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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

É difícil errar mais do que as previsões sobre inflação - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

País registra ‘deflação’ e não aumento de preços ‘fora de controle’, ao contrário do que os especialistas diziam

Os professores de economia da universidade, os jornalistas econômicos e os analistas dos grandes bancos, mais o aglomerado de fornecedores de opinião que normalmente são escolhidos para dar entrevistas sobre o assunto, passaram o ano inteiro garantindo que a inflação estava “fora de controle” no Brasil. 
Caso perdido, diziam todos. Em 2022 o Brasil iria ter inflação de “dois dígitos”, pelo menos, ou só Deus sabe lá quanto; estava tudo em ruínas, por causa de erros imensos na gestão da economia nacional e outras desgraças. 
O tempo passa, o mundo gira e quando chega o mês de julho constata-se, no universo das realidades, que está acontecendo exatamente o contrário do que os “especialistas”, os seminários e as mesas redondas anunciavama inflação, no mês, recuou 0,7%. Quer dizer: houve deflação, e não inflação “fora do controle”. É difícil errar mais do que isso.
 
Fora de controle, realmente, estão os economistas que são tratados como “formadores de opinião” e vivem por aí falando na mídia que o fim do mundo chegou, e a culpa é do governo. Não fazem, na verdade, nenhum tipo de análise que valha alguma coisa; apenas praticam macumba ideológica em suas previsões de desgraça. 
O resultado é a apresentação ao público de um mundo que não existe. 
O Brasil deve fechar o ano de 2022, de ponta a ponta, com a inflação pouco acima dos 7% anuais. 
 
Não é a calamidade que foi prometida – é, ao contrário, um dos melhores índices mundiais no controle à doença inflacionária, especialmente quando se leva em conta as pressões extraordinárias de dois anos de covid e da guerra entre Rússia e Ucrânia
O fato é que o Brasil terá em 2.022 uma inflação menor que os Estados Unidos: lá, serão pelo menos 8,5%, podendo ser mais. [atualizando: a inflação dos últimos doze meses nos Estados Unidos, atingiu 8,5%. Portanto, o "serão pelo menos",  inserido pelo competente Guzzo pode ser substituído por " é DE" = FATO.] A mesma coisa vai acontecer na Alemanha e outros santuários das “boas políticas” econômicas. Alguém, alguma vez, já ouviu falar uma coisa dessas – que a inflação no Brasil é menor que a inflação nos Estados Unidos ou na Alemanha?

Cancelam-se os fatos – ou se aprofundam os esforços, cada vez mais cômicos, para embaçar os números que os comunicadores e seu entorno consideram antidemocráticos.

Cancelam-se os fatos – ou se aprofundam os esforços, cada vez mais cômicos, para embaçar os números que os comunicadores e seu entorno consideram antidemocráticosFoto: Tiago Queiroz/Estadão

O anúncio da calamidade inexistente era feito nas manchetes e no horário nobre
O fato real da inflação em recuo é sepultado nos confins mais distantes do noticiário. 
É a história de sempre: os “especialistas” acham que o mundo se comporta conforme eles desejam, e não como as coisas são na realidade objetiva. Pior, então, para a realidade objetiva.  
Cancelam-se os fatosou se aprofundam os esforços, cada vez mais cômicos, para embaçar os números que os comunicadores e seu entorno consideram antidemocráticos. 
É por isso que anunciam: “A inflação caiu, mas ainda está alta, ou “caiu, mas pode subir de novo”, ou “caiu, mas foi por sorte, e por aí afora, com esse “mas” eterno. [a INFLAÇÃO DO "MAS", mais uma criação exclusiva do Brasil, que se junta às 'jabuticabas', à 'prisão perpétua à brasileira', às justiças eleitoral e do trabalho, obras que só existe no Brasil.]  Não adianta nada, mas todos acham, ao fazer essas piruetas, que estão cumprindo os seus deveres com a resistência” à extrema-direita. Vamos continuar assim, é claro.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo



Gráfico transcrito do Poder 360, pelo Blog Prontidão Total.






quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Velhas práticas de segurança

Se um profissional da segurança perde a vida quando é surpreendido e reage, o que não acontecerá com o cidadão comum

[o que mais facilita a vida dos bandidos é que formadores de opinião, comumente apresentados como 'especialistas' emitem um conceito do tipo do acima, desestimulando o cidadão (que se sente incapaz) e ao mesmo tempo estimulando o bandido a continuar à vontade para cometer seus crimes (o marginal sabe que as chances de encontrar pessoas armadas para enfrentá-lo são pequenas e passa a acreditar na 'incompetência' de eventuais opositores.]

As novas políticas de segurança no Rio de Janeiro e a iniciativa dos governos federal e estadual estão se configurando a partir de dois elementos centrais. O primeiro é a retração do Estado. O discurso oficial encoraja as pessoas a se armarem para se protegerem. Assim, o Estado se omite no seu dever de proteger o cidadão, que deve, ele próprio, arcar com esta responsabilidade. [o Estado exerce seu dever, ou tenta exercer,de proteção do cidadão, por vários meios, sendo o principal deles a ação policial, só que os 'especialistas em segurança' cultivam o péssimo hábito de que havendo confronto o bandido não deve ser abatido - se alguém tem que morrer, que seja o policial.
Se ver que é um mau começo - o policial tem o DIREITO e o DEVER de chegar são e salvo,  vivo, em casa.
A iniciativa do confronto partiu do bandido, e sempre parte, quanto resolve cometer um crime.
Ao policial só resta uma opção - inclusive é  seu DEVER, neutralizar o marginal.
 
Mas, querem que o Estado proteja o cidadão com a morte dos seus policiais - antigamente, no século passado, quando o bandido ir cometer um assalto e  havia reação, o marginal matando o oponente, ele costumava fugir sem levar nada. Assim, na visão limitada dos 'especialistas' em segurança, o Estado estava cumprindo seu dever - impedindo o roubo ou outro resultado criminoso, ainda que a custa de uma vida, ou de vidas.
Atualmente ele mata, recolhe o que estiver ao seu alcance e foge. E, continuam insistindo que o Estado mata muito, que o policial não pode exercer o direito de legitima defesa, tem que ser punido ser exercer este direito e o bandido morrer, etc, etc.]  
 
O Estado se omite, igualmente, no seu dever de fiscalizar. Um exemplo é o decreto sobre a posse de armas, que exige que a pessoa possua um cofre em alguns casos, mas admite a autodeclaração como comprovação. [o DEVER de fiscalizar deve ser exercido para impedir o bandido de portar armas, o que ocorre nos dias atuais, de forma ostensiva.
Fiscalizar se um cidadão que declarou ter um cofre está mentindo, é inócuo. No máximo, vai deixar mais uma pessoa de bem desarmada.] Entretanto, a difusão das armas não vai melhorar a segurança, como prova o fato de que boa parte dos policiais assassinados no Brasil morre ao tentar resistir a um assalto. Se um profissional da segurança perde a vida quando é surpreendido e reage, o que não acontecerá com o cidadão comum. [sou 60tão e manuseio armas a no mínimo 50 anos e já tive por mais de uma vez a obrigação de reagir a um assalto - para não ser assaltado ou impedir que alguém fosse - e graças a DEUS fui exitoso.
O treinamento, a 'intimidade' com armas, saber usá-las, ajuda, mas, nem sempre é decisivo para o abate do bandido.
 
Conhecer o manejo de armas dá uma confiança ao cidadão que está armado e torna mais preciso sua reação, evitando que se atrapalhe, mas, tem que sempre ter o bom senso de saber SE PODE REAGIR naquele momento, ou SE PODE ESPERAR um pouco.
Creio que ninguém discorda: cada vez é uma vez.
Se o cidadão está armado em uma guarita, ou em local abrigado, se torna tudo mais fácil. Caso contrário, a habilidade influi mas não é decisiva.]

