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sábado, 17 de setembro de 2022

O misterioso caso de um certo sítio na Serra do Itapetinga - Percival Puggina

O rapaz, de nome Fernando, acalentava o sonho de possuir um sítio na aprazível Serra do Itapetinga para ali reunir amigos e familiares em momentos de convívio. Como não dispusesse dos meios necessários, juntou-os entre pessoas de suas relações e adquiriu, após muita busca, no município de Atibaia, uma propriedade com as características almejadas.

Vencida essa etapa, cuidou, então, de dar jeito nas benfeitorias existentes. Tanto a moradia quanto as demais construções e áreas de lazer precisavam de reformas que seriam custosas. Mas nenhuma dificuldade ou restrição financeira afastava o proprietário de seu objetivo. Fernando, como se verá, era robustecido pela têmpera dos vencedores. 
Se havia obra a ser feita no seu sítio, nada melhor do que confiá-la à maior empreiteira do Brasil.
 
Marcelo Odebrecht, requisitado, deslocou gente de suas hidrelétricas, portos e plataformas de petróleo, subiu a serra e assumiu a encrenca: casa, alojamento, garagem, adega, piscina, laguinho, campinho de futebol. Tudo coisa grande, já se vê. 
Vencida essa etapa, o ambicioso proprietário se deu conta de que as instalações da velha cozinha remanescente não eram compatíveis com os festejos que ansiava por proporcionar aos seus convidados. 
Para manter o elevado padrão, Fernando não deixou por menos. Deu uma folga à primeira e convocou a segunda maior empreiteira do Brasil, a OAS. E o pessoal de Leo Pinheiro para lá se tocou, prontamente, a cuidar da sofisticada engenharia culinária do importantíssimo sítio. Afinal, uma obra desse porte não aparece todo dia.
 
Opa! Problemas de telefonia. Como habitar e receber amigos em local com tão precárias comunicações?  
Inconveniente, sim, mas de fácil solução. Afinal, todos nós somos conhecedores da cuidadosa atenção que a OI dispensa a seus clientes. Certo? Bastou comunicar-lhe o problema e uma nova torre alteou-se, bem ali, no meio da serra.
 
Concluídas as empreitadas, chaves na mão, a surpresa! Quem surge, de mala e cuia como dizemos cá no Sul, para se instalar no sítio do Fernando? Recém-egressa da Granja do Torto, a família Lula da Silva veio e tomou conta. Veio com tudo. Com adega, santinha de devoção, estoque de DVD, fotos de família e promoveu a invasão dos sonhos de qualquer militante do MST.  
Lula e os seus se instalaram para ficar e permaneceram durante cinco anos, até o caso chegar ao conhecimento público. 
Quando a Polícia Federal fez a perícia no local não encontrou um palito de fósforos que pudesse ser atribuído ao desafortunado Fernando. 
Do pedalinho ao xarope para tosse, era tudo Lula da Silva.

Eu não acredito que você acredite nessa história. Aliás, contada, a PF não acreditou, o MPF não acreditou e eu duvido que algum juiz a leve a sério. Mas há quem creia, talvez para não admitir que, por inconfessáveis motivos, concede a Lula permissão para condutas que reprovaria em qualquer outro ser humano.

Nota: Este artigo reproduz, por oportuno, artigo anterior, publicado em 30 de novembro de 2019.     

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 3 de maio de 2016

Nosso pedalinho sem rumo no mar revolto

Ao recuar após errar com Mariz e ao escolher bem Meirelles, Temer parece tirar proveito das lições que o destino lhe dá

Um erro e um acerto neste instante em que compõe a delicada costura da equipe ministerial de um governo anunciado, mas ainda apenas cogitado, mostram que o quase presidente Michel Temer vai precisar de boas doses de juízo e sorte, se vier mesmo a ocupar a presidência da República semana que vem. Para começar, ele está sendo posto à prova na hora de escolher quem chefiará as pastas da Justiça e da Fazenda, que mais merecem atenção e preocupação da população brasileira, assolada pelas mais destrutivas crises moral, política e econômica da História.

Antes de nomear o ministro da Justiça, já se pode deduzir que sorte não lhe faltou quando lhe foi dada a oportunidade de desistir da primeira indicação ao posto que tem de enfrentar o descompasso entre a paixão das massas e o medo de seus representantes. De um ministro equilibrado, isento e competente depende o destino, de um lado, da Operação Lava Jato, que devassa o espetacular escândalo de corrupção que assola a República, reunindo Santo André, Mensalão e Petrolão. E, de outro, de elites políticas e empresariais que gestaram e geriram um propinoduto inimaginável, praticado no superfaturamento de obras e tenebrosas transações contábeis. E que, saindo de uma antiga prática maligna existente desde sempre e em todo lugar, ultrapassaram todos os limites da usura e da indecência.

