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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A diferença entre dois Brasis ficou evidente na contagem dos votos - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo


   

Foto: Gerson Klaina/Tribuna

Nenhum dos dois candidatos à presidência conseguiu definir as eleições no primeiro turno; está tudo adiado para segunda votação, no dia 30 de outubro, e até lá o Brasil vai continuar com o seu futuro em jogo. É possivelmente a escolha mais crucial que o país já teve em toda a sua história eleitoral terá de optar entre o esforço atual para continuar tentando resolver os seus principais problemas, com a perspectiva real de sair deles algum dia, ou, então, vai voltar a um tipo de governo que já foi experimentado há pouco, durante quase catorze anos seguidos, e acabou num desastre sem precedentes.
 A contagem dos votos deixou evidente, mais uma vez, a diferença entre os dois Brasis que estão aí. Tudo o que existe de mais avançado, mais vivo e socialmente mais equilibrado optou pela primeira alternativa e deu seu voto de confiança ao presidente Jair Bolsonarodo Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. O que há de mais atrasado, da Bahia ao Maranhão, ficou do lado de Lula
Minas Gerais ficou no meio, entre um e outro, e o Norte tem peso eleitoral muito pequeno.
 
Lula, a esquerda e as elites que precisam do Brasil velho para sobreviver esperavam, naturalmente, um resultado diferente. Durante meses seguidos, numa lavagem cerebral nunca antes vista na história deste país, a confederação nacional das pesquisas eleitorais, o consórcio dos veículos de comunicação e tudo o que pode existir em matéria de “formadores de opinião” disseram que o ex-presidente ia ganhar no primeiro turno; nenhuma dúvida era admitida. 
Lula, até quase o dia da eleição, estava eleito com mais de 50% dos votos, já; Bolsonaro não passava dos 30%
Em seu redor já se distribuíam ministérios, faziam promessas e disparavam ameaças. 
O TSE e a ditadura judiciária do STF, por sua vez, fizeram todo o possível para beneficiar o candidato do PT; não há registro de uma eleição presidencial em que as autoridades eleitorais tenham sido tão abertamente parciais como na de 2022. 
 
Ficaram trabalhando até o último minuto; ainda na véspera da votação censuraram uma reportagem do site “O Antagonista” que divulgava conversas de apoio a Lula entre chefes do crime organizado. 
Não há nada na lei brasileira, absolutamente nada, que permita uma coisa dessas. 
Foi uma ilegalidade a mais – numa eleição que esteve durante o tempo todo sob a ameaça permanente de um inquérito policial conduzido pelo STF sem qualquer justificativa legal.

Lula, a esquerda e as elites que precisam do Brasil velho para sobreviver esperavam, naturalmente, um resultado diferente

Lula vai para o segundo turno com uma clara vantagem de retrospecto: nunca, desde que o Brasil voltou a ter eleições diretas para presidente, um candidato que chegou à frente no primeiro turno deixou de ganhar no segundo. Bolsonaro tem outra: nunca um candidato no exercício da presidência deixou de ser reeleito. 

O que valem, na verdade, uma coisa e outra? Não se sabe. Retrospecto funciona para corrida de cavalo, e mesmo assim não garante nenhum resultado futuro; o que vai importar, mais uma vez, é a capacidade que cada candidato tiver para definir uma maioria em seu favor.  

É essa maioria quem vai resolver a disputa. Será ela, também, quem vai pagar a conta de tudo. Sempre é.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Quota para honestos - Sexo e pele não diferenciam candidatos

Alexandre Garcia 

 "A diferença não está no sexo ou na pele, mas no que habita em cada candidato"

"Se querem quotas, por que não assim: 90% das candidaturas têm de ser para pessoas (não importa a cor nem o sexo) honestas, de caráter, patriotas, com histórico de serviços à comunidade, cumpridoras da lei e da Constituição, altruístas e competentes"

A seis semanas da eleição municipal, temos 545 mil candidatos no mínimo. Vamos eleger 5.568 prefeitos e 57.931 vereadores e, de modo indireto, abriremos as portas das prefeituras para uns 60 mil secretários municipais e das câmaras para, no mínimo, 200 mil secretários de vereadores — gente que vai ser escolhida sem concurso, para cargos de confiança de assessoramento direto. Quase 148 milhões de eleitores podem nomeá-los pelo voto.

