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sábado, 29 de fevereiro de 2020

Envelhecimento sem amparo - Aumento da expectativa de vida, em meio à precariedade dos serviços do governo, condena idosos permanecer no mercado de trabalho - IstoÉ

Gastos adicionais com a saúde dos mais velhos serão de R$ 50 bilhões até 2027

Aumento da expectativa de vida, em meio à precariedade dos serviços do governo, condena idosos à permanência indefinida no mercado de trabalho. Gastos adicionais com a saúde dos mais velhos serão de R$ 50 bilhões até 2027 

A empregada doméstica gaúcha Tereza Beatriz Viega, de 77 anos, moradora da região central de São Paulo, é o típico caso de uma idosa brasileira desamparada. Ela poderia estar em casa, aproveitando sua pensão alimentícia e cuidando dos netos. Mas a realidade torna isso impossível. Ela não ganha o suficiente e precisa trabalhar duro. Para conseguir um posto de trabalho depois de dois anos sem emprego formal, Tereza circulou pelas ruas da cidade e no transporte público com um cartaz em suas mãos, com a inscrição “o trabalho fica, a esmola vai embora, por misericórdia me arrume um emprego. Obrigado”. Felizmente ela conseguiu o tão sonhado emprego. Seu pedido chegou aos ouvidos do gerente geral de recursos humanos do supermercado Extra, do grupo Pão Açúcar, Anderson Brugnera, que a contratou. “Ela nos surpreendeu com sua coragem e dedicação”, afirma Brugnera. Tereza, por sua vez, não reclama de sua situação e diz que pretende trabalhar até os 100 anos. “Você não pode imaginar quanta dignidade esse emprego me trouxe”, desabafa.

O que resta aos idosos hoje no Brasil é arrumar um emprego porque, se depender do Estado, eles ficarão numa situação de abandono. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que cresce três meses ao ano, pressiona os cofres públicos, expõe a precariedade da previdência pública, aumenta a necessidade de uma previdência privada para aumentar a renda e acaba com o sonho da velhice tranquila. Os brasileiros com mais de 60 anos somam, atualmente, cerca de 30 milhões de pessoas, o equivalente a 15% da população. Desse total, pelo menos 350 mil idosos estão em busca de emprego e 41% dos ocupados, na informalidade. A situação de falta de trabalho ocorre por diversas causas. Uma delas é o preconceito de muitas empresas brasileiras com os trabalhadores idosos. Outra é a baixa escolaridade ocasionada pelo histórico de pobreza da maioria, que dificulta ou torna impossível uma reinserção no mercado de trabalho. Nesses casos, as pessoas acabam se virando como podem ou contam com a ajuda de familiares para sobreviver.

Desde 1940, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou o primeiro censo demográfico no País, a expectativa de vida da população subiu de 45,5 anos, em média, para mais de 76. Houve um aumento de 30 anos na longevidade e nem a sociedade nem o poder público se prepararam para esse envelhecimento. “O processo de modernização da sociedade contribuiu para que as pessoas vivessem mais, mas o Estado não se preparou para acolher essa nova população idosa”, diz o geógrafo do IBGE Marcio Minamiguchi. “Ano após ano percebemos o aumento contínuo da longevidade”. Junta-se a isso, para aumentar a pressão sobre a Previdência Social, uma importante diminuição na taxa de fecundidade. “Desde 1970 notamos que houve uma diminuição do índice de fertilidade”, afirma o geógrafo. Há 50 anos, as mulheres brasileiras tinham mais de cinco filhos e hoje a média é de dois filhos. A tendência, já confirma de 2027 para garantir serviços de saúde e medicamentos para a população que está envelhecendo. A maior parte dessas despesas estará concentrada em assistência farmacêutica e em atendimentos hospitalares e ambulatoriais, que envolvem casos de média e alta complexidade. Apesar da necessidade crescente de recursos, no ano passado o governo deixou de aplicar R$ 9 bilhões em saúde.

Além de necessário, já que o Estado não garante proteção suficiente aos idosos, o trabalho dos mais velhos é uma forma de conter o ônus demográfico que se verifica quando o crescimento da população em idade ativa acontece em ritmo inferior ao do aumento da população total. É exatamente o que vem sendo registrado desde 2018 no País. Há cada vez menos gente em idade ativa. E cada vez mais dependentes de aposentadorias e pensões, que vão exigir os gastos adicionais na saúde nos próximos anos. O ônus demográfico tende a se intensificar na medida em que cai progressivamente a taxa de natalidade e a população em idade ativa envelhece e deixa o mercado de trabalho. Indivíduos mais produtivos param de atuar e dão espaço para os teoricamente menos produtivos. Mas a máquina não pode parar. Uma atenuante para o ônus demográfico é a continuidade do trabalho dos idosos.

