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segunda-feira, 10 de abril de 2023

A esquerda latinizou a América - Rodrigo Constantino

 Revista Oeste

O que sempre diferenciou a América de países latino-americanos foi o respeito ao império das leis

 Donald Trump enfrenta 34 acusações criminais, que acarretam uma sentença máxima de 136 anos | Foto: Reprodução/Twitter

Donald Trump enfrenta 34 acusações criminais, que acarretam uma sentença máxima de 136 anos | Foto: Reprodução/Twitter 
 
Donald Trump é o primeiro ex-presidente norte-americano indiciado que pode acabar preso. Para tamanho acontecimento, sem precedentes, imagina-se algum crime terrível, tipo abusar de estagiárias na Casa Branca e depois mentir no Congresso, cometendo perjúrio
Mas não foi nada disso. Ele está sendo investigado pelo procurador distrital de Nova Iorque por pagar US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels, para que ela supostamente silenciasse sobre um relacionamento entre ambos.  

A acusação é extremamente frágil do ponto de vista legal, e vem sete anos depois, quando outros procuradores decidiram não seguir por caminho tão tortuoso. Para sair de “misdemeanor” para “felony” é preciso provar que o pagamento foi pela campanha de Trump, e não uma despesa pessoal dele para simplesmente impedir um escândalo particular. 

Mesmo comentaristas da imprensa esquerdista atestam a fragilidade do caso. Eis a verdade: a esquerda democrata persegue Trump faz tempo. Ele era um alvo em busca de um crime — ou mesmo um pretexto de crime —, o que difere bastante do império das leis, em que crimes são descobertos e depois se encontra o culpado. 

Ninguém vai conseguir negar o caráter político da decisão, ainda mais quando se sabe que o procurador Alvin Bragg teve sua campanha financiada pelo esquerdista George Soros
Prender Trump é uma obsessão da esquerda faz tempo, e nunca conseguiram nada substancial. Sem achar pelo em ovo, tiveram de desenhar um. [a mesma obsessão domina a esquerda brasileira, só que a esquerda os 'states', sendo menos burra, nada consegue, imagine a  do Brasil, burra, estúpida, idiota e incompetente.]
soros
George Soros, empresário e filantropo húngaro-americano, 
apoiador de movimentos que defendem ideologias de esquerda
 Foto: Reprodução/Flickr

Ron DeSantis, governador da Flórida, Estado onde Trump reside, comentou: “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o Estado de Direito de cabeça para baixo. É antiamericano. O procurador distrital de Manhattan, apoiado por Soros, tem rasgado a lei para rebaixar os crimes e justificar a má conduta criminal. No entanto, agora ele está forçando a lei para atingir um oponente político. A Flórida não ajudará com um pedido de extradição, dadas as circunstâncias questionáveis ​​em questão com este promotor de Manhattan apoiado por Soros e sua agenda política”. 

O que sempre diferenciou a América de países latino-americanos foi o respeito ao império das leis. É verdade que, mesmo para pegar Trump, o sistema podre teve de buscar algum respaldo na lei, por mais patético que seja. Só isso já é um pouco melhor do que aquilo que se passa no Brasil, onde jornalistas são presos, censurados e têm contas bancárias congeladas e passaportes cancelados sem qualquer crime possível dentro do Código Penal ou da Constituição. 

Não obstante, isso é um passo perigoso dos democratas que abre precedente assustador. Qualquer procurador estadual poderá agora perseguir presidentes. Pode ser um tiro no pé politicamente, pois vai acabar fortalecendo a campanha de Trump nas primárias, já que ninguém aceita esse grau escancarado de perseguição. Mas representa um esgarçamento institucional lamentável para o país. 

É nessas republiquetas que o império da lei é substituído pelo arbítrio, que a coisa pública vira “cosa nostra” e o Estado acaba visto como um puxadinho do clã no poder

Quando até a revista The Economist, defensora de Obama, constata que processar Trump pelo caso da atriz pornô Stormy Daniels “parece um erro”, argumentando que a “acusação de pagamento de suborno é incerta e técnica demais para a claridade que os EUA precisam”, sabemos que os democratas estão exagerando demais na dose e colocam a nação em perigo. 

