Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador sindicalista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sindicalista. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de abril de 2017

Parasitas contra reformas - que a CNBB cuide dos assuntos religiosos é válido e deixe a CUT por conta da polícia, afinal os cutistas, petistas e assemelhados são assunto de polícia

Sindicalistas, políticos, militantes e bispos não empregam nem vivem de emprego

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) assumiu publicamente sua posição radical contra as reformas pelas quais o governo Temer está lutando no Congresso Nacional, em particular a trabalhista e a previdenciária. Os bispos católicos acham que essas reformas, da forma como estão postas, podem atender aos apelos do mercado, mas deixam de fora interesses básicos do cidadão – justamente o mais afetado por elas, mas que nunca foi chamado a entrar na discussão.

De acordo com reportagem que circulou no UOL sábado 8 de abril, a CNBB  reuniu-se nas últimas semanas com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras centrais sindicais para debaterem o que os prelados chamam de uma agenda de mobilização contra as reformas. Em 23 de março, a entidade divulgou nota em que criticou duramente a reforma previdenciária, afirmando, por exemplo, que a proposta defendida pelo governo “escolhe o caminho da exclusão social”.

Em 8 de abril,  foi divulgada no UOL entrevista de seu secretário-geral, dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo-auxiliar de Brasília, e dela foi destacada a seguinte questão: “Por que não discutir abertamente com a sociedade temas como esses, mas sem se preocupar em sinalizar apenas para o mercado, e sim, preocupado com o cidadão? Não é possível, a partir de um gabinete, determinar o que um cidadão pode ou não”. 
[- senhor Arcebispo: o que resolve a crise econômica é a confiança do mercado nas medidas do Governo para debelar a crise; 
-  discussão vazia com a sociedade, demonstrando uma preocupação com o cidadão (inútil, já que ficar preocupado não gera emprego, nem renda, nem progresso.]

Na entrevista Sua Excelência Reverendíssima explicou como a representação máxima dos bispos deste país de maioria católica pretende atuar oficialmente em relação às medidas defendidas pelo governo Temer: além de nota do mês passado, o assunto deve entrar na pauta da Assembleia-Geral anual da CNBB, no fim deste mês. E também partirá para ações práticas nas comunidades – como, por exemplo, a abordagem crítica das reformas nas homilias das missas dominicais nas paróquias brasileiras.

A pregação dos bispos católicos contra as reformas deixa muito claro que esse combate feroz, que tem encontrado eco num Congresso corrompido, suspeito e, sobretudo, pouco representativo, está sendo assumido por grupos de parasitas sanguessugas. Estes não aceitam de jeito nenhum reformas, que continuam sendo necessárias e urgentes, porque insistem em ficar mamando nas tetas do governo e chupando o sangue do povo. Combatem as reformas os sindicalistas, os militantes dos partidos que foram despejados do poder, no qual comandaram ou testemunharam mudos e coniventes, impávidos colossos, um grande assalto aos cofres da República, e os mais altos hierarcas católicos. São todos dependentes de imposto sindical, de fundo partidário e de dízimos e óbolos. Dia destes, este autor estava no estúdio da TV Gazeta quando o ex-ministro do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Almir Pazzianotto esclareceu a questão em entrevista a Maria Lydia Flandoli e em poucas palavras da forma como entendo e, infelizmente, o povo ainda não compreendeu inteiramente: a tentativa de satanização do mercado pela CNBB.

Na entrevista, dada ao Jornal da Gazeta, Pantanizo respondia a questões sobre outro combate de sindicalistas, militantes, burocratas e bispos católicos: o travado contra a aprovação da lei da terceirização pela Câmara dos Deputados. O advogado, que conheci em 1975, quando defendia o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (hoje do ABC), então presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, confessou ter participado da criação de um imbróglio jurídico, ao colaborar na redação da súmula 331, que estabeleceu a distinção entre atividades-meio e atividades-fim. O texto estabeleceu o que ele reconhece ser uma discussão estéril, que agora foi extinta com a regulamentação da terceirização. Esta, de acordo com o especialista, permite a entrada do Brasil no século 21 na legislação sobre as relações de trabalho. A seu ver, o documento criou uma insegurança jurídica absurda, que pode ser medida por um número: os 18 milhões de processos na Justiça Trabalhista abertos nos últimos cinco anos.

A argumentação que Pazzianotto usou na entrevista sobre terceirização também pode ser adotada no debate sobre as reformas trabalhista e previdenciária. Tanto num caso quanto nos outros, os dirigentes sindicais não defendem os interesses da classe trabalhadora, que dizem representar, mas só pensam na manutenção da CLT e da contribuição sindical obrigatória, responsável pela farra sindical brasileira. Há 17 mil sindicatos no Brasil, enquanto na Alemanha existem apenas 11 e no Reino Unido, 150. 

Nenhum de nossos sindicalistas denunciou a politica predatória do Partido dos Trabalhadores (PT) em 13 anos, 4 meses e 12 dias dos desgovernos Lula e Dilma, levando ao total trágico e indecente de 13,5 milhões de desempregados atualmente. E ficam, com a ajuda dos sermões dos bispos, reclamando das tentativas que o atual governo tem feito de fazer reformas para evitar o desmantelamento das contas públicas…

Em relação especificamente ao combate clerical contra as ditas reformas, Pazzianotto, católico batizado, crismado, praticante e especialista no assunto, denuncia o autoritarismo dos hierarcas da Igreja de Roma, que nunca o consultaram sobre o tema, do qual ele entende muito e eles, nada: “Os bispos não dependem de emprego nem têm um empregado que seja, mas se acham no direito de ditar normas a serem cumpridas por empresários que empregam milhares de trabalhadores. É um contrassenso”. Comportam-se da mesma forma que acusam o governo de se comportar.

Os bispos também estão em total desacordo com o que eles chamam de povo de Deus nas periferias das grandes cidades brasileiras. Nem sequer demonstram ter conhecimento da pesquisa feita pelo Instituto Perseu Abramo, do PT, na periferia mais pobre de São Paulo. A pesquisa expõe claramente o descompasso entre o discurso mofado da ideologia de esquerda populista contra a direita “fascista”, ao revelar que, como o mercado que os bispos satanizam, os mais pobres desprezam os políticos profissionais e respeitam a meritocracia, tida e havida pelos socialistas de ocasião como uma forma de exploração do capitalismo predador.

As reformas propostas por Temer têm defeitos e estes estão sendo ampliados com a intervenção dos políticos, que atuam com destaque e poder na grei dos parasitas e sanguessugas. Mas se tudo o que os prelados têm a dizer contra elas, em defesa de seus aliados sindicalistas, burocratas e que tais, é que agradam a quem precisa confiar na administração pública para poder investir e, com isso, gerar empregos, só resta responder a uma questão feita por Pazzianotto: quantos empregos foram, são e serão gerados por governos, partidos políticos, sindicatos, centrais sindicais e paróquias e dioceses? E quantos dependeram, dependem e dependerão de empresários do mercado, que eles tratam como se fossem a suma expressão do diabo?

Publicado no Blog do Nêumanne

 

sábado, 6 de agosto de 2016

A organização criminosa do ex-ministro de Dilma que desviou R$ 100 milhões e lesou aposentados

Entenda por que o ex-ministro petista Paulo Bernardo, patrono do esquema que prejudicou brasileiros endividados, virou réu e agora pode passar uma nova temporada na prisão, como pretende o Ministério Público Federal

Na quinta-feira 4, o ex-ministro de Dilma e Lula, Paulo Bernardo, experimentou o seu pior infortúnio, desde que deixou a cadeia no dia 30 de junho. Virou réu no processo que apura sua participação em crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e obstrução à investigação de organização criminosa. Na denúncia, os procuradores apresentam o ex-ministro como o “patrono” e “líder” de uma organização criminosa – composta por 13 pessoas – que se especializou em lesar aposentados endividados, brasileiros vulneráveis vítimas de uma fraude que arrecadou R$ 100 milhões e serviu para irrigar as contas de agentes públicos e do Partido dos Trabalhadores.  


