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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Se ONG bancada pelo CV entra no MJ e o presidente não recrimina, o que esperar da segurança pública? - O Estado de S.Paulo

Lula e Dino deveriam se preocupar com o aspecto mais importante desse episódio: o de que o crime parece se mostrar mais preparado que o Estado nesta guerra

 Lula e Dino deveriam se preocupar com o aspecto mais importante desse episódio: o de que o crime parece se mostrar mais preparado que o Estado nesta guerra Foto: Wilton Junior/Estadão

Episódio mostrou que crime está mais organizado que o órgão responsável por monitorá-lo e esse é o tema central, não o embate por fake news nas redes

O episódio das reuniões envolvendo integrante do Comando Vermelho no Ministério da Justiça, revelado pelo Estadão, traz inúmeras lições e preocupações, e uma das mais duras é a percepção de que o crime está mais organizado do que quem tem a missão de combatê-lo.  
É especialmente preocupante a reação do governo e, em especial, do Palácio do Planalto, que, em vez de recriminar um flagrante caso de incompetência administrativa, prefere a batalha de comunicação em torno de notícias falsas espalhadas pela oposição.

O ponto mais central da questão não é, evidentemente, o barulho em torno das mensagens distorcidas que colocam o ministro Flávio Dino nessas reuniões realizadas por seus secretários, mas o fato de que aquele órgão que deveria estar monitorando a atuação do crime não consegue perceber nem mesmo que algum desses criminosos possa estar sentado na cadeira ao lado, apresentando propostas e influenciando em suas ações. 
Se o Ministério da Justiça e Segurança Pública não consegue monitorar um membro do Comando Vermelho entrando no prédio da Pasta e participando de reuniões, como podemos crer que é capaz de enfrentar uma máquina de crimes que se espalha pelo País traficando com armas de grosso calibre, controle territorial e usando de braços econômicos para lavar o dinheiro e se inserir na sociedade sem ser notado?

Enquanto o crime utiliza falsas organizações do terceiro setor, empresas, lobistas e personagens que circundam o mundo político, o poder público mostrou que não consegue nem checar antecedentes de quem pisa na sede de comando do combate ao crime. Pior: nem sequer pergunta o nome de quem vai estar presente, como ficou claro e só foi corrigido agora, depois do estrago que o episódio causou.

Parece difícil acreditar na efetividade de ações como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos ou o apoio a um igualmente ineficiente governo do Estado do Rio de Janeiro, esse com suas estruturas ainda mais carcomidas pela infiltração do crime organizado.

É fato que o ministro Flávio Dino é bombardeado nas redes por seus opositores, com especial interesse pelo fato de que ele figura entre os favoritos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e por haver o rancor gerado pelas declarações ácidas em embates com seus adversários políticos. 
E, claro, há fake news contra ele sendo espalhadas na esteira do grave erro cometido por seu ministério
É justo inclusive que ele procure a Justiça contra quem o faz. 
Mas achar que isso é o mais importante para o governo e que a primeira declaração do presidente sobre um escândalo dessas proporções deveria ser apoiar o ministro e colocar essa campanha como prioridade mostra descompasso com aquilo que o Brasil de fato precisa. 
Vale o mesmo para o próprio ministro e para seu secretário-executivo e pretenso substituto, Ricardo Cappelli, que deveriam focar no principal recado do episódio.
 
Pesquisas de opinião apontam que a área de segurança pública é a que tem a pior avaliação no governo atual. [comentando/perguntando: que se espera aconteça com um país em que um criminoso nos moldes do "Marcola' assuma a presidência?]   
O fracasso das políticas para a área não vem deste governo que ainda não completou um ano. 
As coisas não chegaram ao ponto em que estão sem um paulatino crescimento que não tem culpa ideológica. 
 
