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sábado, 4 de janeiro de 2020

Partidos Políticos e Movimentos de Renovação - Maria Lucia Victor Barbosa

Entre as funções de um partido político pode-se citar: 
enquadramento ideológico ou doutrinal dos candidatos; 
recrutamento e seleção dos candidatos; 
coerência interna no que diz respeito a disciplina do voto.
Contudo, pode-se notar com clareza, que nossa realidade partidária passa longe dessas características. Nossos partidos são verdadeiros clubes de interesse sem nenhuma consistência nacional, costuradas ao sabor das ambições de poder pelo poder, de interesses eleitoreiros e de conveniências imediatistas.

A Constituição de 1988 acabou sendo uma “colcha de retalhos”. Mesmo porquê, naquela época os partidos já se encontravam totalmente descaracterizados como representantes da opinião pública ou segmentos sociais. Para além de uma reacomodação dos políticos antes contidos no bipartidarismo, surgiu um processo acentuado de trocas de siglas que sugeria o oportunismo da caça às vagas nas convenções e o acerto de interesses eminentemente pessoais de poder pelo poder, de levar a melhor.

Pode-se dizer que, de 1986 em diante nossos partidos que guardavam as características brasileiras do “jeitinho” e do “levar vantagem em tudo”, começaram a se assemelhar cada vez mais aos catch-all-parties ou partidos agarra-tudo, surgidos na Europa na década de sessenta. Essas agremiações tinham como objetivo captar o máximo de votos, atrair eleitores diversos ou até contraditórios, não assumiam uma ideologia precisa e se voltavam para eleitores e não para os militantes geralmente dirigidos por elites que não saiam de suas bases.

Esse contexto desnorteia o eleitor quando este tem de dar seu voto. Por conta disto prevalecem nas escolhas apenas a emoção e não a racionalidade, a personalização do poder (vota-se no candidato e não no partido), o jogo e a aposta. Mantêm-se, portanto, nas eleições o aspecto lúdico ou circense da política onde tantos populistas com suas discurseiras que encantam massas, costumam levar a melhor nas urnas.

Com o advento das redes sociais mudanças vêm ocorrendo e, entre elas, o que chamei de Quinto poder, significando que a interação e a organização de indivíduos se processam de modo horizontal e não estabelecidos de cima para baixo. Espontaneamente formam-se grupos de pressão e de interesse capazes de arregimentar manifestações de rua, a participação em eleições com escolha de candidatos devidamente escolhidos através de critérios baseados em valores e comportamentos, e de influenciar e pressionar os Poderes constituídos de maneira não nunca havida anteriormente.

Um desses grupos, denominados movimentos de renovação, intensificaram sua atuação com o objetivo de renovar os desgastados partidos políticos. São como uma espécie de escola política voltada para capacitação de quadros políticos, a formação de líderes, a qualificação de políticos. Os grupos tornaram-se capazes de orientar candidatos e elegê-los. Em 2018 emplacaram 30 representantes no Congresso e 54 deputados federais e senadores. São custeados por doações privadas e informam que juntos possuem um orçamento de R$ 29,6 milhões.

Segundo matéria do O Estado de S. Paulo (08/12/2019), “deputados que saíram dos grupos de renovação apresentam mais projetos, trabalham mais em grupo, gastam menos verba e têm menos faltas que a média dos demais parlamentares”. Num Congresso, onde avantajado grupo de parlamentares está acostumado a barganhar votos, buscar interesses particulares e que, só para citar um exemplo atual, dilapidou o projeto anticrime do ministro Sérgio Moro e está protelando a decisão sobre prisão em segunda instância, [e o relator já cuida de manter a impunidade = quer que possível mudança só alcance os crimes cometidos após a mesma, com isso os bandidos condenados por crimes praticados antes da data de promulgação, só poderão ser presos após o último dos últimos recursos = impunidade total.] algo que se assemelha a uma ode ao banditismo e à corrupção, os grupos de renovação tornam-se interessantes vias, não de exclusão dos  partidos políticos uma vez que com todos seus defeitos eles são necessários para a representatividade política da população, mas de se colocarem como meios de alternância comportamental da política tradicional através de novas lideranças, nas quais maior responsabilidade, ética e busca de bem comum começam a quebrar comportamentos indesejáveis das oligarquias partidárias.

