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domingo, 24 de novembro de 2019

A 'Bosta Seca' de Palocci - Elio Gaspari

Palocci contou duas histórias diferentes para o mesmo contrato

Eros Grau mostrou que o ex-comissário mentiu ao tratar do contrato que assinou com Márcio Thomaz Bastos

Ex-comissário foi capaz de conflitar com sua própria delação

Advogando para a família de Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014, o ex-ministro Eros Grau expôs uma variante da Teoria da Bosta Seca, segundo a qual quando dois delatores contam histórias conflitantes, não se deve mexer no caso, para evitar a fedentina. O ex-comissário Antonio Palocci foi capaz de conflitar consigo mesmo. Em sua recente delação à Polícia Federal ele disse que em 2009 foi contratado por Thomaz Bastos para ajudar no desmonte da Operação Castelo de Areia, onde a empreiteira Camargo Corrêa estava enterrada até ao pescoço. Recebeu um capilé de R$ 1,5 milhão. 

Como o escritório de consultoria de Palocci era capaz de tudo, sua palavra podia valer alguma coisa.Grau mostrou, documentadamente, que o contrato de Thomaz Bastos com Palocci referia-se a serviços de assessoria nas negociações para a compra das Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açúcar. Mais: o próprio Palocci deu essa explicação ao Ministério Público em 2011, que resultou no arquivamento de um processo. Aquilo que em 2011 foi um serviço para o Pão de Açúcar, em 2018 virou uma propina da Camargo Corrêa. 

A defesa de Palocci reconhece que ele contou duas histórias para o mesmo contrato e justificou-se para a repórter Mônica Bergamo dizendo que ele “não revelou às autoridades qual era o verdadeiro escopo do contrato porque não estava colaborando com a Justiça nem tinha o compromisso de dizer a verdade”. Conta outra.
Em tempo: as 86 páginas da delação de Palocci são um passeio pelas suas andanças no andar de cima durante o mandarinato petista. Recusada pelo Ministério Público, ela tem muito caldo e pouca carne. Um capítulo, contado em apenas uma página, aborda o caso do mimo de US$ 1 milhão feito pelo ditador líbio Muamar Kadafi durante a campanha de 2002.

Essa história circula há anos. Palocci contou que o dinheiro foi repassado ao PT usando-se uma conta do publicitário Duda Mendonça na Suíça. Os dois teriam combinado a transação no hotel WT Center, em São Paulo. Duda está à mão e o depósito pode ser rastreado. Essa poderia ser mais uma lenda palocciana, mas em dezembro de 2003 Lula foi à Líbia e, durante o jantar que lhe foi oferecido pelo ditador que seria assassinado em 2011, disse o seguinte:
“Quero dizer ao presidente Kadafi que, ao longo dessa trajetória política, assumi muitos compromissos Políticos. Fizemos alguns adversários e muitos amigos. Hoje, como presidente da República do Brasil, jamais esqueci os amigos que eram meus amigos quando eu ainda não era presidente da República”.

O atraso do moderno no Rio

(.....)

Eremildo, o idiota
Eremildo é um idiota e dá muita atenção ao que diz Bolsonaro. O capitão contou que o governador Wilson Witzel (Harvard fake’15) “vinha manipulando” a investigação policial para desvendar o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Depois disse:
“Parece que não interessa à esquerda chegar aos mandantes do crime”.
O cretino sempre suspeitou que o doutor Witzel fosse de esquerda.

(...)

Pirraça
O juiz Marcelo Bretas voltou a reter o passaporte de Michel Temer. Terá a decisão revogada. 

Diplomacia de doador
Gordon Sondland, o embaixador americano na Comunidade Europeia metido na encrenca ucraniana, nunca foi da carreira. Chegou lá porque deu US$ 1 milhão para a festa da posse de Trump.
Um dia depois do fatídico telefonema de Trump para seu colega ucraniano, ele ligou para o presidente dos Estados Unidos de um restaurante de Kiev. Os dois falavam tão alto que a outra pessoa sentada à mesa ouviu:
— Ele vai fazer a investigação? (Trump falava da ação contra o filho de Joe Biden, candidato pelo partido Democrata à presidência.)
— Ele vai fazer o que você pedir.
Botar dono de hotel em embaixada dá nisso.

