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sábado, 15 de abril de 2023

Em busca do retrocesso perpétuo - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Lula, o PT e a esquerda têm de segurar o Brasil na miséria, na ignorância e no atraso; ou é desse jeito, ou não existem. É daí que vêm os votos que lhes permitem estar no governo

Fachada das casas de palafitas à beira do rio, na periferia de São Luís do Maranhão, onde não existe saneamento básico para a população. Foto de 2009, final do governo Lula | Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo/AE
Fachada das casas de palafitas à beira do rio, na periferia de São Luís do Maranhão, onde não existe saneamento básico para a população. Foto de 2009, final do governo Lula | Foto: Celso Junior/Estadão Conteúdo/AE
 As coisas no Brasil de hoje, e na maior parte destes anos 2000, ficam mais fáceis de entender se você partir de uma constatação básica: o programa de destruição que Lula, o PT e a esquerda vêm aplicando contra a população brasileira quando estão no governo tem um método. 
Não é apenas a roda da fortuna e do azar, que trazem para os países subdesenvolvidos, junto com a maré enchente e a maré vazante, a incompetência, a desonestidade orgânica e a pirataria do dinheiro público as marcas mais óbvias dos quase 14 anos em que eles estiveram na presidência da República. 
O Brasil, certamente, deu azar nesse período. Foi governado por gente integralmente inepta, sem qualquer qualificação para dirigir sequer um carrinho de picolé a começar pelo próprio Lula, o mais exibido de todos na sua incompetência sem cura. Mais: foi governado por parasitas que nunca trabalharam na vida, não de verdade; passaram suas existências simulando atividade no serviço público, na universidade ou em coisas assim, mas nunca foram capazes de produzir um único parafuso. 

Sua obsessão, o tempo todo, foi arrumar empregos bem pagos (empregos, não trabalho) na máquina estatal, onde estão até hoje, aos milhares e para sempre. Mais do que tudo, roubaram como nunca se roubou no Brasil ou no mundo — comandaram o maior sistema de corrupção jamais visto na história humana, provado na justiça com confissões, documentos e devolução voluntária de dinheiro roubado. Tudo bem: você está cansado de saber que é assim. O problema é que a soma de tudo isso não é o pior. O pior é que o Sistema Lula age desta maneira porque não pode agir de outra — se fizer diferente do que tem feito vai cair morto, direto, e o instinto de sobrevivência simplesmente não admite que isso venha a acontecer.

Lula perdeu em todos os Estados brasileiros, sem falhar um, onde há mais progresso e menos pobreza; ganhou em todos os Estados, também sem falhar um, onde há mais subdesenvolvimento e mais miseráveis

(...)

O fato é que, em três meses de governo, o Sistema “L” não perdeu uma única oportunidade, nem uma que fosse, de deixar o número de pobres no Brasil igual ao que é hoje, ou se possível maior. Sua realização mais agressiva, até o momento, foi a anulação do novo marco do saneamento, que começou enfim a permitir, de 2020 para cá, que um número maior de brasileiros tivesse mais esgotos e mais água encanada. O saneamento básico é um dos maiores escândalos sociais do Brasil: por culpa única e direta da esquerda nacional e de sua maior aliada política, a elite que mantém toda uma parte da população em situação equivalente à de escravidão, 100 milhões de pessoas não têm esgoto até hoje neste país, e 35 milhões não têm nem mesmo água encanada. É isso: em pleno século XXI, 2.000 anos depois da Roma antiga ter resolvido seus problemas de água e de esgoto, 50% da população brasileira não tem uma rede sanitária elementar. Em muitos lugares é bem pior — em Belém, a segunda maior cidade da Amazônia com seus 1,5 milhão de habitantes, quase 90% dos habitantes não têm esgoto. Isso mesmo: quase 90%. O Brasil é assim por um motivo óbvio e indiscutível. Até a nova lei, só as empresas estatais, controladas pelos milionários que mandam na política dos lugares mais subdesenvolvidos do Brasil, em consórcio com o PT, podiam operar no setor — elas, com as suas pencas de empregos públicos e os seus negócios de pai para filho. O resultado objetivo da ação exclusiva das estatais na área sanitária são os 100 milhões de brasileiros que vivem sem esgoto até hoje. Seria possível citar algum outro culpado por essa tragédia? Quem? Exemplo: há décadas a água e os esgotos no Pará, para todos os efeitos práticos, são propriedade privada da família Barbalho e da estatal que lhes serve. Deu nisso — só 13% da população de Belém tem esgotos. Multiplique-se agora essa situação pelas regiões mais atrasadas do país, com exceção de Alagoas, onde a nova lei funcionou de modo exemplar. Não pode dar outra coisa.

(...)