“O NÚMERO 1 ” Nos diálogos interceptados pela Operação Custo Brasil, Paulo Bernardo era tratado como o chefe do esquema (Crédito: ROBERTO CASTRO)

Agora, Bernardo, que se autoproclamava amigo de Lula e Dilma, corre sério risco de passar uma nova e mais duradoura temporada na prisão. Este foi o desejo expressado também na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a detenção do ex-ministro, sob o argumento de que, em liberdade, há risco de Paulo Bernardo cometer mais crimes, e prejudicar as investigações em curso.

A relação de Paulo Bernardo com entidades financeiras é antiga. Remonta aos anos 80, quando foi dirigente do Sindicato dos Bancários de Londrina, no Parará. Graças a essas ligações que, décadas depois, já como ministro de Lula (Planejamento) e Dilma Rousseff (Comunicações), conseguiu engendrar um esquema de propina que abasteceu durante anos contas de políticos do Partido dos Trabalhadores, empresários, lobistas e, claro, as dele também, de acordo com as investigações. A ironia dessa história toda é que o dinheiro era desviado daqueles que um dia Bernardo representou como sindicalista: o servidor público.




ALEGRIA DE LADRÕES - ESTÃO RINDO DE QUÊ? Além de Paulo Bernardo, sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann, também está envolvida na Operação Custo Brasil


Segundo a Polícia Federal, cada servidor aposentado e da ativa que contraiu um empréstimo com desconto em folha pagou R$ 1 por mês para a quadrilha, totalizando R$ 100 milhões entre 2009 e 2015. A cada R$ 1 pago, a organização criminosa comandada pelo “gordinho ou número 1”, como o petista Paulo Bernardo foi qualificado em diálogos interceptados pelo Ministério Público Federal em São Paulo, embolsava R$ 0,70 de propina. O sobrepreço da taxa (R$ 0,30) era usado para pagar a empresa que desenvolveu o sistema para gerenciar o software de controle de créditos consignados, a Consist. O serviço até 2009 era realizado pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que cobrava menos da metade disso.

Apesar de ser apontado como líder da organização, Paulo Bernardo agia de forma discreta. Seus comparsas no Ministério do Planejamento atuavam no sentido de blindá-lo. Ao nomear Duvanier Paiva como secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Bernardo escolheu seu braço-direito na organização. Duvanier foi o responsável por criar o núcleo da propina dentro do ministério. Debaixo de suas ordens, estavam Nelson Luiz Oliveira Freitas, diretor do Departamento de Administração de Sistemas de Informática da Secretaria de Recursos Humanos do MPOG, Valter Correia da Silva, secretário-adjunto, e Ana Lúcia Amorim de Brito, secretária de gestão.

Como braço-direito, Duvanier era quem cuidava de tudo para o ex-ministro de Lula e Dilma. Partiu dele a ordem para colocar a Consist no esquema, quando a empresa passou a ser dona do contrato do Ministério do Planejamento com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp). Uma brecha técnica, por assim dizer, permitiu a contratação da empresa que se tornaria a principal fonte pagadora das propinas. Em 2008, a ABBC e Sinapp detectarem uma suposta ineficiência do sistema de controle da margem consignável de 30% pelo Serpro, permitindo que houvesse o chamado “estoque da dívida”. São valores que tiveram o desconto de pagamentos em folha limitado devido ao teto de 30% de endividamento. 

Para sanar o problema, as instituições resolveram terceirizar o gerenciamento dos empréstimos consignados contratando uma empresa que fizesse o controle adequado da margem consignável, de maneira online. Embora concorresse com outras empresas do ramo, como a Zetrasoft, a Consist foi a preferida da organização. Para driblar a licitação, a ABBC e Sinapp assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT). Assim, a Consist não seria contratada diretamente pelo ministério. Segundo a investigação, Duvanier foi quem marcou encontro de Paulo Bernardo com representantes da ABBC e Sinapp para tratar do assunto. A tarefa de cooptar a multinacional para o esquema ficou a cargo de dois lobistas. Joaquim Maranhão e Emanuel Dantas, diretores da Consucred, empresa prestadora de serviços de consultoria, foram os que apresentaram a “oportunidade de negócio” para os executivos da Consist no Brasil. A aceitação veio de pronto.

