Gatos pingados de manifestantes, concentrados em pontos estratégicos de
avenidas e rodovias do País, tocaram fogo em pneus, pararam o trânsito,
promoveram a baderna. A intenção era essa mesma. Bagunçar a rotina!
Criar tumulto. À revelia da lei.
Como que autorizados por uma força
maior, os ditos movimentos sociais de viés radical querem entornar o
caldo. A senha foi dada por ninguém menos que o líder petista Lula que,
nos últimos dias, em várias ocasiões, tem dito publicamente: “agora é
guerra”. Entenda-se a dimensão do que ele pretende. Na semana passada,
em encontro com sindicalistas, Lula lançou a ordem que espera ver
obedecida tanto pela cúpula partidária como pelos seus seguidores
insanos: “Vamos infernizar o governo Temer! Não se deve colaborar de
maneira nenhuma”. A agremiação dos trabalhadores vai financiando a
militância para a tática de terror. Dilma, a mandatária às vésperas de
ser afastada do Planalto, também leva ao pé da letra as determinações do
chefe.
Orientou assessores e ministros subordinados para a sabotagem:
limpem tudo, eliminem dados, soneguem informações ao pessoal do Temer.
Dilma está com raiva. Semanas atrás insinuou que as ruas não vão ter
paz. Seu ministro Cardozo falou em risco de “convulsão social”. Como
podem autoridades da República assumir a ideia do quanto pior, melhor?
Não eram eles que reclamavam disso? O plano de boicotar o País é
desprezível. Dilma dá guarida aos agitadores. Mais uma vez, nesses
momentos derradeiros de poder, a presidente abriu as portas do seu
gabinete para que ali se refestelassem os dirigentes da CUT, do MST, do
MTST e quetais. Estavam lá os “cabeças” das organizações. Gente como
Stédile, a cujo “exército” Lula prometeu recorrer na eventualidade de
deposição da presidente. Guilherme Boulos, dos sem-teto, Vagner Freitas,
da central de trabalhadores, e Aristides Santos – que no Planalto, ao
lado de Dilma, já pregou a invasão de propriedades privadas, de
gabinetes, fazendas e casas dos brasileiros – completavam a tropa.
A
eles a presidente prometeu cargos, liberou terras, pediu que reclamassem
do “golpe”, evocou cumplicidade enquanto deixava no ar a impressão de
que simpatizava com a tese de eleições antecipadas. Eis a nova
jabuticaba que o pessoal petista deseja plantar para convulsionar ainda
mais o ambiente de transição política. Na prática, sabem os defensores
da invencionice, não há a menor chance de ela vingar. Uma PEC para
alterar a Constituição é inaceitável no que se refere a cláusulas
pétreas. De mais a mais, o que anima especialmente Dilma é a
possibilidade de arrastar indefinidamente os debates nesse sentido no
parlamento, deixando para trás as investigações sobre seus crimes de
responsabilidade. Que são muitos, diga-se de passagem. O verdadeiro
golpe vai assim se cristalizando. Dilma manobra informações. Tenta
esconder do mundo que cometeu, de fato e caso pensado, atentados à Carta
Magna e transita com a versão de que é vítima de injustiças para
manipular a opinião pública – e, quem sabe, alguns senadores dispostos à
barganha pela causa.
No plano das ilações e incongruências, a
presidente extrapola. Inicialmente falou que o futuro ocupante do
Planalto iria acabar com os programas sociais. De uns dias para cá,
depois que soube das intenções do vice para a área, reclamou que ele não
pode se “apropriar” desses programas. E determinou que fossem feitos
aumentos irresponsáveis e antecipados nos valores concedidos, mesmo
sabendo que não há recursos para tanto. Quer deixar mais problemas e
abacaxis no caminho do seu substituto.
Não importando o custo da
traquinagem para o País. Ofender instituições, deslegitimar o processo
democrático, espalhar inverdades por onde anda e agir sem medir
consequências têm cada vez mais maculado a respeitabilidade que resta da
presidente Dilma. [algum dia Dilma teve respeitabilidade?] Adepta do vale-tudo, ela chegou a pedir ao Mercosul
que considerasse a expulsão do Brasil do bloco. Quando confrontada com
seu desastroso legado, tergiversa. Os mais de dez milhões de
desempregados, registrados pelo próprio IBGE, viram somente 2,6 milhões
nas suas contas tortas. A crise é culpa de fatores alheios, do fim do
superciclo das commodities, dos subprimes. Nunca das barbeiragens
praticadas nos dois mandatos. As “pautas-bomba” surgiram pelas mãos dos
congressistas. Foram eles quem - nas palavras dela em entrevista a
jornalistas estrangeiros no recente tour aos EUA - “permitiram a
aceitação de medidas populistas que inviabilizaram a rigidez fiscal, a
responsabilidade fiscal, a robustez fiscal do País”.
Acredite se
quiser. Dilma, que nas eleições recentes fez o diabo, difamou
adversários e mentiu descaradamente sobre promessas, parece gostar do
esporte de distorcer a realidade. “Não hostilizamos quem pensa diferente
de nós”, bradou em um dos inúmeros discursos. A quem ela tenta enganar
quando na prática faz o que nega? A mandatária fala em golpe mas viaja
em avião oficial, com aparato de Estado, deixa o suposto “golpista” em
seu lugar e passeia de bicicleta nos bucólicos trajetos da Esplanada,
como se nada estivesse acontecendo. A presidente virou um poço de
contradições. Ao lado de Lula, à frente do bloco de sabotadores, ambos
tentam embaralhar a cena e acusar os opositores daquilo que eles mesmos
são responsáveis. Na semana passada, Lula chegou ao cúmulo de declarar
que “há uma quadrilha tentando implantar a agenda do caos”.
Referia-se
ao Congresso, sem um pingo de autocrítica quanto aos próprios atos. Com o
afastamento de Dilma, que provavelmente ocorre nos próximos dias, o PT
de Lula & Cia. se transfere para o lugar de onde age com melhor
desenvoltura: a oposição. É lá que os partidários de praticar a arte de
jogar contra. Pelo mero prazer de melar as boas iniciativas. Foram
historicamente contra a Constituinte, contra o Plano Real, contra a Lei
de Responsabilidade Fiscal e contra os programas de alimentação,
educação e transporte dos tucanos – que, mais tarde, redundaram no Bolsa
Família. O que parece exclusivamente importar na cartilha petista é a
demonização do êxito do Brasil.
Fonte: Carlos José Marques, diretor editorial - Isto É
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 30 de abril de 2016
sábado, 5 de março de 2016
"Eles não são intocáveis!"
Imagine você não gostar
da autoridade que lhe investiga e, por esse critério, poder decidir que não vai depor quando convocado. Imagine-se
imbuído do direito de escolher o ministro da Justiça
mais adequado às suas conveniências pessoais e dotado da força para destituir
ao bel prazer aquele que lhe contrariou por deixar prender um dos seus mais
diletos amigos – ainda que por justificadas provas de irregularidades
cometidas. No desmedido impulso tirânico você poderia ainda convidar para o
lugar desse ministro alguém capaz de “enquadrar
a PF” e evitar que a polícia cometa o supremo “abuso” de averiguar suspeitas de favorecimento que pesam contra a
sua pessoa.
Não importa a autonomia que a Carta Magna garante
as instituições em sociedades democráticas como a brasileira. Prevalece apenas e tão somente a
sua absoluta vontade de ditar os rumos, estabelecer o certo e o errado,
conceder e retirar autoridade a aliados e detratores. Mortais comuns não podem contar com tais regalias. Já petistas de alta
patente como Lula e Dilma demonstram compartilhar desse pensamento
e, por isso mesmo, levaram às raias do
insustentável as pressões para que José Eduardo Cardozo deixasse a pasta da
Justiça na semana passada, na mais escrachada demonstração de que querem
castrar a liberdade dos investigadores e esvaziar a Lava Jato – hoje convertida
na grande esperança de resgate moral da sociedade.
