação de 0,09%. Já em São Paulo, cujo peso sobre o índice nacional é de 30,67%, a deflação foi de 0,31%.

INPC TEM QUEDA DE 0,3%

Importante para reajustar acordos salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda de 0,3% em junho, após ter subido 0,36% em maio. No acumulado em 12 meses, o indicador desacelerou para 2,56%, abaixo dos 3,35% registrados nos 12 meses encerrados no mês anterior. Assim como no IPCA, a taxa negativa foi influenciada pela queda de 0,52% dos produtos alimentícios. O INPC calcula a inflação sentida pelas famílias que ganham até cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado.


IMPACTO NOS JUROS
Antes da divulgação do resultado de junho do IPCA, o economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, afirmou que crescem as chances de a taxa Selic chegar ao fim do ano abaixo dos 8,5%, que é a projeção atual do banco. A estimativa atual do Santander é de que inflação chegue ao fim do ano em 4,2%, mas Molon admite que pode ficar abaixo disso:  - Muito mais que o discurso do Banco Central, são as variáveis que determinam as decisões. Essas variáveis estão evoluindo de forma que favorece a continuidade de queda de juros para um patamar até inferior do que estimamos. Nossa projeção é de 4,2% de inflação no ano, mas a chance de ser bem menor que esse 4,2% hoje é alta - disse Molon, após participar do XVI Encontro Santander América Latina, na Cidade Financeira, sede do banco nos arredores de Madri.


Fonte: O Globo




terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Aposentado do INSS ganhará até R$ 5.189,82

Com reajuste de 11,28%, aposentado do INSS ganhará até R$ 5.189,82

Correção do benefício para quem recebe mais do que salário mínimo fica acima da inflação oficial, mas representantes dos segurados dizem que não repõe perda desde 1994. Impacto na Previdência com essa parcela de beneficiários será de R$ 21,5 bilhões 

Os cerca de 10 milhões aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que recebem benefícios acima de um salário mínimo — reajustado para R$ 880 terão aumento de 11,28%, o que elevou o teto para R$ 5.189,82. O percentual equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2015, e ficou acima da inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 10,67%. O impacto nos gastos com aposentadorias para essa parcela de contribuintes foi calculado pelo Ministério do Trabalho e Previdência em R$ 21,5 bilhões este ano.

O gasto com o reajuste de quem ganha acima do salário mínimo para a Previdência Social será maior do que os R$ 19,6 bilhões de despesa a mais neste ano para dar o aumento de 11,68% para os mais de 22 milhões de segurados que ganham um salário mínimo por mês. Mensalmente, a pasta desembolsa R$ 35,7 bilhões em benefícios. Esses reajustes agravam a situação já deficitária da Previdência, cujo rombo gira em torno de R$ 82,6 bilhões por ano.

Para especialistas, o agravamento do rombo obrigará o governo a ser mais firme na tentativa de equilibrar as contas. Para equacionar as despesas, acreditam que a equipe econômica vai seguir apostando as fichas no retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) que, segundo estimativas, renderia R$ 70 bilhões por ano aos cofres públicos.

Em um cenário de mais um ano de retração da economia, a expectativa é de que o setor produtivo continue reduzindo o quadro de funcionários e, em alguns casos, até fechando as portas. Com menos pessoas trabalhando e menos empresas abertas, a tendência é de que as receitas provenientes das contribuições com o INSS caiam, efeito que fatalmente elevará o deficit na Previdência.

O quadro recessivo do país, segundo o professor de administração pública da Universidade de Brasília (UnB), José Matias-Pereira, manterão aposentados e pensionistas sem motivos para comemorar. O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, Carlos Ortiz, defende a mudança na forma como são calculados os benefícios com valores acima do salário mínimo para compensar o que chama de “achatamento” das aposentadorias. “Os aposentados são obrigados a continuar trabalhando para complementar a renda”, afirma.
 
Fonte: Correio Braziliense


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Inflação da baixa renda é mais um recorde negativo alcançado por Dilma - Brasil já tem cidade com inflação de dois dígitos: Curitiba



Inflação da baixa renda ultrapassa 9%
A inflação está ainda pior para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos. Também medido pelo IBGE, o INPC acumulou 9,31% em 12 meses até junho. Em maio, o acumulado havia ficado em 8,76%. No primeiro semestre, a inflação da baixa renda ficou em 6,8%; no mês, a variação foi de 0,77%.    

