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domingo, 25 de setembro de 2022

Os artistas alexandrinos - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES    

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse que o “desrespeito aos artistas, à opinião, é um desrespeito ao patrimônio cultural histórico do país”. Segundo o ministro do TSE, “esse desrespeito não será tolerado pela Justiça Eleitoral”. [com todas as vênias e apoiados na nossa ignorância  em cultura - antes éramos réus confessos só na ignorância econômica e jurídica, agora assumimos também a ignorância cultural - perguntamos: o que a Justiça Eleitoral, só existente no Brasil, tem a ver com patrimônio cultural? Preservar a democracia, que consideram estar em risco permanente, nos parece ser mais que suficiente para que evitem mais uma atribulação, ops... atribuição.]

A fala de Moraes endossou uma declaração proferida pela ministra Cármen Lúcia, que discursara pouco antes em defesa da “classe artística brasileira”, supostamente sob ataques. Os juízes participaram de uma cerimônia no TSE.

Moraes afirmou que os artistas são vítimas de “coação moral”, supostamente parte de uma “ação dessas covardes milícias digitais”. “São os corajosos virtualmente e covardes pessoalmente”, disse. “Escondem-se no anonimato.”

A primeira dúvida que fica no ar é se artistas que defendem Bolsonaro, como a atriz Regina Duarte, também serão protegidos pelo TSE, ou se somente os “artistas” ligados ao PT merecem essa blindagem. Afinal, cansamos de ver artistas sendo demonizados ao enxergar qualquer virtude que seja no atual governo, e sempre que o TSE ou o STF falam em “violência política”, nem conseguem esconder que só consideram um lado da disputa.

O outro ponto relevante é que muitos desses “artistas” não se dão ao respeito, lembrando que respeito se conquista, não se impõe. Colocar crianças pequenas para tocar em homem nu não é arte, e sim depravação, tal como fazer fila com um enfiando o rosto no ânus do outro. Mas é o tipo de coisa que a esquerda chama de arte em nosso país.

Por fim, sabemos que ministros do STF estiveram com artistas esquerdistas em atos políticos, e que o próprio STF foi transformado numa espécie de DCE por esses ministros apontados pelo PT. Cabe, então, questionar ao todo-poderoso “imperador” do Brasil: o que seria uma "coação moral" a artistas ligados ao PT?  
Podemos opinar que artista decadente que defende ladrão corrupto é um safado imoral ou um completo imbecil? 
Ou isso já dá cadeia em Alexandrina?
 
No sistema podre e carcomido, ninguém solta a mão de ninguém. Que esses artistas decadentes fiquem choramingando, pois as redes sociais furaram a bolha da velha imprensa e hoje todos ridicularizam essas figuras patéticas, isso é o de menos. 
Mas que esse mimimi encontre eco no arbítrio do ativismo judicial, aí mora o perigo!
 
A liberdade de expressão está ameaçada em nosso país. 
E a ameaça não vem do presidente “fascista”, mas justamente daqueles que assinam cartinha pela democracia e chamam toda crítica de “ataque”. Mas não vamos nos calar. Aceitem, que dói menos...
 
Rodrigo Constantino,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 
 

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A fila anda - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro tem crise de abstinência quando não persegue alguém. Vítima da vez é Nelson Teich

“Tratar isso como não essenci..., como... como não essen... como essencial é um passo inicial. Foi decisão do presidente... que decidiu isso aí. Saiu hoje isso? Manicure, academia... barbearia? Não... Isso aí... não é atribuição nossa.”

[já podem escolher outro para ser a 'bola da vez';
o ministro Teich não é mais ministro da Saúde.
A propósito, nunca deveria ter aceito o cargo. Teich pode ser inteligente, competente,  capaz  - provavelmente é - mas não tem o perfil, traquejo político, para sobreviver em uma posição em que ser acossado por políticos traiçoeiros, jornalistas ansiosos por assinar manchetes e por um presidente cioso da disciplina - a um nível incompatível com a atividade política.]

Foi assim, pego de surpresa, balbuciando, que Nelson Teich, ministro da Saúde, médico oncologista respeitado, com especialização em gestão em saúde, descobriu numa entrevista coletiva que não apenas não manda nada como passou a ser o novo saco de pancadas do presidente Jair Bolsonaro no governo.

Mal acabou de demitir Luiz Henrique Mandetta e de empurrar porta afora o “superministro” Sérgio Moro, o presidente já passou a desautorizar ninguém menos que o novo ministro da Saúde, justamente em meio à pandemia e com o número de mortos chegando a mil por dia. Por dia! O enredo é bem conhecido. Primeiro, o presidente dá bronca no ministro ou auxiliar em entrevistas. Depois vai minando a autonomia e a autoestima da vítima. Por fim, demite ou pressiona para a demissão. No script, falas recheadas de autoafirmação: “Eu sou o presidente, pô!”, “eu que fui eleito”, “Eu nomeio, todos têm de ser afinados comigo”, “Quem manda sou eu. Ou vou ser um presidente banana?”.

A fila das vítimas é longa. Além de Mandetta e Moro, o delegado Maurício Valeixo, da PF, o general Santos Cruz, secretário de governo, o amigão Gustavo Bebianno, secretário geral da Presidência, o economista Joaquim Levy, do BNDES, e o cientista Ricardo Galvão, do Inpe. Sem falar na secretária da Cultura, Regina Duarte, que está em banho maria, nem nos superintendentes da PF no Rio, um atrás do outro. Em compensação, Ernesto Araújo (anti-China), Weintraub (anti-STF e antiportuguês) e Ricardo Salles (desmatamento) continuam muito prestigiados.

Assim como Regina Duarte, Nelson Teich assumiu sem nunca ter assumido e é uma ilha na própria casa, provavelmente nem sabe os nomes da sua equipe. Não indicou ninguém para o Ministério, engoliu uma penca de militares que não conhecia e nunca conseguiu apresentar um programa, um modelo de combate ao coronavírus. Da última vez que tentou, acabou cancelando a entrevista minutos antes do início.

Há um muro entre Jair Bolsonaro e Nelson Teich: a ciência. Apesar de bolsonarista desde a campanha de 2018, Teich tem uma biografia a zelar. Não vai jogar isso fora para agradar ao presidente, contrariando estudos científicos do mundo inteiro e pregando o fim do isolamento social e o uso indiscriminado de cloroquina. Enquanto Teich admite até o lockdown em algumas circunstâncias e regiões, Bolsonaro mantém sua cruzada insana contra o isolamento e, portanto, para jogar mais e mais pessoas nas ruas, nas UTIs e nos túmulos. Enquanto o ministro avisa que a cloroquina não salva vidas e tem graves efeitos colaterais, o Dr. Jair “está exigindo” seu uso.

