Blog Matheus Leitão
O destino de Alcolumbre após denúncia assombrosa
Poucos vezes nos últimos tempos se viu uma apuração tão redonda como a capa de VEJA desta semana sobre o senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Senador Davi Alcolumbre: rachadinha - Leopoldo Silva/Agência Senado
[senador, a coisa está feia para o senhor e vai piorar... aguarde o desenrolar das investigações.]
A reportagem de Hugo Marques mostra como seis funcionárias do gabinete do senador foram usadas num esquema de rachadinha, tão conhecido pelo filho Zero Um do presidente, Flávio Bolsonaro.[atualizando: até o presente momento NADA FOI PROVADO contra o senador Flavio Bolsonaro - imprensa e órgãos de investigação ciscam, ciscam, mas nada encontram.]
A revelação é escandalosa, especialmente porque as mulheres estão declarando publicamente a fraude que pode chegar a R$2 milhões em desvios dos cofres públicos. Por anos, diz a reportagem, o senador ficou com salários de seis assessoras do gabinete. Elas abriam conta no banco, entregavam o cartão e recebiam apenas parte do dinheiro.
A Procuradoria-Geral da República vai analisar as suspeitas de rachadinha, assim como o Tribunal de Contas da União (TCU). Mas como fica a situação política de Alcolumbre. Se a Casa punir Alcolumbre, a situação de outros adeptos da prática de roubo de salário dos funcionários terá de ficar mais grave, tanto no Senado, quanto na Câmara.
O fato é que, com um pouco de seriedade na política, ainda mais pelo fato de a rachadinha ter ocorrido no atual mandato, a cassação era certa. Mas, pelo histórico corporativista, e por haver uma bancada da rachadinha já no parlamento, a história pode acabar engavetada.
O Senado da República tem um histórico de corporativismo absurdo. Os conselhos de ética do parlamento são, como se sabe em Brasília, uma vergonha. Nem parlamentar com dinheiro na cueca perde o mandato. O do Senado, então, consegue ser o pior, e raramente serve para alguma coisa.
É o Brasil e os muitos caminhos da impunidade.
Blog Matheus Leitão - Revista VEJA
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