Os defensores da liberdade
pluralizam os meios de estabelecer a censura? Conhece esse país? Pois é,
pois é, pois é.
Estava
lendo o PL 2630/2020 que já foi aprovado pelo Senado Federal e, se
aceito o regime de urgência, deve ser submetido à Câmara dos Deputados
no decorrer desta semana.
A peça
legislativa pretende criar uma estrovenga chamada “Lei Brasileira de
Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet”. Não precisa
explicar porque já entendi.
A palavra liberdade raramente comparece nos
discursos da esquerda porque ela não é compatível com o maior vulto do
poder de Estado.
Trata-se de um antagonismo natural. Quem ama a
liberdade quer um Estado tão pequeno quanto possível. Desejar o oposto
implica uma liberdade tão restrita quanto possível. Não sou eu quem diz,
é a História. Por mais que a espanquem nas narrativas, por mais que a
torturem em livros e salas de aula, ela não encontra exceção a essa
regra.
Portanto,
quando o governo e seus currupacos nos meios de comunicação elogiam o
projeto, a todo leitor brasileiro sensato basta o nome da lei para saber
quem é a vítima dessa empulhação.
Em todo caso, quem se interessar pela
íntegra da proposta, ela está disponível aqui.
A intenção
do projeto, de seus apoiadores e do governo que se empenha pela
aprovação, com a ampla simpatia de personagens bem conhecidos do STF, é a
mesma que se verifica em outros ambientes sob domínio dessa corrente
ideológica.
Observe uma sala de aula, vasculhe uma biblioteca
universitária, converse com alunos e com pais de alunos. Verá que a
censura e a imposição de silêncio ao pluralismo de ideias é regra com
raras exceções. Como tenho reiteradamente denunciado: para a esquerda,
toda diversidade é bem-vinda, exceto a diversidade política e
ideológica.
Ademais,
era pedra cantada que um dia chegaríamos a esta situação. Ela começou a
ser preparada no exato momento em que, com as redes sociais, a esquerda
se confrontou com um antagonismo inesperado e perdeu todos
enfrentamentos na arena da razão.
Nela,perdeu a eleição de 2018.
E essa
derrota foi sentença de morte para a liberdade de opinião. Você viu o
que aconteceu desde então, não viu?
Se você ama
a liberdade, mexa-se! Fale com os deputados federais; se não conhece
algum, fale com os deputados estaduais para que falem a seus federais.
Se não der por aí, fale com vereadores para que acionem os deputados
estaduais e assim por diante..
Se nem isso der, suba num banquinho e grite na esquina, antes que o enfiem na gaiola das opiniões inconvenientes.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
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