Fãs em comum
Aconteceu o improvável. Fãs de Jair Bolsonaro na internet estão elogiando Maria do Rosário
por sua postagem no Twitter na tarde de ontem, em que ela questionou o
interesse no destino das cinzas do corpo de Marco Archer.
Disse a ex-ministra dos Direitos Humanos: - O sujeito não era herói, era traficante.
Por: Lauro Jardim
Um brasileiro morre na Indonésia, e uma máscara cai no Brasil. OU a mais recente estupidez da Maria do Rosário
E o
brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi mesmo executado
na Indonésia, com um tiro o peito. Ele morria lá, e a máscara da
deputada Maria do Rosário (PT-RS), que foi ministra dos Direitos Humanos
do primeiro governo Dilma, caía uma vez mais por aqui. Aliás, é o que
mais acontece com esta senhora: ser desmascarada. Mas eu a deixo para
daqui a pouco.
Começo com
o governo indonésio. Muhammad Prasetyo, procurador-geral, pediu neste
domingo respeito às leis em resposta às críticas recebidas pela execução
de seis réus, o brasileiro entre eles. “Podemos entender a reação do
mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto,
devem-se respeitar as leis que se aplicam em nosso país.” Ah, tá…
O que é
“respeitar”? Se isso compreender a gente não poder fazer nada a respeito
além de protestar, ok. Se é compreensão que ele busca, aí tem de falar
com a petista Maria do Rosário. Eu não respeito um governo que solta 800
terroristas nativos em dez anos e que executa forasteiros, ignorando
pedidos de clemência. Então essas tais leis permitem pôr nas ruas
celerados que mataram 202 pessoas num único atentado em Bali, em 2002 — a
maioria não era da Indonésia —, mas condenam à morte, de maneira
inapelável, traficantes estrangeiros? É uma mistura de
irresponsabilidade, com autoritarismo e populismo homicida.
Mas, pelo
visto, essa composição não causa repúdio à senhora Maria do Rosário.
Aquela que já foi ministra dos Direitos Humanos resolveu se manifestar a
respeito. Disse ser contra, claro!, a pena de morte, mas considerou,
com aquela inteligência muito peculiar: “Mas que interesse há para onde
as cinzas serão levadas no Brasil? O sujeito não era herói, era
traficante”. Imaginem se é o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), seu
desafeto, a dizer uma boçalidade dessa qualidade.
Sim, ele
era traficante — ou foi condenado por tráfico. Isso, então, retira de
sua família até o direito de saber para onde vão as cinzas? O governo
brasileiro não deveria se ocupar do assunto? Até onde vai o “humanismo”
de Maria do Rosário? Os torturadores que se livraram de alguns corpos no
Brasil pensavam assim: “Mas que interesse há em saber onde foram
jogados os corpos? Não eram heróis. Eram terroristas”.
A
delinquência intelectual de Maria do Rosário me assombra, embora eu
sempre espere o pior de seu presumível cérebro. Em 2012, Dilma chegou a
Cuba pouco depois de mais um prisioneiro ter morrido em decorrência de
uma greve de fome. Foram perguntar o que Maria do Rosário pensava a
respeito. E ela disparou: “A marca de Cuba não é a violação dos direitos
humanos, e sim ter sofrido uma violação histórica”. Nem todo mundo que
morre toca o, digamos, lado humano da ex-ministra.
Entenderam
por que petistas e regimes autoritários estão sempre de braços dados?
Eles têm uma espécie de proteína que logo os liga a tudo o que não
presta. Trata-se de uma vocação moral.
PS – Sou
contra a pena de morte em qualquer caso e em qualquer país. Para mim, é
questão de princípio, de fundamento organizador da civilização que
vislumbro. Maria do Rosário diz pensar a mesma coisa. Ela só não se
importa com as cinzas do morto. Afinal, já está morto mesmo, né? E o
cara nem era herói, segundo ela. Maria do Rosário para ministra dos Direitos Humanos do Taleban!
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo