Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador militantes do MST. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador militantes do MST. Mostrar todas as postagens

sábado, 10 de março de 2018

A luta de Cármen

A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, luta contra toda forma de pressão para evitar que se consume uma combinação que tem o poder de deixar definitivamente os corruptos fora da cadeia, desmanchando todo o avanço que houve nos últimos anos. Trata-se do risco da fórmula que combina o fim da prisão em segunda instância com o fim do foro privilegiado. Mais do que livrar o ex-presidente Lula, o fim da prisão em segunda instância fará com que diversos políticos e empresários que estão presos hoje como consequência da Operação Lava Jato, e outras ações sejam soltos, já que um novo entendimento retroage para beneficiar os réus. A isso se soma o fim do foro privilegiado, que também está prestes a entrar na pauta do Supremo.

Fim do foro
Em princípio, o fim do foro é um avanço, por eliminar um privilégio. Estranho é que agora ele seja apoiado por seus próprios beneficiários. O foro era uma vantagem em um tempo em que o STF não condenava ninguém. Quando começou a condenar, virou mau negócio, porque o condenado não tem a quem recorrer. O risco agora é ele ser trocado por um processo de recursos infinitos.

Sem cadeia
Sem a prisão em segunda instância e sem o foro privilegiado, os condenados ganharão inúmeras possibilidades de recurso sem serem presos até chegarem ao Supremo. Na grande maioria dos casos, os crimes irão prescrever antes que os corruptos cheguem à cadeia. É isso que une as turmas ligadas a políticos na pressão a Cármen Lúcia. E é contra isso que ela resiste.

Político empreiteiro
Graças à ajuda do seu partido, o PP, o empresário Paulo Octávio vai dando finalidade a seus imóveis. Depois de alugar um prédio inteiro para o Ministério da Saúde por R$ 31 milhões por ano, sem licitação, agora é a vez da Caixa Econômica Federal ocupar três edifícios dele. O banco ainda antecipou dez meses de aluguel: quase R$ 18 milhões. A Caixa e o Ministério da Saúde são geridos por correligionários do PP, Gilberto Occhi e Ricardo Barros.

Rápidas
* Na reunião com os prefeitos para tratar de segurança, na quinta-feira 7, surpreendeu o Palácio do Planalto a diferença de percepção entre eles sobre o que fazer com os recursos da linha de crédito aberta pelo governo para ajudá-los no combate ao crime.

* O prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), disse que não adiantava ter dinheiro apenas para investimentos. Precisava de recursos para custeio. Do contrário, construía e depois não conseguia manter funcionando.
* Já o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), afirmou que não queria de jeito nenhum dinheiro para custeio. Segundo ele, recursos assim acabam se diluindo na contabilidade da prefeitura e sumindo sem produzir efeitos.
* Não foram apenas os petistas que ficaram órfãos com o cerco da Lava Jato a Jaques Wagner. Os tucanos avaliam que com a queda de Wagner, o governo da Bahia caiu no colo de ACM Neto. O PSDB apostava nele como vice na chapa de Geraldo Alckmin.

O deputado Major Olímpio (DS-SP), da chamada Bancada da Bala, é um dos entusiastas do Projeto de Lei 3734, de autoria do Poder Executivo, que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). O novo sistema vai possibilitar o compartilhamento de informações de criminosos, intercâmbio de conhecimento técnico e científico, combinação de operações e a integração dos órgãos de segurança. Hoje, a falta de comunicação atrapalha muito o trabalho das polícias.

Conversa de corredor
Nos corredores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), depois da derrota unânime de Lula no julgamento do seu habeas corpus, assessores dos ministros começaram a falar abertamente que os magistrados do STF que mudarem o entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância terão sua atitude interpretada pela população como a entrega das suas togas ao serviço da corrupção e pagarão um preço alto por isso. Desde que o STF sacramentou o entendimento em favor da prisão após sentença em segunda instância, o STJ tem seguido à risca tal regra, especialmente em seus julgamentos relacionados à Operação Lava Jato.

Nos aviões de carreira
Nessas conversas de corredor, os assessores dizem que tais ministros, como hoje acontece com os políticos que a sociedade identifica com a corrupção, não terão como embarcar nos voos de carreira sem passar por vaias e constrangimentos. Na quarta-feira 7, o mesmo discurso já era ouvido no prédio do STF.


Os radicais voltaram
Militantes do MST mostraram suas garras totalitárias. Na quinta-feira 8, invadiram o parque gráfico do jornal “O Globo”e tentaram impedir o acesso de trabalhadores a uma fábrica da Riachuelo. Os dois atos foram clara manifestação de desrespeito à democracia. Os brasileiros de bem e a Justiça não se intimidarão.