Elio Gaspari, jornalista - Folha de S. Paulo e O Globo

 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Pão de Açúcar – ex-Jumbo – conclui que Palocci e Thomaz Bastos receberam sem prestar serviços



Em comunicado ao mercado, empresa informa que auditoria interna não encontrou comprovantes de que ex-ministros fizeram algo em troca de R$ 8 milhões em pagamentos 

Grupo Pão de Açúcar informou nesta terça-feira (8) ao mercado que não encontrou confirmação de serviços prestados para pagamentos de R$ 8 milhões feitos ao advogado Márcio Thomaz Bastos e ao ex-ministro Antonio Palocci. Desse total, R$ 5,5 milhões foram pagos à empresa Projeto, de Palocci, quando ele coordenava a campanha da petista Dilma Rousseff em 2010, conforme revelou ÉPOCA. “Não foram encontradas evidências da prestação dos serviços correspondentes aos demais pagamentos, nem contratos de prestação de serviços que os amparassem”, disse a empresa, em comunicado sobre os pagamentos a Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, morto em novembro 2014. Além dos R$ 5,5 milhões pagos a Palocci, não há registro do que Bastos fez com os R$ 2,5 milhões restantes.

Sobre Palocci, a auditoria do Pão de Açúcar afirmou que também não foram “identificados pagamentos à firma contratada nem serviços prestados, resultantes desse ou de qualquer outro contrato”. A investigação interna do grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, foi constituída para rastrear a origem de pagamentos feitos a Thomaz Bastos e a Projeto depois que reportagem de ÉPOCA revelou que Palocci justificara com algumas consultorias fantasmas o recebimento de milhões de reais. Os repasses ao petista ocorreram, principalmente, enquanto ele era deputado federal e coordenava a campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2010.

Segundo relatório do comitê de auditoria da empresa, obtido por ÉPOCA, não há registro de consultoria prestada por Palocci, nem qualquer material produzido por ele. A transferência de recursos do Pão de Açúcar para a Projeto Consultoria, do ex-ministro da Casa Civil, foi intermediada pelo escritório de advocacia do criminalista Márcio Thomaz Bastos  – que embolsou, ao todo, R$ 8 milhões da companhia por meio de um acordo informal, sem contrato.

Palocci é investigado num processo do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal no Distrito Federal, que apura suspeitas de improbidade administrativa. Para checar a denúncia de pagamentos irregulares, o comitê de auditoria do Pão de Açúcar, formado por sete executivos e três advogados, analisou durante cerca de 70 dias documentos, contratos, notas fiscais, e-mails e manuscritos de diversas áreas da empresa, datados de 2009 a 2012. Essa investigação se estendeu não só às relações comerciais do grupo com a empresa de Palocci e o escritório de Márcio Thomaz Bastos, mas também à subsidiária Pão de Açúcar Publicidade, à consultoria de fusões e aquisições Estáter e à Península Participações, de Abílio Diniz, controlador da companhia no período em que foram feitos os pagamentos aos ex-ministros.

Nessa varredura, a auditoria do Pão de Açúcar identificou apenas um contrato assinado com Palocci em 9 de fevereiro de 2009, que previa ajuda na compra de uma “companhia alvo”. Esse acordo valeria até agosto daquele ano. Porém, nenhum pagamento ou serviços foram identificados.

O Pão de Açúcar só iniciou as negociações para adquirir a Casas Bahia dois meses após o término do suposto contrato com Palocci. A fusão foi anunciada para o mercado em 4 de dezembro de 2009. Quatro dias depois, Palocci recebeu R$ 500.000 do Pão de Açúcar, intermediado por Márcio Thomaz Bastos. Em documento enviado à Comissão de Valores Imobiliários (CVM), a empresa informou os nomes de dezenas de pessoas e empresas que participavam da negociação. Nessa lista, não constava o nome de Palocci e de sua consultoria, a Projeto, nem o de Márcio Thomaz Bastos.

