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domingo, 4 de janeiro de 2015

COINCIDÊNCIAS EXISTEM?

Cada palavra do discurso de posse de Jaques Wagner, cada declaração nas inúmeras entrevistas que têm concedido aos diferentes órgãos de comunicação, maior é a minha convicção que assume a pasta com uma missão a cumprir, semelhante aos seus dois antecessores.

            Jobim, o gauchão, como a ele se refere um querido amigo, antes de simular a tal "briga" para ir embora do governo, cumpriu a tarefa que lhe acometeu. Depois de ter sido considerado quase um herói, ao barrar a entrada em vigor do famigerado PNDH 3, que o colunista Reinaldo Azevedo acrescenta um inteligente S de socialista à sigla, acalmou as hostes da ativa e da reserva das Forças Armadas, ou pelo menos os seus comandos e lideranças, sobre o projeto de lei de criação da Comissão Nacional da Verdade. 


Reuniu em almoço no Ministério da Defesa em Brasília os três Comandantes da Forças, os três Presidentes dos principais clubes representativos do estamento militar e o Chefe do Estado Maior Conjunto da Defesa para lhes "tranquilizar" quanto às intenções da Presidente da República. Disse-lhes que não havia, por parte da autoridade maior, qualquer ideia de revanchismo e que o objetivo seria tão somente atender compromissos políticos assumidos com determinados setores da sociedade. E eles acreditaram! 

            Celso Amorim assumiu, o projeto de lei foi encaminhado ao Congresso Nacional e teve uma tramitação tranquila, com pouca ou quase nenhuma oposição. Afinal, todos no Brasil são de esquerda, com raras e honrosas exceções e imagine qual o congressista iria querer parecer retrógrado perante a história do país? Aliás, no Senado Federal o relator do projeto foi um ilustre senador de oposição, que não poupou elogios à medida. Não preciso relembrá-los da figura do motorista de Marighela no célebre assalto ao trem pagador em São Paulo.

            Aprovado o projeto o circo pôs-se a erguer a sua lona na tentativa de influenciar a opinião pública e causar comoção. A partir da solenidade de instalação dos trabalhos da comissão teria que haver uma reação daquelas autoridades que citei acima, posto que a presidente foi a primeira autoridade a descumprir a lei, ao nomear todos os membros comprometidos com a história que a esquerda gostaria de ver contada, transformando bandidos em heróis!

            A seguir, mais um motivo para reagir, a decisão contrária a lei de restringir a pesquisa ao período pós 1964 e só ouvir uma versão dos episódios. Talvez, tenho certeza agora, tenha entrado em campo a figura melíflua do Amorim, apresentando, sabe-se lá que argumentos, para que até colaboração houvesse, com aviltamentos inimagináveis, comitivas inoportunas em organizações militares, cessão de cópias de documentos particulares reservados etc. Leio a citação explícita do ministro que assume ao trabalho do seu antecessor neste processo. Só elogios.

            E chegamos a era Jaques Wagner. Seu discurso de posse é dúbio. Não se pode precisar se ele se "voluntariou" com a presidente para a missão. O certo é que tem uma missão a cumprir. Dar consequência às recomendações do relatório equivocado da comissão já citada. Como diria um antigo professor, a comissão "respondeu de maneira inadequada pergunta não formulada"! E, para não deixar passar em branco a homenagem a outro querido amigo, este infelizmente recém falecido, de uma maneira canalha relacionou nomes de homens probos, muitos já falecidos, com longa lista de serviços prestados à nação, acusando-os, sem provas, de desrespeitarem os direitos humanos. 

Das quase 40 comissões semelhantes que se estabeleceram mundo afora, foi a única a apresentar tal barbaridade jurídica, restando aos nominados provarem que são inocentes. Ainda bem que, neste mister, vários familiares já se manifestaram com indignação. Mas, e o Jaques Wagner? Ele se antecipou e já cumpriu uma recomendação da comissão! Lá na Bahia, estado que recentemente lhe concedeu uma polpuda aposentadoria, substituiu o nome do insigne Presidente Médici pelo bandido, terrorista e guerrilheiro Marighela, numa escola! Que belo exemplo para os alunos! Que bela credencial como Ministro!

            Cai, pois, por terra, a história que ele relata sobre curar cicatrizes e feridas, não andar com lanterna voltada para trás e outros chavões do gênero que ele vem divulgando. Aliás, provando que não guardou muita coisa dos seus tempos de aluno de Colégio Militar, quem conhece algum colega dele aí se apresente, talvez um dos 4 ou 5 que ele diz ter arrastado, segundo suas palavras para o colégio, repete outro chavão sobre militares de ontem e militares de hoje. Não aprendeu nada sobre valores, tradições, história e cultura daqueles que comungam dos mesmos ideais.

            Penso que comecei o ano meio saudosista dos amigos que se foram. Peço aos que tiverem acesso ao novo ministro que apresentem a ele as obras e publicações do General Sergio Augusto de Avellar Coutinho. Se ele não for muito afeito à leitura, sindicalista amigo de Lula nunca se sabe, mostrem-lhe, apenas, os desenhos da palestra Revolução Invisível e o pequeno opúsculo intitulado A Neutralização da Grande Barreira. Assim sendo ele tomará conhecimento que todos os militares da ativa e da reserva têm perfeita noção da marcha gramscista de tomada do poder em andamento e a acompanha com muita preocupação. Vai perceber ali, talvez estarrecido, será(?), que várias medidas já em implementação e outras tantas recomendadas pela CNV estão ali listadas. 

A começar pela reformulação dos currículos das escolas e colégios militares. Destaco aqui, parte do curriculum vitae mandado distribuir do Jaques Wagner; diz que ele estudou engenharia na PUC do Rio de Janeiro. Fiquei curioso: passou no então vestibular, disputado, tendo saído dos bancos escolares do CMRJ? Comprovando a excelência do ensino ali praticado, assim como em todas as demais instituições militares do Brasil!

            Sr Ministro! Se eu pudesse lhe dar um conselho eu diria: pede para sair! Esta não é sua praia! Seu discurso distorce conceitos de servir. As Forças Armadas são instituições permanentes que não servem a governos, servem ao país, á Nação. Sua fala, misturando citação do Barão do Rio Branco, por favor deixe o Barão em paz, ele já está estressado demais com as figuras do seu partido que dão ordens lá no Itamaraty, está muito confusa, talvez não tenha dado tempo para passar pela revisão.

            Acho que já me alonguei bastante, mais do que deveria para não ser enfadonho. Cabe somente uma última observação: decore o grito de guerra dos Colégios Militares, Ministro! Decore o zumzaravalho, pois caso contrário sua primeira visita a um colégio começará mal! Muito mal!

Por:  Marco Antonio Esteves Balbi - Coronel Reformado

 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

‘Os militares cometeram a burrice de me prender’, diz Lula à Comissão da Verdade



Ex-presidente foi a última pessoa a prestar depoimento à CNV, que vai divulgar relatório final sobre investigações
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou à Comissão Nacional da Verdade (CNV), por cerca de uma hora, na segunda-feira, dois momentos no período da ditadura militar: as greves que comandou no ABC Paulista no fim dos anos 70 e quando foi preso, em 1980. Lula disse que os militares cometeram “a burrice” de prendê-lo. “Os militares cometeram a burrice de me prender, porque não tinha mais como continuar a greve", declarou o ex-presidente, segundo nota da CNV, que divulga nesta quarta-feira às 11 horas o relatório final de dois anos de trabalho e investigações.

No encontro, a comissão foi representada pelo sociólogo Paulo Sérgio Pinheiro e a psicanalista Maria Rita Kehl. O ex-presidente recebeu a comissão no Instituto Lula, em São Paulo. Segundo a nota, Lula contou que os trabalhadores não concordavam em voltar ao trabalho na greve de 1979, mas diante de sua liderança, resolveram dar um voto de confiança para que ele continuasse a negociar. Assim encerrou uma longa greve que causou a intervenção do sindicato.

Em nova greve em 1980, de acordo com o relato de Lula , quando os empresários paravam de negociar e os sindicalistas não tinham mais notícias para passar aos grevistas, ninguém aguentava continuar na greve e este era o cenário daquele ano. "O que aconteceu quando eles me prenderam? Foi uma motivação a mais para a greve continuar, as mulheres fizeram uma passeata muito bonita em São Bernardo do Campo, depois foi aquele primeiro de maio histórico, em que foi o Vinícius de Moraes, e a greve durou mais quase 30 dias".

Fonte: G 1

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Comissão da Verdade ultrapassa o ridículo do ridículo



Comissão da Verdade relatará agressões a homossexuais na ditadura
Recomendação será de indenizar quem foi perseguido pelos militares por ser gay
Cerca de 20 páginas do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que será entregue à presidente Dilma Rousseff no próximo dia 10, descreverá uma série de violações aos direitos dos homossexuais cometidos pela ditadura militar. A inclusão aconteceu na fase de conclusão do relatório, depois de longa discussão entre os integrantes da comissão. Alguns eram contrários à existência de um capítulo específico para tratar do assunto e advogavam por um texto único que unisse a violação contra homossexuais, mulheres e crianças. Foi voto vencido. [obviamente que tinham que ser voto vencido; afinal, não tem o menor sentido juntar homossexuais com mulheres (claro,  as não homossexuais) e crianças.]

O trabalho, organizado pelo brasilianista americano James Green, da Universidade Brown, e por Renan Quinalha, assessor da Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, mostra como a homossexualidade foi objeto de perseguição, pois era confundida com subversão e considerada um agravante para os presos políticos.

No texto enviado à CNV consta que “agentes do SNI e da Polícia Federal incluíam, nos seus relatórios sobre subversão, detalhes sobre pessoas que relacionavam diretamente o comportamento sexual ao perigo que representavam ao Estado. Detalhavam assim essas pessoas vistas como ameaçadoras: ‘Consta ser pederasta' ou é ‘Elemento homossexual passivo’”.
Não houve uma política de Estado para exterminar os gays, mas a homofobia era sim uma prática institucionalizada pelo regime — afirmou Renan Quinalha, cujas conclusões foram recém-lançadas no livro “Ditadura e homossexualidades”.

O caso mais ruidoso apontado pelo trabalho foi o expurgo de homossexuais do Ministério de Relações Exteriores comandado pelo então ministro Magalhães Pinto, em 1969. O fato foi relatado pela primeira vez pelo GLOBO há cinco anos. De acordo com documentos sigilosos do Arquivo Nacional, Magalhães Pinto determinou um “rigoroso exame dos casos comprovados de homossexualismo de funcionários do ministério suscetíveis de comprometer o decoro e o bom nome da casa, tendo em vista o possível enquadramento dos indiciados nos dispositivos do Ato Institucional nº 5”.

Nos casos em que os investigadores tiveram dúvida sobre a orientação sexual dos investigados, o chefe do Serviço de Assistência Médica e Social do ministério sugeriu a realização de exames proctológicos. Por “prática de homossexualismo, incontinência pública escandalosa”, sete diplomatas foram afastados do Itamaraty. Outros 10 constam como suspeitos. [o servidor público tem que ter dignidade; e tal requisito, importante para qualquer função pública, se torna mais essencial se o funcionário representa o Brasil, exerce função diplomática, ainda que em nível subalterno.
A dignidade é inerente à função pública – só de 2003 para cá é que a função pública passa por um processo de aviltamento que só será encerrado com o expurgo de toda a esquerda nojenta, a petralhada corrupta.]— Supomos que tenha acontecido perseguição em outros ministérios, mas será preciso mais investigação — diz Quinalha. 

Entre as recomendações da CNV está a indenização dos perseguidos pelo regime militar por serem homossexuais. Militantes do movimento gay elogiaram a iniciativa, embora nem todos concordem com a visão de Quinalha de que a homofobia fosse política de Estado. — O preconceito era arraigado na sociedade. Assim como a direita achava que ser gay era um atentado aos bons costumes, para a esquerda a homossexualidade era tida como um vício pequeno burguês — afirmou João Silvério Trevisan, um dos jornalistas responsáveis pelo primeiro jornal gay brasileiro, “O Lampião da Esquina”, que circulou entre 1978 e 1981.

Fonte: O Globo