Diz a revista esquerdista britânica:Mas tratar um ex-presidente como um cidadão qualquer é uma faca de dois gumes. Procuradores, como o promotor de Justiça de Manhattan, possuem critério e arbítrio para decidir que casos investigam. Eles devem levar em conta a gravidade do caso, a probabilidade de garantir uma condenação e o interesse público no processo. O último elemento é o mais contencioso. Aproximadamente metade do público norte-americano tem total interesse em responsabilizar Trump; a outra metade crê que ele é vítima dos promotores e dificilmente percebe a decisão da Corte de ir adiante com o julgamento como imparcial”. 

Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

“Acredito que o caráter e a conduta do presidente Trump o tornam inadequado para o cargo”, disse o senador Mitt Romney, crítico de Trump, em um comunicado. “Mesmo assim, acredito que o promotor de Nova Iorque se esforçou para chegar a acusações criminais, a fim de se adequar a uma agenda política, acrescentou.  

Elon Musk zombou dos democratas por seu duplo padrão hipócrita. Musk respondeu a uma postagem na mídia social do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (D-NY), que afirmou que Trump “terá um julgamento justo que siga os fatos e a lei” e exortou os apoiadores de Trump a permanecerem pacíficos, com um aviso de que o povo norte-americano perderá a confiança no sistema de Justiça se os processos forem vistos como políticos e unilaterais. “Para evitar perder a confiança do público norte-americano, é importante que nosso sistema de Justiça persiga democratas e republicanos com igual vigor”, comentou Musk. “Qualquer partido que coloque a justiça antes do nepotismo é aquele que merece confiança.”

Quando Trump disse que Hillary Clinton tinha de ser presa pelo escândalo do servidor de e-mails, a mídia ficou em polvorosa. Agora a mesma imprensa aplaude o abuso de poder para tentar eliminar seu desafeto da corrida eleitoral. O cerne da questão aqui é a mentalidade de que os nobres fins justificam quaisquer meios. Essa tem sido a desgraça norte-americana nos tempos atuais, uma herança soviética, uma mentalidade perigosa. 

Parte-se da premissa (falsa ou questionável, no mínimo) de que Trump representa uma ameaça à democracia, e depois justifica-se tudo para “salvar” a democracia, inclusive o uso do aparato estatal para perseguir de forma abusiva o ex-presidente. Tem sido assim desde 2016: os que mais acusam Trump de colocar em risco a democracia norte-americana são os que não se importam de esgarçar o tecido institucional republicano para destruir um político. 

Isso é coisa de país latino-americano, convenhamos. É nessas republiquetas que o império da lei é substituído pelo arbítrio, que a coisa pública vira “cosa nostra” e o Estado acaba visto como um puxadinho do clã no poder. É um momento muito triste para a América, e não são poucos os que percebem o estrago e lamentam profundamente o ocorrido. Para tanto não importa — ou não deveria importar — o que se pensa de Trump em si. Ninguém está acima da lei, mas tampouco deve alguém ser alvo arbitrário da “lei”. 

Mapa da América do Sul | Ilustração: Shutterstock

No Brasil, como não poderia deixar de ser, petistas e tucanos estão em polvorosa tentando encontrar paralelos e imaginar que Bolsonaro será o próximo a ser indiciado ou preso, ainda mais quando, por coincidência, no mesmo dia da ida de Trump a Nova Iorque foi seu depoimento à Polícia Federal, por conta das tais joias sauditas recebidas de presente. O duplo padrão da esquerda também salta aos olhos no Brasil, claro, já que Lula e Dilma receberam inúmeros presentes valiosos e levaram para suas casas, de forma indevida. 