Para estimular mulheres e negros a entrar na política, leis os tratam de modo diferente, embora o primeiro artigo do capítulo dos direitos e garantias individuais da Constituição estabeleça, em cláusula pétrea, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. A cabeça dos jovens jornalistas deve estar confusa com os modismos ideológicos, pois o noticiário fala de “cotas de gêneros”. Ora, como somos todos do gênero humano, percebo que querem se referir às mulheres, que precisam ser 30% das candidaturas.

Os candidatos estão classificados pela cor da pele, e as notícias falam em cotas raciais, equilibrando-se no fio da navalha do racismo. O Fundo Eleitoral, de 2 bilhões de reais, tem que ser dividido proporcionalmente à cor da pele. Seria menos apartador estabelecer que todos têm o mesmo direito na divisão do fundo. 
Divisões de representação por sexo e cor da pele, não estariam com o ranço de entender que branco governaria e legislaria para branco; negro para negro; mulher para mulher? 
Não seria um truque para nos enfraquecer, nos dividindo, negando que homens e mulheres, com peles diferentes, somos todos iguais, um único povo, o brasileiro miscigenado, unido no seu caráter nacional? 
Não estaríamos sendo separados pela lei, em vez de nos unirmos em objetivos e características comuns?

Se querem quotas, por que não assim: 90% das candidaturas têm de ser para pessoas (não importa a cor nem o sexo) honestas, de caráter, patriotas, com histórico de serviços à comunidade, cumpridoras da lei e da Constituição, altruístas e competentes. 
O partido responderia solidariamente pela candidatura que indicou, civil e criminalmente. 
Os restantes 10% de quota ficariam para os outros, a fim de que saibamos que eles existem e que têm voto, como as eleições têm demonstrado. Esses servirão para que nos acautelemos do mal, já que sendo do gênero humano, muitas vezes fazemos não o bem que queremos, mas o mal que não queremos — aproveitando Paulo (Romanos, 7). Pois a diferença não está no sexo ou na pele, mas no que habita em cada um dos candidatos.

terça-feira, 14 de março de 2017

Sindicatos tentam, com oposição desesperada e sem sentido à reforma da Previdência, recuperar espaço que perderam

Previdência: Sindicatos convocam greve geral para quarta-feira

Em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no ato marcado para as 16h na avenida Paulista [lembrando que Lula estará presente ao ato de amanhã, caso não seja decretada sua prisão hoje, quando estiver depondo como RÉU na Justiça Federal em Brasília.

Devemos ter presente que participar de um ato que conta entre seus líderes com um criminoso RÉU em Ação Penal Federal, não é para PESSOAS DE BEM.]

Centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais estão convocando a população a aderir a um dia de greve geral, na quarta-feira (15), contra as reformas da Previdência e do trabalho. Em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no ato marcado para as 16h na avenida Paulista, região central da cidade.

Segundo a CUT, haverá interrupção de atividades em diversos locais de trabalho, atraso na entrada de turnos, assembleias e, em diversas capitais, atos públicos.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, diz que, além da reforma da Previdência, outras ameaças de retiradas de direitos estão prestes a serem votadas no Congresso Nacional, como é o caso dos projetos da reforma trabalhista e da terceirização. “A ideia é acabar com as férias de 30 dias, aumentar a jornada, ampliar indefinidamente os contratos de trabalho temporário, além de acabar com o direito à aposentadoria pública no Brasil”, diz Vagner.

A reforma da Previdência prevê a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem, com 25 anos de contribuição. A regra de transição prevê que homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 poderão entrar num regime pelo qual terão que pagar um pedágio de 50% sobre o tempo faltante para a aposentadoria.  Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não tinha como fazer mágica com os números. “O importante é que todos os brasileiros possam ter certeza de que vão receber a aposentadoria, que as taxas de juros continuem caindo, que a inflação continue caindo. E, para isso, temos que controlar as despesas públicas. Gastar dinheiro do governo sempre é uma coisa fácil. Existem países ou estados brasileiros que fizeram muito isso e estão sofrendo consequências dramáticas. Então, a conta tem que ser paga cedo ou tarde.”

Ele também rejeitou a ideia de reduzir a idade mínima necessária para as mulheres se aposentarem. Segundo Meirelles, se a idade de aposentadoria das mulheres for reduzida para 60 anos, os homens terão que trabalhar até os 71 anos para compensar essa diferença, acrescentou.  Pelas regras atuais, os homens podem se aposentar com 35 anos de contribuição e as mulheres, com 30 anos. Não há idade mínima. [nos tempos atuais não há nenhum fundamento a justificar que haja necessidade de idades diferentes entre homens e mulheres para se aposentarem - as condições de trabalho, domésticas, médicas e culturais são exatamente iguais.]

