Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador CNI-Ibope. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CNI-Ibope. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de dezembro de 2020

Maia articula centro-esquerda - Nas entrelinhas

Do ponto de vista prático, o Centrão conseguiu se unificar em torno de Lira, e o bloco de centro-esquerda que Maia organiza ainda não tem um nome de consenso

O [ainda]  presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula com os partidos de esquerda um nome de centro que possa derrotar a candidatura governista de Arthur Lira (PP-AL), o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Ontem, em reunião com os partidos de esquerda — PT, PDT, PSB, PSol e PCdoB —, fechou acordo para uma composição ampla, evitando candidaturas avulsas, para formar um bloco majoritário na Câmara. Com isso, fracassaram as articulações de Lira com setores desses partidos. O PT, com 54 deputados, ou seja, a maior bancada, teve um papel decisivo. Com o PSB (31), o PDT (28), o Psol (10) e a Rede (1), o bloco soma 124 deputados.

Entretanto, Maia ainda precisa coesionar os partidos do seu próprio bloco em torno dessa aliança. Caso consiga um nome de consenso, que também seja aceito pela esquerda, pode se formar um bloco majoritário na Câmara, pois o grupo de Maia soma 158 deputados, dos seguintes partidos: DEM (28), MDB (34), PSDB (31), PSL (53), Cidadania (8) e PV (4). Em tese, os dois blocos juntos podem chegar a 282 deputados, ou seja, a maioria da Câmara, que tem 513 deputados. O problema é que essa contabilidade é formal, pois os acordos de bancada precisam ser confirmados por cada deputado e o índice de traição é grande, principalmente quando envolve a negociação de cargos e a liberação de verbas federais, como está acontecendo.

Do ponto de vista prático, o Centrão conseguiu se unificar em torno de Lira, e o bloco de centro-esquerda que Maia organiza ainda não tem um nome de consenso. Baleia Rossi (SP), o líder do MDB, continua sendo o candidato mais forte, mas não é o que tem melhor trânsito junto aos partidos de esquerda. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) teria mais passagem, porém não tem apoio de seu próprio partido, cujo candidato é Lira. Havia conjecturas em torno do nome do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), mas ele descolou do bloco e decidiu apoiar Lira, supostamente em troca de uma vaga na Esplanada. Tereza Cristina (DEM-MS), atual ministra da Agricultura, com ampla passagem na bancada do agronegócio, por hora, é uma articulação da cúpula do DEM.

Aprovação
Uma das variáveis que influenciam a disputa na Câmara é a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa CNI-Ibope, divulgada ontem, a aprovação de Bolsonaro (bom e ótimo) caiu de 40% para 35%, de setembro a dezembro. No entanto, é seis pontos maior que a registrada em dezembro de 2019, quando chegou a 29%. Os números apontam, também, que a confiança no presidente praticamente não mudou, oscilando de 46% para 44%, dentro da margem de erro. A aprovação da maneira de governar do presidente diminuiu, no limite da margem de erro, de 50% para 46%, e a desaprovação subiu, de 45% para 49%. A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2 mil pessoas entre 5 e 8 de dezembro, em 126 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e a confiança, de 95%.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo,jornalista - Correio Braziliense

 

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Merkel, Ibope, cocaína, prisões, empregos, ministros balançam


Show de besteiras? 

Ex-ministro foi generoso ao definir governo como 'show de besteiras'. Parece pior

Motivos não faltam para o presidente Jair Bolsonaro chegar ao Japão cansado, pela longa viagem, e irritado, pela enxurrada de confusões e o “show de besteiras” que envolvem seu governo, dia sim, outro também. Ele e sua comitiva tentam jogar a culpa na imprensa, mas será verdade?  De véspera, a chanceler Angela Merkel, uma das grandes líderes mundiais e presença forte no G-20, criticou a política do governo brasileiro para Meio Ambiente – que classificou de “dramática”. Bravo, Bolsonaro reagiu dizendo que a Alemanha tem muito a aprender com o Brasil e ele não aceita ser advertido.

Merkel – longe de ser petista e “esquerdopata”, frise-se não falou sozinha e não falou por falar. O mundo desenvolvido vê no governo Bolsonaro um retrocesso numa área que não é apenas fundamental para a sobrevivência do planeta como era também um dos grandes trunfos brasileiros em foros internacionais. Era, não é mais. Pró-Trump, antiglobalizante e visceralmente ideológico, o governo Bolsonaro vê esquerdistas ameaçadores por toda parte e age para desmontar ONGs, conselhos, reservas ambientais e terras indígenas, enquanto tenta reinventar o Ibama e o ICMBio. O primeiro efeito é o espanto dos governantes e das sociedades mundo afora. O segundo pode ser a retaliação comercial e nas relações bilaterais.

E o sargento da Aeronáutica que usou avião presidencial, com brasão da República, para traficar 39kg de cocaína para a Europa? “Uma falta de sorte”, resumiu o chefe do GSI, general Augusto Heleno. Claro que Bolsonaro não tem culpa, mas imagine se isso fosse em qualquer outro governo, no Brasil, Alemanha, EUA ou China? Um escândalo internacional. [pedindo vênia a ilustre articulista, perguntamos: e se um repórter ou qualquer outro funcionário do jornal 'O Estado de S. Paulo' for flagrado com uma mochila recheada com cocaína em sua mesa ou dentro de um veículo do jornal, o presidente do Estadão será responsabilizado, criticado pelo fato?

Por óbvio a pergunta vale para qualquer tipo de crime cometido por empregados de qualquer empresa.]

