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sábado, 9 de setembro de 2023

O canto sofrido no silêncio do peito - Percival Puggina

        Ao longo do dia de ontem, abri duas exceções à sábia decisão de não mais assistir a alguns canais de televisão. Desconheço suas programações. A exceção consistiu em não mais de cinco minutos, somados os tempos perdidos diante da tela, vendo imagens mostradas em dois ou três desses veículos.

Em pensamento, exclamei: “Bem feito!”. Colheram o que plantaram, numa sinistra mistura para a qual uns contribuíram com arrogância, tirania, desprezo às leis da República, à sociedade e suas opiniões, enquanto outros aportavam doses maciças de submissão, omissão, cumplicidade e semeadura de ódio. Imagino o que ia nas mentes de ambas as vertentes que ali se amalgamavam, constrangidas, diante da silenciosa e gigantesca vaia nacional!

A quem era essa vaia dirigida? A quem? É pouco provável que alguém, ali, escapasse ao desdém expresso no silêncio federal, estadual e municipal daquelas horas.  

Os dias anteriores evidenciaram o zigue-zague das avaliações oficiais. Segundo a Gazeta do Povo, o ministro Flávio Dino alertou o governo do Distrito Federal para possíveis atos organizados pelas redes sociais e colocou a Força Pública à disposição. 
O governo federal constituiu um Gabinete de Mobilização Institucional e o governo do Distrito Federal afirmou que as corporações (Polícia Civil e Polícia Militar) estavam vigilantes contra eventuais ameaças. 
Pouco depois, as notícias eram de que o ambiente nacional estava tranquilo. Cemitérios são, sim, locais bastante tranquilos. O féretro da liberdade, também.

Há um provérbio que parece aplicável ao caso sobre a má experiência de certo gato com água quente, mas o felino da história não pôs a água para ferver.

O jornal O Globo, em acesso de lulismo, deixou de lado o xoxo evento de 2023 e atacou o do ano passado, Bolsonaro e suas aparentemente “injustificáveis” críticas a ministros do STF
À época, lembro bem, alguns ativíssimos protagonistas do ambiente político nacional badalados pela Folha, pelo Estadão e pelo O Globo haviam decidido que era pouco saudável emitir opinião negativa a seu respeito. 
 
O 7 de setembro de 2023 tornou-se uma espécie de identificação facial, facilmente reconhecível, da triste “democracia” brasileira. Democracia entre aspas, sim, transformada em serventia dos donos do poder. 
Durante anos, parcela expressiva da sociedade brasileira gritou nas ruas e praças do Brasil para instituições cujas maiorias lhe viraram as costas. Muitos pagaram caríssimo pelo atrevimento de dissentir.

Silenciar neste 7 de setembro não é sinal de consentimento. Bem ao contrário, equivaleu a um ruidoso ato de resistência para quem o amor à Pátria cantou sofrido no silêncio do peito.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Comunista, futura ministra da Ciência de Lula já foi condenada por improbidade

Luciana Santos teria cometido irregularidades quando foi prefeita de Olinda; ela nega as acusações da Justiça 

[temos o pensamento de que se o apedeuta eleito,vier a formar um ministério, no mínimo, 31 ministros serão identificados pelo prontuário policial.] 

A comunista Luciana Santos (PCdoB-PE), futura ministra da Ciência e Tecnologia do futuro governo Lula, foi condenada por improbidade administrativa em 2019. A Justiça responsabilizou Luciana e seus servidores por um contrato fraudulento para a gestão do parque energético e de iluminação de Olinda, por meio de uma licitação de 2004. Naquele ano, Luciana era prefeita da cidade.

A decisão fixou multa de cinco vezes o salário que recebia como chefe do Executivo municipal, além de um período de seis anos de inelegibilidade. Na época, Luciana afirmou que a condenação não comprovou o desvio de recursos públicos e que a obra fora aprovada pelo Tribunal de Contas de Pernambuco. Ela recorreu, mas ainda não há decisão da segunda instância sobre o caso.

Luciana é vice-governadora de Pernambuco e presidente do PCdoB. Formada em engenheira, foi deputada por dois mandatos, em 2011 e 2019, quando chegou a integrar as comissões de Ciência e Tecnologia Câmara. A comunista vai chefiar a pasta dada por Lula a partir de 1° de janeiro de 2023. O presidente eleito elogiou o fato de ela ser uma mulher integrando o primeiro escalão.

Leia também: “O ministério de Lula é um pesadelo”, reportagem de Silvio Navarro publicada na Edição 143 da Revista Oeste

Redação - Revista Oeste


segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Mauro Ricardo Costa: O problema não está na receita, está na despesa

Veja -  Por Cristyan Costa

Entre outros assuntos, o especialista em crises fiscais destaca a urgência de uma ampla reforma administrativa

"A  crise fiscal no Brasil surge a partir da Constituição de 1988, quando inúmeros benefícios foram concedidos aos funcionários públicos e houve mudanças no sistema tributário”, resumiu Mauro Ricardo Costa, secretário municipal do Governo de São Paulo, no programa Perguntar não Ofende, da rádio Jovem Pan. “Os servidores eram celetistas, ou seja, se aposentavam no regime geral da Previdência”, explicou. “A partir de 1988, foram considerados estatutários e passaram a ter suas aposentadorias integrais pagas pelo Tesouro federal, estadual ou municipal. Houve um déficit significativo na Previdência social”. Por isso, a reforma na Previdência tornou-se essencial para equilibrar as contas públicas.

De acordo com Mauro Ricardo, o Brasil gasta mais do que arrecada desde que o governo federal decidiu estimular estados e municípios a fazer operações de crédito para investimento, o que resultou em desequilíbrio fiscal. “Ocorre que os recursos próprios dos entes federativos foram direcionados para aumentos na folha de pagamento, inflando os salários dos servidores acima da capacidade do Estado”, constatou. Segundo Mauro Ricardo, há recém-chegados ao serviço público ganhando R$ 20 mil reais. Além de o servidor se aposentar mais cedo que os trabalhadores da iniciativa privada, não são poucos os que ganham acima do teto salarial oficial. “Isso tem de ser rediscutido”, enfatizou o entrevistado. “Precisamos de uma reforma administrativa”. [um lembrete:  
o cidadão é formado em Direito, competente, tem alguma experiência na área, realiza um concurso público complexo, é aprovado com boa classificação, e ingressa no serviço público ganhando o inicial do cargo.
Tem todos os requisitos para ser um excelente analista, magistrado, promotor.
Vai deixar de ganhar um inicial de digamos R$ 20.000,00, apenas por não ter anos de serviço público?
Se reduzir o inicial, logo estaremos sem funcionários públicos qualificados, ou sem membros do Poder Judiciário ou do MP, no inicio da carreira.]