Tão ruim ou pior é o ataque de Lula e do seu governo contra a nova Lei do Ensino Médio — a primeira esperança concreta de alguma melhoria efetiva na monstruosa educação pública do Brasil. A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, após 20 anos de discussão; para não haver qualquer desculpa, foram dados mais cinco anos de prazo até sua entrada em vigor, e a aplicação iria começar no atual ano escolar. Entre outros benefícios óbvios, passou-se a incentivar o ensino da matemática, das ciências exatas e das disciplinas que dão mais chance para os jovens no mercado de trabalho. Mais: não são obrigados a fazer nada do que não queiram; apenas foi dada a eles a chance da escolha, pela primeira vez na vida. O PT e os sindicatos de professores, é claro, sempre foram furiosamente contra qualquer mudança; exigem que fique tudo como sempre foi. Seu argumento é demente. Dizem que as novas regras interessam “às empresas” e ao “capitalismo”; não podem valer, portanto, apesar de se tratar de uma decisão do Congresso, transformada em lei. 

(...)

A destruição da Lei de Cabotagem é outra agressão grosseira ao interesse da maioria da população. O Brasil tem mais de 8.500 quilômetros de costas que podem ser navegadas, mas não são. Na prática, até agora, era como se houvesse uma lei dizendo: “A navegação de cabotagem é proibida no Brasil”. Era assim por uma razão muito simples e muito safada: só podiam fazer esse serviço navios que foram construídos em “estaleiros nacionais”, ou seja, quase ninguém podia. O transporte de mercadorias em distâncias superiores a 1.200 quilômetros, ou por aí — do porto de Santos ao porto do Recife, por exemplo —, é muito mais eficaz e mais barato se for feito por mar. Isso não interessa, nem um pouco, aos aproveitadores que vivem em volta do PT. No ano passado foi aprovada pelo Congresso, como nos casos anteriores, uma lei abrindo o setor, no ritmo mais moderado que se poderia adotar, para as transportadoras brasileiras — elas ganharam o direito de fretar navios estrangeiros, ou fabricados no exterior, para navegar no litoral do seu próprio país. O efeito imediato disso seria o aumento de empregos, de renda, de lucros, de investimento e de oportunidades. Lula, naturalmente, foi contra: anulou também essa lei, com um ato de vontade. E a Lei das Estatais? Aprovada ainda no tempo de Michel Temer, ela dificultava a pilhagem das empresas públicas pelos políticos — algo de interesse direto e imediato para quem não tem nada. Foi um dos primeiros avanços que Lula destruiu, com o apoio da Câmara dos Deputados; se o Senado confirmar, ele terá cerca de 600 empregos de marajá para entregar ao PT-PCdoB-Psol ou para vender ao “centrão”.

Luiz Inácio Lula da Silva cumprimenta o presidente do Senado, 
Rodrigo Pacheco, ao lado do vice-presidente, Geraldo Alckmin, 
e de parlamentares aliados | Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert 
[e pensar que o senador estridente foi, por algum tempo, 
considerado o paladino na luta contra a corrupção.]

Lula disse há pouco que quer criar uma “classe média”, doando dinheiro do Tesouro Nacional aos “pobres”. O Brasil não tem uma dívida pública?, perguntou ele. Então: por que não pode aumentar essa dívida e “acabar com a pobreza?” Parece idiota, e é idiota; mas também é intencional. Doar dinheiro público não vai acabar com pobre nenhum; se acabasse não haveria pobres no mundo, não é? O que todos eles querem, mesmo, é um Brasil miserável, pois é disso que vivem. É possível que você tenha notado que a esquerda brasileira foi parando de usar a palavra “reacionário” — sua definição, durante décadas, para quem tinha uma opinião diferente. Notaram, aparentemente, que a palavra passou a descrever, com exatidão cada vez maior, Lula e tudo o que existe em volta dele. O presidente da República é hoje o maior reacionário em ação no Brasil; quer, acima de qualquer outra coisa, manter o país em retrocesso perpétuo.

Leia também “O Brasil sem lei”

MATÉRIA COMPLETA - Clique J. R.Guzzo, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Biden antecipa 2022 - Nas Entrelinhas

“O encontro do apresentador Luciano Huck com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro mexeu com o tabuleiro político. O apresentador  de tevê se fingia de morto

“Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem: não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e, sim, sob aquela com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. Quem já não leu ou ouviu essa frase na crônica política? É citada com frequência, literalmente ou não, mas com o mesmo sentido. Está no segundo parágrafo do O 18 Brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx (Martin Claret), escrito em Londres, sob encomenda, para um semanário que seria lançado em Nova York, em 1º de janeiro de 1852, cujo editor, Joseph Weydemeyer, morreu. O texto acabou publicado numa revista mensal intitulada Die Revolution e introduzido na Alemanha semiclandestinamente, antes de virar um livro-reportagem sobre o golpe de Estado de Napoleão III, em 1851. O título faz alusão ao golpe de 9 de novembro de 1799, esse, sim, dado por Napoleão Bonaparte. É um clássico da análise política, que cunhou os conceitos de “bonapartismo”, “transformismo político” e “cretinismo parlamentar”.

[o animador de auditório não se fingia de morto já que politicamente ele nunca pertenceu ao mundo dos vivos;
quanto ao ex-juiz, ex-ministro, a cada dia sua projeção política mais se apequena, o que se nota com facilidade pelos parceiros que o procuram.] 

