Por 128 votos contra 9, Nações Unidas aprovaram resolução que determina a suspensão do reconhecimento da cidade como capital de Israel
A Assembleia-Geral das Nações Unidas votou a favor de uma resolução que pede a retirada do reconhecimento de Jerusalém como capital israelense pelos Estados Unidos.
O texto afirma que qualquer decisão individual sobre o status da cidade
é “nula e sem validade” e deve ser cancelada imediatamente.
O Conselho Permanente de Segurança, com cinco membros com poder de veto = Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra é quem manda mesmo. Qualquer decisão tomada pela Assembleia Geral, mesmo que por maioria estrondosa, pode ser vetada por QUALQUER UM dos membros do Conselho Permanente.
Os Estados Unidos vão simplesmente ignorar o decidido na Assembleia-Geral e os israelenses vão continuar usando tanques e aviões caça para matar palestinos armados com estilingues.]
Anunciada em 6 de dezembro, a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém rompeu com o consenso internacional de que o status da cidade só seria definido com negociações entre israelenses e palestinos, deflagrou protestos em todo mundo muçulmano e provocou uma forte condenação da comunidade internacional. A Assembleia-Geral realizou a sessão de emergência desta quinta para votar a proposta depois que os Estados Unidos vetaram um texto similar na segunda-feira no Conselho de Segurança.
Turquia e Iêmen solicitaram a reunião urgente da Assembleia em nome do grupo de países árabes e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI). Ao contrário do Conselho de Segurança, nenhum país tem poder de veto na Assembleia Geral.
Os países que votaram contra a resolução nessa quinta, além de Estados Unidos e Israel, foram Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo.
Ameaças americanas
A aprovação da resolução ocorreu apesar das ameaças de Nikki Haley, embaixadora americana na ONU, que disse que Washington lembraria quais nações “desrespeitaram” os Estados Unidos votando contra seu país. Na terça-feira, o ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al-Malki, já havia criticado os Estados Unidos por suas ameaças constantes. “Os Estados Unidos estão cometendo outro erro ao (…) ameaçar os países e suas decisões soberanas sobre como votar”, declarou Al-Malki.
Antes da votação, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também pediu que o mundo não se deixasse comprar pelos dólares do governo americano. “Chamam os Estados Unidos de berço da democracia. O berço da democracia tenta comprar com dólares a vontade do mundo”, afirmou o líder turco em discurso em Ancara, transmitido ao vivo pela emissora CNNTürk.
Os palestinos comemoraram o resultado da votação. “Esta decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional (…) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital”, afirmou o porta-voz do presidente palestino Mahmud Abbas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou a votação desta quinta na ONU – “uma casa das mentiras”, segundo ele. “Jerusalém é a capital de Israel, reconheça a ONU, ou não”, frisou antes mesmo da aprovação da resolução.
EFE e AFP