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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

FUNDAÇÃO PALMARES - Sérgio Camargo chama Zezé Motta e Djavan de "pretos vergonhosos"; atriz responde

Chefe da Fundação Palmares criticou a participação dos dois artistas em campanha antirracista; Zezé Motta respondeu com longo texto nas redes sociais 

"Pretos vergonhosos?  Somos nós que lutamos todos os dias para que a "nossa " Fundação Palmares, continue com a filosofia, ideologia e a linha de ação política implantada, que tanto lutamos para que fossem instauradas", foi assim que respondeu a atriz Zezé Motta a ofensa proferida pelo presidente da Fundação Camargo [SIC], Sérgio Camargo, contra ela e o cantor Djavan, nesta segunda-feira (15/11). 

Pelo Twitter, Sérgio Camargo compartilhou fotos dos dois artistas usando a camiseta do movimento "Imagine a dor, adivinhe a cor". Na legenda, o chefe da instituição,  que tem como missão a promoção e preservação da cultura negra e afro-brasileira, afirmou que os negros não sofrem nenhuma dor devido a cor da pele, chamou os dois artistas de "desocupados" e ainda disse que os dois são "pretos vergonhosos". "Não existe nenhuma dor (angústia) exclusiva e específica dos negros por causa da cor da pele. Quem acredita nisso é racista ou um completo imbecil. As emoções dos negros são comuns a todos os seres humanos. O monopólio racial do sofrimento é uma invenção de artistas desocupados!", afirmou. 

(...)

Depois da resposta de Zezé Motta e da indignação com as falas na redes sociais, Sérgio Camargo ainda fez outros posts sobre o mesmo assunto. Em uma publicação, compartilhou uma foto de Caetano Veloso, também usando a camiseta da campanha, e disse que não veio ao mundo para ser "escravo mental do Caetano", a quem chamou de "falso grande artista" e "babaca".

Sérgio Camargo ainda chamou o Dia da Consciência Negra, celebrado no próximo sábado (20/11), de "dia da consciência vitimista negra". O presidente da instituição ainda compartilhou um trecho de uma matéria publicada pelo Correio que lembrava críticas de Zezé Motta a ele.

Pelas redes sociais, os dois artistas receberam inúmeras mensagens de apoio e de exaltação da importância deles. 

Na segunda (15/11), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Zezé Motta relatou ataques racistas que sofreu ao longo da carreira e como enfrentou o processo de embranquecimento que passou.

Correio  Braziliense - MATÉRIA COMPLETA

Leia também: "Queria operar o nariz e diminuir o bumbum", diz Zezé Motta sobre embranquecimento

Atriz compartilhou que a primeira coisa que fez, quando teve recursos, foi comprar uma peruca chanel, que utilizou por anos até se aceitar negra.

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

O marketing de lacração deixa claro o campo de tensão: a implicância é com o homem branco

Blog Rodrigo Constantino

*Sergio Renato de Mello

Por Sergio Renato de Mello, publicado pelo Instituto Liberal

Parece que a Defensoria Pública da União, atuante na justiça do trabalho, decidiu colocar a primeira pazinha de cal para, ao depois, cimentar o programa de trainees das Lojas Magazine Luiza, implementado apenas para candidatos negros, ao ter ajuizado uma ação civil pública no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. A referida ação judicial conta com pedido de liminar para suspender o programa referido acima até julgamento definitivo da demanda, que deverá obrigar a loja a deixar de limitar as inscrições para o programa de trainee por meio de critérios discriminatórios. Ao seu fim, em conformidade com o pedido judicial aforado, ainda deve haver pagamento de indenização por danos morais coletivos que pode chegar à cifra de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).

A meu ver, parece que estamos vivenciando, na pele, certa postura discriminatória que vai de encontro a direitos e princípios constitucionais de quem é tido como o vilão da opressão da comunidade negra: os brancos. Uma afirmação se impõe retirada das entrelinhas do programa: já que o branco é tido como o principal algoz na luta negra contra o racismo, a pessoa de cor branca agora é a bola da vez, gerando um campo de tensão quiçá infinito.

Temos alguns dados de antemão, principalmente de ordem empírica. Faz-se menção ao termo branquitude, com esse mesmo tom pejorativo, usado para significar o malvado. Sou defensor público não atuante na justiça do trabalho; porém, é perceptível que o referido programa é excludente, embora sua intenção seja diversa, para mais inclusão, como informado às claras pela própria empresária em entrevista neste dia 05 de outubro, segunda-feira, no programa Roda Viva.

Em sede trabalhista ou não, é certo afirmar que o programa mais exclui pessoas do círculo empregatício do que promove a inclusão, como disse. Porém, a questão não se encerra com um pano de fundo meramente trabalhista, como se questões sociais das mais importantes, como o são as que se relacionam à inclusão e exclusão de pessoas apenas por sua cor de pele, devessem ter seu conteúdo e resolução limitado a uma vaga de emprego. Não. A ferida é mais profunda.

A dicção implícita da análise de tal situação, então, perpassa o cerne trabalhista para adentrar em foro de direitos humanos. Como não existem direitos humanos apenas para uns e não para outros, pouco importando qualquer sinal identitário mais ou menos especial, natural que haja inversão dos polos passivos e ativos, numa infinita inversão de credor e devedor até que um belo dia esse impasse seja, definitivamente, resolvido. Se é que o será.

Então, o chamado racismo reverso, com esse nome, surge como um patinho feio no meio de um cenário que se diz estrutural de racismo contra as pessoas negras. Ele existe ou pode existir com o mesmo nome por que ele foi batizado para imputar aos brancos o ataque aos negros, ou seja, simplesmente racismo! A mesma discriminação em tratamento de direitos que o negro sofre o branco e demais pessoas também sofrem, dele também são vítimas. É isso.

Voltando ao malfadado programa, nele não há programa de cotas, mas seleção exclusivamente baseada na cor de pele, proceder que viola expressamente a Constituição Federal, que inadmite discriminação pela cor de pele para admissão de empregados.

A Constituição estabeleceu, como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3º, caput e IV). Muito embora o Estatuto da Igualdade Racial, Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, tenha sido destinado à população negra, como decorre de seu próprio texto no art. 1º, ele deve ser aplicado para qualquer pessoa. Ao Estatuto da Igualdade Racial, portanto, deve ser dada interpretação conforme a Constituição para trazer isonomia ao caso concreto, aplicando a mesma lei dos negros para as demais pessoas de outra cor de pele, sem retirá-la do ordenamento jurídico.

Ao promover o programa excludente, a sua promovente encerrou por destituir de direitos legítimos demais pessoas que se distinguem dos negros, ignorando que neste imenso Brasil existem vários brasis. Além de ferir o princípio da proporcionalidade e razoabilidade, na medida em que não soa razoável a admissão fora do sistema de cotas, desigualando demais pessoas do ambiente laboral. Isso só para ficar na questão trabalhista…

Aristóteles já disse que a virtude é tímida e não vem mascarada por um comportamento de marketing empresarial, o qual pode e já está virando tendência exclusiva.  Neste ponto, basta um simples olhar para o futuro e perceber que, considerando a hybris humana de tratar coisas sem a devida ponderação, se a moda pega, não é de se admirar que teremos mais exclusão do que inclusão. 

Rodrigo Constantino, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes

*Sergio Renato de Mello atua na Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Cada vez mais próximo a Bolsonaro, Bretas usa até carro oficial da Presidência - O Globo

Thiago Prado

Juiz da Lava-Jato mantém conversas privadas com Bolsonaro, participa de festa evangélica na praia e da inauguração de obra, onde chegou no carro oficial do presidente

Além de mostrar a aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o evento evangélico do último sábado na Praia de Botafogo, no Rio, expôs outra relação que vem se intensificando silenciosamente nos últimos meses. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no estado, está a cada dia mais afinado com o Palácio do Planalto, a ponto de manter conversas privadas com o presidente e participar até de inauguração de obra.

No sábado, antes de aparecer próximo a Bolsonaro em um vídeo cantando música entoada pelo missionário R.R Soares, Bretas esteve na inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. O magistrado chegou ao local no carro oficial do próprio presidente e subiu em um palco para discursos ao lado de ministros, prefeitos e deputados, situação atípica para a função que exerce nos tribunais. Na ausência do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) — adversário declarado do presidente — acabou sendo a principal autoridade fluminense convidada para o evento.
Leia Mais: Sem citar Witzel, Bolsonaro alfineta: 'Um governador quis botar na agência reguladora dele um energúmeno'

A relação tête-à-tête entre Bolsonaro e Bretas começou a ser construída em 2 de junho do ano passado, quando o juiz desembarcou em Brasília para passar algumas horas de um sábado com o presidente em uma agenda não divulgada. Foi o mesmo período no qual Bolsonaro disse que gostaria de nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro “terrivelmente evangélico” — Bretas é adepto da religião.

A simpatia do magistrado por Bolsonaro é expressada nas redes desde o período eleitoral (ele curte e comenta postagens do presidente de tempos em tempos). Quando Bolsonaro passou a seguir o seu perfil no Twitter recentemente, Bretas escreveu: “Honrado em ter dentre os seguidores desta conta Twitter o Presidente da República do Brasil. Gratidão”. Ontem, o juiz fez questão de colocar no Instagram um vídeo de boas-vindas para o presidente na chegada ao Rio. -  Nos damos bem, mas não vou dar detalhes da minha relação com ele — diz Bretas ao GLOBO, negando que haja relação da afinidade com a indicação para o STF no fim deste ano — Você que está dizendo — desconversa.


A primeira vez que a possibilidade de ida para o Supremo foi cogitada no meio jurídico deu-se em novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro. Eleito senador, o filho Flávio, então deputado estadual, esteve durante duas horas no gabinete de Bretas no Centro do Rio. Desde então, o juiz passou a admitir abertamente para pessoas próximas que ir para o STF “poderia ser o auge da sua carreira”. Também defendeu a colegas o critério da escalação de um evangélico no posto, tendo em vista que a maioria da Corte é composta por católicos.

Atualmente, três nomes vêm sendo cotados como favoritos para a vaga no STF desejada por Bretas: o ministro da Justiça, Sergio Moro; o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Bolsonaro poderá nomear dois ministros do Supremo até o fim do seu mandato com as aposentadorias de Celso de Melo, em novembro deste ano, e Marco Aurélio Melo, em julho de 2021.

Perto de Moro e Valeixo
Bretas manteve-se prestigiado no Planalto a despeito de dois movimentos recentes que poderiam ter desagradado o presidente. No início de janeiro, ele se posicionou nas redes sociais contra a criação do juiz de garantias, sancionado por Bolsonaro no pacote anticrime. Há três semanas, recebeu em seu gabinete Moro e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, pivô de um atrito com o presidente no ano passado, que cogitou demiti-lo da função. Na ocasião, Bolsonaro estava visivelmente irritado nos bastidores com o desempenho de Moro no programa Roda Viva, da TV Cultura.


Aliados de Bolsonaro defendem que Bretas poderia ser uma opção para o Ministério da Justiça caso Moro deixe o governo em algum momento. Mostrar-se ligado a símbolos do combate à corrupção no país é importante para o presidente, que se elegeu sob essa bandeira e vem sofrendo cobranças nas redes em temas como o caso Fabrício Queiroz ou das candidaturas laranjas do PSL. Até hoje, contudo, o juiz Lava-Jato Fluminense jamais demonstrou vontade de ir para o Poder Executivo. Desde o ano passado, vem rejeitando convites para concorrer a prefeito do Rio.



Brasil - O Globo