O presidente Jair Bolsonaro não foge à regra dos grandes personagens da História que se repetem, citados por Marx naquele texto: depara-se com circunstâncias que não escolheu e são completamente diferentes daquelas nas quais se elegeu. É como se a roda da Fortuna tivesse girado a favor dos seus adversários, zerando a vantagem estratégica que a conjuntura de 2018 havia lhe proporcionado. Para piorar a situação, antecipou sua campanha à reeleição em todos os movimentos que fez desde quando assumiu a Presidência e, agora, com o gênio fora da garrafa, não tem como pô-lo de volta. Nem bem o primeiro turno das eleições municipais acabou, [acabou? sem começar?] o quadro eleitoral de 2022 começa a ser desenhado à sua revelia, agora impulsionado por um fator externo cujo impacto no Brasil não pode ser subestimado: a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, inequívoca, embora o presidente Donald Trump se recuse a admiti-la e se movimente como quem deseja criar uma crise institucional para permanecer no poder. [sugerimos ler:
Procurador-geral autoriza investigações sobre eleição americana
  -  Correio Braziliense.]

Não é à toa que líderes mundiais como Vladimir Putin, da Rússia; Xi Jinping, na China; e López Obrador, no México, ainda não enviaram congratulações ao democrata e aguardem o resultado oficial da disputa, cuja divulgação Trump procura retardar ao máximo, com seus recursos judiciais. São líderes políticos que têm grandes contenciosos com os Estados Unidos e não desejam tornar a vitória de Biden ainda mais consagradora, fortalecendo-o nas negociações. Nenhum deles, porém, tem tanta identidade ideológica com Trump como Bolsonaro. Também não se manifestaram durante o pleito a favor do candidato republicano. O retardo em reconhecer a vitória de Biden, por lealdade a Trump, está aprofundando o mal-estar que já existia com o novo presidente dos Estados Unidos. Além das implicações da vitória dos democratas em relação à política externa e à questão ambiental no Brasil, já estão aparecendo suas consequências para a política nacional propriamente dita, inclusive do ponto de vista eleitoral.

O centro renasce
Por exemplo, o encontro do apresentador Luciano Huck com o ex-ministro da Justiça Sergio Moro mexeu com o tabuleiro das eleições presidenciais. O jovem comunicador se fingia de morto e sua candidatura somente existia no Twitter do ex-deputado Roberto Freire, presidente do Cidadania. A partir do momento em que se tornou público seu encontro com Moro e que ambos discutiram o cenário eleitoral de 2022, todos os possíveis candidatos e seus aliados se mobilizaram. É ingenuidade acreditar que o encontro em si alterou o cenário político — o prestígio de ambos estava em declínio nas pesquisas —, [com as devidas vênias ao articulista cabe uma correção temporal: está em declínio, em queda, com forte viés de aceleração.] o que mudou a correlação de forças foram as novas circunstâncias criadas pela vitória de Biden, com uma narrativa que não tem sintonia com Bolsonaro, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) nem mesmo com Ciro Gomes (PDT).

O encontro de Huck e Moro sinalizou que o campo liberal-democrático pode buscar uma convergência e ocupar, novamente, o centro político, mas isso passa, ainda, por João Doria (PSDB), governador de São Paulo; Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul; Rodrigo Maia, presidente da Câmara; Luiz Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde; e Marina Silva(Rede), ex-ministra. Unificar o centro democrático não é uma tarefa fácil, nunca foi. Ulysses Guimarães e Tancredo Neves, no MDB, disputaram a liderança da oposição até a derrota das Diretas Já. Fernando Henrique Cardoso teve de dobrar Mário Covas, no PSDB, para consolidar sua aliança com o PFL, de Antônio Carlos Magalhães e Marco Maciel.

De volta aos programas de tevê com forte cunho social, Huck se movimenta de forma dissimulada, mas sua permanência na TV Globo tem data marcada, precisa decidir até meados do próximo ano se é candidato ou não. Moro enfrenta o sereno na planície, é um candidato encabulado, mas tem um partido pronto para abrigá-lo, com forte bancada no Senado, o Podemos. Doria tem as dificuldades de todo político paulista para sair do Palácio dos Bandeirantes, podendo se reeleger, e arriscar a Presidência. Mandetta é candidato declarado, enquanto houver pandemia, terá pista para correr, mas precisa seduzir a cúpula partidária, que sonha com a candidatura de Huck pela legenda. Eduardo Leite pode ser a nova cara do PSDB, se Doria não concorrer. Marina Silva sonha em renascer como Fênix, para viabilizar a Rede. [merece pena o fracasso da tática da ex-ambientalista  de governar sem votos - via judicialização.

Marina em abundância de títulos de EX ganha com folga do ex-juiz, ex-ministro; Ela detém: ex-senadora, ex-ambientalista, ex-candidata, ex-evangélica (de uma corrente que defende o aborto)] Reunir todos numa candidatura é um projeto ambicioso. Além disso, não se deve subestimar a força da oposição de esquerda, que pode se reagrupar, a partir das conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula (PT) da Silva e Ciro Gomes (PDT), para chegar ao segundo turno.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense