Presidente do Supremo disse que "não há democracia sem respeito às instituições" e que qualquer tentativa de concentração de poder deve ter "imediata reação" dos "demais poderes constituídos"
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, garantiu
que a Corte, "como guardiã da democracia constitucional, permanecerá
vigilante para que a situação registrada nos EUA no último 6 de janeiro
jamais ocorra no Brasil". A afirmação foi feita em artigo publicado no
jornal O Globo deste domingo, 10. Segundo ele, o Judiciário tem
papel essencial, porque cabe a esse poder ser o garantidor do
cumprimento das leis e da Constituição. "Não se pode hesitar em cumprir
essa missão", escreveu Fux.
O presidente do Supremo disse que "não há democracia sem respeito
às instituições", - sendo elas do Judiciário, do Legislativo, do
Executivo ou mesmo as privadas -, e afirmou que qualquer líder que
busque subjugá-las, "concentrando e abusando do poder a ele concedido
pelo voto, deve sofrer imediata reação da imprensa livre, da sociedade
crítica e dos demais poderes constituídos"."Vitórias eleitorais não representam carta-branca para desígnios
individualistas ou decisões arbitrárias. O governo é das leis e não dos
homens", disse o ministro no artigo. "Preservaremos a democracia a
qualquer custo", concluiu.
Vale lembrar que, um dia após os fatos ocorridos nos Estados
Unidos, quando extremistas invadiram a sede do Legislativo americano
para interromper a confirmação da eleição naquele país, o presidente
Jair Bolsonaro voltou a levantar dúvida sobre a confiabilidade do
sistema eleitoral brasileiro e a pressionar pela instituição do voto
impresso. [apesar do inconformismo de alguns, o presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, é um cidadão e a Constituição Federal permite que tenha e expresse opiniões. E estas não são denúncias, acusações - que precisam ser provadas).]
Na ocasião, sem citar diretamente o ataque ao Capitólio por uma
multidão pró-Donald Trump na quarta-feira, Bolsonaro afirmou que o
modelo eletrônico pode levar o Brasil a ter um problema pior que os EUA.
"Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o
voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", disse o
presidente.
Também sem apresentar nenhuma prova, Bolsonaro repetiu que houve
fraude nas eleições americanas. "O pessoal tem que analisar o que
aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente qual foi o
problema, causa dessa crise toda? Falta de confiança no voto. Então lá, o
pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal
da pandemia e houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram,
foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí", disse Bolsonaro. "E aqui
no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 2022, vai ser a mesma
coisa. A fraude existe", completou o presidente brasileiro.
Política - Correio Braziliense
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