Gazeta do Povo - VOZES
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse que o “desrespeito aos artistas, à opinião, é um desrespeito ao patrimônio cultural histórico do país”. Segundo o ministro do TSE, “esse desrespeito não será tolerado pela Justiça Eleitoral”. [com todas as vênias e apoiados na nossa ignorância em cultura - antes éramos réus confessos só na ignorância econômica e jurídica, agora assumimos também a ignorância cultural - perguntamos: o que a Justiça Eleitoral, só existente no Brasil, tem a ver com patrimônio cultural? Preservar a democracia, que consideram estar em risco permanente, nos parece ser mais que suficiente para que evitem mais uma atribulação, ops... atribuição.]
A fala de Moraes endossou uma declaração proferida pela ministra Cármen Lúcia, que discursara pouco antes em defesa da “classe artística brasileira”, supostamente sob ataques. Os juízes participaram de uma cerimônia no TSE.
Moraes afirmou que os artistas são vítimas de “coação moral”, supostamente parte de uma “ação dessas covardes milícias digitais”. “São os corajosos virtualmente e covardes pessoalmente”, disse. “Escondem-se no anonimato.”
A primeira dúvida que fica no ar é se artistas que defendem Bolsonaro, como a atriz Regina Duarte, também serão protegidos pelo TSE, ou se somente os “artistas” ligados ao PT merecem essa blindagem. Afinal, cansamos de ver artistas sendo demonizados ao enxergar qualquer virtude que seja no atual governo, e sempre que o TSE ou o STF falam em “violência política”, nem conseguem esconder que só consideram um lado da disputa.
O outro ponto relevante é que muitos desses “artistas” não se dão ao respeito, lembrando que respeito se conquista, não se impõe. Colocar crianças pequenas para tocar em homem nu não é arte, e sim depravação, tal como fazer fila com um enfiando o rosto no ânus do outro. Mas é o tipo de coisa que a esquerda chama de arte em nosso país.
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