Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Juntos, o STF e o
Poder Executivo governam o país sem nenhum tipo de concorrente ou de
oposição capaz de impedir qualquer dos seus movimentos
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
O Brasil, dia após dia, está se transformando num país soviético. Com o consórcio formado pelo Supremo Tribunal Federal e as facções que dão suporte ao presidente da República, o Brasil, cada vez mais, só tem governo — não tem população.
Como na Rússia comunista, e em todos os regimes que surgiram à sua semelhança, de Cuba à China, o país está a caminho de ficar sem instituições; elas não foram eliminadas oficialmente, mas cada vez valem menos. Os cargos públicos que têm influência real na máquina do Estado vão sendo ocupados, a cada escolha, por aliados que o consórcio impõe. Na prática, há um regime de partido único, a sociedade Lula-STF — os outros partidos fazem alguns ruídos, mas não conseguem controlar nem uma CPI que eles mesmos propõem, e podem ser multados em R$ 22 milhões se apresentarem uma petição à Justiça suprema.
Há um Congresso Nacional; na Rússia soviética também havia.
Mas as leis aprovadas pelos deputados são simplesmente anuladas pelo STF,na hora em que ele quer, e seja o assunto que for.
É o que está acontecendo com a lei sobre terras indígenas, aprovada na Câmara por 283 votos a 155, mas a caminho de ser declarada nula pelos ministros — como a Lei nº 14.950, sobre o mesmo assunto.
A maior parte da imprensa se dedica à adoração de Lula, do seu governo e do ministro Alexandre de Moraes.
Funciona, na vida real, como um grande Pravda, escrito e falado em português — e muitas vezes em mau português.
Luiz Inácio Lula da Silva, Alexandre de Moraes e Rosa Weber (12/12/2022) | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Ainda
falta um bom caminho para chegar lá, e a República Soviética do Brasil,
pelo menos por enquanto, está se limitando a eliminar a liberdade
política. (Na Rússia comunista, por exemplo, não havia, nem há, Parada
Gay; também era preciso passaporte interno para ir de uma cidade à
outra, e a lista telefônica de Moscou era segredo de Estado, entre
outras curiosidades que só o comunismo foi capaz de criar.)
Mas é
exatamente para lá, um regime totalitário mais ao estilo do século 21 e
fabricado basicamente com peças de produção nacional, que o país está
indo. Faça uma pergunta simples: quem vai impedir, se são o STF e o
Sistema “L” que escrevem as leis e decidem o que é legal e o que é
ilegal?
Não vão ser, com certeza, as Forças Armadas, que de cinco em
cinco minutos declaram-se a favor da “legalidade”, ou seja, do que o
consórcio STF-Lula diz que é a legalidade.
De mais a mais, os
comandantes militares estão a favor desse partido único que hoje governa
o país; entregaram para a polícia, trancados em ônibus, os cidadãos que
protestavam contra o resultado das eleições, em manifestação legítima,
em frente ao QG do Exército em Brasília.
Não será o Judiciário, que é
apenas uma grande repartição pública comandada pelo STF.
Não será,
obviamente, o Congresso, que não existe mais como força política
efetiva.
Não serão os 150 milhões de brasileiros que estão ocupados o
dia inteiro com a sua sobrevivência física, e não têm tempo para tratar
de política. Em suma: não é ninguém.
Em que país
sério do mundo, esses mesmos onde Lula faz “política externa” turística
se hospedando em hotéis com diária de quase R$ 40 mil, o presidente, rei
ou primeiro-ministro nomeia seu advogado pessoal para a Suprema Corte?
Nem Stalin fez isso; é verdade
que ele não tinha advogado, e nunca precisou de um, mas o fato é que não
fez. Lula, na verdade, governa sem nenhum freio — pois um dos freios, o
Judiciário, é seu sócio no partido único, e o outro, que seria o
Legislativo, não é capaz de frear nada, mesmo porque, quando tenta frear
alguma coisa, o STF vem e diz que não vale. O resultado prático é que
Lula compra sofás de R$ 65 mil para a decoração de sua residência — com
dinheiro do pagador de impostos, é claro.
Compra um novo Airbus para o
seu transporte pessoal. Recebe em Brasília um ditador que tem a cabeça a
prêmio por US$ 15 milhões, por tráfico internacional de drogas. Faz o
que quer, e o que o STF deixa.
A união soviética brasileira não é um“copiar
e colar” da antiga URSS; embora leve mais ou menos aos mesmos
resultados, em termos de criar uma ditadura efetiva na vida pública, é
basicamente coisa de construção tupiniquim, sem maiores filosofias
políticas como o original em alemão. Não houve nenhuma revolução, nem a
tomada do Palácio de Inverno ou a descida de Sierra Maestra.