Professor de Direito Constitucional, advogado com longa prática e político de experiência sabida com habilidade notória, Temer encontrou na mesa que divide semanalmente em bons restaurantes de São Paulo o nome indicado para ajudá-lo na caminhada sobre um piso de ovos em brasa. Ocorreu-lhe um dos amigos mais próximos com a vantagem aparente de também ser um advogado respeitado pela competência como age no exercício de uma profissão que exige talento, conhecimento de causa e prática de ofício. Antônio Cláudio Mariz de Oliveira dispõe de ótimo currículo para assumir o posto e a missão. O problema é que parece lhe faltar a temperança exigida, como demonstrou ao exibir a sede com que foi ao pote ao dar entrevistas que o queimaram, a ponto de excluí-lo da lista de preferências do amigo prestes a ocupar o posto mais poderoso da República. Pelo visto, faltou-lhe calma para esperar a poeira assentar antes de se apresentar sofregamente ao distinto público. E, em segundo lugar, não parece ter tato diplomático para cuidar da loja de louças que se configura a Polícia Federal (PF), que ficaria sob sua batuta.

O preferido de Temer para o Ministério da Justiça tornou-se inviável para o cargo antes sequer de ser cogitado pelo amigo. Isso ocorreu quando participou de um grupo de ilustres e bem remunerados advogados, que defendem os próprios interesses e os de seus abastados clientes E que se mostraram cegos e surdos à necessidade que o país sente e a massa reconhece, a ponto de se apaixonar, de debelar a velha impunidade, raiz de todos os males da política e da economia nesta República combalida. O manifesto dos “juristas” contra a Operação Lava Jato partiu de duas premissas equivocadas. A primeira é que nem todo criminalista é necessariamente um respeitável jurista. E a segunda, que os excelentes e aplaudidos resultados da devassa da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do juiz federal do Paraná Sergio Moro na maior roubalheira de todos os tempos no país, quiçá do mundo, não devem ser tratados como lana caprina por um chefe de governo que substitui a desvairada chefona de um desgoverno caindo sob o peso de denúncias na tal devassa.

Temer errou ao calcular mal o passo, dando-o na direção errada da amizade e, com isso, esquecendo-se daquela frase famosa de Charles de Gaulle, segundo a qual “a maior virtude de um estadista é a ingratidão”. Nas entrevistas que deu aos jornais, Mariz de Oliveira nada disse que já não tivesse dito antes. Mas só isso já foi o suficiente para que a tempestade desabasse sobre sua cabeça. E bastou para seu nome ser riscado do rol dos preferidos do futuro chefe do governo. Este mostrou juízo ao perceber que foi uma sorte grande ter sido posto diante da inviabilidade do indicado para a missão que imaginava lhe dar. Ao preferir evitar a tempestade anunciada a enfrentá-la, Temer mostrou que tem juízo. “Errar é humano”, diziam os fundadores do Direito romano. “Mas insistir no erro é diabólico”.

O grave, no caso, é que Temer parecia não ter percebido que repetiria o erro em sequência que Dilma Rousseff, sua antiga parceira de palanque e atual inimiga figadal, cometeu nos últimos dias ao tentar substituir seu agora advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que era ministro da Justiça. Ela nomeou dois procuradores da República e teve de jogar o primeiro, Wellington César de Lima e Silva, ao mar. Mas manteve o segundo, Eugênio Aragão, aos trancos e barrancos, com o pescoço sob a lâmina afiada da espada de Dâmocles de uma contestação judicial no Supremo. A contestação às nomeações infelizes da presidente provisória é que ambos são promotores de carreira. A nomeação é proibida pela Constituição vigente. 

Não por implicância dos constituintes, mas pela evidência de que, sendo parte, o Ministério Público não é a carreira adequada em que presidentes possam escolher chefes da pasta encarregada de julgar qual dessas partes tem razão. A Constituição não proíbe que criminalistas ocupem o Ministério da Justiça, mas a boa razão não aconselha essa iniciativa, de vez que estes, principalmente os mais notáveis, caso de Mariz, empenham seu talento e seu prestígio para defender clientes acusados de corrupção pesada. É algo similar ao ocorrido com o criminalista favorito de Lula da Silva, Márcio Thomaz Bastos, competente defensor dele e de seus comparsas, mas inadequado ministro da Justiça para a nação, exatamente quando mais esta precisa de um.

Juízo e sorte Temer ainda mostrou ter no acerto: quando, diante da farta oferta de economistas, escolheu e convidará, assim que puder, o mais indicado de todos. Henrique Meirelles tem origem tucana, foi presidente de uma grande instituição bancária internacional e comandou o Banco Central nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, principal prócer do Partido dos Trabalhadores (PT). Para completar, este o indicou insistentemente para o Ministério da Fazenda na sucessão de Guido Mantega, na virada do primeiro para o segundo governo de sua pupila Dilma Rousseff.

Mariz é o conviva que não o ajudaria na administração. Meirelles, o favorito do principal adversário a enfrentar no eventual governo. Este, sim, conforme tudo indica, terá autoridade, legitimidade e competência para tocar o barco no mar revolto em que tentará comandar nosso pedalinho sem rumo. Com as bênçãos do mercado interno e a melhor reputação no externo, o membro do Partido Social Democrático, de Gilberto Kassab, definido por este como “nem de direita, nem de centro, nem de esquerda”, é pule de dez para a corrida de obstáculos em busca do prêmio maior, o da confiança e da credibilidade dos grandes investidores internacionais. Temer teve juízo ao nomeá-lo e sorte porque ele lhe disse sim.

Constatados o juízo e a sorte do futuro chefe do governo, resta-nos contar que produzam efeitos positivos para desanuviar o clima pesado que contamina o ar. Disso dependerão a sorte do povo e o juízo dos colegas de Temer no Congresso.

Fonte:  Blog do Nêumanne

sábado, 12 de março de 2016

O pedalinho é nosso

O filho do Brasil não pensa só em si. Seus filhos, netos do Brasil, enriqueceram também. E seu compadre, seu advogado, sua amante

O Brasil disse ao filho do Brasil: “Meu filho, um dia tudo isso será seu”. Até os pedalinhos de Atibaia já sabem que o herdeiro tomou posse de tudo.

Solidário, pegou a maior empresa de papai e despedaçou-a para enriquecer a família e os amigos. O filho do Brasil não pensa só em si. Seus filhos — os netos do Brasil — enriqueceram também. E seu compadre, seu advogado, sua amante, seu churrasqueiro, seus amigos de fé, seus correligionários, enfim, todo mundo se deu bem, porque o patrimônio de papai era colossal. Mas, e os brasileiros? Ora, esses são filhos da outra. Todo mundo sabe que o Brasil só teve um filho.

Agora uma elite branca egoísta está querendo perseguir o filho do Brasil. Inveja. Foram tantas as acusações ao legítimo herdeiro da nação, que esta semana ele se trancou sozinho no banheiro e perguntou: “Espelho, espelho meu: se o Brasil me ama, e eu sou o filho dele, então essa porra é toda minha mesmo, não é?” (o Brasil sempre se orgulhou do linguajar do filho: no que aparece alguém discordando, ele xinga e triunfa. O Brasil sabe que é na grossura que está a verdade)

O espelho nunca o deixou na mão, e deu-lhe a resposta definitiva: “Companheiro, manda eles enfiarem esses processos no custo da OAS”. O filho do Brasil obedeceu, dando só uma abreviada na sentença.

Mas a elite que não suporta ver o sucesso de um pobre o menino Jesus passou pelo mesmíssimo problema — continuou a persegui-lo furiosamente. O filho do Brasil voltou para diante do espelho e perguntou-lhe se poderia haver algum fundamento nas acusações de que ele tinha enriquecido ilicitamente. O espelho nem entrou nesse mérito de legalidade, que é muito relativo, e foi categórico: “Companheiro, pode ficar tranquilo: você é um miserável. Um sujeito que vive toda uma vida se fazendo de vítima para conquistar mesada de empreiteira e terminar com uns pedalinhos personalizados é o quê? Um miserável. Relaxa.”

Mesmo vivendo nessa flagrante e proverbial miséria, o filho do Brasil continuou sendo acossado pela implacável brigada neoliberal. Essa gente sem coração resolveu implicar com a escolha de uma mulher sapiens para gerir o patrimônio da família — e com as sutis manobras dela para melar a Lava-Jato (operação que não reconhece o filho do Brasil como legítimo dono da Petrobras, do BNDES, do suor do contribuinte, enfim, dessa fabulosa fortuna acumulada por papai).

O pobre homem voltou a consultar o espelho, que respondeu: “Companheiro, não enche o saco. Já te disse que você é o messias. Vai consultar o pessoal da MPB.”  Sempre obediente ao espelho, o filho do Brasil foi perguntar a um seleto grupo de cantores, atores, jornalistas e intelectuais do bem se tinha problema ele ter regido o mensalão e o petrolão; se tinha algo errado no fato de ele ter tomado posse do patrimônio do Brasil, na condição de único herdeiro, e distribuído generosamente essa riqueza entre seus familiares e amigos.

Foi o melhor conselho que o pobre homem poderia ter pedido. O tal grupo de intelectuais e artistas (uma panela, muito mais barulhenta do que essas que a elite branca bate na varanda) não só lhe disse que estava tudo cristalinamente certo, como chamou para briga os brasileiros esses filhos da outra que querem meter a mão no que não é deles. A panela já avisou: mexeu com o filho do Brasil, mexeu com o conto de fadas que nos sustenta.