Mas o primeiro passo para virar o jogo é reconhecer o tamanho do problema e cada erro que propicia que o crime se fortaleça. 
Como o que foi apontado pelo Estadão
Essa é a prioridade, e não o abraço político.
 A eleição acabou há mais de um ano, e o brasileiro quer soluções.  
O resto não lhe interessa.
Ricardo Corrêa, colunista - O Estado de S. Paulo 
 
 
 

sexta-feira, 17 de março de 2023

O mais obsceno faroeste à brasileira - Revista Oeste

Augusto Nunes

Vilões se fantasiam de xerifes e tentam provar que os mocinhos é que são bandidos

 Ex-presos na Operação Lava Jato | Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons

Ex-presos na Operação Lava Jato -  Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons 

Na maior parte do filme, era dura a vida de herói do velho faroeste americano. Com uma estrela no peito, um coldre duplo abrigando armas de grosso calibre e um assistente bem menos destemido que o chefe, cabia ao xerife enfrentar o bando fora da lei que aterrorizava o lugarejo. Os moradores paralisados pelo medo permaneciam mudos até o desfecho da luta desigual. Em contrapartida, a molecada na plateia da matinê de domingo tomava partido aos berros já no primeiro tiroteio que ensanguentava a tela do Cine São Pedro. Sempre com o destemor confiante de quem sabia que, por mais desigual que fosse o combate, o Bem venceria o Mal. 

No fim do filme, o mocinho invariavelmente triunfava, e os vilões que conseguiam escapar da cova eram condenados a passar o resto da vida numa cela. Era até pouco para tantos e tão torpes pecados cometidos entre a apresentação do elenco e o the end em letras graúdas. A quadrilha tratara a socos, pontapés, facadas e tiros a Justiça, a ética, a moral e os bons costumes, fora o resto. Assaltos a bancos ou trens pagadores, trocas de chumbo no saloon, execuções brutais, assassinatos a sangue frio, emboscadas perversas — não havia limites para repertório criminoso. O consolo era a certeza do final feliz para os respeitadores da lei. E assim foi até o surgimento do faroeste à brasileira.  

No faroeste à brasileira os vilões começam perdendo a briga, recuperam-se na metade do duelo e vencem no final

Até agora, eram três as diferenças essenciais entre o modelo original e a deformação parida pela Era Lula. Primeira: no faroeste à brasileira, a trama não é fruto de ficção; as coisas acontecem no mundo real. Segunda: o elenco é formado não por atores profissionais, mas por gente que, sem nenhuma experiência cinematográfica, esbanja talento no papel de ladrão disfarçado de senador, empreiteiro podre de rico, dirigente de partido político, doleiro analfabeto, ministro poliglota, empresário grávido de gratidão pelos favores prestados por figurões dos Três Poderes, diretor de estatal, até mesmo presidente da República. Terceira: os vilões começam perdendo a briga, recuperam-se na metade do duelo e vencem no final.  

O maior e mais sórdido faroeste à brasileira, inspirado na saga da Operação Lava Jato, fez mais que respeitar exemplarmente esses três diferenciais. O final feliz parecia ter chegado com a libertação do chefe do bando, determinada pelos juízes da capital, e sua transferência da cadeia em Curitiba para o Palácio do Planalto.  
Mas os produtores da obra resolveram prolongá-la com outra bofetada no rosto do Brasil que pensa, debochar ao país que presta e obrigar a plateia a engolir o avesso dos fatos: os verdadeiros vilões são os que se fantasiaram de xerifeSergio Moro, por exemplo. Portanto, os mocinhos são os quadrilheiros injustiçados pela Lava Jato caso de Sérgio Cabral.  

Quem vê as coisas como as coisas são concorda com o parecer emitido pelo Gilmar Mendes modelo 2015. “A Lava Jato estragou tudo”, constatou o ministro do Supremo Tribunal Federal em setembro daquele ano, quando os homens da lei avançavam nas investigações do Petrolão, o maior esquema corrupto da história. “Evidente que a Lava Jato não estava nos planos do PT”, foi em frente. “O plano parecia perfeito, mas esqueceram de combinar com os russos.”  Como outros milhões de profissionais da esperança, também o ministro parecia acreditar que, finalmente, a lei passara a valer para todos, até para a bandidagem da classe executiva. Sem o aparecimento dos juízes e procuradores federais baseados em Curitiba (os “russos”), o PT poderia materializar o sonho da eternização no poder.  