A partir daí, foi montado outro braço do esquema. Não menos ambicioso que o núcleo composto por Bernardo e seus servidores no Ministério do Planejamento. Entraram em cena lobistas e empresas responsáveis pela lavagem do dinheiro, emitindo notas frias para justificar o repasse a elas. Os primeiros arregimentados foram Adalberto Wagner Guimarães e José Silcio, que possuíam conexões em Brasília. Ao perceber o surgimento de uma inesgotável fonte de propina, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira entrou em cena. Escalou para representá-lo no esquema o vereador petista Alexandre Romano, de Americana (SP), que tinha ligações com Luiz Gushiken, ex-ministro de Lula e consultor do Sinapp à época. Coube a Gushiken aproximar Romano do presidente da instituição, Francisco Alves de Souza.

O esquema foi detalhado durante uma reunião na sede do PT, em Brasília. Participaram do encontro além de Romano, Duvanier, Paulo Ferreira e Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência e parceiro de passeios de moto com a presidente Dilma Rousseff. Neste encontro, Duvanier informou aos petistas que a empresa Consist funcionaria como a operadora da organização. Na mesma reunião, ficou acordado que parte dos valores deveriam ser repassados ao Partido dos Trabalhadores e a agentes do ministério. Em 22 de dezembro de 2009, o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o ministério e ABBC e Sinapp foi assinado. Quatro meses depois, a Consist seria contratada pelas duas entidades. O ponta-pé inicial para a fraude que lesou milhares de servidores aposentados era dado.

O caminho do dinheiro

Enquanto o esquema fluía a pleno vapor, o ministro Paulo Bernardo permanecia blindado em seu gabinete no Ministério do Planejamento. Antes de chegar às mãos de Bernardo, o dinheiro arrecadado pela Consist passava pelo escritório de advocacia comandado por Guilherme Gonçalves, advogado do ex-governador do Paraná, Roberto Requião. As despesas de Paulo Bernardo eram pagas por meio de três contas bancárias de Guilherme Gonçalves, segundo os procuradores. Em planilhas apreendidas pela Polícia Federal durante a operação, constam pagamentos de vários serviços. A tabela mostra previsões orçamentárias para despesas relacionadas ao aluguel de sala comercial, condomínio, garagens do Paraná, GVT e Cyber Office. No total, Bernardo teria recebido R$ 7 milhões, repassados pela Consist ao escritório de advocacia. “Durante pelo menos cinco anos [Guilherme Gonçalves] ficava colocando nas planilhas “pagamentos PB”. Tudo isso é vantagem indevida que o Paulo Bernardo recebeu por meio do acordo para a manutenção da Consist no Ministério do Planejamento”, disse o procurador Andrey Borges de Mendonça. Em 2011, o faturamento da empresa Consist foi de R$ 24 milhões.

Os honorários do advogado Guilherme Gonçalves diminuíram depois que Bernardo trocou de ministério. Quando seu cliente estava à frente do Planejamento, Gonçalves chegou a ter comissão de 9,6% do faturamento da Consist. Em 2012, o percentual caiu para 4,8%. Em 2014, para 2,9%. Em um dos trechos do relatório elaborado pelo MPF, os procuradores são categóricos não só quanto à participação do ex-ministro como da continuidade do esquema, depois que ele foi transferido para as Comunicações. “Paulo Bernardo recebeu valores não apenas para que o esquema fosse implementado em 2010, mas também para que fosse mantido em 2015”, destacou.

 Para o juiz Paulo Azevedo, a peça acusatória “descreve de forma suficientemente clara os crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de valores”. “A denúncia também descreve adequadamente a materialidade e a autoria delitiva”, afirmou o juiz. O magistrado ainda destacou que a denúncia está amparada em vasta documentação, incluindo e-mails apreendidos e declarações em acordo de delação premiada. “Paulo Bernardo tem ciência de tudo no esquema. Ele nomeia as pessoas chaves para os cargos e participa ativamente nos bastidores. Embora não apareça formalmente, tomava todas as decisões”, disse o procurador Andrey Borges de Mendonça.