É assim, na base do achismo e centrado nele mesmo, que Bolsonaro solta uma polêmica MP livrando agentes públicos de responsabilidade por decisões durante a pandemia, define uma “guerra” contra o governador João Doria, confraterniza com o grande capital, tenta capturar eleitores pobres do PT e mantém sua relação esquizofrênica com deputado Rodrigo Maia. Ataca, depois chama em palácio e abraça.

Enquanto isso, convém ler e entender o artigo de ontem do vice Hamilton Mourão no Estadão, com múltiplos recados e puxões de orelhas no Judiciário, governadores e mídia, sem um pingo de crítica (ou autocrítica) aos graves erros do governo. “Nenhum país do mundo vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil”, decreta o vice. Impossível discordar. Mas faltou nomear quem efetivamente causa tanto mal assim. 

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo



domingo, 10 de maio de 2020

Melancolia - O Globo

 Dorrit Harazim
Haverá quem indague onde esteve a oposição a Jair Bolsonaro este tempo todo
O ensaísta radicado na Califórnia Dustin Illingworth acerta em cheio quando observa que melancolia é uma condição incompatível com o coronavírus. A realidade crua do nosso planeta infectado, com cadáveres que se empilham entre os vivos, não dá espaço ao que o britânico Robert Burton, em seu clássico do século 17 sobre o tema, definiu como “um tipo de loucura sem febre, tendo como companheiros o temor e a tristeza sem nenhuma razão aparente”. Com a Covid-19 em marcha pelo mundo, a melancolia foi deslocada por variantes menos românticas, como a ansiedade, o pânico, a depressão. É possível que no futuro venhamos a ter saudade do tempo em que foi possível sofrer só de melancolia, esse fundamento da condição humana.

Por ora não dá. Pelo menos não no Brasil, que encerra uma semana particularmente disfuncional, caótica e desconcertante. A hora, agora, é de grita, mesmo que seja apenas para se sentir vivo e humano. A semana começou com o Brasil órfão, também, de Flávio Migliaccio. Em terna carta aberta aos tantos que choraram o suicídio do ator de 85 anos, o filho Marcelo escreveu: “Meu pai fez o que fez à nossa revelia. Pegou um táxi e foi para o sítio enquanto eu cuidava da minha mãe. Sem nos avisar, sem se despedir. Ele sempre me dizia que não aguentava mais viver num mundo como esse e sentir seu corpo deteriorar-se rápida e irreversivelmente... Daqui para a frente só vai piorar, dizia...”. Mas nem em seu mais agudo desassossego Flávio Migliaccio imaginaria que dois dos policiais militares chamados à ocorrência fotografariam a cena e a postariam em redes sociais. Ambos envergavam a bandeira do estado em suas fardas. É a infâmia e covardia extremas destes tempos de apagão da decência.

Como se permitir ser melancólico quando a realidade nacional trata a Covid-19 com voracidade de caixa registradora? Arredondando, já são10 mil mortos e 150 mil casos confirmados, com o pico do contágio apontando para mais calamidade à frente. A nação desassistida nunca teve o luxo existencial de mergulhar no spleen literário, ela precisa fazer fila ao relento para tentar receber os R$ 600 de ajuda emergencial enquanto Jair Bolsonaro faz da presidência um reality show de programação livre — pode ser tanto uma Marcha na Praça dos Três Poderes, com lobistas/empresários no papel de extras, ou um churrasco de celebração à insânia. Enquanto só no Rio de Janeiro mais de mil pessoas aguardavam a vacância de um leito de UTI adequadamente equipado, Gabriell Neves Franco, que até o mês passado era ainda subsecretário de Saúde do mesmo estado, foi preso sob suspeita de integrar uma quadrilha de mercadores de ventiladores mecânicos. Só muito mais adiante, quando for possível estudar os desdobramentos desse período, se saberá a amplitude da rapina ocorrida nos subterrâneos dos contratos emergenciais em nome do combate à Covid-19.

Até aí nada de muito novo. Haverá quem indague onde esteve a oposição a Jair Bolsonaro este tempo todo, como ela evaporou, por que não conseguiu apresentar um mísero plano de contraponto a um governante tão desarticulado, se foi verdade que existiu um ministro da Saúde invisível de nome Nelson Teich. Na semana em que se comemora o 75º aniversário do final da Segunda Guerra na Europa, olhar para o passado adquire valor redobrado.

Ou então é fazer como Regina Duarte, cuja sombria e estarrecedora entrevista concedida à CNN Brasil regada a sorrisos mecânicos mereceria um estudo frase a frase. Somaram-se rasantes de despreparo, afagos à ditadura e viagens ao mundo da fantasia.

Difícil saber se quem as pronunciava era a atriz no papel de secretária executiva de Cultura, ou vice-versa, ou ainda, a fusão dessas duas entidades. Algum hippie dos anos 60 talvez definisse a entrevista como uma “transformação em metamorfose”. Já para a também veterana de palcos Camila Amado, ainda incrédula com o que assistiu, o diagnóstico é dolorido: “Acabou -se a imagem da ingênua usada e sem noção. Vi a pessoa mais feia e de uma loucura assustadora, exposta e sem controle de imagem, agora sim revelada pela televisão — ela, a Regina Duarte”, escreveu em rede social. A repulsa de Camila é explicável — a ditadura roubou-lhe o pai, Gilson Amado, e torturou sua mãe, a educadora Henriette de Hollanda Amado.

Na visão de Regina Duarte, “tem que olhar pra frente, tem que amar o país, parar de ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80... Se eu ficar olhando pelo retrovisor, vou levar trombada, vou cair no precipício ali na frente...”

Já caiu. O precipício é aqui. Para a respeitada revista britânica “Lancet”, que vai completar seu bicentenário em 2023, Jair Bolsonaro representa a maior ameaça mundial à Covid-19. [sic] Não é uma afirmação ligeira. A revista não analisa novelas, trata de ciência.

