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terça-feira, 15 de novembro de 2016

Por essa e outras Trump está certo ao construir um muro isolando o México

A parada da morte na estrada México - Toluca

Os aproximadamente 15 quilômetros que vão de San Mateo Atenco a Puerta de Piedra, na rota Toluca-México, compõem um dos trechos de maior perigo para os passageiros que, ainda às escuras, embarcam todas as madrugadas nas unidades de transporte que os levarão à Cidade do México em uma viagem que, para muitos, pode ser a última.

Perto das 7 horas da manhã a passagem se estreita no pequeno terminal de San Mateo Atenco, criado há quatro anos para atender à crescente demanda de retirar as paradas tumultuadas que eram operadas ao longo da rota, mas que agora não apenas não desapareceram, mas também se transformaram em “cavernas de ladrões”, de acordo com as declarações de operadores que transitam pela região diariamente.

O trajeto Toluca-México não tem nada de extraordinário, salvo que, de alguns anos para cá, se transformou em um dos itinerários de maior risco para quem precisa viajar frequentemente à capital do país, pois “você pode sofrer uma colisão, ser assaltado, o local pode desabar e uma montanha pode esmagá-lo,” diz com uma risada amarga Juan Antonio Hernández, motorista de uma das quatro empresas que operam na região.
Ainda dentro da central do município, dona Juanita, que viaja com sua nora e dois menores, treme de frio enquanto verificam sua passagem para subir no ônibus, e assegura que em suas viagens semanais obrigatórias à Cidade do México “não há uma em que eu não saiba que algo aconteceu na estrada: um acidente, um atropelamento, um assalto ou um desabamento.” Ela sobe e segue em direção ao assento mostrado pelo motorista.

Juan Antonio volta a conversar enquanto começa a esquentar o motor. Ele diz que já foi assaltado duas vezes; na primeira eram três pessoas e ele foi ameaçado com uma pistola. É o que conta enquanto dirige o ônibus até a saída, e em pouco tempo estamos em meio aos veículos que vão voando até a capital mexicana. “A única coisa que o homem que me golpeou e ficou comigo disse foi: ‘assim está bom motorista, não pare, fique tranquilo’. 
Depois se dirigiu até a porta e deu um tiro,” recorda-se ele enquanto passa por cima do Rio Lerma, onde o odor nesta hora da manhã é insuportável, já que o fedor que o canal desprende com os primeiros raios de sol envolve a zona industrial.

O motorista garante que naquela primeira vez não sentiu medo, mas ficou com pena das pessoas que tiveram todos os seus pertences roubados, muitas mochilas e malas completas. Quando chegaram ao terminal Observatório, muitos não sabiam o que fazer e outros continuavam em estado de choque.  Ele conta que os bandidos lhe roubaram aproximadamente 600 pesos, produto das passagens que devem ser cobradas nas paradas intermediárias, quando sobem passageiros em locais autorizados, como o de San Pedro Tultepec, onde na semana passada subiram os assaltantes que acabaram morrendo baleados por um “vingador anônimo”.

Mais adiante do Outlet de Lerma, após passar o famoso restaurante Intimo, na altura do quilômetro 45, Juan Antonio lembra que o segundo assalto ocorreu exatamente naquele local, com uma única diferença na narrativa: o ladrão que foi ao fundo do ônibus, dos três que subiram, foi o que deu um tiro rumo ao nada. “Encontrei a bala mais tarde quando limpamos o veículo, debaixo dos assentos,” ele conta.

Lá atrás, antes de sair do terminal de San Mateo a bordo de sua unidade, mas procedente da Cidade do México, Victor Monter – que apesar do frio veste apenas uma camisa branca com o logotipo da empresa bordado do lado direito – é o mais jovem dos funcionários a conceder entrevista. Ele também foi assaltado duas vezes na mesma rota, por isso só traz como bagagem um saco preto de plástico onde guarda um desodorante, sua jaqueta verde e um pente. Ele mora perto da região, por isso carrega no máximo 50 pesos mexicanos para comer um salgado e tomar um refrigerante. “Não posso arriscar trazer mais,” diz ele, já que os motoristas também não se salvam da ação dos ladrões, que roubam seus pertences pessoais. “Por aqui alguns já perderam celulares, iPods, e até a bagagem completa,” diz.

Victor faz quase o mesmo relato que Juan José, e conta que um dos assaltos ocorreu à noite, perto das 20 horas, e o outro pela manhã, as 6 horas.0  Ele assegura que tudo sempre acontece da mesma forma, por isso desde que ocorreu o assassinato de quatro delinquentes após terem assaltado um ônibus, ele e vários de seus colegas de trabalho comentaram que poderia ser o mesmo grupo que vinha perturbando-os há mais de um ano.
“Acreditamos que se trata da mesma turma de Tultepec, a que assaltou a todos nós,” diz Victor e ainda conta que muitos de seus companheiros, inclusive ele mesmo, têm medo desta parada localizada no quilômetro 57,4 da México-Toluca. “Por isso à noite nem paramos mais ali. Apagamos a luz e passamos direto.”

O modus operandi
Victor, assim como Juan José, tem informações semelhantes. Nos quatro assaltos que ambos relataram, os delinquentes subiram separadamente nos veículos na parada de Tultepec, localizada a poucos quilômetros da central de San Mateo.

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