Sua chave é
o acordo de acionistas entre o STF e o Poder Executivo, tal como ele é
encarnado por Lula — juntos, governam o país sem nenhum tipo de
concorrente ou de oposição capaz de impedir qualquer dos seus
movimentos.
Os ministros, para ficar só no mais grosso, eliminaram as
leis brasileiras para tirar Lula da cadeia, onde cumpria pena pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e para anular todos
os processos penais contra ele, de modo a possibilitar a sua candidatura
à Presidência da República.
Em seguida, através do TSE, comandaram a
campanha mais escura, contestada e parcial da história eleitoral
brasileira, com um sistema de urnas eletrônicas que não é utilizado em
nenhuma democracia do planeta; contaram os votos e declararam que Lula
tinha ganhado.
Em troca, o Sistema “L” aceita tudo o que o Supremo quer
que se faça, em qualquer área ou ocasião.
Juntos, escolhem os novos
integrantes do TSE, que passa a ser 100% controlado pelo consórcio, e
combinam quem será o novo procurador-geral da República, o que elimina o
Ministério Público como força independente na vida pública brasileira,
conforme estabelecido na Constituição.
São decisões tomadas em
churrascos hermeticamente fechados e isolados do resto do mundo em
Brasília, com a proibição da entrada de celulares no recinto. Que diabos
de “instituições” resultam de um negócio desses?
Na
verdade, as instituições e os deveres obrigatórios de uma república ou
das verdadeiras democracias estão sendo eliminados, um depois do outro,
pelas decisões tecnicamente legais do consórcio STF-Lula. O presidente,
em meio à indiferença da população e à anestesia moral que marca o
Brasil de hoje, nomeia o seu advogado pessoal para a vaga existente no
STF — o seu advogado pessoal, nada menos que isso.
A mídia, o mundo
político e as classes intelectuais fingem que a nomeação é uma coisa
normal, ou quase normal.
Não chama a atenção de ninguém um fato muito
simples: é impossível, no mundo das realidades, que o novo ministro tome
qualquer decisão minimamente contrária aos interesses do presidente da
República — ou alguém acredita, honestamente, que ele possa ser
imparcial nas suas sentenças, como é exigência elementar de qualquer
democracia decente?
Há
eleições no Brasil, mas também há o TSE — e enquanto houver o TSE as
eleições não valem nada, ou só valem o que a “Justiça Eleitoral” diz que
valem.
O TSE, hoje, é uma polícia política integralmente a serviço do
governo.
É uma aberração que consegue gastar R$ 10 bilhões por ano,
mesmo nos anos em que não há eleição nenhuma, e não tem similar em
nenhuma democracia séria do mundo — a começar pelo fato de que se dá o
direito de cassar mandatos de deputados federais ou de quem lhe der na
telha. Acaba de acontecer.
Cassaram o mandato do deputado Deltan
Dallagnol, por vingança pessoal de Lula, sem o mais remoto vestígio de
legalidade;
foi uma decisão de AI-5, com umas fumaças de procedimento
jurídico que não enganariam uma criança com dez anos de idade.
O
resultado é que o consórcio anulou a decisão legítima dos eleitores do
Paraná; pior ainda, nomeou de forma grosseira o novo ocupante da vaga
que foi aberta pela cassação, colocando no lugar de Dallagnol, que teve
350 mil votos, um outro que teve 12 mil.
Que tal, como limpeza, ou mera
lógica, do sistema eleitoral?
Preparam-se, agora, para cassar os
direitos políticos de Jair Bolsonaro, única e exclusivamente porque
identificam nele um possível candidato que se opõe com chances de
sucesso ao partido único STF-Lula.
É uma medida preventiva, ou de back-up
antecipado — estão agindo como se as próximas eleições presidenciais
pudessem ser diferentes das de 2022, do ponto de vista operacional do
TSE.
De novo, como no caso do deputado Dallagnol, a proibição para
Bolsonaro disputar eleições, ou ter qualquer participação na política
brasileira, é 100% ilegal.
A desculpa é que ele manifestou dúvidas sobre
a perfeição do atual sistema de urnas eletrônicas, só adotado, além do
Brasil, em dois países, Butão e Bangladesh. Poderia ser qualquer outra
coisa: genocídio, assassinato de índios, quilombolas e gays, defesa da
cloroquina.
Como é possível, com um mínimo de racionalidade, tornar
alguém inelegível porque ele disse que tinha dúvidas sobre um sistema de
votação obviamente sujeito a todo tipo de dúvida?
Antes disso, por um
despacho do ministro Alexandre de Moraes, o STF cassou sem nenhuma
formalidade legal o mandato do governador de Brasília.
Depois devolveu,
por outro despacho do mesmo Alexandre de Moraes — mas o governador,
hoje, é capaz de jurar que o triângulo tem quatro lados, se os ministros
assim quiserem.
Com
o Congresso é o mesmo tipo de calamidade.
O que adianta pagar R$ 14
bilhões por ano para manter um Congresso cujas leis podem ser anuladas a
qualquer momento, e sem razão nenhuma, pelo Supremo? Não é só o marco
temporal.
Já foi a mesma coisa com a anulação da lei que determinava o cumprimento da pena em prisão fechada para réus condenados em segunda instância,o que tirou Lula do xadrez da Polícia Federal onde ficou trancado durante 20 meses. Promete ser assim, daqui a pouco, com a lei, perfeitamente aprovada pelo Congresso, que tornou voluntário o pagamento do imposto sindical — o efeito imediato dessa lei, obviamente, foi que nenhum trabalhador brasileiro quis pagar mais. O que poderia representar com mais perfeição a vontade do povo?
Mas Lula quer que o imposto volte
a ser obrigatório, e o STF se prepara para atender a exigência.
O
ministro que foi encarregado de resolver o problema argumenta que hoje
os “tempos são outros” — um raciocínio realmente espantoso, levando-se
em conta que os tempos estão em mudança perpétua e, por via de
consequência, nenhuma lei aprovada no passado é válida no presente.
Fazer o quê? Esse Congresso Nacional que está aí não é capaz sequer de
proteger os mandatos dos seus próprios deputados; não é capaz de nada. A
“Mesa” da Câmara dos Deputados concordou oficialmente com a cassação de
Dallagnol. Já havia concordado, não faz muito tempo, com a prisão por
nove meses do deputado Daniel Silveira, também por ordem do ministro
Moraes.
É diretamente contra a lei. A Constituição diz que um deputado
federal só pode ser preso em flagrante, e pela prática de crime
inafiançável;Daniel Silveira não foi preso em flagrante nem cometeu
nenhum crime inafiançável. E daí? Foi preso do mesmo jeito.
Aliás, está
preso de novo hoje, desta vez por não usar a tornozeleira eletrônica que
o ministro lhe impôs, apesar de ter recebido um indulto absolutamente
legal do ex-presidente Bolsonaro; o STF, como nas leis aprovadas pelo
Congresso, decidiu que o indulto não vale. Esperar o que, se o
presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira, está disposto a assinar a
cassação do seu próprio mandato, se receber ordem do STF? Não há nada a
esperar.
Daniel Silveira | Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
A
República Soviética do Brasil não acabou com a propriedade privada — e
nem parece a ponto de acabar, quando se considera a ilimitada quantidade
de propriedades estritamente privadas que os membros do consórcio têm.
Também não tornou legal, pelo menos até agora, a coletivização da terra —
apesar da paixão de Lula pelo movimento semiterrorista que invade
propriedades rurais, destrói bens e pratica violência armada, sem que um
único de seus agentes seja jamais incomodado pelo sistema judicial. Mas
já organiza e hospeda, em Brasília, reuniões do seu próprio Comintern,
a que hoje se dá o nome de “Foro de São Paulo” e que cobra inscrições
em dólar. Está montando uma máquina estatal de estilo soviético, que só
serve ao partido e está mais distante do povo brasileiro do que a Terra
da Lua. O Ministério da Justiça, logo esse, já é comandado por um
comunista de carne e osso; ele mesmo, aliás, já disse que é comunista
“graças a Deus”. É para aí que vai a procissão.
Presidente reiterou posições conhecidas sobre Amazônia, direitos humanos, ideologia e relações internacionais
O presidente Jair Bolsonaro abriu nesta terça-feira os
debates gerais na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, sob
pressão para tentar reverter a imagem negativa de seu governo no
exterior. O discurso era cercado de expectativas, após o presidente
brasileiro protagonizar polêmicas com outros líderes mundiais e a má
repercussão dos incêndios na Amazônia. Veja quais foram os principais
recados enviados por Bolsonaro em seu discurso.
Ideológicos são os outros
Ao mesmo tempo em que atacava “sistemas ideológicos de pensamento” que,
segundo ele, não “buscavam a verdade”, mas o "poder absoluto", Bolsonaro
fez um discurso de alta carga ideológica, na qual atribuiu todos os
males do Brasil e do mundo ao socialismo e à esquerda, sem fazer
distinção entre a social-democracia e as ditaduras de partido único
comunista. Já na abertura — como já havia feito em seu discurso de
posse e em outros pronunciamentos, incluindo na Casa Branca em março
deste ano —, ele disse que assumiu um país “à beira do socialismo”. Como
suposta evidência disso, citou os médicos cubanos que trabalhavam no
programa Mais Médicos.