 Dorrit Harazim, jornalista - O Globo


'Que fazer?' - J.R. Guzzo


O Estado de S. Paulo

Opositores não sabem o que fazer para Bolsonaro sair do Planalto antes de 1.º/1/ 2023

É curioso o que está acontecendo hoje no Brasil. A cada dia que passa, o presidente da República faz alguma coisa que parece desenhada sob medida para tumultuar o seu próprio governo, como se tivesse certeza de que o pior desastre que pode lhe acontecer é viver quinze minutos de paz. (Neste momento de confusão extrema, acredite se quiser, conseguiu achar espaço para arrumar uma briga com a sua ministra-secretária da Cultura, a atriz Regina Duarte, cuja relevância no meio das calamidades atuais oscila ao redor do zero. Justo agora? Não poderia ficar para um pouco mais tarde? Não: ninguém aqui vai perder uma oportunidade para sair no braço.) Ao mesmo tempo, as forças que querem tirá-lo de lá antes da hora prevista na Constituição parecem cada vez mais incapazes de armar uma ação coerente, lógica e eficaz para conseguir isso.

É a velha história da vida política: quando todo mundo diz que “agora não dá mais” e, ao mesmo tempo, não se faz nada de concreto além de falar, é sinal de que ninguém está conseguindo agir no mundo das coisas práticas. Se realmente não “dá mais”, então por que continua dando? Não se trata de falta de vontade – é falta de meios. Como tantas vezes ao longo da História, a questão se resume na inesquecível pergunta de Lenin: “Que fazer?” O Revolucionário Número 1 de todos os tempos sabia muito bem que, sem responder a essa pergunta, o Czar continuaria sentado até hoje no trono da Rússia. Em sua volta, todos faziam os discursos mais devastadores, ano após ano - e continuavam no exílio. Lenin, em vez disso, só pensava em sair do exílio e ir para o governo. Não queria ficar indignado. Queria agir.

É o que está faltando hoje para as múltiplas camadas de opositores do presidente Jair Bolsonaro: 
- saber com precisão o que devem fazer para ele sair do Palácio do Planalto antes de 1º. de janeiro de 2023, quando acaba o seu mandato legal na presidência.
Nada parece funcionar. Havia muita esperança, por exemplo, no depoimento do ex-ministro Sergio Moro no inquérito que apura as circunstâncias de sua demissão. 
Mas depois de oito horas de declarações, o que realmente sobrou de concreto foi a afirmação de que ele, Moro, nunca disse que Bolsonaro cometeu algum crime nos quinze meses de relacionamento que tiveram no governo. [a postura 'esquisita' do ex-juiz faz surgir uma pergunta: quantos concursos públicos Sérgio Moro prestou para lograr aprovação para juiz federal?]
Um ministro do STF proibiu Bolsonaro de nomear um diretor para a Polícia Federal; 
ele nomeou outro, igual ao primeiro, e ficou por isso mesmo, pois não dá para continuar vetando todos os nomes que o presidente escolher. Esperava-se que o Supremo se unisse para acertar alguma maneira legal de deter ou depor Bolsonaro; mas os ministros não estão de acordo entre si.
A questão, no fim das contas, não é estabelecer, numa escala de zero a dez, o quanto Bolsonaro é um mau presidente; seus inimigos acham que é onze. A questão é saber quantos dos 513 deputados federais e 81 senadores, exatamente, vão votar a favor de um impeachment  – o único caminho disponível para depor o chefe de Estado sem violar a Constituição, coisa que requer força armada e não é possível neste momento no reino das realidades. A “sociedade” não tem voto aí. Ninguém mais, além dos parlamentares, está autorizado a julgar o presidente: ou dois terços dos membros do Congresso concordam em depor o homem, ou ele não sai.

Para quem não quer mais a situação que está aí, a prioridade talvez devesse ser outra - em vez de ficar tentando tirar Bolsonaro agora, que tal começar a trabalhar de verdade para que ele não seja reeleito? [o complicador é que Bolsonaro será reeleito em 2022 - assim, sugerimos, a titulo de aquecimento, tentar descobrir um meio, que não dependa de votos, para conseguir que ele saia em 1º janeiro 2027.] O fato é que vai ser preciso ganhar uma eleição em 2022. Se vierem com candidatos parecidos com os de 2018, vamos continuar na mesma.

J.R. Guzzo, jornalista - O Estado de S. Paulo



terça-feira, 10 de março de 2020

Encolhendo ministros - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

É só impressão ou os grandes nomes que se aproximaram do presidente Jair Bolsonaro e entraram no governo estão encolhendo? É uma espécie de maldição que agora se abate sobre a atriz e secretária de Cultura, Regina Duarte, eterna “namoradinha do Brasil”. [atualização: Regina Duarte é subordinada diretamente ao presidente Bolsonaro - ela, pessoa física, e atual secretária de Cultura - mas, a Cultura não tem status de Ministério.
Anda que tivesse, qualquer ministro de Estado está subordinado ao Presidente da República - são, constitucionalmente, auxiliares do Chefe do Poder Executivo.
A subordinação direta da secretária ao Presidente não reduz o nível de subordinação, apenas torna o subordinado mais 'próximo' do Presidente - condição que pode significar mais prestígio e também menor independência.
A independência do ministro, no caso secretário, depende da importância do 'órgão' que chefia e do desempenho do chefe.
O Ministério da Infraestrutura, excelente desempenho, trabalhando e cuidando do assunto = INFRAESTRUTURA = sob o comando do ministro Tarcisio, pouco se fala dele, passa ao largo da 'guerrinhas'.
Mas, seu titular está firme como uma rocha.

Já a Cultura, não tem importância que justifique um Ministério exclusivo. O ideal seria integrar o MEC - Ministério da Educação e Cultura.]

Se havia um verdadeiro “mito” na posse do governo, era o juiz Sérgio Moro, cuja fama atravessou fronteiras e oceanos depois de comandar a maior operação de combate à corrupção do mundo. Não durou muito. Mito como juiz de Curitiba, Moro foi colocado no devido lugar pelo presidente, conhecido tanto pelo ciúme quanto pela mania de perseguição, o capitão do “quem manda no governo sou eu”, reforçado pelo “quem tem votos e popularidade sou eu”.

O super-Moro foi diminuindo até que sua mulher, Rosângela Moro, admitiu: “não vejo o Bolsonaro, o Sérgio Moro, eu vejo o Sérgio Moro no governo Bolsonaro, eu vejo uma coisa só”. Quem engoliu quem? O presidente, que encolhe todos à sua volta, ou o ministro, que aguentou uma desautorização após a outra e não deu uma palavra contra o motim de PMs no Ceará?

O super-Guedes também não está mais essa Brastemp toda, depois de perder o embalo da reforma da Previdência e tratar como corriqueiro o PIB de 1,1%. Diz que “sem reforma não tem crescimento”, mas nada de enviá-las ao Congresso. Enquanto isso, o presidente se encarrega de convocar – agora à luz do dia – manifestações que são, sim, contra o Legislativo e o Judiciário. [sendo recorrente: ser Presidente da República não implica em perder a condição de cidadão, com os direitos constitucionais inerentes à mesma.
Portanto, incluindo sem limitar o do direito à LIVRE EXPRESSÃO.
Ou este direito só vale para os inimigos do Presidente Bolsonaro?] 


