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sexta-feira, 1 de abril de 2022

Sonhos e pesadelos supremos - Gazeta do Povo


    Luís Ernesto Lacombe

Tivessem meus sonhos poderes mágicos, e haveria um Supremo Tribunal Federal ocupado realmente em guardar a nossa Constituição. 
Um STF que respeitasse a independência e harmonia entres os três poderes, que não rasgasse ou inventasse leis, que não fizesse política. Um tribunal que habitasse exclusivamente os autos, que não fosse ativista, viciado em tirania, em perseguições insanas. 


O deputado federal Daniel Silveira (União-RJ), alvo de determinação do ministro Alexandre de Moraes para que coloque uma tornozeleira eletrônica. -  Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.

Meu STF dos sonhos poderia ter Thaméa Danelon, Ludmila Lins Grilo, Flávia Ferronato, Marcelo Rocha Monteiro, Marcelo Buhatem, Ailton Benedito, Erival da Silva Oliveira, Ives Gandra Martins Filho, Janaína Paschoal, Ivan Sartori e Nuria Peris. É só um sonho, nada além disso... As regras para a indicação dos ministros são claras. Dentro delas, chegamos à escalação real, essa que está aí para o jogo. Invariavelmente, um jogo sujo.

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Alexandre de Moraes dá mais uma entrada dura no deputado federal Daniel Silveira. Vai na canela, lançando com violência contra o parlamentar uma tornozeleira eletrônica. O ministro quer encurralar Silveira, ordena que ele restrinja suas movimentações a Brasília e Petrópolis, na região serrana do Rio. Já tem tempo essa perseguição ao deputado, é levada adiante por meio de usurpação de poder, agressão ao instituto da imunidade parlamentar, à Constituição e ao ordenamento jurídico
Mandado de prisão em flagrante, flagrante perpétuo, uma coleção de absurdos referendada pela Câmara dos Deputados, em fevereiro do ano passado. Chegou a 364 o total de parlamentares que votaram pela manutenção da prisão de Daniel Silveira, por causa da divulgação de um vídeo... Alguns andam por aí, se dizendo arrependidos.


 As ordens de Alexandre de Moraes são ilegais, inconstitucionais, afrontam as liberdades e garantias individuais

Agora, devem se pronunciar de novo os deputados. E prontos a dar um basta na tirania de toga. Ou eles vão permitir que se apliquem medidas cautelares contra um parlamentar, sem que isso passe pelo crivo da Câmara? As ordens de Moraes são ilegais, inconstitucionais, afrontam as liberdades e garantias individuais. 
E Silveira, sozinho, coloca em xeque o Judiciário e o Legislativo. 
A Câmara precisa defender as prerrogativas dos deputados, não pode se apequenar diante de um Judiciário que se imagina um Olimpo. 
Não pode haver espaço para covardes, omissos e coniventes. Arrependidos, arrependam-se de verdade! Nunca haverá democracia, se a Constituição Federal não for cumprida.
Virar as costas para Daniel Silveira agora é virar as costas para o parlamento e os eleitores brasileiros. Não dá mais para permitir abusos, que o STF se esparrame por tudo. O Congresso precisa se mexer, aprender com os erros... Sim, estaríamos melhores se os deputados tivessem derrubado a prisão de Daniel Silveira há pouco mais de um ano. Estaríamos melhores se, antes disso, em abril de 2020, Bolsonaro tivesse recusado a ordem para não nomear Alexandre Ramagem para a Polícia Federal, sendo a indicação uma prerrogativa do presidente da República. 
Estaríamos melhores se o Supremo não estivesse apostando na censura, no banimento, na prisão. É hora de entender, deputados, senadores (principalmente eles) e eleitores, que o STF dos sonhos depende apenas do cumprimento das leis. Vamos vigiar o vigia!

Ernesto Luis Lacombe, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Lula revela-se o opositor dos sonhos de Bolsonaro- Blog do Josias



Com um inimigo como Lula, Bolsonaro não precisa de amigos. Tomado pelas palavras, o astro petista parece decidido a repetir em 2022 o papel de cabo eleitoral do capitão. Ao discursar no aniversário de 40 anos do PT, Lula mirou no seu desafeto. Mas acertou na sua criatura: Dilma Rousseff. "A pessoa que me pede autocrítica é porque não tem crítica a fazer para mim", declarou Lula a alturas tantas. Para ele, quem deve fazer uma boa autoanálise são os responsáveis por mazelas como os "12 milhões de desempregados". Ou a "matança da nossa juventude na periferia." Chama-se Dilma Rousseff a grande responsável pelo super-desemprego. Foi graças à economia pedalante e criativa do governo empregocida de madame que o Brasil meteu-se na maior recessão de sua história. 