Parece utopia, dirão alguns, mas, concretamente, já está acontecendo uma mudança. E isto não existia antes.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga


domingo, 2 de junho de 2019

Os On-Line foram para as Ruas

Em 2013, o protesto “passe-livre” apareceu na rua. De cunho esquerdista era composto por um grupo de jovens que tinham carro, mas reclamavam do aumento de vinte centavos no preço dos ônibus. A esquerda jamais poderia imaginar o que viria depois. De forma inédita começaram atos espontâneos, sem lideranças, de milhares de brasileiros de todas as classes sociais que foram para as ruas reivindicar qualidade de serviços públicos, especialmente os da Saúde e da Educação, clamar contra a corrupção, os gastos da Copa etc.

Como não podia deixar de ser, apareceram críticas de analistas, cientistas políticos, jornalistas. Diziam que os atos não tinham foco, que as aspirações eram difusas, que as manifestações eram passageiras. Entretanto, apareceram resultados. Despencou a popularidade da presidente petista Dilma Rousseff, espantaram-se os políticos de todos os partidos e o Congresso aprovou a toque de caixa projetos parados ou esquecidos.

As manifestações não foram passageiras e seguiram retomadas nos anos seguintes com foco no “fora Lula”, “fora Dilma”, fora PT. O brado era entoado pelos milhões que foram às ruas protestar e pedir o impeachment da presidente. O Congresso entendeu o recado e obedeceu a vontade popular, pois políticos sobrevivem através da opinião pública onde buscam votos. E o impeachment aconteceu. Ironicamente, o PT que tentara o impeachment de outros viu um dos seu ruir estrondosamente. Foi como um míssil no coração do partido que sempre se rotulou o maior de esquerda da América Latina. A partir dai o declínio foi se verificando. Isto significa que o movimento verde-amarelo das ruas deu resultado.

No ano passado impressionantes multidões foram para as ruas, desta vez pelo candidato Jair Messias Bolsonaro. Inclusive, foi em uma destas enormes aglomerações que um matador de aluguel, que não se sabe quem enviou, esfaqueou o candidato. É bom frisar que nenhum candidato à presidência teve algo assim em termo de massas. Nem Lula nos seus melhores tempos. Aliás, as últimas caravanas do agora presidiário foram um completo fracasso. Quando espalharam que se Lula fosse preso haveria convulsão social, a prisão aconteceu sem que ninguém se atirasse no meio da rua rasgando as vestes e arrancando os cabelos. E nem mesmo a cena teatral da prisão quando Lula se acoitou no sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo, fez multidões incalculáveis aparecerem para proteger o líder.

Uma vez empossado, Bolsonaro continua a ser atacado incessantemente por “milícias” da mídia e de entidades de esquerda. E quando foi anunciado "corte" na Educação, um contingenciamento que ainda não aconteceu, movimentos de esquerda, voltaram às ruas no dia 15 de maio com o aparente motivo de salvar a Educação. Nenhum protesto da UNE, das Centrais Sindicais e dos chamados Movimentos Sociais foi feito quando Lula e Rousseff, como afirmou em artigo Rapphael Curvo (Ao Som das Ferraduras, 1 de junho de 2019) “sacaram da Educação 30 bilhões.