Guedes tem os predicados que opinião pública, empresários e mercado adoram – é liberal, privatista, cioso do ajuste fiscal, mas está mostrando ao longo dos meses que promete muito, entrega pouco. Quem jogou todas as suas fichas nele, fechando os olhos e os ouvidos para as patacoadas do chefe, começa a se perguntar: “qual é mesmo o plano da economia?”

Para piorar, Guedes até aqui tinha carta-branca e apenas cedeu na Previdência diferenciada para os militares. Mas, nas reformas administrativa e previdenciária, quem manda é o Planalto.  Ou melhor, o próprio Bolsonaro. Quanto mais o ministro se esgoela a favor das reformas, mais o presidente dá de ombros e vai adiando. Onyx Lorenzoni foi rebaixado e não se mais fala nele. Gustavo Bebianno empenhou tudo na campanha de Bolsonaro e não deu para o gasto. O general Santos Cruz agiu em legítima defesa contra o guru da Virgínia e foi parar no olho da rua. E não foi o único, apenas mais um na lista de generais defenestrados. Sai um, entra outro.

[vamos tocar em dois temas que o coronavírus começa a mostrar que são de grande importância,  mas, que atrapalham.
Um deles é os cuidados com preservação do MEIO AMBIENTE - necessária, mas não tão urgente, que justifique a proposta (disfarçada)  do presidente francês de invadir a Amazônia brasileira.
Chegou ao absurdo de uma fedelha sueca ser guindada à condição de MENTORA UNIVERSAL em matéria de meio ambiente.
O Presidente Bolsonaro que ousou adjetivar a sueca, foi 'espancado' em âmbito mundial.
Hoje se ver que a China - uma das destruidores do MEIO AMBIENTE- está contendo o vírus.
Já a Itália, França,  Alemanha, Suíça, Suécia e outros defensores da conservação do MEIO AMBIENTE (o dos outros, já que o deles há muito destruíram) estão sofrendo as consequências da Covid-19.

A DEMOCRACIA apesar do Churchill afirmar "A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela, " quando em excesso, atrapalha.
A China apesar de comunista, está na fase capinista, logo deve chegar ao capitalismo, e por ter ainda um componente autoritário, foi o o foco inicial do coronavírus, mas, está controlando. O autoritarismo possibilitou isolar uma área com mais de 10.000.000 de habitantes - aqui no Brasil fosse necessário isolar uma área menor que o Vaticano, seria impossível.
A turma dos direitos humanos e de politicamente correto não deixaria.
Já a Itália, Franca, Alemanha e outros países - farta democracia - estão com sérias dificuldades no controle do vírus.
O número de mortos na Itália já é superior - relação mortos/população - ao da China no ápice da mortandade.]

Quem começa a causar dúvidas é o general Luiz Eduardo Ramos. Não pelos defeitos, mas pelas qualidades. Pela capacidade de diálogo, de aceitação no Congresso, de trabalhar por apoios e não pela guerra. Velho amigo de Jair Bolsonaro, ele que se cuide!  Foi o general Ramos quem sugeriu Regina Duarte para a Cultura e é justamente ele quem agora critica publicamente a nova secretária, que acusou uma “facção” pelos ataques que vem recebendo, pelas redes sociais, do guru de sempre e dos saudosos do nazistoide demitido por pressão política e popular. Regina está sentindo na pele o que um punhado de jornalistas sofre todo dia. [o general Luiz Eduardo, mais uma vez confirma o acerto do adágio: errar é humano, permanecer no erro é diabólico.] 

“É o sol!”, diz experiente político, confrontado com a lista de “satélites” chamuscados pelo presidente, que deveria começar a se preocupar com o que realmente interessa: não bastasse o coronavírus, a guerra do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia explode a economia mundial. Real, Bolsas e PIB de 2020 derretem e já se fala em recessão. Não é com guerra ideológica, apagando o brilho dos seus quadros mais lustrosos e usando comediantes para dar bananas para repórteres que o presidente vai reduzir a tragédia. Ele tem é de liderar a superação da crise, mas talvez seja pedir demais. 

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Deixemos Camargo ser (mais um) problema de Bolsonaro - O Globo

Carlos Andreazza 

O presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, reverteu a decisão da Justiça Federal do Ceará e tornou juridicamente viável que Sergio Camargo assuma a Fundação Palmares. O ministro acertou. Lamento imensamente que Camargo tenha sido indicado – uma perfeita afronta à natureza da instituição – para presidi-la. Suas declarações são a própria justificativa de por que não poderia comandá-la.

Considero muitíssimo mais grave, porém, a ação do juiz de primeira instância que proibiu que o Executivo exercesse suas atribuições. Está errado. E não terá sido a primeira vez. Não é um bom caminho. Tomemos cuidado com o avanço da magistrocracia. Goste-se ou não da escolha (e eu não gosto), a nomeação é prerrogativa exclusiva do presidente da República. E há critérios objetivos – entre os quais não consta a estupidez – para que alguém não possa ocupar um cargo público. O sujeito não tomba, hoje, ante qualquer deles. Ao contrário, preenche os requisitos legais para a função. Deixemos Jair Bolsonaro arcar com os custos das próprias escolhas. Ponto.
[PARABÉNS ao articulista pela isenção de mesmo discordando, reconhecer o que estranhamento muitos juízes não reconhecem = que a Constituição Federal e às Leis vigentes, tem que ser obedecidas por todos.
Talvez, seja a hora de incluir obrigatoriamente nos concursos para juiz perguntas que assegurem que os candidatos conhecem a obrigação de TODOS de obedecerem à Constituição Federal e às Leis vigentes. Não será exagero, que perguntas verifiquem o conhecimento pelos candidatos dos artigos 84 e 87 da CF.]

Outro ponto: goste-se ou não das afirmações passadas de Camargo (e eu as desprezo), um conjunto pretérito, por bárbaro que seja, não pode servir como fundamento sob alegação de “desvio de finalidade”à interdição jurídica de uma atividade futura. Não funciona assim. A coisa mudará de figura se, ao assumir, o sujeito – no exercício da função – reproduzir as falas ou lhes der materialidade em atos executivos. Aí, sim, será desvio de finalidade.
 