Rudolfo Lago, é diretor da sucursal de Brasília da IstoÉ
 





sábado, 3 de março de 2018

No lugar certo quando tudo dá errado: quem é Raul Jungmann, o homem de Temer para a segurança pública

Em março de 2002, um grupo de 500 militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiu a fazenda Córrego da Ponte, em Goiás, e desencadeou uma crise em Brasília, a 200 km dali: as terras eram da família do então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Raul Jungmann, hoje ministro da Segurança Pública, ocupava então a pasta do Desenvolvimento Agrário (MDA). De Recife (PE) Jungmann despachou subordinados seus para o local. Horas depois, ele mesmo foi para lá.

Havia tensão porque o governo enviou a Polícia Federal e o Exército e eles iam invadir o local. "Jungmann tentou garantir que os militantes do MST não fossem agredidos", relembra a servidora aposentada Maria de Oliveira, à época funcionária da Ouvidoria Agrária Nacional. Depois de quase 24h de trabalho, na madrugada de domingo, Jungmann e Oliveira conseguiram um acordo para que o MST saísse, sem prisões. O acordo, no entanto, não foi inteiramente cumprido: 16 líderes do MST e a filha de um dos militantes, de 16 anos, foram deitados com a barriga na lama do chão, algemados e presos.

Estar no lugar certo na hora em que as coisas estão pegando fogo é uma das especialidades de Jungmann, de 65 anos, nomeado nesta segunda-feira pelo presidente Michel Temer para chefiar o recém-criado ministério da Segurança Pública. Natural de Recife (PE), Jungmann tornou-se ministro da Defesa em 12 de maio de 2016, quando Michel Temer (MDB) anunciou a primeira formação de seu governo.

Daquele dia até hoje, o pernambucano acumulou poder e se tornou um dos homens fortes de Temer. A nomeação como ministro da Segurança Pública mostra isso: o pernambucano será o responsável pela área que é "prioridade zero" do Planalto. Nesta terça-feira, horas depois de ser nomeado, Jungmann deu o tom de sua gestão: demitiu do comando da Polícia Federal o delegado Fernando Segóvia - que causara dificuldades ao Planalto com declarações atabalhoadas sobre um inquérito que investiga o presidente Michel Temer - e o substituiu por Rogério Galloro.

Comandar a "prioridade zero" do governo significa também que Jungmann voltará ao foco da tensão: uma das missões dele será acompanhar a intervenção federal na área de segurança pública do Rio de Janeiro, em andamento desde meados de fevereiro.[Jungmann nesta missão irá apenas acompanhar;  aceitável que dê algum palpite quando, e se, solicitado pelo general Braga.]
 
Antes mesmo de ser alçado ao posto, distribuiu declarações fortes sobre os planos da intervenção. Em entrevista coletiva, aventou a possibilidade de "mandados coletivos de busca e apreensão" e chegou a falar em "captura coletiva" de suspeitos. Mais recentemente, culpou usuários de classe média por sustentar o tráfico de drogas. [um dos poucos pontos em que o ministro Jungmann está totalmente certo - combatendo o consumo, o usuário, o noiado, se combate o tráfico - nos repetindo: não há tráfico sem demanda; não há demanda sem consumo e não há consumo sem usuário.
A legislação tem que ser mudada de modo a penalizar com rigor o usuário. É ele a causa de todo mal derivado do tráfico.
Mesmo assim essa sua postura inteligente sobre a causa principal do tráfico não é suficiente para compensar ter ficado do lado do MST no episódio havido em 2002 e relatado neste POST.]
 
O comportamento aguerrido não é novidade na trajetória do político, como prova outro episódio de sua carreira.  No dia 21 de setembro de 2009, o ex-presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltou às escondidas a seu país e foi à embaixada brasileira em Tegucigalpa, em busca de asilo político. A situação criou um impasse: as forças armadas do país cercavam a embaixada. Jungmann, que era deputado federal à época, chegou à embaixada no fim de setembro, como o coordenador de uma missão do Congresso. Um dos seus ex-assessores diz que Jungmann "sentou na cadeira do embaixador", tomando o controle da situação. Na manhã seguinte, declarações de Zelaya estavam em todos jornais brasileiros: bastava ligar para o pernambucano para falar com o ex-presidente hondurenho.

(...)

Até tu, Bruto?

Nos últimos anos, Jungmann também teve que responder a questionamentos relacionados à menção ao seu nome em uma planilha de propinas da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.

 MATÉRIA COMPLETA em BBC Brasil