Eduardo Fernando Appio, novo juiz federal da Lava Jato - 
 Foto: Divulgação JF-PR
De acordo com Gilmar, a mais efetiva operação anticorrupção desde a chegada das primeiras caravelas “provou que foi instalada no Brasil uma cleptocracia” (Estado governado por ladrões, avisa o dicionário). Com os bilhões desviados da Petrobras, calculou o ministro, “o PT tem dinheiro suficiente para disputar eleições até 2038”. 
Faltam 15 anos e quatro eleições presidenciais. Lula já confessou que está pronto para disputar a próxima. Se tiver sucesso, será o primeiro octogenário a chefiar o governo federal. Tal hipótese é improvável. Mas já não há “russos” no caminho. Nem ministros do STF capazes de ao menos admitir que a Lava Jato foi condenada à morte não por eventuais defeitos e erros, mas pelas virtudes. A troca de mensagens entre seus integrantes apenas comprovou que um grupo de profissionais do Judiciário e do Ministério Público vibrava com a iminente erradicação da espécie de brasileiro que se julga condenado à perpétua impunidade. 

Abatida por decisões sem pé nem cabeça do STF, que transformaram gatunos em perseguidos políticos e homens decentes em perseguidores cruéis, a operação que condenou dezenas de figurões sem ter castigado um único inocente respirava por instrumentos quando foi enterrada em cova rasa pela escolha do novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba: Eduardo Fernando Appio, que durante a campanha eleitoral assinou documentos com o codinome “LUL22”, doou R$ 13 à campanha do ex-presidente e agora anda redigindo em juridiquês de napoleão de hospício decisões ditadas por uma cabeça em combustão. Uma delas homenageou Sérgio Cabral — o último preso da Lava Jato até ser dispensado pelo Supremo, em fevereiro, de cumprir a condenação a mais de 400 anos de cadeia. Appio autorizou o Marcola da ladroagem vip a passear pelo país por até oito dias. Sem tornozeleira.  
 
O ex-governador do Rio retribuiu a gentileza com duas longas entrevistas em que atribuiu seu calvário à imaginação da extrema direita, deu conselhos a Lula, jurou que a mão de Deus o livrou do vício de roubar e, na vã tentativa de chorar, acabou inventando o pranto convulsivo sem lágrimas. 
Appio animou-se com a ideia de instalar o senador Sergio Moro e o deputado federal Deltan Dallagnol na cela desocupada por Sérgio Cabral. Responsabilizou o ex-juiz da Lava Jato e o ex-chefe da força-tarefa de procuradores “pela tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro”. (Acossado por vírgulas bêbadas, pronomes sem rumo, colisões frontais entre sujeito e verbo, menções bajulatórias a Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, fora o resto, o palavrório que desembarcou na internet deveria ser distribuído entre os jovens que vão enfrentar a prova de Redação do Enem. Com uma advertência indispensável: é assim que não se deve escrever.)  

Acusado de “golpista” por um juiz devoto de Lula, Moro toparia com um pregador da mesma seita ao estrear na tribuna do Senado.  
O sergipano Rogério Carvalho interrompeu o discurso para debitar na conta do orador também a corrupção endêmica. Isso mesmo: um parlamentar a serviço da cleptocracia denunciada por Gilmar Mendes garante, sem ficar ruborizado, que a roubalheira do Petrolão foi coisa do juiz que engaiolou os larápios. 
O consórcio da imprensa tratou todos esses fatos como se não tivesse acontecido nada de mais. 
E manteve escondida no porão dos assuntos inconvenientes a multidão de inocentes que, por determinação de um único e escasso doutor, segue encarcerada em Brasília ou interditada por tornozeleiras eletrônicas
Não há limites para o cinismo no grande clube dos cafajestes cujo estandarte a brisa do Brasil beija e balança. 

Leia também “A alma penada apita na curva”  

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Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Militares da ativa do Exército são presos por fraudar registro de armas no DF

 Correio Braziliense

A PCDF e o Exército Brasileiro fizeram buscas, prisões e apreensões nesta terça-feira. A operação foi denominada de Operação Cricket

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Exército Brasileiro prenderam nesta terça-feira (26) pelo menos nove integrantes de uma quadrilha formada por militares da ativa acusados de fraudar o Certificado de Registro de Arma de Fogo a Caçadores - Cacs, a fim de facilitar a aquisição de armamento para beneficiados pelo esquema.
(crédito: Divulgação/PCDF)

Ao todo, estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e prisões nas regiões administrativas de Samambaia, Ceilândia,Riacho Fundo, Planaltina, Estrutural, Núcleo Bandeirantes e Gama, no Distrito Federal, e em Luziânia, em Goiás. A ação foi batizada de Operação Cricket.

