Fernando
Collor não tinha base de apoio no Congresso e não teve defesa contra a
acusação de corrupção, a rigor uma estupidez de um carro Fiat. A cena
foi de teatro em republiqueta de bananas. As “forças democráticas”
autoras da Constituição de1988 não se uniram em torno de um ‘herói’.
Collor venceu as eleições no segundo turno contra PT/Lula com uma manobra
de novela de baixo nível e alijou ambiciosos e ávidos do coxo.
Dilma
Rousseff foi reeleita como substituta – ‘poste’ - de Lula. Sofreu
impeachment por conta de infração a lei orçamentária / constitucional. O
ambiente político se deteriorara em consequência de corrupção
institucionalizada e retrocesso econômico. Até hoje são sentidas as
consequências. O STF atenuou a penalização de Dilma. [o eleitorado mineiro revogou a decisão do STF - manteve a escarrada inelegível = ao não votar na 'engarrafadora de vento'.]
O
resultado das eleições de 2018 foi uma surpreendente rejeição do
eleitorado da “situação” que se estabelecera. Foi eleito Bolsonaro, até
então desconhecido deputado federal no baixo clero, sem base partidária e
praticamente sem recursos. Desde então teve a inimizade de toda a
situação “de esquerda”, inclusive da imprensa. De pronto foi acusado de
incompetente e de populista com propósitos autoritários de perpetrar
golpe contra a democracia. Representaria Bolsonaro uma “extrema
direita”: Ele seria fascista.
Procuraram-se
desde então motivos para um impeachment. Para surpresa geral Bolsonaro
estabeleceu um ministério – reduzido – sem “políticos tradicionais”,
recorrendo a oficiais generais aposentados. Desta forma combateu a
corrupção no Poder Executivo, onde até hoje não se registrou nenhuma
ocorrência. O projeto de saneamento econômico de orientação liberal –
redução do déficit e da dívida via austeridade de despesas – começava a
mostrar resultados quando em maio de 2020 sobreveio a epidemia da
covid-19.
Em nenhum
país do mundo houve um procedimento sistemático de combate à progressão
da doença, mesmo por falta de conhecimento científico. Com imenso
contingente de pobres o Brasil ofereceu condições de fácil propagação da
nova doença. Defrontado com as consequências econômicas Bolsonaro
tentou apaziguar preocupações na população e minimizar a redução da
produção. Por isso é taxado de “negacionista”. Bolsonaro ainda sofreu
deslealdades de ambiciosos soberbos.
Na retrospectiva de obras feitas –
em todos os países - é cômodo apontar que algo poderia ter sido melhor
executado. Fatos são que na relação vítimas/população o Brasil não
está mal colocado, o SUS atuou muito bem, o número de sanados é
excelente, o Brasil executa um dos maiores programas de vacinação no
mundo e o número de infectados e de óbitos está em franco declínio.
Diante deste cenário Bolsonaro ainda é taxado de “genocida’..
Entrementes
ficou melhor visível/perceptível o espaço que um processo de
subversão da democracia para a perpetuação da esquerda no poder tinha
ocupado. Não se trata só do Poder Judiciário – STF, TSE etc –
aparelhado, de estruturas do estado aparelhadas e da imprensa. Após anos
de indoutrinação nas academias um significativo contingente de mais
instruídos está condicionado num quadro de percepção. Não existe hoje um
órgão de informação que critique a ideologia marxista/socialista /
comunista e suas consequências práticas. A reação espontânea do
eleitorado representa a primeira cisão da sociedade entre esquerda e não
esquerda, principalmente da cidadania contra os “estabelecidos,
majoritariamente da esquerda”. A esquerda revida com todos os artifícios
possíveis.
Por
orientação do STF, [determinação mesmo, decisão monocrática] se estabeleceu no Senado, sob a condução de notórios
corruptos investigados com processos de corrupção pendentes, uma CPI da
epidemia com o franco objetivo da procura de motivos para a instauração
de um processo de impeachment contra Bolsonaro. Note-se bem: Não há
causas óbvias como nos exemplos lembrados acima. Note-se bem: Existe um
grupo numeroso “com rabos presos e amarrados” interessados no
afastamento do presidente. Não se trata de um procedimento normal de
controle do Executivo, pois o objetivo “político” foi definido antes de
causas evidentes.
Os bandidos lutam por sua sobrevivência ameaçada por
uma reeleição de Bolsonaro. Bolsonaro expressou o que se precisava ouvir
com o termo “canalha”, circunstancialmente no singular.
Por
último, juristas renomados se prestaram ao serviço de indicar motivos
de punição que a Comissão Parlamentar de Inquérito não foi capaz de
especificar. É o máximo de contorcionismo em linguagem jurídica. Uma
desfaçatez inacreditável. Pretende-se mesmo induzir a percepção que “as
falhas – de atuação – foram propositais – de ‘caso pensado’”. [Miguel
Reale em OESP, 16.09.2021 pág.A4] E sugere procedimentos para facilitar o
impeachment.
[cabe destacar que a maioria desses juristas renomados são EX = em algum tempo do passado foram, já não são; inclusive uma ex juíza do TPI, entrevistada pelo CB, mistura crimes humanitários com de responsabilidade. A maioria dos que foram, e hoje são EX, parece padecer de uma ansiedade em opinar sobre praticamente tudo, talvez em um esforço deixarem de ser citados como ES. Algo assim.]
Diante deste absurdo é dispensável abordar detalhes.
Transcrito do Rota 2014 - Publicado originalmente no Jornal da Cidade
Harald Hellmuth. Engenheiro.