A avaliação é que Bolsonaro voltou a falar com mais frequência sobre a desconfiança que diz ter no voto eletrônico — e passou do ponto tolerável. Por isso, o TSE considera obrigatório se posicionar para que isso não contamine o processo eleitoral.
Já no entorno de Bolsonaro, a preocupação é outra. O temor é que o presidente não exagere no tom das críticas. A avaliação ali é que Bolsonaro não ultrapassou qualquer ponto aceitável. De qualquer forma, há uma certeza no Palácio do Planalto: será impossível para Bolsonaro deixar esse tema de lado na campanha. Diz um ministro: — É um discurso que alimenta o pessoal dele. É impossível abandoná-lo. Só não pode passar do ponto.
Na sua live da semana passada, Bolsonaro disse que "o pessoal do Exército" levantou "várias, dezenas de vulnerabilidades" nas urnas eletrônicas. Foi um aumento do grau de desconfiança do presidente. Depois agosto, quando a Câmara barrou a volta do voto impresso, Bolsonaro prometeu a Arthur Lira não mais tocar no assunto. Ninguém acreditou muito, mas o fato é que ele foi baixando o tom do descrédito do processo eletrônico de votação. Até chegar a uma declaração dada em 5 de novembro que era um voto de confiança no processo: — Teremos um voto confiável no ano que vem. (...) Creio que isso é um capítulo encerrado.
Aos poucos, porém, a trégua chegou ao fim. E Bolsonaro voltou
paulatinamente ao velho discurso que não será abandonado, ainda mais num
ano de campanha. [nas campanhas eleitorais e praxe é que os candidatos manifestem suas posições - ou será que os comícios de 2022 serão censurados? ]
Lauro Jardim, jornalista - Blog em O Globo
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