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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Perguntem ao José Dirceu - Percival Puggina

A preocupação maior de José Dirceu

Falando em Belo Horizonte, no dia 13 de novembro de 2018, durante reunião com militantes de seu partido, José Dirceu apontou o foco em que se deveria concentrar a ação dos companheiros. Sob aplausos, mencionou a importância da Cultura e da Educação. No dizer do principal estrategista do petismo, seus adversários não têm o controle dessas áreas. E encerrou com uma lisa e franca confissão: “A pior ameaça que nós vamos viver é a Escola Sem Partido porque a Cultura e a Educação é onde estão as mentes e os corações”.

Ganha sentido, então a pergunta a nós mesmos: é bom o resultado obtido pela nação com essa apropriação política da Educação e da Cultura em um país pluralista para ali ser exercido o domínio de corações e mentes?

STF e ministro Roberto Barroso
Há cinco meses, mais uma vez o STF fez José Dirceu sorrir. Por 9 a 1 declarou inconstitucional o projeto de escola sem partido aprovado em Alagoas. Extinguiu a preocupação do guru petista! Em seu voto, combateu a neutralidade política e ideológica pretendida pela lei estadual. Alegou nada haver na Constituição sobre essa neutralidade e, lá pelas tantas afirmou: “Quanto maior é o contato do aluno com visões de mundo diferentes, mais amplo tende a ser o universo de ideias a partir do qual pode desenvolver uma visão crítica, e mais confortável tende a ser o trânsito em ambientes diferentes dos seus”.

Fez de conta não ver a realidade para manter tudo como está. Aliás, não é exatamente essa única visão de mundo que a folgada maioria do STF impõe à nação?  E não é o que acontece na maior parte das federais, para ficar apenas com estas porque nós as custeamos?

Listas Tríplices
Listas tríplices, como se sabe, não havendo burlas nem golpes, apresentam os nomes por ordem de votação. Em vista disso, entendem alguns que não escolher o primeiro é desconhecer o resultado de uma eleição democrática travada no corpo funcional que promove as três indicações.

Um amigo magistrado alertou-me esta semana para o problema de fundo com uma frase singela. Disse ele: “Escolher o primeiro nada tem a ver com democracia”. E não tem mesmo. Dê-se razão ao sábio jurista. Pode até ter efeito contrário.

Corporativismo
Impor a escolha do primeiro tem muito mais a ver com espírito de corpo, com corporativismo, com defesa de interesses particulares ou de grupo do que com democracia. Como escrevi em artigo anterior, a escolha de qualquer um dos três pelo governante permite a alternância no poder porque o governante que procede a escolha é parte de um sistema político e eleitoral que permite a alternância. E essa é uma condição essencial ao pluralismo e às democracias. Todo o coro dos inconformados tem a ver com o resultado da eleição presidencial de 2018 e com a alternância que determinou.

Há pessoas para as quais pluralismo, liberdade, democracia e estado de direito são rótulos de gaveta no maquiavélico laboratório educacional e cultural em que manipulam corações e mentes. Não lhes interessam Cultura e Educação, mas o poder que delas emana. Perguntem ao José Dirceu...

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Moro tem o controle da situação e não sobra pedra sobre pedra - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Enquanto frisava que jamais acusara Bolsonaro de crime, Moro deu, sem histrionismo e adjetivos, todos os passos para as investigações. E dissimulou a bala de prata: a reunião de 22 de abril

A principal conclusão sobre a reunião ministerial de 22 de abril é de que o ex-ministro Sérgio Moro tem o controle da situação e da narrativa que pode levar à denúncia e a um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. [apresentar 'comentários' sobre as mesmas acusações - vez ou outra muda uma ou outra, mas a falta de provas é a tônica - é tedioso.
Com brevidade: falta a Moro e ao seu rebanho conseguir 342 balas de prata para que prospere qualquer tentativa de impeachment.]   Moro lapidou seu temperamento frio e calculista ao longo de 22 anos de magistratura e na Lava Jato e não mergulharia numa aventura. Ele tinha bala na agulha. Ou melhor, uma bomba atômica. Ao comunicar sua demissão do Ministério da Justiça, Moro falou da investida política de Bolsonaro na PF e, na mesma noite, expôs a troca de mensagens em que o presidente reclama das investigações contra dez ou doze deputados do PSL e diz: “mais um motivo para a troca (na PF)”.

O golpe mais certeiro, porém, Moro reservou para o depoimento à PGR e à PF, tratado erroneamente como tiro n’água por bolsonaristas. Na realidade, ele foi estratégico e avassalador. Enquanto frisava que jamais acusara Bolsonaro de crime (medida preventiva contra denunciação caluniosa), [medida preventiva adotada após a PGR pedir sua investigação por denunciação caluniosa - para pedir investigação é necessário, no mínimo, indício da prática de ato que pode ter aquela tipificação.]  Moro deu, sem histrionismo e adjetivos, como quem não quer nada, todos os passos para as investigações. E dissimulou a bala de prata: a reunião de 22 de abril.

Além de “confissão” e “prova material” da ingerência política de Bolsonaro na PF por interesses pessoais, a reunião é demolidora. Não como uma bomba, mas como várias que vão explodindo aos poucos, dia a dia, com ironias contra a China, sugestão de prisão de ministros do Supremo, governadores e prefeitos e todos ouvindo o presidente admitindo, despudoradamente, intervir na PF e demitir o ministro da Justiça para proteger a própria família. Moro sabia exatamente a bomba que tinha nas mãos. Não sobra pedra sobre pedra.