Carlos Andreazza, jornalista -  O Globo



O fato de haver se excedido no passado – o fato de haver dito coisas detestáveis – não o interdita para um trabalho a ser ainda iniciado, ou teríamos, sob a força de um preconceito, uma espécie de condenação preventiva. De modo que só nos resta torcer para que, passados tantos meses, talvez sob alguma influência de Regina Duarte, Bolsonaro tenha desistido de Camargo; sendo, porém, necessário lembrar que coisa alguma é tão ruim que não possa ter alternativa pior. [entendemos, defendemos e esperamos que o presidente Bolsonaro não tenha desistido de Camargo e que o traga de volta - cabendo a Regina Duarte, após empossada, cumprir a decisão do presidente da República, (nada impede que mesmo antes da posse da nova secretária de Cultura, Camargo seja nomeado, pelo Secretário interino daquela Pasta ou pelo próprio presidente.
 
Para que fique claro o acerto da decisão presidencial - foi reconhecido pelo STJ a competência indiscutível do presidente para nomear Camargo, ou quem escolher,  para qualquer cargo no Poder Executivo, até mesmo o  de ministro de Estado.
 
A nomeação de Camargo mostrará a todo o Brasil (especialmente àqueles ansiosos por fama ou a alguns partidos 'nanicos', a inutilidade de recorrer ao Poder Judiciário para impedir que o presidente da República exerça suas atribuições constitucionais) que o presidente da República sempre age em consonância com a legislação.]
 
 
 
 
 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Felicidades, Regina Duarte - José Nêumanne Pinto

Regina Duarte, enfim, deu o sim a Bolsonaro e será a secretária especial de Cultura do governo federal. 

Como todo bom brasileiro, desejo o sucesso desta administração, eleita pelo voto direto do cidadão, e admiro o talento, a postura ética e o comportamento democrático da atriz de teatro, cinema e, principalmente, televisão. Sei que ela enfrentará transtornos e dificuldades num ambiente hostil, seja dos colegas de profissão comprometidos com as ilusões e falcatruas do PT, da esquerda e das organizações partidárias criminosas. 

Sei também que esse sistema de financiamento de artes e espetáculos não atende às necessidades reais do povo brasileiro que rala, sofre, tem dificuldades e prioridades que passam longe de shows e novelas. Mas tenho fé na higidez do caráter e no espírito democrático da nova secretária, desejando-lhe todo o sucesso. sorte e apoio do chefe e dos membros do governo. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.

José Nêumanne Pinto

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Casamentos arranjados - Carlos Alberto Sardenberg

Casamentos arranjados


O secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, é certamente um liberal. E militante. Há anos e anos prega o liberalismo e o fato dele estar no governo é um sinal que não se pode ignorar. Experiente homem de negócios, ele não estaria no governo se não acreditasse que pode aplicar um programa liberal. E ele está parcialmente certo quando diz: “Talvez este governo tenha um discurso mais liberal do que está praticando. Concordo, mas nunca governo nenhum teve uma prática tão liberal quanto este”.

Trata-se de verdade parcial porque vale apenas para a área econômica, comandada pelo ministro Paulo Guedes, também ele um óbvio liberal. Mas liberal não se ajusta ao presidente Jair Bolsonaro, como se pode verificar pelas posições tomadas antes de se tornar um candidato presidencial viável. Ele correu para Guedes quando percebeu que precisava de uma política econômica e foi procurar alguém que fosse contra tudo feito pelo PT e pelo PSDB.  Foi, portanto, um casamento arranjado, não por amor, como sacou o ex-presidente do BC Gustavo Franco. Casamentos arranjados podem dar certo – assim como casamentos por amor podem dar errado.

No caso, tem funcionado em parte. Há um ajuste fiscal em curso. Saiu a reforma da previdência, por exemplo, e o déficit das contas públicas de 2019, de R$ 95 bilhões, é o menor em cinco anos. Houve privatizações e concessões. Nada especialmente grande, é verdade. Por ele, Mattar vendia tudo, incluídos Banco do Brasil e Petrobras. Não vai rolar, é claro, mas é melhor vender alguma coisa do que nada. Na lista apresentada por Mattar para os próximos dois anos, tem coisas interessantes, como a Casa da Moeda (para dezembro deste ano), a empresa que controla o porto de Santos (junho/2021) e os Correios (dezembro/21). As concessões estão em outra área e podem avançar.

A política monetária praticada pelo Banco Central vai bastante bem. A taxa básica de juros deve cair mais um tanto na semana que vem, para 4,25%, recorde histórico de baixa, com inflação rolando abaixo da meta. Há outros aspectos liberais no BC, menos visíveis, mas são medidas destinadas a ampliar a competição no mercado financeiro, torná-lo mais aberto, mais livre.O que o governo certamente ainda não conseguiu arrumar – de um modo liberal – está nos grandes fundos controlados pelo Estado, FGTS e FAT, por exemplo. É mais complicado, certamente, e o pessoal do Guedes, como ele mesmo admite, ainda está aprendendo.
De todo modo, mesmo depois da reforma da previdência, os gastos previdenciários e de pessoal são os que mais pesam. Ou seja, falta uma complementação na previdência, inclusive nos estados, e falta a reforma administrativa.

Esta última é uma promessa, junto com a reforma tributária, para este ano ainda. Ambas, especialmente a dos impostos, têm boa aceitação na cúpula do Congresso – e isso é mais do que meio caminho andado. Do outro lado do governo, está claro que o pessoal da cultura, da educação, dos costumes não tem nada de liberal. Ao contrário. É um baita problema. Não pode existir apenas a liberdade econômica, a liberdade de empreender – e aqui, aliás, tem muita coisa para fazer de modo a facilitar a vida de quem quer ganhar dinheiro honestamente.

Tem que ser respeitada a liberdade individual, a de cada um escolher como tocar sua vida, sem controles do Estado. Claro, a lei tem que garantir o direito de todos e o direito coletivo, mas o Estado não pode pretender determinar o que as pessoas devem ou não fazer, podem ou não estudar, podem ou não assistir.  O que nos leva a Regina Duarte. Seria uma liberal na cultura? Sim, seria.  Quem a conhece não a imagina impondo censura, por exemplo. Nem querendo dirigir a cultura nacional, como pretendia o secretário demitido.
Mas teria ela a mesma autonomia de Guedes? Seria possível um casamento tão arranjado de tal modo que o “marido” se comprometesse a não se intrometer nos assuntos da “mulher”?
A ver.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Chance zero - Fritura Fake - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

O ministro Sérgio Moro começou a semana no Pânico, da Jovem Pan, tendo que responder sobre o factoide dos últimos dias, de que ele estaria sendo fritado no azeite quente da retirada da Segurança Pública do seu ministério. Na mesma segunda-feira, a Coluna do Estadão publicou o título “O Brasil Quer Saber: Moro Fica no Governo?” – a pergunta vem de pesquisa feita no Google. Mas a pergunta também vem de uma ficção criada na quarta-feira da semana anterior, dia 22 de janeiro. Uma narrativa, para usar o eufemismo para ficção.