Depois de desafiar as elites reacionárias e se pintar para guerra, a panela progressista se trancou sozinha no banheiro e perguntou aflita: “Espelho, espelho meu: se eu perder a moleza de bancar o herói social na garupa do filho do Brasil, que infelizmente foi descoberto pela polícia, o que será de mim?” O espelho respondeu sem rodeios: “Perdeu, playboy. Pega tudo que você investiu nessa demagogia vagabunda e enfia no custo da Odebrecht”.

O mais revoltante é que agora esse bando de filhos da outra está ameaçando sair às ruas. Quem os brasileiros pensam que são? Donos do país? No mínimo, vão querer estatizar o patrimônio do filho do Brasil, conquistado com tanto sacrifício — investimento suado em propaganda enganosa da melhor qualidade, manutenção impecável da rede de pixulecos (por dentro e por fora, em criteriosa alternância), reposição ágil do pessoal de tesouraria e marketing apanhado pela polícia, formação do maior caixa partidário do mundo.
Você não vai permitir que essa história bonita seja destruída por um bando de invejosos. 

Fique quieto em casa. Não fale a palavra impeachment nem ao seu cachorro. Deixe a companheira presidenta, enteada do Brasil, governar em paz o STF. Não atrapalhe essa rede democrática de destruição de provas, com o padrinho à solta oferecendo mesada a criminoso. E essa história de crise é balela — a renda nunca foi tão elevada para os trabalhadores que não trabalham: é tudo uma questão de escolher um bom partido, que indique com segurança onde tem truta.
Fique fora das ruas. A não ser que você tenha descoberto que o filho do Brasil é um filho da truta.

Fonte: Guilherme Fiuza,  jornalista

domingo, 6 de março de 2016

Moro deu a Lula o papel de coitadinho

Lula foi presenteado com o papel de vítima, que desempenha há 40 anos com maestria. O coitadinho é perseguido pela elite. O poderoso defende as empreiteiras

Realizou-se parcialmente o primeiro objetivo dos procuradores da Lava-Jato: o juiz Sérgio Moro determinou a condução coercitiva de Lula a uma delegacia. Ele não foi preso, foi submetido a um constrangimento inédito: um ex-presidente da República entrou numa viatura policial.

É bom lembrar que, quando os coronéis de IPMs da ditadura chamavam Juscelino Kubitschek para depor num quartel e marcavam hora, ele ia. O grande JK deixava-se fotografar entrando no prédio com seu inesquecível sorriso.  Há mais de um ano Moro e os procuradores mostram que sabem o que estão fazendo. Indicações de contas mal explicadas envolvendo Nosso Guia, eles as têm, e podem ser encontradas nas 89 páginas em que o Ministério Público mostrou como o dinheiro de empresas metidas em petrorroubalheiras ia para as arcas do Instituto Lula e da família Silva. Como indício não é prova, podem ter dado um passo maior que a perna. Sobretudo porque a condução coercitiva deu ao episódio uma teatralidade desnecessária.

Lula foi presenteado com o papel de vítima, que desempenha há 40 anos com maestria. Como o marqueteiro João Santana já explicou, ele alterna a condição de coitadinho com a de poderoso. O coitadinho é perseguido pela elite. O poderoso defende as empreiteiras. Lula teve seu mau momento quando respondeu a uma pergunta sobre os pedalinhos de Atibaia, dizendo que ela não honrava a Polícia Federal. Deu-se ares de poderoso quando, na verdade, está diante de um caso em que um suboficial do Exército pagou do seu bolso brinquedos caros para os netos do chefe. [para que não pairem dúvidas: o suboficial foi devidamente ressarcido pelos cofres públicos. Aliás, o cargo ocupado pelo 'generoso suboficial' é denominado ecônomo e uma das especialidades é usar cartões corporativos da presidência da República e a quase totalidade das transações são cobertas por sigilo a pretexto de envolver a segurança do presidente da República e familiares - vai que alguém fura um desses pedalinhos e um dos netinhos de Lula corre um risco de afogamento.] O que não honra a Presidência da República é a família Silva ter se metido nesse tipo de transações. 

Os policiais fizeram muito bem ao perguntar e Lula continua devendo diversas respostas.

Uma conjunção dos astros fez com que, no mesmo dia em que se soube da colaboração de Delcídio Amaral, o IBGE divulgasse uma contração de 3,8% da economia.  Governo em crise política é coisa comum. Crise política junto com recessão é coisa mais rara. Ambas, somadas a um governo catatônico, ecoam o ocaso do mandato de Fernando Collor de Mello.
 
Fonte: Elio Gaspari,  jornalista - Folha de São Paulo