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo



domingo, 14 de abril de 2019

Cabral mente até em confissão

O pastel de vento é demonstrativo da banalização em que caíram as delações

A colaboração de Sérgio Cabral com o Ministério Público do Rio e com o juiz Marcelo Bretas virou conversa de botequim. Até agora, suas confissões confirmam que ele corrompeu o mandato de governador do Rio, mas isso já se sabia, pois está condenado a 198 anos de prisão. Num depoimento espetaculoso, Cabral contou que em 2011 o chefe de sua Casa Civil, Régis Fichtner, pressionou-o, até com “ameaça”, para que seu cunhado, o desembargador Marco Aurélio Bellizze, fosse nomeado para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça, atropelando a candidatura do advogado Rodrigo Candido de Oliveira, sócio do escritório da mulher de Cabral.

O juiz Bretas e o meio jurídico sabem que uma nomeação nada teve a ver diretamente com a outra. Belizze foi escolhido para uma vaga de magistrado, e Rodrigo disputava uma cadeira dos advogados. Ademais, quem nomeia ministros para o STJ é o presidente da República, e Belizze tinha currículo que superava o parentesco. O ex-governador disse ao juiz Bretas que foi obrigado a fazer “esse papelão de barrar o sócio de minha esposa”. Colocou-se em outro papelão ao embaralhar os fatos. Os dois disputavam páreos diferentes em ocasiões diferentes, Rodrigo perdeu em abril e Belizze ganhou em julho. A farofa leva água para a suspeita de que Cabral instrumentaliza suas confissões pelos ventos da política do Rio de Janeiro.

O pastel de vento é demonstrativo da banalização em que caíram as delações. Quando Cabral, o Magnífico Gestor, fez coisas que nem Asmodeu imaginava, tudo parecia normal. Agora, quando Cabral, o Penitente, confessa seu “papelão”, busca crédito de virgem. Olhando-se para trás, quando Antônio Palocci era o quindim da banca, viam-no como um grande ministro da Fazenda. Apenado, tornou-se uma fábrica de delações espetaculares, vazias de provas. Ele contou que foi nomeado gerente de uma caixinha de empreiteiras, o que pode ser verdade, mas não se sabe ainda como recolheu o dinheiro nem como o distribuiu. A divulgação do anexo de Palocci pelo juiz Sergio Moro foi instrumentalizada na campanha eleitoral do ano passado. O Rio não precisa que mais essa praga entre na sua política.

WEINTRAUB DELIRA
No seu primeiro dia como ministro da Educação, o doutor Abraham Weintraub fez uma reunião com um colaborador e foi categórico: Não pode ficar falando. Se ele toma uma posição sem autorização minha, é mandado embora no mesmo instante”.

O doutor se esquecera de desligar o seu celular e sua fala foi ouvida pela repórter Jussara Soares. Se Weintraub acha que vai silenciar o MEC, talvez faça melhor tornando-se consultor mundial de blindagens. Conter vazamentos foi o sonho de Barack Obama, que impedia a entrada de celulares em reuniões.

O ministro faria melhor se ouvisse “Maria Moita”, de Carlos Lyra:

“Vou pedir ao meu Babalorixá
Pra fazer uma oração pra Xangô
Pra por pra trabalhar
Gente que nunca trabalhou”.

CÉU DE BOLSONARO
Jair Bolsonaro disse que nos primeiros cem dias seu governo voou em “céu de brigadeiro”.
Seu ministro da Ciência e Tecnologia foi oficial da Força Aérea. Bolsonaro poderia perguntar-lhe em que tipo de céu voa um esquadrão de 22 aviões e dois deles (0,9%) são abatidos (Gustavo Bebianno e Ricardo Vélez).

(...)

Elio Gaspari, jornalista - O Globo - MATÉRIA COMPLETA



terça-feira, 4 de agosto de 2015

A prisão de Dirceu adverte: no terceiro dia do mês, o agosto de Lula e Dilma começou - Os autores de Saudação à Mandioca lançam: A Meta

“E se for absolvido no Supremo, como é que fica?”, pergunta José Dirceu no vídeo de 5:52 que reproduz alguns trechos do Roda Viva transmitido pela TV Cultura em novembro de 2010. O entrevistado parecia convencido de que, se o processo do mensalão algum dia fosse julgado, seria inocentado por um tribunal majoritariamente composto de Lewandowskis e Toffolis. Ao longo do programa, sempre caprichando na pose de guerreiro do povo brasileiro, mentiu com a convicção dos que se acham condenados à perpétua impunidade.

VÍDEO: Dilma - A Meta (REMIX) - By Timbu Fun

As perguntas foram muito melhores que as respostas, comentei no último bloco. Os devotos da seita lulopetista, claro, viram outro programa. “O Dirceu acabou com você!”, berraram incontáveis milicianos entre insultos e risadas eletrônicas igualmente obscenas. “Vai pra casa, tucano” ordenaram outros tantos cretinos fundamentais. Continuo onde estive nos últimos seis anos. Dirceu foi para a cadeia, conseguiu escapar da Papuda para cumprir o resto da pena no recesso do lar. Nesta segunda-feira, voltou a dormir numa cela.

De novo, ele terá de optar entre o silêncio e a confissão. No caso do Mensalão, a mudez de Dirceu manteve Lula longe do banco dos réus. Talvez recupere a fala agora que voltou ao centro do pântano a bordo do Petrolão. Ele sabe que o juiz Sérgio Moro é bem menos compassivo que a bancada governista do STF. Descobriu o que é envelhecer na gaiola. Vai escolher entre a submissão a Lula e a vida em liberdade.
A epidemia de insônia desencadeada no coração do poder pela segunda prisão de Dirceu adverte: no terceiro dia do mês, o agosto de Lula e Dilma começou.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes