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domingo, 1 de agosto de 2021

Os selvagens da seringa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Esse negócio de espontaneidade já era. Vai tomar vacina experimental porque eu estou mandando


Fique tranquilo que está tudo ótimo com o plano de imunização contra a covid-19. 
Vamos só colocar aqui umas observações atestando o rigor científico dessa experiência maravilhosa:

• Joe Biden disse o seguinte: “Se você estiver vacinado não vai pegar covid”. Isso é mentira. Mas não deve ter sido por mal. Se um presidente bonzinho como esse resolveu mentir só pode ter alguma coisa boa por trás. Talvez o lobby selvagem da vacina, que é a instituição mais sólida do Planeta Terra hoje.

Andrew Cuomo, governador de Nova York, coloca o poder público para instar os cidadãos a se vacinarem, mesmo os que espontaneamente não querem. Esse negócio de espontaneidade já era. Vai tomar vacina experimental porque eu estou mandando. Minha ciência é um caminhão de manchetes que apoiam o meu doce totalitarismo e eu posso te soterrar com elas se você não me obedecer. A eficácia e a segurança da vacina a gente confere depois, que agora eu estou com pressa.


  • Anthony Fauci, o showman da pandemia, que disse que você não precisa usar máscara depois de vacinado, mas emendou que é melhor usar, de preferência duas (quanto mais máscaras, melhor?), que disse não haver possibilidade de o novo coronavírus ter vindo de laboratório (quando já sabia que havia, como mostram os e-mails vazados), que disse não ter financiado estudos de ganho de função” de vírus (manipulação para transmissão entre humanos) quando o fundo que gere fez aportes ao laboratório chinês onde esse tipo de estudo aconteceu, enfim, esse homem que é assessor de saúde da Casa Branca e se coloca como uma espécie de oráculo da saúde mundial propaga agressivamente a vacinação de crianças e adolescentes contra a covid. Ele não tem como demonstrar que o risco da doença nessas faixas etárias é maior que o risco da vacina, mas não está nem aí. Um oráculo não deve satisfação a ninguém.

    No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, acaba de publicar uma diretriz justamente para a vacinação de adolescentes — entre 12 e 17 anos. A mesma pergunta se coloca: o Ministério da Saúde tem como demonstrar que os riscos da covid-19 para adolescentes são maiores que os riscos das vacinas para esse grupo populacional? 
    Não, ninguém no mundo conseguirá demonstrar isso. O Ministério da Saúde tem as conclusões dos estudos sobre ocorrência de efeitos adversos nessa faixa etária (como miocardite) após aplicação da vacina contra covid? Não, ninguém no mundo tem. Então essa diretriz anunciada pelo senhor Marcelo Queiroga é uma completa irresponsabilidade? Responde aí você, que está assistindo a tudo isso calado.

    • O cardiologista e professor de medicina norte-americano Peter McCullough, com mais de 80 mil citações em publicações acadêmicas segundo o Google Scholar, alertou: “Os códigos da FDA [agência reguladora de saúde dos EUA] exigiam um mínimo de dois anos de dados de segurança para aprovação de uma vacina. Para a covid esses dois anos viraram dois meses”. O dr. McCullough revela também seu espanto com a vacinação em massa de grupos que nem sequer foram testados, como as grávidas. “Isto nunca aconteceu.” E aí? Tá mais tranquilo agora?

    Agora querem te obrigar a se vacinar para não virar um cidadão de segunda classe

    Em qual lugar do mundo você viu uma demonstração sólida da ação imunizante da vacina verificável como fator de mitigação da pandemia? Em lugar nenhum. Você viu propaganda, slogan, gritaria, censura, ordem-unida, intimidação e coação, mas ciência sobre eficácia das vacinas contra a pandemia você não viu. Não precisa, né? Ciência para quem precisa de ciência, diria o poeta. Você já tem um caminhão de manchetes iluministas de fundo de quintal, pra que mais?

    • O número de abortos após as vacinas de mRNA está acima da média nos primeiros seis meses de gravidez? Não há conclusões sobre isso (nem sobre nada relacionado às vacinas contra a covid) mas há estudos em curso a partir de amostragens, como o da Agência Europeia de Medicamentos publicado após os dois primeiros meses de vacinação. 
    Há demonstração cabal de que o risco de aborto representado pela covid é maior que o risco de aborto representado pela vacina? Não, não há. 
    O que faz então o plano de imunização? Manda vacinar. É um iluminismo com cara de apagão, mas ninguém parece preocupado em acender a luz.
     
    Thais Possati de Souza, grávida de cinco meses, morreu duas semanas após se vacinar contra a covid. Horas após a sua morte, a Anvisa emitiu nota técnica vetando a vacina que ela tomou para grávidas.  
    Agora as autoridades vacineiras estão recomendando que as grávidas que tinham tomado a primeira dose da vacina embargada tomem a segunda com outra vacina! 
    Sendo que a segunda usa o mRNA e a primeira não. O que seria isso? Um coquetel vacinal? Isso é ciência ou salada de fruta?