Por outro lado, o Estado do Rio desmantela a Secretaria de Segurança com a promessa de “liberar” as polícias de supostas interferências. Ora, é público que as secretarias de Segurança no Brasil apresentam graves limitações na sua capacidade de comandar as polícias. O problema central não tem sido a interferência política, mas a incapacidade de aplicar políticas de segurança pública integradas. O fim da secretaria tornará isto ainda mais difícil e fortalecerá a agenda corporativa dentro das polícias, além de comprometer ainda mais o controle interno e externo da atividade policial.

De fato, o fim da secretaria, a fala de Bolsonaro dizendo que agora no Brasil “mandam os capitães” e as propostas de sequer investigar as mortes cometidas por policiais (como se agora fossem devidamente investigadas) devem soar como música aos ouvidos dos milicianos e dos policiais corruptos. O segundo ponto é o estímulo à execução sumária de suspeitos. [suspeito que reage, tem que ser neutralizado, ou haverá mais um policial morto.
Suspeito tem que aceitar que foi abordado, não reaja e ter a certeza que se reagir, morre.] Trata-se de uma pena de morte sem julgamento, ilegal, como bem sabe o grupo político que a promove, que tenta uma modificação legal encarnada na “Lei do Abate”. De qualquer forma, essa proposta de lei é considerada contrária às cláusulas pétreas da Constituição. O termo “abate” é mais uma tentativa de tradução pseudo-jurídica do bordão “bandido bom é bandido morto”, após o uso de outros conceitos estapafúrdios como a “legítima defesa preventiva”, já usada por alguns membros do Judiciário do Rio.

A nova proposta legal do ministro Moro para reduzir ou anular a pena de policiais que cometam “excessos”, especialmente quando concorrerem “medo, surpresa ou violenta emoção”, é outro passo na mesma direção. Desse modo, um policial que testemunhasse a morte de um companheiro poderia alegar “violenta emoção” para poder se vingar de forma legal. Na prática, entre os países que contemplam a pena de morte nas suas legislações, nenhum deles admite que seja aplicada por policiais na rua, muito menos pelo crime de porte ilegal. [a morte do portador do fuzil não será pelo crime de porte e sim pela reação que ele exercerá quando for abordado.
Está armado com um fuzil, o policial não pode chegar com flores e pedir para o cidadão trocar o fuzil pelas flores.]  O que mais espanta na obsessão dos novos líderes políticos por “abater bandidos de fuzil” é o fato de ela se apresentar como novidade. Em 2018, as polícias fluminenses bateram o recorde histórico de suspeitos mortos, com mais de 1.500 vítimas fatais. E todos os estudos mostram a extrema dificuldade de condenar penalmente um policial por homicídio cometido no exercício da função, mesmo quando há provas.

De resto, não será a ameaça de morte que mudará a conduta dos jovens integrantes dos grupos armados ilegais para quem a morte precoce é já uma quase certeza. Em 2019, ano de mitos, as autoridades querem nos fazer crer que, por algum motivo, a continuidade das velhas políticas gerará novos efeitos.

Ignacio Cano é professor da Uerj e membro do Laboratório de Análise da Violência
 

 

 

sábado, 22 de setembro de 2018

Um país na margem de erro

"Brasileiro confia tanto em pesquisa que nem dá para entender por que ainda tem eleição. Votar pra quê? Chega de intermediários."

Há mais de ano o Brasil sabe que Lula está no segundo turno. Como ele sabe? As pesquisas disseram. E não disseram uma vez, nem duas. Gritaram, reiteraram, vaticinaram sempre que o noticiário policial dava uma trégua ao ex-presidente. O segundo turno de Lula hoje é o do carcereiro que toma conta dele à noite, mas não tem problema. Ele envia um representante, com procuração e tudo, para tomar conta do que é dele. O triplex do Guarujá, o sítio de Atibaia, a cobertura de São Bernardo e a fortuna incomensurável para pagar advogados milionários por anos a fio não são de Lula. O que é dele, e ninguém tasca, é o lugar cativo no pódio dos institutos de pesquisa.