Bolsonaro no Japão, assessor e aliados do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, presos no Brasil por desvio de dinheiro do Fundo Eleitoral pelo PSL de Minas. Não se trata, portanto, de incompetência, discordância ou questão ideológica, como na demissão de outros ministros. Por que Bolsonaro insiste em mantê-lo no cargo?

Nesse quadro, a pesquisa CNI-Ibope confirmou que a popularidade do presidente não para de cair. A aprovação (ótimo e bom) e a rejeição (ruim e péssimo) já se igualam em 32%. Ruim, o resultado já era mais do que esperado. E a curva tende a se inverter, contra o presidente, já na próxima rodada. [Bolsonaro precisa começar a governar - ainda que de forma tímida, está dando inicio ao seu governo -  popularidade é algo que conta nos meses finais da campanha - no caso do nosso presidente, a partir de maio 2022.]

Um dos motivos foi outro “show de besteiras” estrelado pelo segundo ministro da Educação de Bolsonaro, Abraham Weintraub. A dancinha com um guarda-chuva contra o que considerava “fake news” foi só ridícula. O post de ontem foi muito além disso: “No passado, avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?” Uma grosseria tão abjeta, e logo do ministro da Educação. As críticas não desabaram da esquerda, mas também do centro, da direita.

E a economia? Bem, a única novidade boa partiu do ministro Paulo Guedes: R$ 100 bilhões em compulsórios para estimular o crédito. Enquanto isso, o Brasil criou só 32 mil novas vagas formais em maio, o pior resultado para o mês desde 2016. E a previsão de crescimento da economia continua caindo...

Pensando bem, o general e ex-ministro Santos Cruz foi elegante e generoso ao resumir todas essas coisas como apenas “show de besteiras”. A coisa é bem pior do que isso.

Dúvidas. 1) Por que 39kg e não 40kg de cocaína, um número redondo? Teve “comissão” para alguém fechar os olhos?

2) Esse volume indica que o sargento é só uma “mula qualificada”, (como diz o vice Mourão) e está a serviço de uma quadrilha poderosa. Quem investiga quadrilhas e tráfico de drogas é a FAB ou a PF? Por que evitar a entrada da PF? [em área sob administração militar a investigação compete à Força envolvida no episódio - excepcionalmente, a PF pode atuar subsidiariamente.] 


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Dilma, ninguém segura essa mulher: mais um recorde negativo superado por outro pior

Governo atinge a maior reprovação em 27 anos na pesquisa CNI-Ibope

Ibope aponta que 69% acham o Governo "ruim ou péssimo", contra 10% "bom ou ótimo"

Em meio à crise política e econômica que atinge o Brasil, e às discussões em torno da recriação da CPMF (o imposto sobre movimentações financeiras), o Governo Dilma Rousseff atingiu seu pior índice de reprovação na pesquisa feita pelo Ibope para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sendo considerado "ruim ou péssimo" por 69% dos entrevistados. O percentual de desaprovação do Governo é o maior já registrado em 27 anos da série histórica. Apenas 20% consideram a gestão atual "regular" e 10% a classificam como "ótima ou boa" - índices muito próximos aos registrados na última pesquisa, realizada em junho, quando a reprovação era de 68% e a aprovação de 9%. Segundo o levantamento divulgado nesta quarta-feira, os impostos foram apontados por 90% dos entrevistados como o principal problema do país, seguidos pela taxa de juros (89%), a saúde (84%) e o combate à inflação (83%). "Todos os presidentes sofreram uma queda de popularidade em seus segundos mandatos. Mas a queda no Governo Dilma foi muito mais intensa. Ela caiu bem mais forte [em comparação com a queda de popularidade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso]", disse Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, em entrevista coletiva realizada em Brasília. Para se ter uma ideia da intensidade da queda da popularidade de Rousseff, em dezembro de 2014, último mês do primeiro mandato da petista, 40% da população considerava o Governo "ótimo ou bom", índice que despencou para 10% um ano depois.

"Está praticamente no mesmo nível que o final do governo do ex-presidente José Sarney, que chegou a 7% de 'ótimo e bom' em 1989", completou. "Mas pelos dados, [a aprovação ao Governo] parou de cair. Está estável, porque não houve muita mudança. A gente continua com uma crise política séria, a questão econômica sem muita solução, e a combinação entre essas duas crises é fatal", disse Fonseca.

Também contribuíram com a baixa aprovação da mandatária as notícias sobre corrupção e o ajuste fiscal, mencionadas por 20% dos entrevistados. Já a volta da CPMF foi citada por 8% dos entrevistados, enquanto o aumento dos impostos foi criticado por 7% dos ouvidos. A Lava Jato também influenciou na avaliação do Governo: 13% citaram diretamente essa operação da Polícia Federal.

Mesmo entre os pontos do Governo com as melhores avaliações, como o combate à fome e à pobreza (29%) e a política em relação ao meio ambiente (25%), os índices de desaprovação dessas áreas superam a casa dos 60%. "Ou seja, a insatisfação é ainda muito grande em relação ao Governo de um modo geral", explicou Fonseca.

A pesquisa revela ainda que 82% da população desaprovam diretamente a maneira da presidenta Dilma governar, e que 77% não confiam nela. As poucas boas notícias para Rousseff é que sua popularidade melhorou um pouco entre as pessoas com mais de 55 anos, subindo de 20%, em junho, para 24% em setembro. E nas periferias das capitais, onde o índice dos que confiam na presidenta aumentou de 13% para 20%. Entre os eleitores mais jovens, porém, Dilma continua em baixa e houve ligeira queda.

A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2002 pessoas entre os dias 18 e 21 de setembro em 140 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Fonte: El País