Sem chegar a usar a expressão “marxismo cultural” — uma das favoritas
dos seguidores do guru da direita Olavo de Carvalho, entre eles o
chanceler Ernesto Araújo, seu filho Eduardo Bolsonaro e o assessor
internacional do Planalto Filipe Martins, que o ajudaram a redigir o
discurso —, o presidente disse que a “ideologia se instalou” na
cultura, na educação e na mídia, [tentando, sem êxito, até agora, apesar de algumas supremas e infundadas intervenções do STF.] dominando meios de comunicação,
universidade e escolas, destruindo a família, a “inocência das crianças”
e a fé em Deus.Atacou o “politicamente correto” e definiu a identidade
sexual como puramente “biológica”.
Por fim, criticou o que direita chama de“globalismo”, termo pejorativo
para as instituições e tratados globais, afirmando que os nacionalismos e
as soberanias não podem ser “apagadas” em nome de um “interesse global
abstrato”. Pouco antes do discurso de Bolsonaro, ao abrir os debates da
Assembleia Geral, o secretário-geral da ONU, António Guterres, que foi
primeiro-ministro de Portugal pelo Partido Socialista, havia destacado
que as crises internacionais devem ser resolvidas multilateralmente, mas
sem interferências indevidas nas questões internas das nações.
Defesa da ditadura
De modo não explícito, ao mesmo tempo em que atacava a ditadura do
Partido Comunista em Cuba e o regime venezuelano de Nicolás Maduro,
Bolsonaro reiterou a defesa das ditaduras militares instaladas no Brasil
e na maioria dos países da América Latina nos anos 1960. Disse que na
época houve uma “guerra” contra supostos agentes cubanos na qual "civis e
militares brasileiros" foram mortos, ignorando que o governo deposto em
1964 havia sido eleito e enfrentava tensões políticas internas
decorrentes de demandas populares pela ampliação da democracia e por
mais direitos sociais.
Por fim, não deixou de mencionar o Foro de São Paulo, uma obsessão de
círculos da direita que costumam superestimar sua influência, e que é
formado por mais de cem partidos políticos de várias correntes da
esquerda e centro-esquerda.
Sem reconhecer aumento das queimadas
Ao falar da Amazônia, Bolsonaro não reconheceu o aumento das queimadas
registrado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
atribuindo essas ocorrências ao “clima seco e aos ventos” desta época do
ano, “que favorecem queimadas espontâneas e criminosas”. Disse que os
índios também promovem queimadas, e que o Brasil é alvo de “ataques
sensacionalistas” de “grande parte da mídia internacional”. "É uma
falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade", afirmou.
Sobre os povos indígenas, reiterou que não haverá mais demarcações de
terras em seu governo. Citou as reservas ianomâmi e Raposa Terra do Sol,
dizendo que a cobiça pelos depósitos de minerais nesses locais motiva
as críticas ao seu governo, que, no entanto, já manifestou a intenção de
abrir essas áreas à exploração. Bolsonaro também voltou a atacar
organizações não governamentais que, segundo ele, "teimam em tratar
nossos índios como verdadeiros homens das cavernas".
Sem estender a mão a europeus
Ao falar da Amazônia, Bolsonaro manteve o tom de confronto com líderes
europeus como o francês Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel, que
fizeram críticas ao desmatamento da Amazônia e a sua política ambiental.
Sem mencioná-los pelo nome, disse que “um ou outro país embarcou nas
mentiras da mídia” e se comportou “com espírito colonialista”. Disse que
a França e a Alemanha exploram “mais de 50%” de suas terras para a
agricultura, enquanto o Brasil preserva a maior parte do seu território.
O presidente atacou, por duas vezes, o cacique Raoni, que esteve com
Macron e o criticou em fóruns internacionais. Bolsonaro, cujas
políticas levaram ao bloqueio do Fundo Amazônia, mantido pela Noruega e a
Alemanha, também disse “qualquer iniciativa de ajuda ou apoio” para a
preservação da floresta deve “ser tratada em pleno respeito à soberania
brasileira”. Na reunião do G7 na França, ao ser questionado sobre
propostas de internacionalização da gestão da Amazônia, Macron disse que
o debate existia e poderia ser travado no futuro, mas não estava posto
no momento.