Os brasileiros já conheciam o caos. Sob Dilma, foram apresentados ao pântano.
Assim como o desemprego, que se recupera lenta e penosamente, os índices de mortes violentas são declinantes no país. Começaram a cair sob Michel Temer, depois que Dilma foi deposta. Hoje, a queda bate em 22%. O mérito é mais dos Estados do que de Brasília. Mas Lula ajeita a bola para Bolsonaro chutar. Lula instou sua tropa a ganhar o asfalto. "Se não formos para a rua lutar e resistir, estaremos perdidos", afirmou, antes de atirar contra seus pés barro. "Acusam todos de corrupção e enfiam na nossa cara esse governo que enfiaram agora. Esse é um desafio para nós. Como organizamos os movimentos sindicais de novo?".

Nem todos carregam a pecha de corrupto, só os que se lambuzaram. Contra Lula, correm no Judiciário uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove processos. Adornam sua biografia duas condenações em segunda instância —uma delas já ratificada na terceira instância. Infelizmente, a cadeia não ensinou nada ao orador. No trecho em que declarou "enfiam na nossa cara esse governo que enfiaram agora", Lula injetou um ardil de gramática e um erro de história. Se aplicasse corretamente a gramática, Lula teria evitado o sujeito oculto. Diria algo assim: "O eleitorado enfia Bolsonaro na nossa cara."

Eis o erro de história: Lula deixa de mencionar sua contribuição à ascensão de Bolsonaro. Transformou o PT numa máquina coletora de fundos, levou estatais como a Petrobras ao balcão, avalizou a nomeação de gatunos... E vendeu como supergerente uma sucessora inepta. Com tudo isso, Lula conseguiu transformar o antipetismo na maior força eleitoral da sucessão de 2018. Forte o bastante para impulsionar o voo de um obscuro deputado do baixíssimo clero para o Planalto. O pronunciamento de Lula reforçou a sensação de que o PT, 40, enfrenta um processo de envelhecimento precoce. Nem Lula, famoso pela intuição política, consegue enxergar a realidade. Diz ter um "tesão de 20 anos". Mas, exibe a vista cansada ao pregar a ocupação das ruas e a reorganização do aparato sindical.

Desde 2014, quando explodiu a Lava Jato, Lula promete "percorrer o Brasil". Renovou a promessa ao deixar a cadeia. Mas não foi. Fala para plateias companheiras, em ambientes domesticados. Sem verbas públicas, o "exército do Stédile" sumiu. Sem imposto sindical, a máquina de agitação da CUT enferrujou. Lula ainda não notou. Mas tornou-se o opositor dos sonhos de Bolsonaro. Está sujo demais para criticar os mal lavados que rodeiam o capitão -do filho com a biografia rachadinha aos ministros encrencados com a lei. Com as digitais gravadas nos grandes problemas nacionais —a ruína econômica e a roubalheira—, Lula já não consegue fazer pose de solução.

Restou a Lula apenas a raiva. O diabo é que, com tantos problemas por resolver, é improvável que na sucessão de 2022 o brasileiro se anime a enviar à Presidência um poste indicado por Lula para passar quatro anos falando mal de Bolsonaro. A língua do capitão produz crises em série, conspirando contra o governo do dono. Mas para sorte de Bolsonaro a única novidade no PT é a namorada de Lula, 72, a socióloga Rosângela Silva. Chamada na intimidade de Janja, ela nasceu na mesma época em que o PT veio à luz, há 40 anos. "Eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada", costuma jactar-se Lula. A cadeia não inspirou uma autocrítica. Mas não foi de todo inútil.

[quando o multicondenado petista foi beneficiado com a liberdade provisória, decidimos evitar menção ao seu nome ou a suas atividades.
Só que esperávamos pouca movimentação do presidiário, em liberdade temporária, e fomos surpreendidos: o cara sumiu, nada se escreve sobre ele, nada de caravana, e levou o 'mst' junto.
Aí, hoje, decidimos sujar os olhos de nossos dois leitores - postar alguma coisa sobre o naufrágio, o desastre, do petista e do pt = perda total.

Sugerimos ler: Aos40, PT sente as dores de uma velhice precoce.]



