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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Codinome “IDOSO” - Alerta Total - Jorge Serrão

Por Aileda de Mattos Oliveira


No Art. 5.º da Constituição, está lavrada uma das maiores falácias, entre tantas registradas, nessa chamada “Carta Magna”: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [...]”.

Apenas, este trecho reflete que palavras dos Constituintes são meros rabiscos para preenchimento do espaço em branco do papel. E por que é uma falácia? Porque “Todos” não são iguais perante a lei, havendo (e como há!) distinção constrangedora entre brasileiros.[fosse verdadeiro o afirmado no artigo 5º da CF - que chamamos o artigo dos direitos sem a contrapartida dos deveres - não haveria no Brasil um um único cotista = o sistema mais desigual, discriminatório possível de existir, até mesmo na Coreia do Norte = já que além de incentivar privilégios incabíveis, com sustentação absurda, tende a favorecer os cotistas em prejuízo dos demais.]


Não somente diferenças de origem racial; de origem religiosa; mas também de faixa etária, principalmente, quando relacionada à posição social. Não ouvimos os apresentadores de noticiosos se referirem às pessoas públicas de “idosas”, mesmo que já estejam para lá de caquéticas. Nunca ouvimos noticiarem: “O mais idoso traidor do Brasil continua a serviço de Soros” (FHC); jamais disseram que “O idoso pinguço está viajando pela Europa e denegrindo o Brasil” (Lula); que “A descerebrada idosa, eterna guerrilheira e assaltante de bancos, continua guerreando com as palavras” (Dilma); que “O enfatuado togado é um dos idosos do STF” (Gilmar Mendes ou Lewandowski ou Barroso ou Fux ou Marco Aurélio); que “A idosa do STF, amiga daquela que saudou a mandioca, esconde-se debaixo da toga”. Por acaso, José Dirceu é lembrado como “O idoso que foi aprendiz das guerrilhas cubanas”? Nenhum empresário é tachado de “idoso”, mesmo que seja fundador de uma empresa quase centenária.

Todas essas figuras, ou “figuraças”, ao contrário, têm nome e sobrenome.

Porém, esses mesmos apresentadores, ao passar para baixo do hemisfério político-social, aí, sim, igualam os cidadãos, justamente, aqueles que sustentam, com seus impostos, todos os demais citados. Pagam as suas mordomias, as suas viagens, as suas amantes, os seus restaurantes e, por aí vai.

“Um idoso foi atropelado na Avenida Brasil e o motorista fugiu sem prestar socorro”, dizem os arautos das tragédias diárias. “O idoso ficou horas na fila do SUS e passou mal por falta de atendimento”. “Um idoso está desaparecido”. “Os idosos são as maiores vítimas de empréstimos!” “Nenhum parente apareceu para visitar o idoso no hospital”.

Nestes casos, a igualdade é surpreendente. Essas vítimas deixaram de ser pessoas, e receberam da imprensa um codinome igualitário: ”Idoso”. Para que se preocuparem com o seu nome, se já estão fora de qualquer atividade remunerada? No entanto, a Receita Federal, que sabe o nome e sobrenome de cada um, de mais, ou de menos idade, parece ‘desconhecer’ o nome e o sobrenome dos ‘bem-situados’ à custa desses ‘sem nome’.

Percebemos, também, que o tratamento “idoso” é usado por esses apresentadores, como uma palavra de apoio, de comiseração, de condescendência, até mesmo, de carinho ou de pena. Enganam-se! A cada repetição da palavra, mais perde em peso o valor representativo desses homens e mulheres na sociedade.

As pessoas pertencentes a qualquer classe social têm identificação, têm personalidade própria, são diferentes umas das outras, mesmo com idade. Igualá-las por meio de uma expressão que irá identificá-las, tão somente, pelo tempo de vida de cada uma, é deixá-las sem autoestima; é pô-la numa prateleira de objetos sem uso; é jogarem-nas numa vala comum de inutilidades; é condenarem-nas a viver fora da sociedade. É como se “idoso” ou “idosa” fosse uma tarja colada ao invólucro de uma caixa a ser entregue, tal como “QUEBRÁVEL”! ou “FRÁGIL”!

As novidades vocabulares que surgem neste mundo ‘modernoso’, criadas pelos tais “formadores de opinião”, são de uma hipocrisia, sem dó.
Mas, que fazer, se o que está em evidência nos currículos mundiais são, unicamente, as matérias tecnológicas?
As disciplinas humanísticas, que ensinavam aos alunos que a identidade de cada ser humano é única e intransferível, desapareceram e, por isso, foi-se o respeito à valorização do ser humano.

Só quem fala, principalmente ao microfone, acha-se o dono da verdade, mesmo sendo, também, “idoso”, embora não se considere assim. 

É o ‘eu’ dele que determina o desaparecimento do ‘eu’ de todos os demais. 

Há muita igualdade, do lado da base, que maltrata; porém, no polo mais alto da pirâmide, nas hostes da baixa política; no grêmio dos traidores da Pátria; 

apesar do grande número de velhacos velhos e velhos velhacos ainda há, por parte de repórteres e jornalistas, o chamado ‘capachismo’, o curvar-se aos ‘nomeados’, mesmo que a carcaça que os envolve, já esteja carcomida de iniquidades. O mundo está muito sem graça. Vulgar. Sem educação. Cheio de palavras fora de propósito, hipócritas, apenas, para fingir solidariedade. O mundo está “chato”!

Alerta Total - Jorge Serrão  

Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa. Acadêmica Fundadora da Academia Brasileira de Defesa (ABD); Membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (CEBRES) e Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB), Articulista do Jornal Inconfidência.

 

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