A privatização será benéfica ao país e aos seus funcionários
O Banco do Brasil é a estatal mais emblemática do país. Nasceu em 1808 como banco privado para emitir moeda, uma necessidade criada pela chegada da família real ao Brasil e pela abertura dos portos. O primeiro BB quebrou em 1829. Emitiu mais do que o lastro. Segundo Pandiá Calógeras, por erros atribuíveis “quase que exclusivamente ao governo, por causa dos empréstimos dispensáveis que solicitara, ou melhor, impusera”.
O segundo BB surgiu em 1853 focado em crédito. Nasceu da fusão do Banco do Brasil — criado pelo barão de Mauá em 1851 — com o Banco Comercial. Manteve-se sob o controle privado. O terceiro resultou da fusão do segundo BB com o Banco da República do Brasil, em 1905. Com a Carteira de Redescontos, criada por lei de 1920, descontava seus empréstimos nele mesmo, algo inédito. Começava sua grande ascensão, sob o controle crescente do governo.
A Carteira de Crédito Agrícola e Industrial (lei de 1937) seria sua principal marca. Novas funções, inclusive de banco central, lhe foram atribuídas: o monopólio do câmbio, o controle e o financiamento do comércio exterior, a fiscalização bancária e a de depositário de recursos dos bancos. Na lei que criou o Banco Central (BC, de 1964), o BB constou como o principal instrumento da política de crédito oficial via Orçamento Monetário, uma estimativa dos balanços anuais do BC e do BB.
Nasceu a “conta de movimento”, que supriria automaticamente o BB de recursos pelo BC, permitindo-lhe conceder “empréstimos sem limite”. Nos anos 1970, o BB virou o oitavo banco do mundo, mais pela forma de expandir seus empréstimos do que pelo porte da economia. O BC atuava como banco de desenvolvimento, em esquema similar ao do BB, e geria a dívida pública. Um departamento do BB executava o Orçamento da União.
Nos anos 1980, fortes pressões inflacionárias tornaram a situação insustentável. Entre 1983 e 1984, estudos da Fazenda preconizavam abolir a “conta de movimento”, as atividades de desenvolvimento do BC e o Orçamento Monetário. Sugeriam a criação da Secretaria do Tesouro Nacional, para que esta assumisse as funções fiscais do BC e do BB. As medidas foram aprovadas entre 1986 e 1988. O BB foi autorizado a atuar como qualquer outra instituição financeira. Malograram os temores de que ele não venceria os desafios.
Em 1995, o BB iniciou sua transformação. Diversificou operações, sofisticou a base tecnológica e ganhou eficiência. Arca, ainda, com o ônus de ser estatal. Tem sede em Brasília. Muda frequentemente a administração e a estratégia. Sofre o custo da fiscalização do Tribunal de Contas da União e da subordinação à Lei de Licitações. A saída é a privatização. O BB está pronto. Poderá premiar funcionários por geração de negócios e produtividade, como ocorre em bancos privados. Livre do jugo do governo, aumentará a competição no mercado bancário e ampliará o papel de apoio ao desenvolvimento do país. [o BB precisa ser privatizado; sua privatização beneficiará tanto os empregados quanto os clientes - além de premiar empregados por produtividade e geração de negócios, poderá exigir dos mesmos, que prestem bons serviços, especialmente no atendimento aos clientes.
O Banco do Brasil - apesar de ações na Bolsa de Valores é controlado pelo Governo (seu maior acionista) e isto cria nos funcionários do BB a mentalidade de que são funcionários públicos (gozam de uma estabilidade, oficiosa, mas, tão eficiente quanto a oficial dos funcionários públicos que é prevista em lei) e se valem dessa pseudo estabilidade para prestar um péssimo atendimento aos clientes, promoverem greves e outras atitudes inaceitáveis em um estabelecimento bancário.
Na hora dos benefícios em termos de aumentos salariais se consideram funcionários de um banco privado - sem estarem sujeitos a nenhuma limitação orçamentária ou a qualquer plano de contenção de gastos;
na hora de exigir mais benefícios se consideram funcionários públicos, assim como agem na hora de atender aos clientes, quando também acham que são funcionários públicos - não os servidores públicos atuais, que prestam excelentes serviços, e sim os do inicio do século passado em que a maior parte dos funcionários públicos buscava um emprego e não um trabalho, mentalidade que mudou;
O Banco do Brasil hoje disputa com a Caixa Econômica Federal quem consegue atender pior - a Caixa leva uma pequena vantagem na competição, consegue atender pior que o BB, mas, é quase um empate.
Absurdamente, sem fundamentação, motivação, nenhuma a Caixa é uma autarquia.
O correto seria o Governo dividir a a Caixa em Banco - privado - e em uma imobiliária.
Manter a Caixa como autarquia e concedendo a mesma empréstimo perpétuo, (clique aqui para saber mais) usando dinheiro do FGTS, portanto, do trabalhador não está certo, não é honesto.]
Surgirá um banco mais competitivo. O quarto Banco do Brasil da história será mais forte e promissor.
Mailson da Nóbrega - Revista VEJA