Porém, agora existe de parte da sociedade respostas, reações, contestações ao que acontece. Um fenômeno pouco percebido, assim como o que chamo de Quinto Poder das redes sociais. Isso explica o porquê da resposta às manifestações do dia 15.  Anteriormente, o anúncio dos atos do dia 26 foi duramente criticado por cientistas políticos, analistas, jornalistas, partidos políticos e até por partidários do presidente da República. Dizia-se que era um tiro no pé, que seria um fiasco, que era precipitado.  [Esclarecendo: o Blog Prontidão Total, apesar dos seus integrantes não serem cientistas políticos e continuar sendo plenamente favorável ao governo do presidente Jair Bolsonaro, se manifestou contrário as manifestações do dia 26 passado, pelo entendimento - que ainda permanece - que por maior que seja o clamor das ruas, contra ou a favor do Governo do nosso presidente Jair Bolsonaro, as decisões continuarão sendo tomadas pelo Poder Legislativo e que este só se torna mais sensível às manifestações populares às vésperas de eleições - 2013 antecedeu as eleições gerais de 2014.
Então, os on-line foram para as ruas e os atos foram um sucesso. Defendeu-se as reformas pelas as quais o Executivo luta no Congresso e se houve críticas ao Legislativo e ao STF não foram no sentido de acabar com esses Poderes, mas a certas atitudes de seus membros. Tudo correu de forma pacífica, democrática e sem queima de ônibus. E deu resultado: a reforma administrativa foi aprovada no Senado. O presidente da Câmara falou em se afastar do “Centrão”. Foi feito um pacto entre os três Poderes pelas reformas. A força do presidente da República confirmou-se pelo apoio do povo sem que ele interferisse anteriormente ou participasse com seus ministros das manifestações.

No dia 30 de maio, em uma tréplica da esquerda uniram-se de novo a UNE, a CUT, as outras Centrais Sindicais, o MST, o MSTS. Foram liberados das aulas em todo país os estudantes universitários e os do segundo grau. Alguma coisa foi dita sobre educação, houve muitas faixas com o mote “Lula Livre”, palavras de ordem sindicais, queima de um boneco do presidente Bolsonaro e pedido do seu impeachment.

O resultado das manifestações da esquerda foram pífias e não produziram resultado, que é o que interessa. Portanto, ponto para o presidente Bolsonaro e para os 0n-line que foram para as ruas mostrar como funciona o Quinto Poder.

Artigo no Alerta Total www.alertatotal.net
Por Maria Lucia Victor Barbosa
Maria Lucia Victor Barbosa é Socióloga - mlucia@sercomtel.com.br
 
 

quarta-feira, 6 de março de 2019

Redes sociais se tornaram 'o quinto poder no Brasil'



Todo mundo que é gente de pele e osso deixa rastros na internet. E não é preciso ser um hacker profissional para farejar e ir atrás dos rastros 

 

"A decisão de o ministro da Justiça, Sérgio Moro, de revogar a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é mais uma indicação de que 'as redes sociais se tornaram o quinto poder da política no Brasil' ". A opinião é de Marco Aurélio Ruediger, diretor de Análise de Políticas Públicas na Fundação Getúlio Vargas. Doutor em Sociologia e mestre em Gestão e Análise Política Pública, Ruediger comanda uma equipe formada por economistas, sociólogos, cientistas políticos, designers e analistas de políticas públicas responsáveis por pesquisas sobre a modernização das estruturas do Estado, e-Democracia, sociedade em rede e outros temas-chave da agenda política, como protestos sociais, segurança pública e imigração.

Em entrevista à BBC News Brasil, ele diz que a política será cada vez mais permeável à pressão das novas tecnologias, processo que considera ser "irreversível". "A realidade ficou muito complexa e temos que nos acostumar a ela. Quem usa mais as redes, pressiona mais e vai ganhando mais espaço com isso. É um processo irreversível", argumenta.
Mas, segundo Ruediger, existem riscos. 

"Não acho que a pressão feita por esses grupos em ambientes virtuais abale por si só a democracia. Pelo contrário. Pode até aprimorá-la. O que abala a democracia é não se saber se parte desses grupos é orgânico ou está sendo influenciado por algoritmos que deformam a real participação popular", pondera.
"Caberá às nossas instituições se equipar melhor para lidar com essa realidade", acrescenta.

MATÉRIA COMPLETA, BBC Brasil