Devido às acusações, Paulo Bernardo chegou a ser preso em 23 de junho. Seis dias depois, em 29 de junho, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli revogou a prisão – decisão contestada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na manifestação, Janot pede que Toffoli reconsidere sua decisão e argumenta que o ministro violou o devido processo legal por ter, indevidamente, antecipado liminar de habeas corpus contra ato da Justiça em primeira instância, no que seria uma interferência indevida na competência do juiz original.

Operador de Gleisi

No início do ano, a Justiça Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos que mostrariam que a senadora Gleisi Hoffmann (PT), mulher de Bernardo, teria sido beneficiada diretamente pelo esquema de fraude, corrupção e desvio de dinheiro público. O desmembramento foi solicitado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. “Havendo indícios de que autoridade com foro privilegiado seria beneficiária de pagamentos sem causa, é o caso de acolher o requerimento da autoridade policial e do MPF e remeter o feito para o Egrégio Supremo Tribunal Federal”.

A Operação Custo Brasil apontou que o advogado Guilherme de Salles Gonçalves bancou R$ 32 mil referentes a custos de um loft alugado em Brasília para uso de Gleisi durante a campanha de 2010. Planilhas obtidas pela Polícia Federal no computador do advogado indicariam ainda que, além de despesas pessoais de Paulo Bernardo e Gleisi, o esquema de propina da Consist bancou a campanha da petista ao Senado, em 2010.

Segundo a PF, 20% do líquido pago pela Consist ao escritório de Gonçalves foi repassado mensalmente ao “caixa eleitoral”. A planilha consta do inquérito da Custo Brasil. Os investigadores, porém, não puderam aprofundar a investigação por causa do foro privilegiado da petista, que situa-se hoje na linha da frente da tropa de choque de Dilma no Congresso.
Em sua delação, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral, chegou a dizer que Paulo Bernardo ‘sempre foi, desde a época que passou pelo Mato Grosso do Sul e até mesmo antes, considerado um ‘operador’ de Gleisi Hoffmann’. Questionado sobre o que queria dizer com a expressão ‘operador’, Delcídio respondeu. “Ele (Bernardo) tinha uma capacidade forte de alavancar recursos para a campanha (de Gleisi)’. “Em 2010, Paulo Bernardo já captava recursos para Gleisi. Não havia incompatibilidade no fato de Paulo Bernardo ser ministro do Planejamento e operador de Gleisi”, disse Delcídio. As investigações não só o corroboram, como prenunciam dias sombrios para o casal encrenca.

Como agia a organização criminosa comandada por Paulo Bernardo
Segundo a investigação, a quadrilha tinha três núcleos:
Agentes públicos: foram fundamentais para  desenvolver e gerenciar software de controle de créditos consignados. Neste grupo estão: Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento; Duvanier Paiva (secretário de Recursos Humanos do MPOG), Nelson Luiz Oliveira Freitas (Departamento de Administração de Sistemas de Informática da Secretaria de Recursos Humanos); Valter Correia da Silva(secretário-adjunto) e Ana Lúcia Amorim de Brito (secretária de gestão).

Político: Responsável por agir politicamente para que o esquema fosse adiante. Composto por Carlos Gabas (ministro da Previdência) e os tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari Neto

Parceiros: lobistas e donos de empresas que faziam a intermediação entre a empresa Consist e os agentes públicos e políticos, visando evitar que houvesse contato direto entre as duas  pontas da cadeia. Entre eles: Alexandre Romano, ligado a Carlos Gabas, Guilherme Gonçalves, que recolhia a propina para Paulo Bernardo, e os lobistas Adalberto Wagner e José Silcio.

A ARRECADAÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO DA PROPINA
O esquema arrecadou R$ 100 milhões com propina. Foram repassados aproximadamente 70% do faturamento líquido do contrato da Consist entre início de 2010 e no mínimo no final de 2015:
Paulo Bernardo: recebeu 9,6% do faturamento da Consist. Assim que saiu da pasta, percentual caiu para 4,8%, em 2012. Depois para 2,9% (2014). Recebeu, no total, R$ 7 milhões.
Alexandre Romano, EX-vereador do PT: tinha faturamento de 22,9%



 

sábado, 22 de agosto de 2015

Acredite quem quiser e for estúpido o suficiente - talvez a Dilma

Governo perde prazo para o envio de projeto de reajuste salarial de funcionários do Executivo

Sem acordo, servidores públicos prometem intensificar greve, prejudicando áreas estratégicas

Sem acordo com os servidores públicos, o governo perdeu o primeiro prazo para enviar ao Congresso Nacional o projeto com o percentual de reajuste do Executivo, a partir de janeiro de 2016. De acordo com a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), em tramitação na Casa, o prazo terminou nesta sexta-feira. O Executivo tem agora uma semana para fechar um acordo com a categoria e enviar a proposta de reajuste salarial junto com o projeto de Orçamento, que precisa ser encaminhada ao Legislativo até o dia 31 deste mês. 
 O Ministério do Planejamento propôs reajuste de 21,3% para os funcionários do Executivo, escalonado em quatro anos, mas os sindicatos da categoria não aceitaram e aguardavam uma nova proposta do governo, o que não ocorreu.

Segundo o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, diante da falta de iniciativa do governo, as entidades pretender intensificar a greve, que já atinge diversas áreas como Ministério do Trabalho, INSS e Ministério da Fazenda, entre outras.- Vamos trabalhar para massificar o movimento e forçar o governo a apresentar uma proposta que seja mais justa - disse o sindicalista. 

Além dessa pendência, o governo precisa encontrar uma solução para acabar com a greve dos advogados públicos e dos auditores fiscais, que prejudicam áreas estratégicas como o andamento das sentenças judiciais contra a União e a arrecadação de impostos e contribuições do governo federal.

Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou que o governo vai encaminhar ao Congresso uma solicitação de alteração do prazo fixado no projeto da LDO, para encaminhar a proposta de reajuste dos servidores com o projeto de orçamento para 2016. Ainda segundo a pasta, as negociações com as categorias continuam.

Fonte: O Globo

sábado, 10 de janeiro de 2015

Na hora da verdade que valor tem o Ministério da Defesa? e o ministro da Defesa? que chefia o que nada vale

Jaques Wagner: um sindicalista no ninho militar

O Ministro da Defesa, no sistema estratégico de poder no Brasil, é tido como uma uma espécie de rei que reina, mas não governa

Nada mal a largada do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, em seu novo endereço na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste começo de segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Se comparada com a trombada da infeliz e desastrada estreia de seu colega do Planejamento, Nelson Barbosa, o ex sindicalista do Pólo Petroquímico de Camaçari, que agora comanda os militares das três armas no Ministério da Defesa, saiu ganhando de lavagem.

Ressalve-se: esta é uma espécie de corrida de fundo. Longa, exaustiva e cheia de múltiplos e inesperados obstáculos e cascas de bananas jogadas na pista para escorregões e derrapagens. Quando não aparece um "maluco”, de repente, para segurar o corredor, como na maratona da Olimpíadas, em Atenas, impossível de esquecer. Quem sai na frente, nem sempre vence.

É bom observar a certa distância, "guardadas as proporcionalidades e relevâncias factuais”. Assim recomendava o mestre Juarez Bahia, no comando da Editoria Nacional do Jornal do Brasil, na saudosa redação da sede na Avenida Brasil, no Rio, que se irradiava com brilho e inteligência país afora. ”É preciso o máximo rigor técnico e profissional ao dimensionar os fatos que disputam espaços na edição do dia seguinte. É erro palmar de avaliação, em jornalismo, imaginar que a Bahia, Brasília ou mesmo o Brasil são o centro do mundo”, ensinava Bahia.    

É recomendável também (principalmente quando se opina), guardar uma margem de segurança necessária para evitar riscos de balas perdidas, no tiroteio das feiras de vaidades ou ataques insanos com as marcas da cegueira política, religiosa ou ideológica (o alvo a atingir é quase sempre é a liberdade de expressão), a exemplo da tragédia de quarta-feira,7/1, na redação do semanário Charlie Hebdo ( e seus desdobramentos), em Paris, que feriu de morte o coração livre e libertário da França e do planeta.


Sem a intenção de exageros retóricos, ou de produzir piadas de caserna, nos moldes da tradicional revista Seleções Readers Digest (tão apreciada pelos militares), o fato é que o ex ocupante do Palácio de Ondina deu indicações de que sabe mexer as pedras do jogo de Xadrez. Ou, mais provavelmente, andou consultando o clássico livro “A Arte da Guerra”, escrito pelo general chinês Sun Tzu, considerado “a Bíblia da estratégia”.
Antes da volta da inflação, uma edição de bolso podia ser adquirida por menos de R$ 10. Desconheço o preço atual. A última vez que comprei um exemplar de  A Arte da Guerra faz tempo. Para presentear o jornalista e amigo Ricardo Noblat (já com a ideia do blog político fervilhando na cabeça), quando de sua passagem pelo comando do jornalismo de A Tarde, em Salvador.

Esta semana, depois de duas reuniões no mesmo dia no Palácio do Planalto (uma delas fora da agenda oficial), o novo titular da Defesa obteve da mandatária petista, o anúncio de uma vez só - através de nota curta e grossa, produzida pela Secretaria de Imprensa da Presidência – a troca dos comandantes das Forças Armadas, acompanhada dos nomes dos novos chefes das três armas.

É a primeira troca no comando militar feita por Dilma, que não havia mexido ainda nos chefes da guerra, herdados do ex-presidente Lula. Cito os nomes para efeito de argumentação opinativa a seguir: O almirante Eduardo Bacellar Leal comandará a Marinha. O general Eduardo Dias da Costa Villas Boas mandará no Exército. O brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato comandará a Aeronáutica. Dilma agradeceu a “competência e dedicação” dos ex Júlio Soares de Moura Neto (Marinha), Enzo Martins Peri (Exército) e Juniti Saito (Aeronáutica). E ponto.

O caso do brigadeiro Saito, na chefia da Aeronáutica desde 2007, merece destaque, porque emblemático. Ele é tido, no meio, como um “detonador de ministro” desde a queda de Waldir Pires no Governo Lula, quando Dilma chefiava a Casa Civil. Já havia declarado seu desconforto desde a confirmação de Wagner. Piorou tudo com as declarações do novo ministro ao receber o relatório baiano da Comissão da Verdade, e falar sobre o papel de militares e “certos civís” na época da ditadura. Saito antecipou que iria sair da sua chefia. Mas era notório na caserna que ele tinha na manga da farda o nome preferido para sua sucessão na Força Aérea: o do brigadeiro Hélio Paes de Barros Junior. Perdeu a batalha.

O Ministro da Defesa, no sistema estratégico de poder no Brasil, é tido como uma uma espécie de rei que reina, mas não governa.

Dirige um órgão da administração civil cercado de militares por todos os lados. Um faz de conta que os ministros, em geral, fingem não entender para viver bem com os militares. Isso inclui toda mordomia que se possa imaginar: um gabinete com instalações de cinema (o melhor e mais confortável da Esplanada). Seguranças em tempo integral, ajudantes de ordem para tudo, durante 24 horas por dia, dentro e fora do ministério, em viagens nacionais e internacionais frequentes, e de dar inveja até em diplomatas. 

Restaurantes de primeira linha, taifeiros que fazem, inclusive, o serviço doméstico nas casas, tanto dos comandantes das Forças, como do Ministro da Defesa, se estes assim desejam. Um pequeno paraíso para Wagner (e dona Fátima, ex- primeira dama da Bahia, evidentemente) desde que não queira mandar nos chefes militares. Na primeira batalha, como se viu, deu Wagner. Mas a guerra está apenas no começo. A conferir.

Por: Vitor Hugo Soares É jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. 
E-mail: vitor_soares1@ terra.com.br