Mudanças em andamento
Tudo se modifica lentamente através dos tempos. Surgem novas
instituições, modas, artes, produtos e muito mais. Alternam-se ciclos de atraso
e progresso ao longo da história o que, por sua vez, afeta a vida de cada ser
humano. Como não poderia deixar de ser mudanças estão em andamento no Brasil e
no mundo. Observe-se que algumas coisas até pouco tempo inimagináveis têm
acontecido no país e, para isso, recordemos 2013. Naquele ano, de forma
inusitada multidões foram espontaneamente às ruas para mostrar seu
inconformismo, ainda que de modo difuso. Ninguém entendeu que o “gigante
adormecido” emitia sinais de que estava acordando.
31 de agosto de 2016. Os brados ecoados por milhões de brasileiros nas
ruas de todo país culminaram no impeachment de Dilma Rousseff. Como pior
presidente do Brasil, juntamente com seu criador político, ela nos conduziu a
pior recessão de nossa história e não há governo que resista quando a economia
vai mal. O impeachment foi como um míssil disparado no peito da esquerda,
especialmente do seu maior partido, o PT, que a partir daí iniciou sua
decadência.
Muitos outros sinais aconteceram mostrando que alterações eram
processadas no âmbito político, comportamental e cultural. Pairava no ar um
cansaço cívico na esteira da corrupção institucionalizada pelo PT, que tinha à
frente seu puxador de votos, Lula da Silva. Sofria a população com o
desemprego, a violência urbana, o cruel sistema de saúde. Nesse contexto
ilusões derretiam na percepção das mentiras e farsas do governo petista. Simultaneamente, agia no nosso nada exemplar sistema judiciário, com
competência, integridade, inteligência e, especialmente através da lei, o juiz
Sérgio Moro. Desse modo, poderosos da esfera econômica e política foram parar
na cadeia, em que pese ações de ministros do Supremo que soltaram muitos
meliantes de colarinho branco, ladrões da coisa pública acostumados a delinquir
no país da impunidade.
2018 foi um ano marcante. Mais uma vez o improvável aconteceu. Em 7 de
abril Lula foi preso, não por ser um perseguido ou coitadinho inocente, mas por
fartas provas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outros processos
pairam sobre ele e seus inúmeros advogados já bateram recordes em recursos,
manhas e artimanhas para liberá-lo da cobertura da Superintendência da Polícia
Federal em Curitiba. Certamente continuarão se esmerando nessa azáfama.
Afinal, nunca antes nesse país alguém teve tanto direito de defesa.
Porém, o grande fato histórico de 2018 foi a derrota da esquerda e a
vitória de Jair Messias Bolsonaro. O candidato, que na versão de analistas e
institutos de pesquisa não ganharia de modo algum, sendo derrotado no segundo
turno se lá chegasse até por Marina Silva, foi eleito por quase 58 milhões de
votos. Recorde-se que o PT não perdoa quem ganha dele. A posse de Bolsonaro foi memorável. Assistida por milhões de
telespectadores e em Brasília por centenas de milhares de pessoas. que para lá
se deslocaram sem transporte pago ou mortadela, apenas com o fito de saudar o
mito.
Rompendo o protocolo a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, discursou no
parlatório em linguagem de libras cativando o enorme público com sua
graciosidade, elegância, beleza e a promessa que continuará a se dedicar a
projeto sociais. Mudanças políticas, econômicas e sociais virão com o presidente
Bolsonaro, o mais cobrado mesmo antes de assumir, o detestado pela mídia, o
odiado pelo PT e suas hostes. Inclusive, ele continua sendo ameaçado de morte
mesmo depois do fracasso do matador de aluguel que o esfaqueou.
Entrementes, mudanças estão em andamento no âmbito mundial e aqui. Nesse
sentido merece ser citado o magistral artigo intitulado Outro ‘muro’
marxista que começa a ser derrubado, de autoria de Carlos Beltramo e Carlos
Polo. Mostram os autores, que “o ‘muro’ do marxismo cultural, não busca o
controle dos meios de produção, como propunha Karl Marx, mas sim da forma de
pensar das sociedades”. “O marxismo cultural foi se apoderando dos meios de
comunicação e das universidades com esse propósito”. “Este autêntico ‘muro’
mental penetrou na cultura e nas instâncias de poder locais e internacionais,
estendendo-se desde o público até os âmbitos mais privados, como a família e a
sexualidade, com fim de controlar tudo e todos”.
Apesar de tal poderio que parece indestrutível, Beltramo e Polo entendem
que este “muro” está começando a cair, como caiu o Muro de Berlim em 9 de
novembro de 1989. Eles apontam como sinais disto, entre outros, “o Brexit, a
eleição de Donald Trump, o triunfo de Viktor Orban como primeiro ministro da
Hungria e a exclusão dos ‘estudos de gênero’ nas universidades, a derrota da
legalização do aborto na Argentina, a eleição de Jair Bolsonaro como presidente
do Brasil”.
Diante da magnitude de tal mudança se pode compreender o choro e o ranger
de dentes do PT e de seus satélites. Contudo, os detratores do presidente
Bolsonaro gritam em vão porque mudanças acontecem. Felizmente.
Maria
Lucia Victor Barbosa é Socióloga.
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net - Jorge Serrão