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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A volta do discurso de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas - Lauro Jardim

As entrevistas dos últimos dias dos ministros do TSE Edson Fachin e Luis Roberto Barroso com críticas mais diretas a Jair Bolsonaro, ou, mais precisamente, à sua insistência em pôr em dúvida a lisura do processo eleitoral via urna eletrônica, são vistas na Corte como uma obrigação institucional. [com todas as vênias ao ilustre articulista,sentimos obrigação de perguntar: SERÁ? não podemos esquecer que foi o ministro Fachin  que afirmou em entrevista ao Estadão  "eu posso dizer a vocês que a Justiça Eleitoral já pode estar sob ataque de hackers", afirmação que contraria frontalmente a categórica posição do ministro Barroso sobre a inexpugnável  defesa das urnas eletrônicas contra qualquer violação e o principal argumento do ex-presidente do TSE é que as urnas não podem ser hackeadas = não trabalham em rede.
Enquanto o ministro Fachin fortalecia a tese do presidente Bolsonaro de que as urnas eletrônicas não são cem por cento seguras, o presidente estava a milhares de quilômetros do Brasil, curtindo a hospitalidade do Putin e sem lembrar da existência do TSE,  das urnas eletrônicas e do establishment que tenta infernizar o Governo do capitão. 
Alguns ministros do TSE, mesmo com Bolsonaro ausente do Brasil, não conseguem esquecê-lo, sempre falam sobre o presidente ou de posições que o presidente defende.]

A avaliação é que Bolsonaro voltou a falar com mais frequência sobre a desconfiança que diz ter no voto eletrônico — e passou do ponto tolerável. Por isso, o TSE considera obrigatório se posicionar para que isso não contamine o processo eleitoral.

Já no entorno de Bolsonaro, a preocupação é outra. O temor é que o presidente não exagere no tom das críticas. A avaliação ali é que Bolsonaro não ultrapassou qualquer ponto aceitável. De qualquer forma, há uma certeza no Palácio do Planalto: será impossível para Bolsonaro deixar esse tema de lado na campanha. Diz um ministro: — É um discurso que alimenta o pessoal dele. É impossível abandoná-lo. Só não pode passar do ponto. 

Na sua live da semana passada, Bolsonaro disse que "o pessoal do Exército" levantou "várias, dezenas de vulnerabilidades" nas urnas eletrônicas. Foi um aumento do grau de desconfiança do presidente. Depois agosto, quando a  Câmara barrou a volta do voto impresso, Bolsonaro prometeu a Arthur Lira não mais tocar no assunto. Ninguém acreditou muito, mas o fato é que ele foi baixando o tom do descrédito do processo eletrônico de votação. Até chegar a uma declaração dada em 5 de novembro que era um voto de confiança no processo: — Teremos um voto confiável no ano que vem. (...) Creio que isso é um capítulo encerrado.

Aos poucos, porém, a trégua chegou ao fim. E Bolsonaro voltou paulatinamente ao velho discurso que não será abandonado, ainda mais num ano de campanha. [nas campanhas eleitorais e praxe é que os candidatos manifestem suas posições - ou será que os comícios de 2022 serão censurados? ]

Lauro Jardim,  jornalista - Blog em O Globo


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