Gastos públicos
Em 2018, segundo o IBGE, a parcela da população com mais de 65 anos era de 10,5%, mas esse percentual vem crescendo e alcançará 15% em 2034 e 25,5% em 2060. Diante desse quadro, haverá uma pressão permanente para a elevação dos gastos públicos, principalmente na área da saúde. Uma estimativa da Secretaria do Tesouro Nacional divulgada na semana passada indica que haverá necessidade de gastos adicionais de R$ 50,7 bilhões entre 2020 e 2027 para garantir serviços de saúde e medicamentos para a população que está envelhecendo. A maior parte dessas despesas estará concentrada em assistência farmacêutica e em atendimentos hospitalares e ambulatoriais, que envolvem casos de média e alta complexidade. Apesar da necessidade crescente de recursos, no ano passado o governo deixou de aplicar R$ 9 bilhões em saúde.

Em IstoÉ MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 29 de março de 2019

Encantador de Burros

Teve pífia repercussão na mídia vinculada à “esquerdopatia” a condenação por danos morais do Promotor de Justiça Cassiano Roberto Conserino, no montante de 60 mil reais, conforme sentença da 3ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, por ter  este publicado no seu perfil do facebook que o ex-Presidente Lula seria um “encantador de burros”.

Com absoluta certeza essa sentença, embora aparentemente  “prestigiando” o ex-Presidente Lula, ao contrário do que seria de se esperar, teve que ser “abafada” no nascedouro  por essa  mesma mídia em virtude do medo que a sua eventual amplificação poderia resultar num “tiro pela culatra”, ou seja, suscitar uma ampla  discussão na opinião pública, que certamente concordaria e até reforçaria a afirmação do promotor condenado. Pessoalmente considero verdadeira a sua afirmação.

E também considero que o juiz errou “redondamente” ao prolatar a sua sentença. O promotor  nem mesmo  insinuou que Lula seria “burro”. “Burros” seriam os que acreditavam nas suas “baboseiras” políticas e votavam nele. Esse foi o sentido dado  a essa expressão pelo promotor no seu perfil do “face”. Lula seria só o “encantador” (de burros), não o “burro” propriamente dito.

Na verdade Lula pode ter todos os defeitos que se possa imaginar numa pessoa.. Mas “burro”, com certeza, ele não é. “Burro” é quem pensa que ele é “burro”. Se ele não fosse um “baita” esperto, jamais teria chegado à condição de um semideus na política, evidentemente para  os seus “burros”. Aristóteles (em “Política”) classificava as formas de governo em  PURAS e  IMPURAS. Dentro das formas PURAS, estariam a MONARQUIA (governo de um só),a  ARISTOCRACIA (governo dos melhores) e a DEMOCRACIA (governo do povo). Nas formas  IMPURAS, que seriam, respectivamente, formas corrompidas de cada uma das formas puras, se situariam a TIRANIA, a OLIGARQUIA e a DEMAGOGIA.

Mais tarde, o geógrafo e historiador grego  POLÍBIO (203 a.C-120 a.C) substituiu a “demagogia” preconizada por  Aristóteles, pela OCLOCRACIA, que seria a corrupção da “democracia” ,com uma série  de outros vícios somados à "demagogia”.Na visão de Políbio, a maior degeneração do SISTEMA ELEITORAL da democracia  estaria na ausência de virtudes democráticas, despolitização e ignorância  dos eleitores, sempre em proveito dos patifes que se infiltram na política para enganar o povo e só buscar o próprio interesse.
 
Segundo essa ótica, o Brasil estaria vivendo na democracia ou na oclocracia?
A “democracia” do Brasil de hoje tem muita a ver com a da Grécia Antiga do Séc. 5 a.C, que foi o período mais brilhante da civilização helênica, com as guerras vitoriosas contra os persas e as riquezas e terras conquistadas. Mas a superabundância da riqueza acarretou a CORRUPÇÃO DOS COSTUMES, o abalo das tradições morais e religiosas, e o surto da ambição e do oportunismo.

É nesse ambiente social  degenerado que surgiram os SOFISTAS, antigos mestres de música ,que se tornaram “professores” populares  de filosofia. Eram “homens venais e sem convicções,ávidos de riqueza e de glória que, nessa época de crise para o pensamento grego exploram, em benefício da própria vaidade e cupidez, o estado de espírito criado pelas especulações filosóficas e condições sociais  do tempo”. Os sofistas serviam-se das armas da razão para destruir a própria razão, e sobre as ruinas da verdade, erigir o próprio interesse em norma suprema de ação. Com essa “metodologia” procuravam convencer e corromper a juventude.

Dentre os sofistas merecem destaque  especial  Protágoras (480 a.c-411 a.C),para o qual “o homem é a medida de todas as coisas”, e Górgias(480 a.C-378 a.C), autor de “Do não ser”, onde garante  que “nada existe”. Para combater os males causados pela Escola Sofista, surge SÓCRATES  (469 a.C-399 a.C),com o objetivo de instruir a mocidade  e libertá-la da influência perniciosa sofista.

Mas Sócrates foi acusado pelos seus inimigos de corromper a mocidade. Foi condenado à morte e executado. Teve que beber “cicuta. O “crime” de Sócrates foi jamais ter abdicado de falar a verdade. Na Grécia sofista, falar a verdade era o maior dos crimes, mais grave que matar, estuprar ou roubar.

Portanto o motivo da  condenação do promotor Cassiano certamente teve muita  semelhança com a  condenação de Sócrates:” escrever a verdade”.

 
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net