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sábado, 8 de abril de 2023

Lula empurra problemas para depois da visita à China - Carlos Alberto Sadenberg - O Globo

O  presidente parte para Pequim deixando por aqui uma sequência de instabilidades. InúteisPreço de combustível é um problema que o presidente deixa pendente ao embarcar para China

Preço de combustível é um problema que o presidente deixa pendente ao embarcar para China Lucas Tavares/Agência O Globo

Pelo que o presidente Lula disse na conversa com jornalistas na quinta passada, ficamos assim:

1) As metas de inflação mudarão, certamente para níveis superiores, mas não se sabe quanto e quando isso será feito. O governo discutirá depois que o presidente voltar de sua viagem à China.

2) O presidente nomeará para o Banco Central (BC) dois diretores alinhados com os interesses do governo. Esses interesses não foram explicitados, mas todo mundo sabe que o governo quer a redução da taxa básica de juros. Logo, devem ser indicados nomes comprometidos com a redução. Mas isso também fica para depois da viagem à China.

3) A política de preços da Petrobras mudará, abandonando a referência às cotações internacionais do petróleo. A nova política levará em conta os custos internos da estatal. Como? Isso ainda será discutido, também depois da China.

O presidente parte para Pequim deixando por aqui uma sequência de instabilidades. Inúteis.

A meta de inflação, ao contrário do que sugeriu Lula, não é um problema do BC. Ou melhor: só é problema do BC depois que o governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), fixa as metas. O CMN é integrado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. Logo, o governo tem maioria e pode alterar as metas a qualquer momento. [IMPORTANTE LEMBRAR que a meta da inflação sendo decidida pelo CMN, controlado pelo governo do maligno, a decisão errada do CMN, ou seja qualquer m... , expelida por aquele Conselho, portanto mais uma c... do DESgoverno. MARAVILHA.]

Todo mundo sabe disso. O que ninguém sabe, e todo mundo gostaria de saber, é quando isso seria feito e para que nível vão as metas. 
Trata-se de uma variável-chave: indicará o nível de inflação tolerado pelo governo. Na dúvida, o que fazem os agentes econômicos? Elevam as expectativas de inflação a ser acrescentadas aos preços. [é notório que o petista gosta de quebrar recordes, portanto, nossa opinião é que ele ainda não conseguiu quebrar o recorde do Sarney, em termos inflacionários, o que nos motiva a estimar a  nova meta no maior de inflação alcançado pelo Sarney, acrescido de uns 10%; além de quebrar mais um recorde, ainda tem uma vantagem para o DESgoverno: inflação elevada facilita disfarçar a roubalheira.]

Isso pode levar a uma situação contrária à desejada por Lula: o BC tendo de elevar a taxa de juros. Mas, dirão, o governo colocará lá dois diretores alinhados. E, no ano que vem, nomeia mais dois. Outra instabilidade inútil. O BC tem nove diretores e decide por maioria. Valendo a lógica de Lula — que coloca a atual diretoria do BC contra os interesses do governo —, este governo será minoritário até o fim de 2024.[bem antes disso o atual presidente estará preso ou foragido - ele cai antes do final deste 2023. Ele está arrumando o dominó, é só questão de cair a primeira pedra.]

Além disso, a lógica não é essa. O regime de metas de inflação, com o BC independente, é um mecanismo sofisticado, uma engenharia econômica e monetária. 
Não é uma caixa-preta. Na página do BC, encontram-se a teoria, os modelos usados, as projeções e os objetivos
E se fica sabendo por que a taxa básica de juros é de 13,75% ao ano. 
Não é uma questão de achar. É consequência do sistema adotado. 
 
Isso posto, o governo só tem uma saída: mudar o sistema, enviando Projeto de Lei ao Congresso. Lula pretende fazer isso? 
Ele disse que não. Sabe ou desconfia de que não conseguirá os votos necessários. Vão daí os ataques ao BC. 
Não muda o sistema, mas gera mais instabilidade no cenário econômico, cuja consequência é ruim para todos: maior expectativa de inflação, preços subindo antecipadamente, juros mais altos. 
 
E tem a Petrobrasuma empresa gigante, com milhares de acionistas privados, incluindo brasileiros que colocam lá suas poupanças. Lula e colaboradores já disseram que a atual política leva a preços elevados, favorecendo os lucros da estatal, mas não cumprindo as finalidades sociais e econômicas da companhia, nem os interesses do governo
Uma retórica para dizer que a empresa deveria praticar preços menores, bons para o consumidor, e fazer investimentos, em refinarias por exemplo, que interessam ao governo. Logo a empresa terá menos lucro e distribuirá menos dividendos. Tem impacto para os acionistas e para toda a economia.

Mas quando e como será feita a mudança? O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse na GloboNews que a nova política reduziria o preço do diesel em 25 centavos por litro. A diretoria da Petrobras mandou carta ao ministro perguntando onde estavam esses cálculos.

Um dia depois, Lula desautorizou o ministro, mas confirmou que a política de preços mudará. Como? Ainda estudando. Quando? Adivinhem.

sábado, 10 de novembro de 2018

Bolsonaro cancela encontro com Maia, retira Eunicio da agenda e cancela visita ao Congresso Nacional

Após retirar Eunício da agenda, Bolsonaro cancela encontro com Maia - Cancelamentos ocorrem em meio a uma indisposição entre a equipe do governo eleito e o presidente do Congresso

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, cancelou a visita que teria ao Congresso Nacional na próxima terça-feira e também encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou a equipe responsável pela transição de governo. Ambos os eventos chegaram a constar da agenda e foram retirados, assim como ocorreu nesta sexta-feira, 9, com reunião marcada com o presidente do Congresso, Eunício Oliveira

Na sexta-feira, a assessoria de imprensa havia divulgado uma agenda em que constava uma audiência com Eunício, "a confirmar", às 9h. Minutos depois, a agenda foi apagada e reenviada com uma reunião com Maia. Com os cancelamentos, Bolsonaro seguirá da Base Aérea direto para o CCBB, onde está montado o gabinete de transição. A primeira agenda do presidente eleito será com a ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Os cancelamentos ocorrem em meio a uma indisposição entre a equipe eleita e o presidente do Senado e do Congresso. Nessa semana, Eunício demonstrou insatisfação por não ter sido procurado pela equipe de Bolsonaro. O futuro ocupante do Palácio do Planalto se encontrou com os chefes dos dois outros poderes, Executivo e Judiciário. 

Em entrevista ao Estado, Eunício, que não se reelegeu, lembrou que ainda é presidente de um dos poderes e disse não estar preocupado "se Bolsonaro vai gostar ou não" do que é votado no Congresso. Dentro da equipe de Bolsonaro há uma preocupação de que os parlamentares que não foram reeleitos utilizem o resto do ano para votar as chamadas "pautas bomba", com impacto fiscal. 

Gerou desconforto ainda entre os parlamentares frase do futuro ministro da economia, Paulo Guedes, defendendo "uma prensa" no Congresso para aprovar a reforma da Previdência. Em relação à Maia, preocupa ao presidente da Câmara que uma linha do PSL não esteja disposta a apoiar sua reeleição à Casa no ano que vem.

Noticias - Estadao