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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A BALANÇA DA JUSTIÇA NO INMETRO - Percival Puggina

Ao observar certas condutas como cidadão não me sai da cabeça a ideia de que a balança da Justiça tem que ser levada para calibrar no Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro).

Sou contra fake news. Quando recebo alguma, advirto quem remeteu. Mas não deixa de ser curioso observar que distorções, ocultações, factoides e fake analysis tenham espaço liberado nos grandes grupos de comunicação e não suscitem qualquer preocupação em plena campanha eleitoral. Ao mesmo tempo, as espadas da justiça e as tesouras da censura se exibem afiadas e ameaçadoras para quem conteste “verdades” estatizadas. 

Afinal, o que foi o tal “vazamento de sigilo”, que tanto espaço ocupou, tanta matéria proporcionou a ministros do STF, sempre tagarelas quando se trata de afrontar o presidente da República?  [público e notório que o tal "vazamento de sigilonão ocorreu - o delegado que conduzia o inquérito afirmou que a 'live' do presidente Bolsonaro ocorreu em um dia e só no dia seguinte o sigilo foi decretado; por óbvio cabe às autoridades que afirmam ter havido o vazamento provar que o delegado mente.]
O que foi a pressão sobre uma suposta exigência de atestado de vacinação de Bolsonaro? [o adjetivo 'suposta' inserido na pergunta deixa dúvidas se ocorreu a exigência do atestado de vacinação - cabendo lembrar que só em 2022 é que o presidente Bolsonaro decidiu não atender determinações monocráticas de alguns ministros do STF.]
O que foi a inteira CPI da Covid, se não um festival de factoides? [um amontoado de mentiras, deduções falsas,acusações ridículas e que vão resultar em nada - o Tribunal Internacional de Haia rejeitou na apresentação, sem perder tempo com análises.]
O que foi o “escândalo” da Covaxin? [esqueceram que não ocorreu a compra que poderia gerar beneficios motivadores de uma hipotética prevaricação.]
O que foram as 195 ADPFs com que a oposição fez política usando o STF? [ação de partidecos SEM votos, SEM noção,     SEM programa de governo, SEM representatividade SEM valia nenhuma - e o comentário sobre o atestado de vacinação, mostra que a decisão do presidente reduziu, nos parece que acabou,com a mania de governar via APDFs.]
O que fez o ministro Fachin ao afirmar que o Brasil vive um populismo autoritário? [difícil de entender algumas afirmações de ministro Fachin - afinal foi ele que enquanto o ministro Barroso tenta passar a imagem da inviolabilidade das urnas eletrônicas e tornar CRIME  HEDIONDO o ato de pensar que podem ser violadas, Fachin declara em entrevista que hackers podem estar atacando a Justiça Eleitoral. Pode???]
Quantos outros já saíram da memória, gerados ao longo de três anos
 
Um amigo me socorre nesta pauta lembrando a reunião do governo ocorrida no dia 22 de abril de 2020. Presentes, Bolsonaro, o general Mourão, o ministro Moro e a equipe do governo. No dizer de Sérgio Moro,  o evento teria motivado seu pedido de demissão em aberto antagonismo ao governo.

A saída de Moro foi uma bomba e a notícia de que a reunião estava gravada em vídeo, outra. Com aquela curiosidade que vai ao buraco da fechadura, a mídia entrou em delírio. Todos queriam assistir o vídeo, periciado pela PF e guardado sob sigilo determinado pelo STF. O ex-ministro da Justiça assegurava que o vídeo fazia prova da má intenção do presidente em relação à PF. A mídia militante enlouquecia de curiosidade e a oposição colhia apoios para o pedido de impeachment de Bolsonaro.

A situação rolou durante um mês inteiro até Celso de Mello resolver que a “peça” deveria ser exibida na íntegra. Enfim! Ao liberar a exibição, o ministro ainda botou mais lenha no fogo. Alegou o interesse do material para um eventual processo de impeachment no Congresso e lembrou o precedente da Suprema Corte dos EUA no Caso Watergate durante o governo Nixon. Só essas justificativas já eram condimento suficiente para a voracidade da plateia nacional. Afinal, a República iria cair, como costumam dizer os irresponsáveis.

O vídeo rodou, então, ante os olhos da pátria em vigília! E o factoide se dissolveu no ar. O que restou para a cozinha das redações, que esperava servir filé mignon no noticiário, foi desfiar carne de pescoço.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

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