[atenção: inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil = turma do 'quanto pior, melhor', DESISTAM.
Vocês não vão conseguir semear inimizade entre o presidente Bolsonaro e o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública - com as bençãos de DEUS vão estar junto nas eleições de 2022 = a 'dobradinha' que vocês mais temem: Bolsonaro presidente e Moro vice = e em 2026, Moro será cabeça de chapa.]

Ocorre que naquele dia eu testemunhei os fatos, porque fora ao Palácio do Planalto para acompanhar Regina Duarte, uma colega de televisão e amiga de muitos anos. Quando cheguei, o presidente e o ministro Moro estavam reunidos no gabinete de Bolsonaro. Depois, saíram para a ante-sala,  numa conversa descontraída.  O presidente já sabia, àquela hora da manhã, que viria um grupo de secretários de Segurança pedir, entre outras reivindicações, que a Segurança fosse desmembrada da Justiça. Provavelmente Moro fora levar a informação ao Presidente. E já estavam combinados que Moro não participaria daquela reunião mais tarde, deixando os secretários se dirigirem diretamente ao presidente.

Sabia-se também que havia certa ciumeira em relação aos poderes de Moro. Mais tarde, quando os secretários formalizaram o pedido, o presidente, por cortesia, prometeu estudar a reinvindicação. Isso foi recebido como um sinal para anunciar a dedução de que Moro estava sendo fritado, que iria ser enfraquecido. O barulho da suposta fritura subiu a tal volume que o presidente precisou ser claro na sexta-feira (24). Ele disse que a chance de desmembrar o Ministério é zero. A potencialização da narrativa pôs em prática o ensinamento de Goebbels: "uma mentira repetida mil vezes, pareceu virar verdade."
Só um ingênuo não perceberia que foi mais uma oportunidade de tentar mudar o time que está ganhando. Bater em Moro para atingir o governo num de seus mais prestigiados integrantes. Afinal, a Segurança exibe um recorde mundial de redução de 22% nos homicídios. Chegaram a sacar um argumento de pasmar: que a redução foi ordenada por facções criminosas. Vale dizer, quem está combatendo o crime são as quadrilhas. Mostrou, também, esse episódio, a ciumeira interna na disputa do poder. “Assunto encerrado” – repetiu o Presidente na Índia.

Mas é bom não esquecer o público que se percebe enganado. A chance zero já era zero na quarta-feira (22). Pode-se inventar um fato, mas a invenção não faz o fato, apenas fere credibilidade.

 
Alexandre Garcia, colunista - Vozes - Coluna Gazeta do Povo


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Regina Duarte será convocada para a Câmara - O Globo

Regina Duarte como Viúva Porcina
Alexandre Frota já tem pronto um requerimento convocando Regina Duarte para falar na Comissão de Cultura da Câmara, a qual ele integra, sobre seus planos à frente da Secretaria Especial de Cultura, sobretudo na área audiovisual
Dará entrada no pedido assim que Regina tomar posse.
 
[lembramos ao ilustre parlamentar, expoente da 'cultura' nacional, que o requerimento precisa ser aprovado.

Aproveitamos para lembrar aos Psol da vida e aos anônimos que querem aparecer, que apesar da Cultura ser apenas uma Secretaria (estaria melhor se vinculada ao Ministério da Educação - além da identidade das áreas, tornaria adequada a sigla MEC)  a Constituição confere poderes ao Presidente da República para nomear ministros de Estado (quem pode o mais, pode o menos) sem ouvir Congresso, Judiciário, etc - vide CF art.84, I e 87, 'caput' ;


Acima, um conselho paterno ao 'primeiro-ministro' Maia, que pode ser seguido pelo deputado citado no inicio deste Post.]

Blog do Lauro Jardim, jornalista - O Globo




domingo, 26 de janeiro de 2020

Regina Duarte quer 'evento para a família' para competir com baile funk - O Globo

Reprodução

No encontro com Bolsonaro, no Rio de Janeiro, Regina Duarte apresentou sua primeira proposta: criar um evento para a família ao lado de cada baile funk do país.
Como concretizar uma coisa dessas? Não se falou nisso ainda. [a talvez futura secretária comete um equívoco em sua proposta. 
Não há de se falar em competição.
O 'funk' tem que ser extirpado do Brasil, é um câncer em processo de metástase e só sua radical remoção, permitirá a recuperação dos atingidos pela moléstia.
O 'funk', a exemplo de alguns pretensos programas humorísticos - o lixo do lixo - reúne tudo que não presta, agride à FAMÍLIA, à MORAL, os VALORES CRISTÃOS, a INOCÊNCIA  de nossas criança e tudo o mais que preste.
As crianças que tem a infelicidade de viverem em um local onde ocorram tais bailes, perdem a inocência antes mesmo de falarem.]  


Gabriel Mascarenhas, jornalista - Coluna Lauro Jardim - O Globo



quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Assuma, mas não case - Carta a Regina Duarte, a noivinha do Brasil - Ruth de Aquino





Prezada Regina Duarte, não se case com Jair Bolsonaro. Aceite a pasta da Cultura, com letra maiúscula e autonomia, mas não se torne esposa, porque o marido exigirá obediência cega e surda até que a morte os separe. Ele já provou que não é “um cara doce”. Doce é você. Por seu talento e pelos sorrisos abertos que distribui, o Brasil caiu de amores há décadas. Não importa agora que você seja conservadora. Importa que seja humana e sensata. Não coloque a religião à frente de suas decisões. Não seja desagradável ou preconceituosa. 