Cardozo foi sumariamente ejetado da pasta por
adotar o princípio republicano de resistir a interferências indevidas na PF. Lula não estava gostando nada
das apurações que o apontam como beneficiário de empreiteiras em obras e “presentinhos” nos dois imóveis
destinados a usufruto familiar. Também torcia o nariz para o que considerava “falta de pulso” do ministro. Fez gestões para detoná-lo assim como
partiu para cima de magistrados e procuradores, acusando-os publicamente de
perseguição. Fez mais: mandou seus advogados avisarem que não iria prestar
depoimento na condição de investigado, desqualificando o interpelante e afrontando
um membro do Ministério Público.
Dilma, por sua vez, ficou absolutamente possessa – segundo relatos de assessores próximos – quando soube da prisão do marqueteiro e
confidente João Santana. Foi o suficiente para selar o destino de Cardozo. O ego exacerbado e uma indisfarçável sensação de
pairar acima da lei parecem mover Lula, em especial. Na festa de aniversário do
seu partido, na segunda-feira 29, ele explodiu aos berros: “estou de saco cheio”.
Referia-se ao Ministério Público, à Polícia
Federal e à imprensa. Em resumo: todos que, acredita ele, estão mancomunados para manchar sua
reputação. A avalanche de evidências e os depoimentos dando conta de que
recebeu vantagens, inclusive no cargo de presidente, seria detalhe. Não
valem no seu discernimento. Lula se considera um cidadão especial, um messias
intocável, ora ignorando os fatos ao redor, ora convertendo em meras intrigas
da oposição os atos desabonadores dos quais é acusado. Com essa postura não
convence nem mais a própria militância e desaba nas pesquisas de opinião. O
líder de massas, o onipresente detentor da “alma
mais honesta deste País” se furta a dar explicações. Prefere atacar com impropérios. Intimidar com ameaças. Tripudiar. Posar
de vítima “das elites” e instigar
chicanas que adiem seu confronto com a justiça.
Até quando? Ao invés desse teatro de subterfúgios, pedalando
na defesa e escondendo os pedalinhos como benesses corriqueiras, Lula deveria reunir argumentos consistentes
para responder aos juízes, a quem chama de “acovardados” – como a confundir tribunais com uma peleja
futebolística de onde pode xingar quem zela pelas regras. Do contrário,
deve parar atrás das grades. Lula não é intocável, como também não o é sua
sucessora e discípula, Dilma. A
presidente, cada vez mais encalacrada, cede às injunções desabonadoras do PT.
Entrou em “modo de negação”. Desistiu
de governar.
A cada dia, a cada nova confissão de executivos
presos e de políticos que lhe cercam, vai demonstrando que teve
conhecimento, se beneficiou diretamente e em vários momentos participou de
forma ativa do gigantesco esquema que deu sustentação a seu mandato com desvios
e falcatruas de toda ordem. O bombástico depoimento do senador petista
Delcídio do Amaral à polícia, publicado com exclusividade por ISTOÉ nesta
edição, dá claras evidências de que Dilma Rousseff incorreu em crimes de
responsabilidade que deveriam levar a sua imediata deposição. Pelo Congresso e
pela justiça.
Para a grande maioria dos brasileiros é anacrônico
o País seguir nessa rota de desmandos indefinidamente. A presidente já perdeu as condições de dirigir a Nação, como atestam as
delações premiadas, escancarando a farsa petista para se garantir no poder.
Não há como ser indulgente com ilícitos, nem impassível diante da ladroagem
endêmica. A continuar nessa toada, com caixa dois de campanha, articulações
para manter salafrários em estatais e toda sorte de pilhagem, a moral do País
vai virar pó. É preciso um basta à depravação política.
Por: Carlos José Marques, diretor editorial – Isto É
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