Um pouco de sensibilidade seria suficiente para entender:
- que dois ou três cartazes pedindo aplicação do art. 142 da Constituição Federal não fazem uma revolução;
- que uma conversa sobre o mais danoso entre uma vitória de Lula e um golpe militar gera, apenas, interlocução sobre o clássico tema do “mal menor” e tem resposta que para muitos é óbvia, mas não envolve a possibilidade de viabilizar uma coisa ou outra;
- que polarização numa eleição presidencial com dois candidatos não é pecado, nem crime, mas decorrência natural da atividade chamada política;
- que os riscos atribuídos às manifestações
dos grupos conservadores no dia 7 de setembro são um delírio de mentes
habituadas a atribuir aos outros os próprios defeitos; essa propensão
recebe da Psicologia o nome de “projeção” e é estudada como mecanismo de
defesa, embora, em certos ministros do STF seja justificativa para
ataque e repressão. [talvez seja mais prático seguir o mandamento de Lênin.]
Como resultado dessa caça aos fantasmas que ocupam espaço nas mentes (ou serão simulações?) de certos ministros da Corte, o Brasil vive um stress institucional, semelhante ao que acontece quando membro de uma família é socialmente desajustado, de conduta explosiva imprevisível.
Bom, fiz o diagnóstico. Os caça-fantasmas viveram um dia de constrangimento. Agora o assunto fica para os terapeutas institucionais que ainda não entenderam o problema...
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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