O preconceito e a patrulha não são privilégio da direita ou da esquerda. “Em 2002 (na primeira eleição de Lula), fui chamada de terrorista e hoje sou chamada de fascista, olha que intolerância”, disse em Conversa com Bial. “E eu achando que vivia em uma democracia, onde eu tenho o direito de pensar de acordo com o que eu quero. Eu respeito todo mundo que pensa diferente de mim. Não saio xingando as pessoas por aí”.
Não xingar já é um tremendo avanço. Regina, você tem um legado artístico a proteger. A Cultura brasileira está órfã. Pior: no governo Bolsonaro, tornou-se uma filha enjeitada, uma inconveniente, uma borralheira, aquela que leva pontapés e ouve grosserias. Cultura engloba artes plásticas, cinema, teatro, balé, literatura, música. Quando um presidente manda uma repórter calar a boca, ou veta e persegue artistas em nome de Deus e de ideologias, negando-se até a entregar prêmios internacionais, isso não é ser censor. É ser estúpido. Você jamais se comportaria assim. Não se oporia a entregar o prêmio Camões a Chico Buarque. Acho que se sentiria honrada. Arte acima de tudo.
O Brasil só espera que você valorize nossa cultura em tudo que já encanta o mundo. A criatividade, a inventividade, a originalidade, a mestiçagem. Você fez isso inúmeras vezes como atriz de novelas, foi vista e admirada em outros países, como virgem ou prostituta. Foi feminista na série Malu Mulher, de 1980, discutindo temas tabus, embora não se diga feminista na vida real. Você vivia uma situação exatamente igual à da personagem. "Tinha acabado de me separar e estava assustada, machucada, com dois filhos para criar e não mais sob tutela do meu pai. Fazer o seriado me fortaleceu, foi terapêutico”.
Você cumpriu o papel de si mesma, como mãe e avó. Um marido autoritário e ciumento de seu carisma é tudo aquilo de que você não precisa, agora que completa 73 anos em fevereiro como uma mulher independente. Na ditadura militar, você brigou. “Eu corri de cavalos, me enfiei debaixo de porta para fugir da cavalaria, eu participei de palanques ao lado de Lula pelas Diretas Já, pela Anistia Ampla Geral e Irrestrita, Revolução dos Cravos...” Regina sempre assumiu ter medo de Lula. Tem direito de pensar assim. Em entrevista em 2018, disse que “Bolsonaro é fruto do país, é resultado dos erros monstruosos do PT e da falta de mea-culpa”.
Cuidado com as armadilhas. Após o compromisso selado, há o risco de desrespeitos privados e públicos, assédio moral, palavrões, exigências que coloquem suas convicções éticas em xeque. Ao cortejá-la, o noivo se comporta de maneira graciosa. É questão de honra para Bolsonaro que você aceite. Procure saber se poderá destituir os desclassificados nomeados por Alvim. Não troque alianças, da direita para a esquerda. Ou vice-versa. Regina, esqueça os anéis, fique com os dedos. [o mais importante: avise para aqueles que se dizem artistas, alguns em final de carreira (carreira que não começou e se iniciou não deslanchou) que a Cultura não aceite que tentem substituiu a competência, a capacidade, a genialidade, por palavrões, por ofensas à FAMÍLIA, a JESUS CRISTO e aos VALORES CRISTÃOS e MORAIS, que alguns aztistas a pretexto de fazer 'cultura', agridem e tentam destruir.]


Ruth de Aquino, jornalista - Coluna em O Globo




quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Namorando a cultura - Regina Duarte, a Namoradinha do Brasil - Alexandre Garcia

A atriz Regina Duarte

A atriz Regina Duarte sempre demonstrou apoio a Bolsonaro

Regina Duarte, a Namoradinha do Brasil, aceitou ser Ministra ou Secretária da Cultura com a condição que começasse com um noivado, até que passasse o medo com o tamanho do desafio.  Não precisaria ter medo quem há 50 anos frequenta o serpentário onde crepitam as chamas da fogueira de vaidades que é o meio das artes, onde fervem egos. O setor cultural estatal talvez seja ainda mais perigoso, porque junta uma rima: a da vaidade com autoridade. A Namoradinha do Brasil vai ocupar a cadeira de um exemplar dessa combinação, que ficou sem assento por causa do pronunciamento em que parecia estar no estádio de Nuremberg, com Goebbels e Wagner. Homem de teatro, incorporou a persona.

Quando se soube do plágio de Goebbels, na sexta-feira pela manhã, pensei que fosse a frase aplicadíssima no Brasil, por mentirosos contumazes: “A mentira repetida mil vezes, vira verdade”. Se fosse, não seria novidade, pois são velhos conhecidos esses mitômanos que primeiro se convencem da própria mentira, para depois mentirem convincentemente. Mas não era a frase. Foi um parágrafo inteiro de Goebbels, uma enrolação verborrágica que o Senhor Alvim exumava.

Para conseguir almoçar naquela sexta no Clube Naval, o presidente primeiro teve que demitir o secretário. Alvim flagrado, disse que não sabia da origem do parágrafo plagiado, o que levou a suposições de conspiração para atingir o presidente com a fala nazista. Mas depois, Alvim afirma que assume tudo, isentando assessores. Difícil entender uma mente assim. Tomara que jornalismo investigativo abra a caixa-preta desse episódio, para apurar se guarda mera coincidência com o enredo de “Especialista em Crise”, com Sandra Bullock.

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O episódio Goebbels-Alvim serve para chamar a atenção do povo, povão brasileiro, que existe uma fonte de consumo de seus impostos, chamada Secretaria ou Ministério da Cultura.
Porque o setor não tem servido ao titular da cultura brasileira, que é o povo, mas a alguns selecionados, que adoram fácil dinheiro público, para não correr riscos com seus empreendimentos. [esses selecionados são alguns aztistas, com produções medíocres, em sua maioria falsificando a verdade do que dizem contar ou produzir - meros mamadores das tetas da 'viúva' que querem um órgão federal da cultura, não para ser à CULTURA  e sim a cultura do patrimônio pessoal dos selecionados.
Ao presidente resta ou fundir de vez a tal 'secretaria' ao Ministério da Educação - justificando MEC - ou transformá-la em uma subseção de uma vice-secretaria de alguma coisa.
Assim, o dinheiro público estará sustentando uma estrutura mínima que, mesmo assim, é maior do que a cultura que querem produzir.]

Tenho visto gente financiada pelo imposto de todos, que cobra alto por ingressos de seus espetáculos, vistos só por quem tem dinheiro para alcançar a bilheteria. Tenho visto falta de critério, financiando obras que nada dizem ao povo. Vejo grandes centros urbanos centralizando recursos culturais, a despeito de haver um interiorzão forte, rico de cultura, de tradições, distante do estímulo estatal, e perdendo suas raízes, esmagado pela cultura industrial massificada, alheia a seus valores. Serve para gente lembrar que a cultura é do povo, não tem dono, muito menos grupos de donos. E não está jungida ao estado, como sugeriram Goebbels e Alvim, mas é solta e livre, porque não aceita imposições. Um povo não pode perder seu passado, ou não terá identidade no futuro.

As raízes de um país são como as raízes de uma famíliapaíses e famílias precisam honrar e preservar seus nomes. [não tem sentido que o contribuinte financie uma cultura centrada em  "aztistas", a maioria  em final de carreira, cujas obras primas são ofensas à JESUS CRISTO, aos VALORES CRISTÃOS, à MORAL, aos BONS COSTUMES.]   Há uma cultura da Humanidade que perpassa fronteiras: são os grandes nomes da música, da literatura, das artes cênicas e plásticas. [que a depender dos "cultureiros" de agora será censurada - já começaram por Wagner.] E há uma cultura nacional, como a nossa, rica, diversificada, cheia de cores e nuances, que deve ser preservada com o zelo do estado – e diferente do show-business, do entretenimento industrial, que é uma atividade de risco, como tantas outras atividades comerciais.

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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

A namoradinha - Nas entrelinhas:

“Regina Duarte na Secretaria de Cultura pode representar o fim da ofensiva obscurantista e reacionária contra a classe artística, e não o contrário. Em miúdos, pode ser pior sem ela”

O presidente Jair Bolsonaro está em vias de transformar um limão em limonada, com a nomeação da atriz Regina Duarte para o cargo de secretária de Cultura, no lugar do neonazista enrustido Roberto Alvim. Ontem, o Palácio do Planalto confirmou que a protagonista da série Malu Mulher e das novelas Minha Doce Namorada, na qual era a jovem Patrícia, e Roque Santeiro, em que interpretou a Viúva Porcina, entre outros papéis de destaque, virá a Brasília amanhã para conhecer a Secretaria Especial da Cultura. Foi convidada por Bolsonaro para assumir o órgão. Os dois tiveram uma reunião no Rio de Janeiro, onde foi convidada. Depois da conversa, ela escreveu que está “noivando” com o governo.

[Cultura em uma definição simples, de um leigo em cultura, é um conjunto que inclui    a arte, as crenças, a lei, a moral,  o conhecimento, os costumes e demais hábitos todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem, em determinada época, local.

Assim, a classe artística, é apenas uma parte da Cultura e ser contra parte da classe artística (pelo que ela é ou pelo que produz) não implica, necessariamente, em ser contra a Cultura.]

Bolsonaro resumiu os entendimentos no Twitter: “Tivemos uma excelente conversa sobre o futuro da cultura no Brasil. Iniciamos um ‘noivado’ que possivelmente trará frutos ao país”, escreveu o presidente. Conservadora assumida, antipetista de primeira hora, Regina Duarte participou das campanhas das Diretas, Já!, de Tancredo Neves (1985) e José Serra (2002). Reconhecidamente, é uma grande atriz e tem o respeito da maioria de seus colegas, mas nunca teve unanimidade. Agora, sofrerá uma campanha de feroz oposição, porque assume o cargo em circunstâncias muito desfavoráveis, uma vez que seu antecessor desnudou um projeto reacionário de cultura, cuja inspiração estava na máquina de propaganda nazista. A questão é: fará uma inflexão nos rumos da pasta ou seguirá a mesma orientação? [esta questão só comporta uma resposta: seguirá a orientação do presidente BOLSONARO, que é o responsável maior por todas as áreas do seu Governo e que, obviamente, precisa ouvir seus assessores - detendo a palavra final.]
 
No governo Bolsonaro, a fronteira entre o conservadorismo e o reacionarismo é muito sinuosa, porém, já foi atravessada nas áreas da educação, cultura, direitos humanos e meio ambiente. Agora, o que foi barrado pela forte reação da opinião pública, do mundo artístico-cultural, da imprensa e até mesmo de setores militares no governo foi a narrativa fascista, que orienta a deriva contra a democracia de setores do governo. A crise provocada por Ricardo Alvim, ao reproduzir em vídeo trechos de um discurso de Joseph Goebbels, o ministro da Cultura e Propaganda de Adolf Hitler, levou-o à demissão, a contragosto do presidente. Pouco antes do “sincericídio”, numa live, Bolsonaro havia elogiado o seu então secretário de Cultura, que estava ao seu lado.

O episódio serviu para corroborar a narrativa dos setores da oposição que caracterizam o governo como fascista ou protofascista, ou seja, que denunciam a fascistização do país. Essa é uma discussão muito relevante por todas as suas implicações. Em todas as crises do governo, até agora, o que se viu foi um recuo de Bolsonaro diante das reações da sociedade civil e dos demais poderes da República. No caso de Ricardo Alvim, esse recuo se deu em menos de 48 horas, após os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), terem solicitado a demissão de Alvim, além das críticas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e da opinião pública nas redes sociais, principalmente no Twitter, o principal instrumento de comunicação direta de Bolsonaro com a sociedade. Ou seja, nesses momentos, a democracia se fez mais forte do que o presidente da República.


Bonapartismo
A narrativa reacionária e chauvinista não basta para caracterizar um governo como fascista, a rigor, uma ditadura aberta, que recorre ao terror de Estado para esmagar a oposição. A expressão protofascista carrega ideia errônea de inevitabilidade da fascistização do regime político, porque proto significa primeiro ou o que antecede. Essa discussão não é nova. Historicamente, ocorreu na Alemanha da República de Weimar, às vésperas da ascensão de Hitler ao poder, quando os comunistas do KPD, herdeiros dos espartaquistas Karl Liebenik e Rosa Luxemburgo, chamavam a social-democracia alemã de social-fascista, abrindo caminho para a ascensão do Partido Nazista.


Aqui no Brasil, situação semelhante ocorreu em pleno Estado Novo, de clara inspiração fascista, mas o Brasil acabou entrando na II Guerra Mundial ao lado dos Aliados, porque, em seu interior, os americanófilos liderados por Osvaldo Aranha, Amaral Peixoto e Gustavo Capanema demoveram o ditador Getúlio Vargas e isolaram os simpatizantes do Eixo, encabeçados por Francisco Campos, Góis Monteiro e Filinto Müller. Agora, Ricardo Alvim ofendeu a memória da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou nos campos da Itália contra o nazifascismo, daí a reação dos militares que integram o governo, que também pediram sua cabeça.

O governo Bolsonaro tem características bonapartistas, ou seja, preserva autonomia relativa e se coloca acima das classes sociais, embora sua política econômica esteja alinhada ao mercado financeiro.  
Ao confundir alhos com bugalhos, a oposição unifica o governo e acaba, ela sim, se isolando
De certa forma, a presença de Regina Duarte na Secretaria de Cultura pode representar o fim da ofensiva obscurantista e reacionária contra a classe artística, e não o contrário. Trocando em miúdos, pode ser pior sem ela.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense