Ex-presidente
foi a última pessoa a prestar depoimento à CNV, que vai divulgar relatório
final sobre investigações
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou à Comissão Nacional da Verdade
(CNV), por cerca de uma hora, na segunda-feira, dois momentos no período da ditadura
militar: as greves que comandou no ABC Paulista no fim dos anos 70 e quando foi
preso, em 1980. Lula disse que os militares cometeram “a burrice” de prendê-lo. “Os
militares cometeram a burrice de me prender, porque não tinha mais como
continuar a greve", declarou o ex-presidente, segundo nota da CNV, que
divulga nesta quarta-feira às 11 horas o relatório final de dois anos de
trabalho e investigações.
No
encontro, a comissão foi representada pelo sociólogo Paulo Sérgio Pinheiro e a
psicanalista Maria Rita Kehl. O ex-presidente recebeu a comissão no Instituto
Lula, em São Paulo. Segundo a nota, Lula contou que os
trabalhadores não concordavam em voltar ao trabalho na greve de 1979,
mas diante de sua liderança, resolveram dar um voto de confiança para que ele
continuasse a negociar. Assim encerrou uma longa greve
que causou a intervenção do sindicato.
Em nova
greve em 1980, de acordo com o relato de Lula , quando os empresários paravam
de negociar e os sindicalistas não tinham mais notícias para passar aos
grevistas, ninguém aguentava continuar na greve e este era o cenário daquele
ano. "O que aconteceu quando eles me
prenderam? Foi uma motivação a mais para a greve continuar, as mulheres fizeram
uma passeata muito bonita em São Bernardo do Campo, depois foi aquele primeiro
de maio histórico, em que foi o Vinícius de Moraes, e a greve durou mais quase
30 dias".
Fonte: G 1
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