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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Militares da ativa do Exército são presos por fraudar registro de armas no DF

 Correio Braziliense

A PCDF e o Exército Brasileiro fizeram buscas, prisões e apreensões nesta terça-feira. A operação foi denominada de Operação Cricket

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Exército Brasileiro prenderam nesta terça-feira (26) pelo menos nove integrantes de uma quadrilha formada por militares da ativa acusados de fraudar o Certificado de Registro de Arma de Fogo a Caçadores - Cacs, a fim de facilitar a aquisição de armamento para beneficiados pelo esquema.
(crédito: Divulgação/PCDF)

Ao todo, estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e prisões nas regiões administrativas de Samambaia, Ceilândia,Riacho Fundo, Planaltina, Estrutural, Núcleo Bandeirantes e Gama, no Distrito Federal, e em Luziânia, em Goiás. A ação foi batizada de Operação Cricket.

[esperamos que a ocorrência - prisão de ladrões, alguns sendo militares da ativa do Exército Brasileiro -  não seja maximizada como ato irregular do presidente Bolsonaro e ser citada  como causa de um desejado motivo de impeachment do capitão(ser invocada como 'crime de responsabilidade' não vai prosperar)  e seja noticiada como um fato normal = qualquer instituição - militar, civil, religiosa, comercial, etc - tem bandidos em seu seio.]

O Ministério Público Militar (MPM) também acompanha a operação. De acordo com informações obtidas pelo Correio, as fraudes ocorriam no DF, Goiás e Tocantins. O esquema consistia na inclusão de informações falsas no sistema de registro de armas, desta forma pessoas que não teriam direito a possuir o equipamento recebiam autorização para portas armas e munições.

Durante a operação, foram apreendidas diversas armas com elevado poder de fogo, como fuzis e pistolas de grosso calibre. Além da Polícia Civil, viaturas da Polícia do Exército foram até endereços ligados aos militares e demais integrantes do grupo criminoso. [A presença da Polícia do Exército - PE, teve a finalidade de atuar como força policial do Exército Brasileiro e possibilitar o ingresso das viaturas da Polícia Civil e dos policiais civis que as guarneciam em áreas sob administração do Exército Brasileiro.]  Foram identificadas, até o momento, 18 integrantes. O Exército é responsável pela fiscalização de produtos controlados. A Polícia Civil vai conceder mais informações sobre o caso ainda na manhã desta terça-feira. As ações continuam em andamento.

Correio Braziliense


segunda-feira, 16 de abril de 2018

O fim do império do fuzil



Devemos recompensar quem apreende um fuzil à altura da importância social disso. Recompensar de verdade, com valores significativos: R$ 10 mil, R$ 15 mil por peça

A população do Rio de Janeiro se acostumou de tal forma à barbárie que perdeu a capacidade de estranhar um fenômeno singular: convivemos com fuzis em nosso cotidiano como se fosse normal. Roubam-se padarias de fuzil em punho, roubam-se carros usando fuzis. A polícia, para estar em pé de igualdade, se arma deles.

Cidades de veraneio já os recebem, como forma de proteção de território e de combate contra as forças policiais. A banalização de seu uso é gritante. Mas tratamos do assunto como se fosse normal. Não atentamos para o fato como ele é: são armas de guerra. Seu uso, mais do que crime, é um ato de terror. Essa desatenção tem um custo. Ela provoca um encorajamento dos bandidos, que usam a arma não para assaltar, mas para demonstrar força e dissuadir as reações contrárias de quem estiver portando armas menores. Inclusive a polícia. 

O bandido famoso só é temido por causa de seu poder de fogo, a facção criminosa só é mais violenta por causa de seu poder de fogo, tudo isso baseado no armamento que possuem. Tirar os fuzis das ruas é uma medida urgente porque terá efeitos em cascata. A começar pela contenção desse encorajamento das gangues armadas. 
Devemos recompensar quem apreende um fuzil à altura da importância social que isso tem. Recompensar de verdade, com valores significativos: R$ 10 mil, R$ 15 mil por peça apreendida. E à medida em que forem diminuindo as apreensões, aumentam-se os incentivos. 

Esqueçamos as caçadas humanas para prender chefes de quadrilhas. Nossa próxima “estação de caça” deve ser aberta contra o fuzil. Sem dúvida será um incentivo à polícia. Andar armado com ele — rotina sobretudo nas comunidades dominadas por traficantes — não será um bom negócio. Assaltar à luz do dia utilizando-se fuzis, muito menos.  Com o tempo, se bem-sucedida, a inciativa fará com que a polícia retome sua posição privilegiada nos confrontos, nos quais será respeitada. Policiais são forçados a atuar como soldados de guerra. Daí é legítimo a recompensa para quem há muito tempo já faz mais do que lhe é cabível. Adota-se uma política de segurança não contra as pessoas, mas contra o que, nas mãos de qualquer um, pode fazer um mal cada vez maior, ceifando vidas, mutilando corpos e tirando a paz, questão básica para uma sociedade civilizada.

