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terça-feira, 6 de junho de 2023

Vai um ministério aí? - Percival Puggina

         Quando o Brasil começou a tomar jeito, em 2016, o número de ministérios foi reduzido e o acesso de militantes políticos e dirigentes partidários à cargos de direção das empresas estatais ficou sujeito a rigorosíssimas exigências. Foram seis anos razoavelmente bons. 
Apesar da mais assanhada vigilância política, jornalística, policial e judiciária a que eu já assisti, não houve casos notórios de corrupção e o Estado perdeu um pouco de seu tamanho.
 
Lula conseguiu engatar marcha ré na história e aumentou para 37 o número de ministérios. Os partidos, presumo, serão convidados para um jantar cujo cardápio contará com novas porções do Estado brasileiro. 
Entre aplausos e brindes, os articuladores políticos e o presidente em pessoa, circularão pelo salão, com bandeja na mão e toalha de seda branca sobre o braço direito, oferecendo, entre outras iguarias, ministérios, diretorias-gerais, fundações e presidências de conselhos.

Em alguns casos, esses ministérios são meras quinquilharias para animar vaidades e proporcionar luxinhos, como diria aquela procuradora que se queixa do salariozinho. Noutros não, com recursos tirados do nosso bolso, os pratos são temperados com orçamentos robustos.

Já está bem claro que a ideia do governo não é cuidar dos pobres. Se assim fosse, ele diminuiria o gasto do Estado consigo mesmo. É o que faz qualquer chefe de família, homem ou mulher, cujos dependentes apresentem necessidades que excedam sua capacidade de atender. Essa pessoa cortará supérfluos e diminuirá sua ração para responder às demandas dos seus no limite máximo das possibilidades.

Pois o petismo faz o contrário, eleva seu supérfluo! Trinta e sete ministérios é a ressonância magnética do supérfluo. Mostra tudo, no detalhe.

Se é ruim nessa perspectiva, pior fica quando se compreende que todo esse banquete pantagruélico que canibaliza os recursos nacionais foi concebido em comum acordo com os congressistas e seus partidos.  

Alguém que queira passar pano nessa perniciosa realidade talvez diga que governar é uma tarefa partidária. Com efeito, governo tem partido (o Estado é que não deveria ter, mas no Brasil acaba tendo também, por vieses ideológicos, até na alma do Judiciário).

Na minha observação, durante décadas, os governos se formavam com partidos cujas bancadas apoiavam o governo. O mensalão corrompeu esse sistema, o petrolão potencializou seus males e os recursos das emendas parlamentares desmoralizaram de vez o regime.

Hoje, mesmo com partido e cargos, todo parlamentar pode agir como corretor de seu voto, em cada deliberação importante. Lamento informá-los que esse tipo de congressista compõe, também nesta legislatura, o grupo majoritário.

Quem não entendeu isso que fique em casa quando houver manifestação e se conduza como se não houvesse amanhã.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

STF - A corte do fim do mundo - Gazeta do Povo

O Supremo Tribunal Federal resolveu declarar guerra ao governo federal. Grande novidade. Ele está guerreando contra o governo há anos, na cara de todo mundo – e não só contra o governo atual. Felizmente agora resolveu rasgar a fantasia e confessar que quer a ruptura. Melhor assim. Chega de dissimulação.

O presidente da corte, Luiz Fux, num discurso inflamado que oscilou entre o patético e o ridículo, disse que o STF estava cancelando unilateralmente a reunião que haveria entre os três poderes. Ótimo.  
Os ministros da suprema corte fazem política da hora que acordam à hora que vão dormir contra o presidente da República a quem já chamaram até de assassino. 
Agora ficarão mais leves para panfletar sob as togas sem ter que fingir que aquilo é uma alta representação judiciária.

As eleições de 2022 estão sob suspeita porque todas as perícias – da Comissão de Constituição e Justiça à Polícia Federal comprovaram a vulnerabilidade do sistema. Mas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, vocalizando a posição política – repetindo: política – do STF desinforma reiteradamente sobre a segurança das urnas eletrônicas no sistema atual, afirmando tanto que não há vulnerabilidade, quanto que o processo é passível de auditagem.