 

Aos 40, PT sente as dores de uma velhice precoce... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2020/02/08/aos-40-pt-sente-as-dores-de-uma-velhice-precoce.htm?cmpid=copiaecola


Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL/Folha



sábado, 28 de setembro de 2019

As várias faces da mesma crise - Míriam Leitão



O Globo

Ritmo lento de geração de vagas não permite comemoração

Os dois indicadores de emprego divulgados esta semana reafirmam que a recuperação do mercado de trabalho é muito lenta. Os sinais são mistos, há criação de vagas, mas a desestruturação do mercado de trabalho atinge, em maior ou menor grau, cerca de 58 milhões de brasileiros. A recuperação é demorada porque o crescimento da economia nos últimos trimestres foi baixo e as projeções para o PIB do ano que vem estão encolhendo. O Banco Central já espera apenas 1,8% de alta em 2020. No acumulado do ano, o país criou menos emprego formal do que no auge da crise em 2009. A boa notícia é a oferta de vagas na construção civil, especialmente no mês de agosto.

O governo, a cada notícia boa, comemora, achando que assim consegue estimular o otimismo. Essa técnica é velha e nunca resolveu coisa alguma. Os fatos são os fatos. A crise foi herdada, mas ainda não foi enfrentada adequadamente. Quando o tema é emprego, não diz muita coisa afirmar que os números são os maiores dos últimos anos porque a base de comparação é muito baixa.

Os desempregados são 12,5 milhões, e os desalentados, 4,7 milhões. Entre quem trabalha, há quase 12 milhões sem carteira no setor privado, e outros 4,4 milhões de domésticos também sem formalização. Mais de dois milhões têm emprego familiar, muitas vezes sem remuneração, e os empregados por conta própria sem CNPJ são quase 20 milhões. No setor público, ainda há 2 milhões sem carteira e quase 1 milhão é empregador não formalizado. Somando tudo, apesar das diferenças de situação, são 58 milhões de brasileiros, mais de metade da população economicamente ativa.

A melhora este ano é tímida. O país gerou 593 mil empregos formais, de janeiro a agosto. No mesmo período do ano passado, com toda a incerteza eleitoral, foram 568 mil. Em 2009, quando o reflexo da crise internacional estava no auge, foram criados 680 mil empregos com carteira. Na comparação entre 2018 e 2019, a abertura de vagas foi praticamente a mesma na indústria. No setor de serviços, houve queda, e a surpresa positiva ficou na construção civil, que aumentou de 65 mil para 96 mil os empregos criados. Quando a análise é apenas para o mês de agosto, que seria um dado melhor “na margem”, como dizem os economistas, pegando o número na ponta, os resultados são semelhantes. Em 2018, 110 mil empregos criados, no mesmo mês deste ano, 121 mil. Cresceu, mas não muito.

O economista Bruno Ottoni, pesquisador do Idados e especialista em mercado de trabalho pelo Ibre/FGV, explica que a geração de vagas é gradual e está sendo puxada pela informalidade, que, como disse o IBGE, bateu recorde em agosto. Ottoni explica que nem sempre informal é sinônimo de precarização. Em alguns casos, pode-se ganhar mais trabalhando sem a carteira assinada. Mas não é isso que tem acontecido na maioria dos casos no país.
— O que vemos é que há recorde da informalidade, e o rendimento médio do informal está abaixo do formal. O mercado de trabalho responde sempre por último, e o fato é que a economia como um todo ainda está em um processo muito lento de recuperação — explicou.

De todos os empregados do país, 41% estão na informalidade, o maior percentual desde 2016. No mês de agosto, nove em cada 10 vagas criadas foram informais (87%). Nesse grupo estão pessoas que trabalham sem carteira, sem CNPJ ou até mesmo sem remuneração, em trabalhos para a família.
O país tem 2 milhões de empregos formais a menos do que em relação ao melhor momento de 2014. Pelas projeções de Bruno Ottoni, se a economia crescer 2% no ano que vem, como estima o mercado financeiro, haverá geração entre 700 mil e 800 mil. Ou seja, nem em 2020 haverá plena recuperação do emprego.

Para quem está desempregado, o tempo de espera para voltar ao mercado pesa muito. As contas não param de chegar, os sonhos de famílias inteiras são adiados. Investimentos em capacitação e educação são suspensos, e as despesas com saúde, tratamentos e remédios ficam mais pesadas em relação ao orçamento. O drama é vivenciado dia após dia. E quanto maior o tempo fora do mercado de trabalho mais difícil é a recolocação. O tempo corre contra o desempregado. O país está gerando vagas, mas o ritmo é lento e não é hora para comemorações, principalmente dentro do governo.

Blog da Míriam Leitão, jornalista, com Alvaro Gribel, de São Paulo - O Globo