Entre as regiões, o pior cenário, como no IPCA, também é em Curitiba: alta de 11,36%. O Rio de Janeiro vem em seguida, com 10,72%. O INPC coleta dados em dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília. [este resultado significa mais cal lançado na sepultura política da Dilma, Lula e resto da corja petista.
O maior número dos eleitores responsáveis por Dilma ter sido eleita e reeleita e mesmo os que também votaram no  estrupício do Lula estão inseridos nesta classe.]

De todas as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a de Curitiba é a que mais tem sofrido com a alta da inflação. O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 10,2% em junho, sendo a primeira do país a ter uma taxa de dois dígitos.

As tarifas públicas estão pressionando o indicador. Somente no primeiro semestre deste ano, a energia elétrica na cidade aumentou 53%. Os ônibus urbanos ficaram 14,28% mais caros, e a gasolina subiu 7,59%. Os alimentos também aumentaram muito, 7,81% de janeiro a junho, acima da média nacional, que foi 6,61%.

Outras regiões correm o risco de chegar à inflação de dois dígitos. O Rio de Janeiro já acumula alta de 9,59% no IPCA em 12 meses até junho, tendo a segunda maior taxa do país, seguido por Goiânia (9,36%), Porto Alegre (9,35%), Belém (9,27%) e São Paulo (9,02%).

Fonte: Alvaro Gribel, Blog da Miriam Leitão


quarta-feira, 10 de junho de 2015

Rodoviários, mais uma vez, debocham da Justiça e do GDF – greve continua



[apenas para fins de informação, memória dos fatos, divulgamos este POST, já que a notícia atual é: GREVE FOI ENCERRADA]
Audiência no TRT termina sem acordo; rodoviários apresentam nova proposta
Em assembleia, rodoviários apresentam contraproposta. Enquanto dura o impasse, 1,2 milhão de usuários em todo o Distrito Federal enfrentam transtornos há três dias sem transporte
A primeira audiência conciliatória entre rodoviários e patrões, nesta manhã de quarta-feira (10/6), terminou sem acordo entre as partes e a greve dos rodoviários continua. Após o fim da reunião, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região decidiu realizar uma nova sessão na sexta-feira (12/6), às 9h30, para tentar pôr fim ao impasse que afeta 1,2 milhão de usuários em todo o Distrito Federal. O presidente da corte, o desembargador André Damasceno, afirmou que manterá as providências iniciais de multar o sindicato em R$ 100 mil por dia, por descumprimento da determinação de manter 70% dos ônibus circulando em horário de pico e 50% no entrepico. A ordem vem sendo ignorada desde o primeiro dia de greve, na segunda-feira (8/6).

Ao mesmo tempo, rodoviários se reuniam em assembleia, atrás do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios,  onde decidiram uma nova proposta de reajuste: pedem 10,2 % – em vez de 20% – de aumento salarial e 12% – em vez de 30% – no tíquete e plano de saúde familiar. A contraproposta foi encaminhada em seguida à Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, onde os diretores das empresas e do sindicato estão reunidos. As empresas ofereciam 8,34% de reajuste nos salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Na reunião do TRT estavam apenas os advogados das empresas e do sindicato da categoria. Também participaram, como espectadores, o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, e a procuradora-geral do DF, Paola Aires Corrêa Lima. O procurador regional do Ministério Público do Trabalho (MPT), Dr. Adélio Justino Lucas, questionou o fato de as empresas entrarem com o dissídio sem passar antes pela mediação do órgão, para tentar uma conciliação e também por terem feito o processo individualmente, e não como uma associação.

Esta primeira reunião visou apenas à oitiva das partes — rodoviários e empresários — e a tentativa de se buscar entendimento sem a necessidade de abertura de ação judicial, o que não ocorreu. Neste caso é dado andamento ao processo e a Justiça deve se encarregar de arbitrar se haverá reajuste e de quanto ele será. As negociações até agora não avançaram muito. Desde que a greve começou, não houve reunião oficial entre trabalhadores e patrões. Até mesmo a assembleia dos rodoviários, marcada para segunda-feira à tarde, foi suspensa. 

O impasse se dá em razão das diferenças de índices de reajustes pedidos e oferecidos. Enquanto a categoria quer aumento de 20% nos salários, 30% para tíquete-alimentação e plano de saúde complementar, os patrões oferecem reajuste de 8,34% para os salários, conforme previsto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Fonte: Correio Braziliense