A estratégia de trazer o comandante do maior assalto da história para o centro da eleição que deveria ser o seu funeral político não é um incidente. Como já escrito – mas não custa repetir ao eleitorado distraído é uma estratégia. E uma estratégia tosca.  O Brasil viu – mas para variar não enxergou – a construção dessa lenda surrealista: Lula, o PT e sua quadrilha representam, na sucessão de 2018, “a salvação progressista contra o autoritarismo”. Contando ninguém acredita.

Uma imensa maioria de formadores de opinião e personagens influentes da elite branca (aquela mesma do refrão petista) vive de lamber esse herói bandido, fingindo defender o povo – esse mesmo povo roubado até as calças pelo meliante idolatrado por eles. Ou melhor: idolatrado de mentira, porque a única idolatria dessa elite afetada e gulosa é por grana, poder e aquele verniz revolucionário que rende até umas almas carentes em mesa de bar.  Então, aí está: a estratégia funcionou e os cafetões da ética imaginária conseguiram – milagre – chegar às portas da eleição defendendo sem um pingo de inibição o PT, exatamente o maior estuprador da ética que a história já conheceu.

Pode ser doloroso, mas é preciso constatar: a possível presença do PT no segundo turno será a canalhice brasileira saindo do armário. Sem meios tons.  Se o Brasil estivesse levando uma vida saudável, estaria agora dando continuidade à exumação da Era PT e tomando as devidas providências para jamais errar de novo tão gravemente. Mas a margem de erro por aqui é um latifúndio – o país mora no erro, e eventualmente passa férias fora dele, como um marginal.  Tradução: o insistente culto ao fantasma petista fermentou as assombrações antipetistas – e o Brasil deixou de se olhar no espelho para ficar perseguindo morto-vivo com crucifixo na mão.

Fora desse fetiche mórbido, dessa tara masturbatória pelo falso dilema esquerda x direita, a reconstrução do Brasil parou. A saída quase heroica da recessão, com redução dos juros e da inflação, reforma trabalhista e recuperação da Petrobras – nada disso existe no planeta eleitoral de 2018.  Quem vai tocar isso adiante? Quem vai segurar o leme da economia com a perícia de Ilan Goldfajn, o presidente do Banco Central que nos salvou do populismo monetário de Dilma e seus aloprados?

A resposta contém o disparate: um desses aloprados (que tinha o leme nas mãos na hora do naufrágio), o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa foi expulso da campanha de Haddad, o gato (ligação clandestina no poste) – banido por outro náufrago ainda mais aloprado que ele, o economista Marcio Pochmann. Ou seja: a possível reencarnação petista no Planalto está nas mãos dessa militância pré-histórica que se fantasia de autoridade acadêmica para perpetrar panfletos que fariam Nicolás Maduro dizer “menos, companheiro”. Adivinhe se esse tema aparece na campanha presidencial?

Adivinhou, seu danado. O Brasil está lá, boiando na margem de erro, lendo pesquisa e brincando de jogar pôquer com o 7 de outubro. Nem sabe quem é o economista do Haddad. Ou melhor: nem sabe quem é o Haddadporque aquele ministro da Educação tricampeão de fraudes no Enem, que não sabia nem aplicar uma prova e mandava escrever “nós pega o peixe”, sumiu de cena. Não existe mais também o prefeito escorraçado ainda no primeiro turno por inépcia.

Esse Haddad aí é outro:
é o super-homem das pesquisas, que voa por cima de todo mundo com a criptonita do Lula e faz a imprensa companheira lutar por uma foto dele com a camisa aberta e a grife do presidiário explodindo no peitoral. Vai nessa, Brasil. As pesquisas colecionam erros clamorosos em todas as eleições, mas dessa vez talvez até acertem, porque num país exilado na margem de erro qualquer chute é gol – mesmo no campeonato dos detentos."


Gazeta do Povo - Guilherme Fiuza