[esperamos que a ocorrência - prisão de ladrões, alguns sendo militares da ativa do Exército Brasileiro -  não seja maximizada como ato irregular do presidente Bolsonaro e ser citada  como causa de um desejado motivo de impeachment do capitão(ser invocada como 'crime de responsabilidade' não vai prosperar)  e seja noticiada como um fato normal = qualquer instituição - militar, civil, religiosa, comercial, etc - tem bandidos em seu seio.]

O Ministério Público Militar (MPM) também acompanha a operação. De acordo com informações obtidas pelo Correio, as fraudes ocorriam no DF, Goiás e Tocantins. O esquema consistia na inclusão de informações falsas no sistema de registro de armas, desta forma pessoas que não teriam direito a possuir o equipamento recebiam autorização para portas armas e munições.

Durante a operação, foram apreendidas diversas armas com elevado poder de fogo, como fuzis e pistolas de grosso calibre. Além da Polícia Civil, viaturas da Polícia do Exército foram até endereços ligados aos militares e demais integrantes do grupo criminoso. [A presença da Polícia do Exército - PE, teve a finalidade de atuar como força policial do Exército Brasileiro e possibilitar o ingresso das viaturas da Polícia Civil e dos policiais civis que as guarneciam em áreas sob administração do Exército Brasileiro.]  Foram identificadas, até o momento, 18 integrantes. O Exército é responsável pela fiscalização de produtos controlados. A Polícia Civil vai conceder mais informações sobre o caso ainda na manhã desta terça-feira. As ações continuam em andamento.

Correio Braziliense


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Bolsonaro terá de optar entre os atacantes e os agredidos

Tornaram-se inúteis declarações que distribuem afagos a todos os envolvidos no tiroteio verbal



Nesta segunda-feira, em São Paulo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro considerou “normais” as críticas feitas a militares aliados do presidente da República por ele próprio, pelo irmão Carlos e, sobretudo, por Olavo de Carvalho. Segundo Eduardo, é natural que quem não esteja alinhado com Jair Bolsonaro fique sujeito a qualquer tipo de ataque. Eduardo mirava em Hamilton Mourão, vice-presidente da República, e em Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, ambos generais. Acabou acertando a testa do general Eduardo Villas Bôas, alvo de um tuíte inverossímil de Olavo de Carvalho.


Por ter afirmado na véspera que o guru da família presidencial presta um desserviço ao país, Villas Bôas foi reduzido pelo revide de Olavo a “um doente numa cadeira de rodas”, usado como escudo por Hamilton Mourão e Santos Cruz. Nem Mourão nem Santos Cruz que em missão no Congo participou de combates reais, não de escaramuças de internet - precisam de biombos. O disparo alcançou também o general Augusto Heleno, que encarregou Villas Bôas de coordenar projetos ligados à educação.

Vítima de uma doença degenerativa, Villas Bôas continua exibindo a mesma lucidez exibida enquanto comandou o Exército, de 2015 a janeiro deste ano. Ele é mais que um oficial da reserva alinhado ao presidente da República. Segundo o próprio Jair Bolsonaro, Villas Bôas teve uma participação fundamental na caminhada que o levou ao Palácio do Planalto. O capitão e o general dividem segredos de tão grosso calibre que Bolsonaro prefere leva-los para o túmulo.

Por tudo isso e muito mais, o presidente precisa encerrar imediatamente a guerra que opõe partidários de Olavo, entre os quais figuram seus filhos, a militares submetidos a bombardeios verbais que acabam de ultrapassar os limites do suportável. O conflito desta vez não será resolvido com declarações que distribuem afagos a todos os envolvidos no tiroteio.

Bolsonaro terá de dizer claramente se subscreve o tuíte de Olavo ou condena o ataque pelas costas sofrido por Villas Bôas, que feriu também Augusto Heleno.
 
Bolsonaro precisa mostrar sem rodeios com qual dos blocos se alinha.
Ou está com os atacantes ou está com os agredidos.


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