Preferência por Trump O presidente americano, desde o início escolhido como aliado
preferencial pelo governo Bolsonaro — e que também atacou o “globalismo”
em seu discurso na ONU feito logo em seguida ao do brasileiro —, foi
citado nominalmente no discurso, deferência também reservada ao
argentino Mauricio Macri, que corre o risco de ser derrotado na eleição
de 27 de outubro. Segundo o presidente, Donald Trump evitou que o G7, o
grupo das sete maiores economias capitalistas, aprovasse sanções ao
Brasil pelas queimadas na Amazônia. Na verdade, não houve proposta de
sanções ao Brasil na última cúpula do grupo, na França, no final de
agosto.
Defesa do livre comércio
Embora a economia brasileira demore a se recuperar da recessão iniciada
em 2015, Bolsonaro traçou um quadro otimista dos efeitos da política
econômica do seu governo, afirmando que a “economia está reagindo” ao
“romper os vícios e as amarras de quase duas décadas de
irresponsabilidade fiscal, aparelhamento do Estado e corrupção
generalizada”. Destacou seu compromisso com a "liberdade econômica",
dizendo que "o livre mercado, as concessões e as privatizações" já se
fazem presentes no Brasil hoje, embora governos anteriores também tenham
privatizado e concedido ao setor privado a exploração de recursos
naturais e serviços públicos, como rodovias, aeroportos e fornecimento
de eletricidade.
O presidente fez uma defesa da abertura da economia, congratulando-se
pelos acordos firmados "em apenas oito meses"entre o Mercosul e a União
Europeia e entre o bloco sul-americano e a Área Europeia de Livre
Comércio, embora esses tratados já viessem sendo negociados nos governos
anteriores. A ratificação desses acordos de livre comércio, no entanto,
pode ser dificultada se o governo brasileiro mantiver a tensão no
relacionamento com dirigentes europeus.
Direitos humanos e a polícia
Bolsonaro disse que tem “compromisso intransigente” com os direitos
humanos, mas que esse compromisso “caminha junto com o combate à
corrupção e à criminalidade”. Quatro dias depois da morte da menina
Ágatha, de oito anos, atingida por um tiro disparado pela polícia no
Complexo do Alemão, no Rio, o presidente destacou a morte de policiais
militares decorrente da violência criminosa, mas não a de civis. No
início de setembro, o brasileiro atacou a comissária de Direitos Humanos
da ONU, a chilena Michelle Bachelet, depois que ela apontou, em
entrevista, o aumento dos homicídios cometidos pelas polícias dos
estados do Rio e de São Paulo. [quando a polícia se torna mais eficiente é natural que mate mais = polícia nas rua é mais bandido presou e/ou na vala.]
Ao falar do combate ao crime, o presidente destacou a extradição do
italiano Cesare Battisti, ex-militante de um grupo armado de extrema
esquerda, e de três opositores paraguaios que tiveram seu status de
refugiados no Brasil revogado, chamando-os indistintamente de
"terroristas". Não mencionou que o país tem uma longa tradição de asilo,
que beneficiou pessoas de diferentes ideologias, incluindo o ex-ditador
paraguaio Alfredo Stroessner.
Nesse item, Bolsonaro voltou a citar presidentes anteriores do Brasil
que desfrutavam de maior prestígio internacional do que o dele.
Mencionou a "segurança e a coragem" de Sergio Moro por ter julgado e
punido ex-presidentes, que segundo ele eram aplaudidos na ONU sem nunca
terem atendido "os reais interesses do Brasil" nem contribuído "para a
estabilidade mundial".
E MAIS: Bolsonaro na ONU: ‘Repercussão ruim entre adversários é sinal que discurso foi muito bom’, diz Augusto Heleno Aceno aos militares
Bolsonaro fez um aceno específico aos militares ao falar da participação
do Brasil em missões de paz das Nações Unidas no Haiti, no Líbano e na
República Democrática do Congo. Não mencionou que todos os postos de
destaque obtidos pelo Brasil nessas missões foram negociados em governos
anteriores ao seu, e que sua intenção de classificar o Hezbollah como
"terrorista" pode pôr em risco o papel do Brasil no país do Oriente
Médio, onde o movimento xiita participa do governo.
O presidente disse que os contingentes brasileiros “são reconhecidos
pela qualidade do seu trabalho e pelo respeito à população” e que o país
continuará contribuindo para as missões de paz, mencionando a
experiência brasileira no treinamento e na capacitação de tropas.
Integrantes do seu governo, como Augusto Heleno, ministro do Gabinete de
Segurança Institucional, lideraram forças de paz da ONU. Heleno também
participou da redação do discurso de Bolsonaro na ONU.