Como a dita política de pacificação não funcionou, [nem vai funcionar: só haverá paz quando apenas um dos lados estiver armado, bem armado; e este lado tem que ser a polícia.] adotemos então uma política econômica da oferta e procura, estimulando a entrega dessas armas. Diminuindo-se o uso de fuzil, a população terá um alento. Os casos de balas perdidas diminuirão, pois, o alcance descomunal dessas armas que espalham o terror para muito além das regiões centrais dos conflitos armados. Policiais poderão cumprir seu dever correndo riscos menores. 

Já podemos imaginar quantos benefícios virão em não termos e sentirmos a todo tempo que um fuzil pode estar apontado em nossa direção. Quem sabe assim teremos um futuro que seja melhor para nossos filhos do que tem sido o presente para nós. 

Raphael Mattos é advogado
 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poder de fogo do 7.62

CENAS FORTES

Aos que costumam ficar com 'peninha' de bandidos que são abatidos em confronto com a Polícia, lembramos que os bandidos costumam usar armas mais poderosas do que o fuzil 7.62

 

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Tráfico adota pistola de rajada nas favelas cariocas



Arma adaptada pelos criminosos pode dar 1.200 tiros por minutos
Numa nova estratégia para enfrentar a polícia, traficantes de drogas passaram a usar pistolas adaptadas para dar rajadas de tiros. A frequência dos disparos chega 1.200 tiros por minuto, ou 20 por segundo. O armamento tem sido empregado em favelas com UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), onde criminosos atacam com táticas de guerrilha e precisam de uma arma mais curta que o fuzil. “Os bandidos atiram de janelas e portas. Depois fogem pelos becos”, disse o porta-voz das UPPs, Marcelo Corbage.  Na noite desta terça-feira (28), o soldado da PM Clayton Fagner Alves Dias, que trabalhava na UPP de Manguinhos, na Zona Norte, foi morto com pelo menos dez tiros quando voltava para a casa na Ilha do Governador.  A Delegacia de Homicídios investiga o motivo do crime e se a arma usada foi a pistola de rajada.

De acordo com o comandante do Comando de Operações Especiais (COE), coronel René Alonso, o dispositivo da Glock, popularmente conhecido como “kit rajada”, virou uma “febre” entre os criminosos do Rio de Janeiro. É um acessório leve e prático, que se acopla à arma e permite que a pistola automática se transforme em uma espécie de metralhadora, capaz de poderosas rajadas. Assim, o poder de fogo da arma é potencializado, aumentando substancialmente a frequência de tiros disparados, dando uma vantagem operacional aos bandidos.

 PISTOLA – RAJADA com a seguinte legenda: Imagem capturada de vídeo de estande de tiro nos Estados Unidos que mostra o poder do 'kit rajada'. Traficantes do Rio de Janeiro vêm usando a adaptação nos últimos meses contra a polícia fluminense (Foto: Reprodução/Youtube)

O “kit rajada” se assemelha a uma coronha retrátil de fuzil, a ser apoiada no ombro do atirador, e conta com um punho que fica abaixo do cano da arma. Conectado ao cabo da pistola, a novidade tecnológica permite que o usuário dê tiros em série, da mesma maneira que uma metralhadora. O equipamento também possibilita a rápida troca de carregadores de munição, o que aumenta o poder dos traficantes no confronto com policiais. No vídeo abaixo, uma demonstração da pistola adaptada. As imagens foram feitas em um estande de tiros nos Estados Unidos e foram mostradas a ÉPOCA pela polícia do Rio para exemplificar como funciona o "kit rajada".  


                                 Full Auto Glock 19 at Bullseye Shooting Range

Segundo o coronel René, o Hospital Central da Polícia Militar tem identificado um considerável aumento do número de PMs atingidos por tiros de baixa velocidade, disparados por armas de calibres menores, como pistolas, em comparação aos fuzis. Segundo ele, parte desse crescimento se deve à rápida disseminação do “kit rajada” em favelas do Rio.

Para o oficial, o emprego do "kit rajada" é também consequência de uma mudança provocada pela dinâmica das UPPs, que forçou os criminosos a optar no dia a dia por armas curtas como pistolas e revólveresem vez dos ostensivos fuzis.  Com a pistola transformada em metralhadora, os traficantes mantêm os policiais à distância, em um tiroteio, forçando-os a se abrigar, e conseguem fugir ou ajudar na fuga de um comparsacom a vantagem de ter uma arma leve. É uma alternativa ao fuzil.

Entre 1º de janeiro e 22 de abril, a Polícia Militar apreendeu 125 fuzis no Rio de Janeiro, 35 deles AK-47. O automático Kalashnikov modelo 1947 é considerado a arma mais letal do mundo. Estima-se que 250 mil pessoas sejam mortas por ano, nos mais diversos conflitos ao redor do planeta, por um AK-47, sigla pela qual o fuzil de fabricação russa é internacionalmente conhecido. Pesa menos de 4 quilos, tem alcance de 400 metros e, nas mãos de um atirador hábil, pode disparar até 600 tiros por minuto.