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sábado, 11 de maio de 2019

Bolsonaro prevê ‘tsunami’ e eleva nível das ondas



Jair Bolsonaro coloca todo o seu governo a perder. Semeia ondas para colher tsunamis. Comporta-se assim porque viciou-se no ar intoxicado das redes sociais. Ali, recebe aplausos fáceis. Basta passar semanas repetindo que não fará "aliança com a turma da Lava Jato", governará "sem fazer concessões ao toma-lá-dá-cá", e respeitará os "compromissos assumidos com o eleitor." Depois, ao desgrudar o nariz da tela do celular, esse mesmo presidente firma acordos com políticos sob investigação, entrega anéis para salvar os dedos e continua fazendo pose de limpinho para a plateia da bolha. Tanto é assim que Bolsonaro achou razoável participar de uma reunião com os investigados Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Onyx Lorenzoni e Fernando Bezerra. Nesse encontro, trocou a recriação de dois ministérios pela aprovação da MP que reorganizou o governo. Para divertir a turma da bolha, o capitão distribuiu portes de armas. Horas depois, Bolsonaro levou uma série de pancadas do centrão. Aprovou-se numa comissão especial a volta dos dois ministérios. E nada de contrapartida.

A MP que repaginou a Esplanada foi virada do avesso. Na paulada mais forte, o Coaf foi arrancado de Sergio Moro e devolvido para Paulo Guedes. Foi como se o centrão informasse ao capitão que ele negocia com gente errada, dá pouco perto do que se deseja tomar e flerta com novas derrotas. Perderá inclusive o decreto das armas. Com água pelo nariz, Bolsonaro veio à boca do palco nesta sexta-feira para declarar o seguinte: "Me elegi e a decisão foi, como havia falado por anos, que não teríamos indicações políticas. Escolhi os nossos ministros por critério técnico. Todos têm 100% de liberdade para escolher seus subordinados. […] E assim estamos governando. Alguns problemas? Sim, talvez tenha um tsunami na semana que vem. Mas a gente vence esse obstáculo com toda certeza. Somos humanos, alguns erram. Uns erros são imperdoáveis, outros não." Ai, ai, ai…
  
O tsunami a que Bolsonaro se refere é a votação no plenário da Câmara da MP que o centrão virou de ponta-cabeça na comissão. As previsões oscilam entre o ruim e o muito pior. Na primeira hipótese, os deputados aprovam a medida provisória com os retoques feitos na comissão. Na segunda alternativa, o centrão organiza uma obstrução para retardar a votação. O prazo de validade da MP de Bolsonaro vence em 3 de junho. Se caducar, volta a valer o organograma anterior, com 29 ministérios. E o centrão terá mais cargos para reivindicar. A satanização da velha política, expediente muito útil para um candidato em campanha, perde a serventia quando um presidente recém-empossado envia ao Congresso suas medidas provisórias, projetos de lei e emendas constitucionais. Nessa hora, o governante precisa de votos no Legislativo. A única forma de obtê-los é por meio de negociação. Quem quer tomar alguma coisa precisa expor suas ambições. Quem se dispõe a dar deve estabelecer os seus limites. Fazer jogo de cena não resolve.

A Previdência está falida e a economia permanece sedada. Faltam empregos, dinheiro, escolas que prestem, hospitais que funcionem e segurança nas ruas. Admita-se que Bolsonaro assumiu há quatro meses e não é responsável por tudo isso. Entretanto, ninguém o elegeu no ano passado para que o capitão passasse quatro anos nas redes sociais falando mal da "velha política". Lula continua preso, Michel Temer amarga sua segunda passagem pela cadeia e Dilma Rousseff aguarda na fila. E a Previdência continua à espera de uma reforma, a economia não reagiu, o desemprego só aumentou, o MEC cortou 30% do orçamento das universidades, os hospitais continuam a mesma porcaria e o brasileiro tem medo de sair às ruas.

Bolsonaro coloca todo o seu governo a perder porque se esquece que sua obrigação é oferecer soluções para velhos problemas, não criar encrencas novas. Para que seu governo dê certo, o capitão precisa mudar-se das redes sociais para o mundo real. Em seguida, deve dedicar-se a atividades triviais. Coisas como, digamos, trabalhar. Mantendo-se no papel de semeador de ondas, chegará ao final do mandato —se chegar— como um enganador que prometeu reformar o país, fracassou e condenou-se a passar o resto da vida queixando-se de ter sido bloqueado pelo Congresso. Esse filme o país já viu. E não gostou.

 

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Governo já tem uma cara, a oposição ainda não

Eleito pelo voto do contra, Jair Bolsonaro não adquiriu do dia para a noite o physique du rôle de um presidente da República. Mas o principal atributo que o capitão irradiou no imaginário do seu eleitorado —a sensação de que nada seria como antes— continua presente na montagem do ministério.  Do ponto de vista econômico, o dono da aura de Bolsonaro é o liberalismo radical de Paulo Guedes. E do ponto de vista político, seu governo algemou-se ao prestígio de Sergio Moro, numa manobra cujo êxito dependerá da liberdade que o ex-juiz tiver para infundir na máquina estatal o padrão Lava Jato. Diante desse cenário pós-tsunami, a satanização de Bolsonaro perdeu relevância. Atônitos, os adversários do novo presidente demoram a perceber algo simples: ninguém se afoga por cair na água, mas por permanecer lá. Restaram à oposição duas alternativas.

Os antagonistas de Bolsonaro podem flutuar agarrados a um feixe de ideias ou ir ao fundo com o sentimento da raiva amarrado ao pescoço. Hoje, a oposição passa a impressão de que procura uma ideia desesperadamente. Mais ou menos como um cachorro que caiu do caminhão de mudança e esqueceu onde escondeu o osso.  Considerando-se que a presidência-tampão de Michel Temer é herança do petismo, a posse de Bolsonaro representará o fim de um ciclo de 16 anos. Temer foi levado ao trono graças à traição de legendas que sustentaram o PT. E manteve na Esplanada figurões que enfeitaram o primeiro escalão de Lula e da própria Dilma.

Mudança drástica e genuína ocorrerá em 1º de janeiro de 2019. Goste-se ou não, o capitão chegou ao Planalto pelo voto. O que torna despiciendo qualquer debate sobre a legitimidade do resultado. Depois da posse, o governo despejará sobre o Congresso suas propostas. E a oposição terá de informar o que quer da vida. O economista Paulo Guedes colocará sobre a mesa, por exemplo, uma proposta de reforma da Previdência. O ex-juiz Sergio Moro desembrulhará o seu pacote anticorrupção e anticrime organizado. Como votar contra o equilíbrio fiscal e o combate à roubalheira? A qualidade da oposição depende dessa resposta.

Num instante em que o PT continua embrulhado na bandeira ‘Lula Livre’ e o PSDB está em chamas, abriu-se no Congresso uma avenida para o surgimento de uma nova oposição, menos venenosa e mais ativa. A maioria do petismo quer virar a mesa, não sentar em torno dela. O tucanato prefere ficar embaixo da mesa. Terceiro colocado na disputa presidencial, Ciro Gomes já enxergou as oportunidades que a conjuntura oferece. Mas o esboço de entendimento que existe entre o seu PDT, o PSB, o PPS e a Rede está longe, muito longe de constituir uma frente sólida de oposição.

Por ora, há em Brasília apenas dois polos nítidos de oposição ao projeto de Bolsonaro: o próprio Bolsonaro e os auxiliares dele. O capitão não passa semana sem atirar contra os seus pés. O último disparo foi a indicação do trumpista Ernesto Araújo para o posto de chanceler. E alguns dos seus auxiliares dedicam-se a transformar a transição de governo numa canoa dividida —metade da tripulação olhando para um lado e metade remando para o outro.

Blog do Josias de Souza

LEIA TAMBÉM:Itamaraty buscará ‘falcatruas’ do PT na diplomacia, anuncia novo chanceler


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Roube, exturca, pague os impostos e taxas = tudo bem = o produto do furto fica legal



A satanização do marqueteiro do PT
A linha que separa uma investigação de uma acusação é tênue e atravessá-la é perigoso
Se os órgãos de defesa do consumidor tivessem poder, o marqueteiro João Santana seria proibido de exercer a profissão pela propaganda enganosa que foi a campanha da doutora Dilma à reeleição. Noves fora isso, há um cheiro de satanização no inquérito que a Polícia Federal abriu em cima de sua empresa.

Pelo que se sabe, ele se tornou suspeito de lavar dinheiro para o PT. O primeiro lance dessa lavagem estaria no fato de ter trazido para o Brasil o equivalente a R$ 33 milhões ganhos na marquetagem da campanha do presidente José Eduardo dos Santos em Angola. Santana atravessou o oceano para escorregar numa casca de banana em Angola, país governado por Santos desde 1979. A filha do doutor é a mulher mais rica d'África, com uma fortuna estimada em US$ 3 bilhões. Se isso fosse pouco, em Angola estão fincadas estacas das grandes empreiteiras apanhadas na Lava-Jato.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras desconfiou do internamento do ervanário e comunicou o fato à Polícia Federal. Falta dizer qual é a base da desconfiança. Santana trouxe o dinheiro para o Brasil. Fez isso pela rede bancária, de acordo com as normas do Banco Central e pagou R$ 6,29 milhões de impostos, equivalentes a 20% da transferência. [a legislação determina que qualquer movimentação atípica de dinheiro, ainda que dentro do Brasil, seja comunicada pelo Coaf às autoridades competentes.]