    Bem, é isso aí. Agora querem te obrigar a se vacinar para não virar um cidadão de segunda classe, sem acesso a serviços e aos seus meios de vida. Tudo normal. Você confia nos critérios rigorosos da imunização. Bota fé nessa aventura. Se der merda, você é um azarado.

    Leia também “Grávida, vacinada e morta”

    Guilherme Fiuza , colunista - Revista Oeste


    terça-feira, 16 de maio de 2017

    Ele nunca sabe de nada

    Perdoem o réu Luiz Inácio. Ele não sabe de nada. Não sabe o que faz. Não sabe o que tem. Não sabe de onde vem o que recebe. Não sabe por que lhe deram. Não sabe quem pediu para ele ou em nome dele. Não sabe quem são ou o que fazem pelas costas os auxiliares que lhe prestam vassalagem

    Gente de boa alma. Nem o que a sua falecida mulher, Dona Marisa, desejava com um tríplex – se para investir ou para abrigar a família estava no escopo de seu conhecimento. Ou interesse. Suprema desfaçatez, Luiz Inácio, o réu, alegou sequer influenciar nas decisões do PT. Não se metia nas deliberações da agremiação que criou e na qual é, até hoje, o plenipotenciário manda-chuva. Por aí, nessa toada, dá para se tirar uma medida do grau de verdades que emitiu a cada trovejante reação contra as acusações que lhe pesam sobre os ombros. O réu Luiz Inácio parece ter seguido assim a vida inteira. Alheio. Na presidência da República, em casa, entre os parceiros de partido, no âmbito dos assessores, aliados e colaboradores mais diretos. Conveniente alienação de sentidos. 

     Aproveita o jatinho dos outros, as regalias e rapapés que lhe trazem. Mas se o sujeito tem contas a pagar ao cartório, problema dele! Mal comparando, Adriana Ancelmo, a ex-primeira-dama fluminense, mulher do ex-governador enjaulado, Sérgio Cabral, também depôs dizendo desconhecer de onde vinha tanto dinheiro.

    Ela adorou as joias, bolsas de grife, viagens em primeira classe, propriedades fabulosas. Porém a culpa sobre a origem ilícita dos recursos que bancavam a farra não é dela. Quem não almeja tamanha benevolência despojada de responsabilidade? O que é mais incrível e improvável é que mesmo sendo tão ausente de percepção do que faziam de errado às suas fuças estava ele, Luiz Inácio, sempre como elo de quase todas as tramoias. 
    Presente ou participando de vários dos entendimentos que levaram a malfeitos escabrosos. 

    Histórias cabeludas de favorecimento, lautos desvios de dinheiro público, benesses para os amigos e dos amigos para ele. No conjunto, Luiz Inácio, o réu, responde hoje por crimes que lhe renderão, caso julgado culpado, centenas de anos de cadeia. Dentre os quais, a propina em forma de tríplex, é apenas um deles. O primeiro da lista. Provavelmente com essa violação de conduta – pela profusão de provas documentais e testemunhais e pelas evidências que não param de fluir – será condenado. Luiz Inácio, o réu, continua mesmo assim como aquele “showman” de comício. Faz um carnaval danado de qualquer aparição, com direito a picadeiro e plateia de áulicos seguidores. Esbanja incongruências. Diz para a turba de bajuladores que vai comparecer sempre que a Justiça o chamar. Arranca aplausos efusivos pela demonstração de coragem. Nos bastidores, entretanto, aciona pedidos de habeas corpus para evitar as audiências. Exige afastamento do juiz por suposta perseguição. Adota o mais variado leque de recursos protelatórios, empurrando com a barriga o confronto da verdade. A arguição dos fatos. 

    A procrastinação de processos e a tentativa de politizar toda e qualquer investigação, diz muito do Luiz Inácio que sonha ser mais Lula dos palanques, folclórico, incoerente e trovador de fanfarras para evitar as grades. Seriam Lula e Luiz Inácio a mesma pessoa? Quem sabe até nisso podem pairar dúvidas no entorno do líder bufão e no íntimo dele mesmo. Das duas, uma: ou será o réu, Luiz Inácio, um ladravaz contumaz, ou um abduzido da realidade que o cerca. Sua estratégia de defesa não traz argumentos para contrapor as acusações. Reside nos discursos, nas bravatas, nos ataques àqueles que apontem seus desvios, o modelo de revide. Pobre alternativa. Não é no gogó que Lula – perdão a falha, o réu Luiz Inácio – levará a Justiça. Pode iludir cegos seguidores e cupinchas de rolo. Jamais a lei que pune os crimes gritantes. Mas talvez, até isso, Luiz Inácio, o réu, não saiba o que é.

    Fonte: Editorial - Isto É -  Carlos José Marques