Fonte:  Redação da VEJA
 

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Educação domiciliar, "casamento" gay, liberais ateus e outras notas



"Mais escolas é igual a menos presídios"? No Brasil tem acontecido o fenômeno inverso: há pelo menos três décadas, o aumento da criminalidade está ocorrendo de forma concomitante com o aumento do acesso à educação formal.
A principal força contra a expansão do poder estatal é a religião, essencialmente as várias denominações cristãs.

Dias atrás um amigo brincou, dizendo: "do jeito que as coisas estão indo, o STF vai acabar considerando obrigatória a educação domiciliar!" Na hora, achei engraçado o otimismo dele, mas depois me lembrei que na verdade a educação domiciliar já é obrigatória. Quando a Constituição declara que a educação é um dever da família, está obrigando os pais a educarem seus filhos em casa. A educação domiciliar, portanto, não é um direito dos pais, mas um dever que deve ser cumprido por eles, sem possibilidade alguma de delegação.

O que está em discussão agora no STF é se um dos componentes da educação, a instrução, pode ser dada exclusivamente em casa ou se requer a frequência a uma escola. Nós estamos preparados para demonstrar não apenas que os pais têm autonomia para decidir sobre isso como também em regra têm condições adequadas para instruir os filhos em casa.

Está confirmado para a Global Homeschool Convention (Rio de Janeiro, março de 2016) Sugata Mitra, uma das maiores autoridades mundiais em inovação educacional. Vale a pena conferir sua fantástica palestra no TED:
O pessoal "mais esclarecido" adora propagar a existência de uma equação que seria mais ou menos assim: "mais escolas é igual a menos presídios". Em outras palavras, quanto maior o acesso à educação formal, menor a criminalidade

O curioso é que no Brasil tem acontecido o fenômeno inverso: há pelo menos três décadas, o aumento da criminalidade está ocorrendo de forma concomitante com o aumento do acesso à educação formal, e ambos de forma bem expressiva. Quem tiver paciência, pode conferir, por exemplo, a evolução do número de homicídios conjugada com o número de estudantes universitários; nas duas situações, os números foram multiplicados por várias vezes nas últimas décadas.

Em estatística, isso pode significar duas coisas: a) não há relação nenhuma entre essas duas variáveis; ou b) o aumento de uma contribui, ou é até mesmo determinante, para o aumento da outra. Neste ponto, sou obrigado a fazer uma pergunta incômoda: e se a verdadeira equação for "mais escolas é igual a mais presídios"? Em outros termos, e se o aumento do acesso à escola estiver de algum modo contribuindo para o aumento da criminalidade?

Não acredito no discurso do pragmatismo. Seres humanos são profundamente emocionais e simbólicos, e apenas raramente agem tendo em vista um resultado futuro favorável. Então, quase sempre em que alguém usa um raciocínio consequencialista, fico me indagando qual é a sua real motivação.

Isso me veio à mente quando assisti o entusiasmo dos deputados de esquerda com a rejeição da emenda constitucional que previa a redução da maioridade penal para 16 anos (apenas para crimes hediondos). Afora alguns que têm um interesse concreto no aumento da criminalidade, todos estavam agindo para defender sua visão de mundo, essencial à sua identidade como seres humanos. O esquerdista típico acredita na bondade inata das pessoas, que seriam corrompidas pela "sociedade" (sim, isso é Rousseau!), mais exatamente por não ter tido oportunidades suficientes nessa sociedade. 

É inconcebível para a esquerda a existência do mal. Tudo seria resolvido por mais oportunidades econômicas e mais educação. É mais ou menos assim: o sujeito mata e estupra porque é pobre (já perceberam o preconceito contra os pobres?) e porque não estudou suficientemente Geografia, Química e Matemática. Faz sentido pra você?

É difícil imaginar um sujeito mais esquizofrênico do que o militante liberal e ateu. Ele realmente acredita na utopia de um mundo sem religião e com Estado mínimo. Para essa pessoa, além de sugerir um bom psiquiatra, não custa nada lembrar que, ao menos no mundo ocidental, a principal força contra a expansão do poder estatal é a religião, essencialmente as várias denominações cristãs. Aliás considerando que quase toda caridade privada é feita por meio de organizações religiosas, se estas deixarem de existir, qual entidade você acha que vai assumir esse espaço?

Boa parte das pessoas se casa e tem filhos principalmente por status. Constituir família seria um atestado de que a pessoa tornou-se madura, ultrapassou os desvarios da juventude. A pressão implícita dos amigos tem papel fundamental nessa decisão (quando quase todos os amigos se casaram, você sente que "o cerco está se fechando"). A partir de certa idade, pega mal não estar casado ou não ter filhos. O resultado dessa busca por status são casamentos que nunca deveriam ter acontecido, pois um ou mesmo os dois cônjuges não têm nenhuma vocação matrimonial e assim apenas conseguem criar um inferno para si mesmos.

 Da mesma forma, filhos são muitas vezes gerados apenas para que seus genitores possam se declarar "pai e mãe" perante seus pares; obviamente, gerar é muito mais fácil que educar, o que leva ao conhecido fenômeno da "terceirização dos filhos". Permitam-me perguntar: como seria se o casamento e a criação de filhos não gerassem absolutamente nenhum status, nenhuma nova forma de respeitabilidade?

Nessas discussões coloridas e acaloradas sobre a decisão da Suprema Corte americana, acho que dois fatores importantes estão passando despercebidos. Em primeiro lugar, tanto nos EUA quanto aqui, a Constituição não prevê o direito ao casamento gay.

  Em ambos os países, as cortes supremas fingiram interpretar a Constituição quando na verdade apenas expressaram a ideologia da maioria de seus membros (no caso do STF, de todos os seus membros). Isso deveria deixar de cabelo em pé todas as pessoas que atuam na área jurídica, independente da sua opinião sobre o assunto. Pelo visto, não provocou comoção nenhuma. Bem, tanto aqui como lá, o desprezo pela Constituição vem travestido como interpretação desta. Nunca se sabe o que virá a seguir...

Em segundo lugar, parece que esqueceram de alguém nessa equação: as crianças, que, nos termos da Constituição, devem ter "prioridade absoluta". Alguém por acaso já ouviu falar em um estudo empírico sobre menores criados por casais gays? Pois é, nem eu! Quer dizer que criaram uma nova instituição jurídica sem saber qual o efeito que terá sobre os membros mais frágeis da sociedade? Vale lembrar o óbvio: reconhecer a existência jurídica do casamento homossexual significa necessariamente reconhecer o direito de os cônjuges adotarem. E o direito dos futuros adotandos? Ninguém está preocupado com isso?

O conservadorismo em uma frase: "a realidade existe" (você é livre para ir contra ela, mas terá que arcar com as consequências). O esquerdismo em uma frase: "tudo são opiniões" ("e nós queremos impor nossas opiniões a vocês ").

Há uma gigantesca diferença entre ser vítima e fazer o papel de vítima. Todos nós já fomos vítimas de injustiças incontáveis vezes. Desde um chefe que indevidamente não reconheceu o trabalho do subordinado até a pessoa que brigou com o cônjuge apenas para descontar em alguém a sua frustração com a vida, não faltam situações em que somos injustamente prejudicados. A grande questão é como reagir aos infortúnios inevitáveis da vida.

De modo bastante simples, a pessoa pode agir ou reclamar. Ao agir, os reveses são reconhecidos como oportunidades de crescimento, amadurecimento e aprendizado. Não se perde tempo buscando culpados: ou se busca uma solução ou se releva o infortúnio como algo irrelevante. Essa é atitude de uma pessoa emocionante adulta.

Por outro lado, quem apenas reclama escolhe o papel de vítima. Ele decidiu jogar toda a responsabilidade por sua vida nas costas alheias. "O mundo é injusto e eu nunca sou responsável pelas coisas ruins que me acontecem" é o lema de sua vida. E com muita facilidade racionalizam esse sentimento. Sempre encontram bons argumentos. São os adolescentes emocionais, mesmo que há muito já tenham passado dos 18 anos. Todos são livres para escolher uma ou outra atitude. Porém, ao escolher o papel de vítima, as pessoas abrem mão da maior dádiva que o ser humano tem: a de definir seu próprio destino.

É muito fácil descobrir se uma pessoa é feliz ou não: basta pedir que ela fique totalmente parada, sem fazer nada, por, digamos, cinco minutos. Se ao final desse período, ela se sentir ansiosa para fazer algo, qualquer coisa mesmo, a infelicidade predomina. Se, ao contrário, ela se sentir bem consigo mesma, sem angústia ou ansiedade, estamos diante de uma pessoa feliz. A verdadeira felicidade é isso: saber que o simples fato de você existir já é o suficiente para sentir-se bem.

Fonte: MSM - Alexandre Magno Fernandes Moreira
é advogado.