Gleisi Hoffmann, presidente do PT e companheira dos ditadores comunistas do mundo, escreveu: “Trump preso por 34 acusações criminais. Amanhã tem Bolsonaro depondo na PF. Tic tac tic tac…”. Ela acrescentou: “Bolsonaro escondeu caixas de presentes estrangeiros do Estado, há múltiplos indícios de que seu ministro da Justiça armou pra impedir eleitores de votar, inquérito da minuta do golpe tá quicando. Assim como Trump, ficha corrida do amigo genocida é grande”. [essa petista tem problemas de inteligência e de pensamento,por isso expele pela boca  tanta ... . ]

A esquerda tucanopetista corre desesperada para encontrar ou mesmo inventar algum crime contra líderes políticos da direita, pois assim podem manter a “alternância” de poder contida dentro do teatro das tesouras, tudo em casa, apenas um jogo de cena para ver quem da esquerda vai assumir o comando naquele momento. 

Como os políticos conservadores gozam de amplo apoio popular, é preciso usar todo o aparato estatal para persegui-los e a censura nas redes sociais para tentar calar os influenciadores que denunciam o esquema. O sistema podre e carcomido, até aqui, tem se saído vitorioso. Resta saber até quando, pois é preciso combinar com os “russos”… 

Leia também “Massacre trans”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Dois passos para o crescimento

Jair Bolsonaro tentou apresentar em Davos um Brasil atraente para o investidor, mas o primeiro atrativo, em condições normais, é a perspectiva de expansão dos negócios

O presidente Jair Bolsonaro tentou apresentar em Davos um Brasil atraente para o investidor estrangeiro, mas o primeiro atrativo, em condições normais, é a perspectiva de expansão dos negócios. Essa perspectiva depende hoje, em primeiro lugar, do programa de ajustes e de reformas. Sem avanço na reforma da Previdência, nem o modesto crescimento econômico previsto para este ano e para próximo está garantido. Esse prosaico detalhe foi lembrado por um experiente analista do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gian Maria Milesi-Ferretti, numa entrevista coletiva sobre as novas projeções para a economia global. Segundo as novas estimativas, o Brasil cresceu 1,3% em 2018 e deve crescer 2,5% neste ano e 2,2% no próximo. 

Projeções são condicionadas por pressupostos, e um dos mais importantes, neste caso, é a execução normal dos programas de arrumação das contas públicas e, especialmente, de modernização do sistema de aposentadorias e pensões. Os grandes investidores participantes do Fórum Econômico Mundial sabem disso. As palavras de Milesi-Ferretti, diretor adjunto do Departamento Econômico do FMI, apenas adicionam um sinal de alerta às novas estimativas de expansão do Brasil. Mesmo sem a advertência, os números projetados para o Brasil pelos técnicos do FMI justificam pouco otimismo. Indicam apenas um desempenho melhor que o dos anos anteriores, mas nem de longe uma nova fase de prosperidade. Mostram basicamente uma recuperação cíclica, depois de uma funda recessão. Na melhor hipótese, o País poderá retomar o nível de atividade anterior à crise, eliminando a ociosidade criada nos últimos anos. Atingir um patamar superior será mais complicado. 

O desafio imediato para o novo governo, portanto, é consolidar a recuperação. O controle das finanças públicas, incluída a reforma da Previdência, é condição para qualquer lance mais ambicioso. Para conduzir o País a um novo patamar de atividade será preciso a capacidade produtiva e, como consequência, o potencial de crescimento econômico. O cálculo desse potencial é complicado e incerto, mas as estimativas têm convergido para algo próximo de 2,5% ao ano, nas atuais condições do País. Para se aproximar dos padrões observados em economias emergentes mais dinâmicas, o Brasil dependerá de investimentos produtivos muito maiores que os calculados, por exemplo, nos últimos dez a quinze anos. 

O investimento bruto em capital fixo – máquinas, equipamentos e construções, incluídas obras de infraestrutura – tem sido frequentemente inferior a 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Taxas próximas de 24% do PIB têm sido observadas em países latino-americanos com desempenho melhor que o do Brasil. Na Ásia, níveis ainda mais altos de investimento fixo têm permitido crescimento econômico acelerado por longos períodos.
As más condições das finanças públicas são o primeiro e mais visível obstáculo a níveis mais altos de investimento. O governo despoupa, investe pouco e devora recursos privados para cobrir o enorme rombo fiscal. Um dos vários efeitos malignos desse desajuste é a permanência de juros muito altos pelos padrões internacionais. A atração de capital externo pode elevar a poupança disponível e contribuir para maior investimento, mas essa atração provavelmente dependerá de melhores perspectivas para as finanças públicas. 

Maior confiança, alimentada por melhora sensível nas condições financeiras do governo, também poderá impulsionar o investimento privado nacional. O governo terá de participar duplamente dessa mudança, consertando suas contas e promovendo, ao mesmo tempo, maior investimento em infraestrutura, condição indispensável para o aumento geral da produtividade e do poder de competição do País. Também será preciso cuidar mais da qualidade dos projetos e de sua execução. Será indispensável, enfim, dar muito mais atenção à atualização tecnológica e à formação de capital humano desde o ensino fundamental. Por enquanto, sobram razões de preocupação quanto à qualidade da política educacional. Erros nessa área tornarão muito mais difícil a acomodação efetiva do Brasil no século 21 e na economia 4.0.

Editorial - O Estado de S. Paulo
 

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Nada justifica a revisão da Lei da Anistia



Perdão foi aprovado pelo Congresso, depois de negociado por líderes da oposição, e incluído na Constituição

O assassinato do jornalista Vladimir Herzog, nas dependências do DOI-Codi, um dos braços da repressão política durante a ditadura militar, em 1975, em São Paulo, passou a ser um referencial histórico daqueles tempos inomináveis. Que se pretende deixar no passado.  O assunto, que não pode mesmo ser esquecido, costuma voltar, porém, embalado na resistência que persiste, em certos grupos, à Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso, de forma livre, em 1979, embora ainda em um governo militar, de João Baptista Figueiredo, mas com o regime nos estertores.

No Brasil, ao contrário de outras ditaduras no continente, a redemocratização negociada — é sempre melhor assim — envolveu amplos espectros da oposição e da sociedade em geral, o que concedeu à mudança do regime elevada dosagem de legitimidade.  O mesmo aconteceu com a Lei da Anistia, responsável por abrir as portas do país para a volta dos refugiados, um símbolo da reconciliação nacional. Mas esses processos são mesmo difíceis, embora o tempo ajude a diluir heranças indesejáveis.

Nem todas, como é o caso do assassinato de Herzog por meio de tortura, morte simulada de forma tosca. Sequer o deputado Jair Bolsonaro (PSL), militar reformado, candidato da extrema-direita na campanha presidencial, leva a sério o suicídio simulado de Herzog, como demonstrou na entrevista que concedeu ao “Roda Viva”, na segunda-feira.
Entre os bolsões que resistem à anistia de 79, estão familiares das vítimas. Muito compreensível. O Ministério Público Federal insiste em reabrir o caso, mesma posição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, à qual o Brasil não deve obediência. Até porque o Supremo já rejeitou a revisão da lei.

É importante saber que a Lei da Anistia, além da legitimidade que tem, está lastreada em sólida institucionalidade. Entre os que a defendem, está o insuspeito advogado José Paulo Cavalcanti, membro da Comissão da Verdade, instituída para tratar dos crimes da ditadura militar.

Cavalcanti lembra que, ao contrário do que aconteceu em outros países latino-americanos, a transição para a democracia no Brasil não ocorreu para grupos civis do velho regime. Alguns se mantiveram na política, como José Sarney, mas o poder foi ocupado pelos que resistiram à ditadura.  Além disso, a própria lei foi incluída na Constituição pela Emenda 26, em 1985, de forma negociada com os militares, por líderes como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Raymundo Faoro. Assim, os militares conseguiram anistiar os autores do atentado ao Riocentro, em 81, um deles ainda vivo. Foi um preço baixo para garantir a redemocratização.

Não faz, portanto, sentido, quando o Brasil completa três décadas de estabilidade na democracia, o mais longo período ininterrupto na República, tentar trazer de volta um passado já digerido pelas instituições.

Editorial - O Globo