Subsidiado por relatórios técnicos que não foram refutados por ninguém – com exceção da gritaria dos negacionistas o presidente da República passou a defender o aprimoramento do sistema de votação e aferição dos votos. Isto levou o STF e o TSE a uma guerra aberta contra essa proposta – porque, como se sabe, o nome do jogo é investir tudo no antibolsonarismo religioso, que dá muita manchete e espaço na TV. Eles acham que isso é poder. A história dirá se é mesmo.

Até simpatizante petista protagonizou campanha institucional do TSE – Barroso escolhe bem os símbolos da isenção para dizer que a urna eletrônica atual é segura. O próprio presidente do TSE passou a discursar dia sim outro também afirmando que o sistema é inviolável. Aí apareceu o que não podia aparecer de jeito nenhum: relatório da Polícia Federal mostrando que o sistema eleitoral foi invadido e violado em 2018.[invasão que foi confirmada em Nota Oficial do TSE, onde reconhece o acesso indevido.]

Pelo menos um invasor passou mais de seis meses dentro do sistema, a partir da captura de códigos fonte. Que tipo de fraude ele preparou lá (e outros que eventualmente tenham seguido o mesmo caminho) ninguém saberá porque o TSE apagou os arquivos que continham todos os registros do sistema nas eleições de 2018.

O presidente da República criticou a falsidade do ministro Barroso ao negar uma violação já constatada e reconhecida pelo próprio TSE. Aí veio a resposta ao feitio dos supremos companheiros: o TSE denunciou Bolsonaro por “fake news” e, surpresa, Alexandre de Moraes aceitou a denúncia enquadrando o presidente no famigerado inquérito do fim do mundo. Ainda bem que eles agora não precisam mais fingir que isso não é politicagem – viva a sinceridade.

Então é isso. O STF/TSE quer tirar Bolsonaro da eleição no grito, depois de ter colocado nessa mesma eleição, também no grito (ou no sussurro, como você preferir), o criminoso condenado Lula da Silva
Eles acham que bastam umas manchetes amigas tratando Lula como um homem bom, umas pesquisas providenciais dizendo que o ex-ladrão já está eleito e uma lavagenzinha de reputação por parte de FHC e outros sócios do clube dos ricos apontando sorridentes para o meliante que depenou o Brasil como se ele fosse uma “alternativa democrática”.
Será que basta isso? Talvez. Se bastar, você já sabe: o Brasil acabou. Quem sabe até pode ser uma boa mesmo transformar a nação em agremiação. Como diz o STF, chega de dissimulação.

O problema do STF não é com Bolsonaro. A corte esteve no centro do cerco ao governo Temer. Foi o palco da homologação em tempo recorde (Fachin) daquela delação arranjada de Joesley Batista – instruído pelo ex-braço direito do então procurador-geral Rodrigo Janot, que estava no front da armação com declarações tipo “enquanto houver bambu, lá vai flecha”. A delação acabou suspensa e Joesley preso, mas a mesma imprensa que trata hoje o STF como vítima do fascismo imaginário apoiou ostensivamente, por mais de ano, a tentativa de virada de mesa contra Michel Temer.

Até que enfim o STF admite que quer a ruptura. Antes tarde do que nunca. Como você já entendeu pelo exposto acima, ele aposta nela há bastante tempo. E você tem todo o direito de querer acreditar em eleições seguras com um árbitro desses. Mas tem um país inteiro saindo às ruas para dizer que sem auditagem do voto não vai dar. Essa imprensa que já conspirou contra dois presidentes finge que não vê o país nas ruas. E o clube dos ricos que manda nos altos burocratas do lobby (aqueles que envenenaram a comissão do voto auditável) finge que acredita na imprensa cega. Escolha a sua posição na foto. Se estiver com preguiça de afirmar a democracia, certamente terá um lugar quentinho na elite intelequitual que resolveu fingir que voto auditável é uma espécie de terraplanismo. Com tanto cínico saindo do armário cheio de charme você não há de ficar constrangido.

[Encerrando com duas perguntas que não podem calar:
-  Por que ser contra algo que pode tornar a votação mais segura?
- o que eles tem contra botar mais  uma tranca na porta da "urna"?
 
Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES