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sábado, 30 de novembro de 2019

Truculência e impunidade – Editorial - O Estado de S. Paulo

O governo de Jair Bolsonaro tenta mudar as regras legais aplicáveis às operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Não há Estado de Direito onde o que se busca é a impunidade da truculência.

O governo de Jair Bolsonaro tenta mudar as regras legais aplicáveis às operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Recentemente, o Palácio do Planalto enviou ao Congresso um projeto de lei para ampliar a chamada “excludente de ilicitude” nas operações de GLO. Tendo em vista que a legislação já protege o agente de segurança no exercício legal de sua função, o projeto busca tornar impunes eventuais crimes cometidos nessas ações, o que é um absurdo. O Direito deve assegurar que o poder público atue dentro da lei, e não estimular excessos ou abusos. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que irá apresentar um segundo projeto de lei, relativo às ações de GLO nas reintegrações de posse no campo. O objetivo é permitir que as forças federais de segurança, como Exército e Polícia Federal, atuem na retirada de invasores de propriedades rurais.

Essas duas propostas, que caberá ao Congresso analisar, afrontam a promessa de campanha de Jair Bolsonaro de dar prioridade à segurança pública. É um contrassenso atribuir a órgãos ligados à defesa da pátria funções para as quais eles não foram treinados. Por exemplo, a proposta de usar as ações de GLO em reintegrações de posse no campo desorganiza o poder policial do Estado, retirando eficácia desses órgãos, além de aumentar a probabilidade de truculências e abusos. Tendo esse absurdo recurso à sua disposição, qual governador deixará a tarefa da desocupação para as suas forças de segurança pública? Além disso, sem treinamento adequado, o uso da força é sempre mais arriscado, tanto para o agente como para o cidadão.

No caso do projeto de lei que amplia a excludente de ilicitude nas operações de GLO, o texto é amplo e confuso, dando margem a abusos. Vale lembrar que o Código Penal já define que “não há crime quando o agente pratica o fato em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito” (art. 23, III). Já existe, portanto, marco jurídico suficiente para dar suporte à atuação do poder policial dentro da lei. [Em princípio, o presidente Bolsonaro poderia, através de decreto, esclarecer mais o artigo citado e assim agilizar o processo, evitando perder tempo com uma longa e obstruída tramitação no Congresso.
 
Infelizmente, uma oposição sistemática ao governo Bolsonaro - estimulada e mesmo comandada por parlamentares das duas casas, tão logo o decreto regulamentador = esclarecedor = fosse promulgado, o Poder Legislativo editaria um decreto legislativo revogando o decreto presidencial. Com isso o caminho que resta é o do projeto de lei, que pode empacar, mas, deixa claro as intenções do presidente da República de governar dentro das leis e sempre ouvindo o Congresso - que pode retirar do texto o que entender ser inconveniente e acrescentar o que desejar. É a DEMOCRACIA funcionando.]

Segundo o texto proposto pelo governo, “considera-se em legítima defesa o militar ou o agente que repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Há aqui uma omissão relevante. Ao definir legítima defesa, o Código Penal exige o uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão. Uma desproporcional reação, por exemplo, com violência excessiva, não é legítima defesa. No texto do governo não existe essa condição, o que desvirtua a figura da legítima defesa. [por se tratar de um PROJETO de Lei, o mesmo pode sofrer modificações na redação, incluindo, sem limitar, acréscimos e cortes, no que ao entendimento do Congresso falte ou seja excessivo.] Para piorar, ao definir o que seria injusta agressão, o texto inclui “portar ou utilizar ostensivamente arma de fogo”. Segundo o projeto, o mero porte de arma de fogo autorizaria um agente de segurança, numa operação de GLO, a matar o portador da arma. [a utilização ostensiva pode ser caracterizada um paisano andar nas ruas, com uma pistola destravada na mão - portar é conduzir a arma no coldre, (na cintura) ou em veículo;
outra situação de utilização ostensiva  é um cidadão não policial andar elas ruas com um fuzil.] Não faz nenhum sentido equiparar porte de arma à injusta agressão - e isso até o governo Bolsonaro teria condições de entender, já que ele também tenta por vários modos ampliar a posse e o porte de arma no País.

O projeto tenta ainda garantir impunidade para o excesso culposo. Ciente de que situações de exclusão de ilicitude são propícias a abusos e a excessos, o Código Penal prevê que o autor da ação “responderá pelo excesso doloso ou culposo”. A lei penal não é tolerante com quem, aproveitando-se da situação de legítima defesa, ultrapassa os limites legais. Já o texto do governo diz que “em qualquer das hipóteses de exclusão da ilicitude previstas na legislação penal, o militar ou o agente responderá somente pelo excesso doloso e o juiz poderá, ainda, atenuar a pena”. [uma das formas de configurar o excesso doloso é quando o agente efetua vários disparos contra o agressor e mesmo após esse tombar ainda efetua mais disparos.
A propósito, oportuno lembrar que um cunhado da Ana Hickmann, assassinou um fã da apresentadora com com  disparos na nuca e foi absolvido recentemente  pela Justiça.
Convenhamos que legítima defesa atirando na nuca é complicado de ser aceito como legítima defesa.] Ou seja, o projeto dá impunidade ao excesso culposo nas ações de GLO. Há aqui outro contrassenso. Pune-se o excesso culposo praticado pelo cidadão, mas dá-se impunidade a quem tem por dever funcional fazer com que a lei seja respeitada.

Segundo o projeto de lei, o juiz poderá, no caso de excesso doloso, atenuar a pena. Mais uma vez vislumbra-se o descuido com o rigor jurídico, com o objetivo de ampliar e facilitar a impunidade dos excessos policiais. A segurança jurídica deve advir do rigor jurídico e do justo equilíbrio, que respeita e protege direitos e garantias fundamentais. Não há segurança jurídica, e tampouco Estado de Direito, onde o que se busca é a impunidade da truculência e do abuso.
 
Editorial - O Estado de S. Paulo
 
 
 

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Crise hídrica no DF - Rollemberg, sua omissão na adoção de medidas sérias para o abastecimento de água do DF, deu resultado: CALAMIDADE PÚBLICA

Ampliação do racionamento deve sair do papel nas próximas semanas

O prolongamento da estiagem tem levado a diários recordes negativos nos níveis dos dois principais reservatórios de água do DF. Adasa trabalha com novas medidas de racionamento 

Com o nível dos reservatórios que abastecem o Distrito Federal batendo recordes negativos diariamente, a ampliação do racionamento pode sair do papel ainda nas próximas semanas. Ontem, Descoberto e Santa Maria chegaram a 14% e 27,5%, respectivamente, os piores índices da história, no mesmo dia em que foi registrada a temperatura mais alta do ano, 34,1ºC.

Caso a vazão de água do Descoberto siga a média apresentada nos primeiros dias de outubro, o reservatório deve fechar o mês abaixo do previsto pela curva de acompanhamento estipulada pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), 9%. Por isso, o órgão afirma que, se houver percepção de que a meta será batida, medidas mais rígidas, como ampliação do racionamento e redução na retirada de água das propriedades rurais, podem ser antecipadas e tomadas ainda neste mês.
[só ampliar o racionamento não resolve; é necessário conjugar o racionamento pelo menos de dois dias a cada seis com o aumento do preço da água consumida que exceder 10m³ /mês.  O aumento tem que ser superior ao que foi adotado na primeira fase do racionamento.
Sugestão:
- até 10m³/mês - mantém o preço atual;
- de 10 a 20m³/mês = acréscimo de 20%;
acima dos 20m³/mês = acréscimo de 50%.]

A ampliação do racionamento é prevista desde novembro. Na resolução da Adasa que autorizava o início do rodízio de água, um artigo decretava que o período de interrupção poderia ser ampliado, progressivamente, caso sobrevenha agravamento na situação de escassez hídrica dos reservatórios. Só neste mês, o Descoberto caiu 2,9 pontos percentuais. Para deixar a situação mais crítica, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê menos chuvas no último trimestre de 2017 que o registrado na média histórica.

Área rural
Nos últimos 10 dias, choveu 19,7 milímetros, menos de 11% da média história para o mês –166.6 milímetros. A Adasa anunciou que vai intensificar a medição do volume de vazão dos afluentes do Descoberto, para identificar se menos água, subterrânea ou não, está chegando ao reservatório. A fiscalização, que antes era semanal, será feita três vezes por semana. A lei federal nº 9.433, de 1997, prevê que em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais. Por isso, os primeiros cortes devem ocorrer no meio rural do DF.

A captação de água bruta por produtores, que antes era feita 24 horas por dia, foi restringida neste ano em 75%, podendo ocorrer apenas entre 6h e 9h e três vezes por semana. A possibilidade de mais restrições preocupa quem vive de agricultura. A presidente da Associação de Produtores Rurais Pró-Descoberto, Rosany Jakubowski, afirma que alguns agricultores diminuíram o cultivo em até 70%. De acordo com ela, uma nova redução do tempo de captação ameaça o futuro do setor. “Nossas irrigações estão limitadas desde o início do ano e sofremos restrição na área em que podemos plantar. O número de demissões por parte dos empregadores também cresceu, pois não temos garantia de renda nem de faturamento”, conta. [dona Rosany Jakubowski,a escolha é simples: é sua produção agrícola contra o abastecimento da população do DF/ será que passa pela sua cabeça que sua lavoura vai ter prioridade?
A única prioridade que sua lavoura poderá ter é ser a primeira a um trator passar por cima. 
Também não adianta ameaçar vender terras; é melhor terra com grilagem do que o DF ficar sem água.]

Rosany trabalha com a produção de frutas e flores em uma área rural localizada no Incra 6, em Brazlândia. De acordo com ela, a produção este ano caiu cerca de 60%. A mulher vem de uma família de produtores agrícolas e está na terceira geração deles, porém, acredita que esta pode ser a última. “O DF deve ficar atento quanto aos produtores rurais. Se o mercado decretar falência, nossa saída será vender as terras. Com isso, teremos a presença de grileiros e futuramente mais ocupações irregulares”, alerta.

Fonte: Correio Braziliense