Em sua defesa, o ex-ministro da Casa Civil alega que foi contratado pelo seu colega MTB no final de 2009 para assessorar o Pão de Açúcar na renegociação da associação com a Casas Bahia.  No entanto, os dois controladores só passaram a discutir as suas relações no início de 2010 – e chegaram a uma solução para o conflito em julho de 2010. Mesmo assim, Palocci continuou recebendo recursos do grupo varejista até dezembro de 2010, repassados por Márcio Thomaz Bastos. Outros R$ 5 milhões foram pagos em 2010, quando Palocci coordenava a campanha de Dilma à presidência.

No auge da campanha que elegeu a presidente Dilma Rousseff, em 4 outubro de 2010, o ex-ministro embolsou R$ 500 mil. Após a confirmação de seu nome na Casa Civil, recebeu mais R$ 2 milhões do Pão de Açúcar.
 
Num manuscrito encontrado pelos auditores, está uma ata de uma reunião realizada em agosto de 2011 entre Abilio e MTB. Naquela época, o MPF investigava Palocci por suspeita de tráfico de influência e improbidade administrativa após revelação feita pelo jornal Folha de S.Paulo de que o então ministro da Casa Civil multiplicara o seu patrimônio prestando consultorias. Os investigadores haviam notificado o Pão de Açúcar, pedindo explicações.

No documento revelado por ÉPOCA, ao lado da anotação “Ponto de preocupação de MTB comentado c/AB (Abilio Diniz) na reunião de 2ª feira”, está escrito: “Antecipação de pagtos”. O criminalista estava receoso de que o MPF questionasse o motivo do pagamento antecipado feito a Palocci em dezembro de 2009. Esse poderia ser o principal ponto de fragilidade da defesa.

Em sua conclusão, anunciada para o mercado o comitê especial de investigação instaurado pelo Pão de Açúcar reconhece que fez pagamentos de R$ 8 milhões para MTB entre janeiro de 2010 e  maio de 2011 sem qualquer contrato por escrito ou prova de serviços prestados pelo criminalista.

A companhia ressaltou que não encontrou indícios de pagamentos efetuados diretamente a Palocci ou mesmo de qualquer serviço prestado pelo ex-ministro, conforme antecipado por ÉPOCA.  Com base em matéria publicada por ÉPOCA, o Ministério Público Federal no Distrito federal enviou recentemente um ofício ao Pão de Açúcar, pedindo acesso aos relatórios e aos documentos analisados pelo comitê de auditoria.  

As informações da empresa deverão ser fornecidas nas próximas semanas – para o desespero de Palocci.

Fonte:  Revista Época

sábado, 18 de abril de 2015

Os negócios suspeitos de Palocci, que recebeu dinheiro por contratos feitos de boca

Em três de dezembro de 2010, dia em que foi anunciado como o chefe da Casa Civil da recém-eleita presidente da República Dilma Rousseff, Antonio Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), ex-ministro da Fazenda do primeiro governo Lula, recebeu R$ 1 milhão do escritório de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça nos dois mandatos de Lula. O dinheiro foi depositado na conta da Projeto, sua empresa de consultoria.

Duas semanas depois, recebeu mais R$ 1 milhão. Aos R$ 2 milhões somaram-se R$ 3,5 milhões recebidos por Palocci durante a campanha e a pré-campanha de Dilma. No total foram 11 pagamentos. Com um detalhe que nada tem de insignificante: todos os pagamentos foram feitos sem contratos que os justificassem. Contratos feitos de boca. É o que conta reportagem de capa da revista ÉPOCA, que chegará às bancas neste sábado.

Qual a origem do dinheiro repassado a Palocci pelo escritório de Thomaz Bastos, que morreu no ano passado? O grupo Pão de Açúcar, dizem os advogados de Palocci e os que trabalhavam com Thomaz Bastos. Médico sanitarista, ocupado na época com as tarefas de campanha de Dilma, Palocci teria assessorado o grupo do empresário Abílio Diniz a se fundir com as Casas Bahia. Mas ele fez exatamente o quê? Durante quanto tempo?

A consultoria Estáter, contratada de forma exclusiva pelo Pão de Açúcar para tocar a fusão, informou ao Ministério Público Federal (MPF) que Palocci não prestou qualquer serviço. Em ofício ao MPF, o Pão de Açúcar disse queem função da relação de confiança desenvolvida” é comum que os “serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal”. Procurado por ÉPOCA, o Pão de Açúcar informou que não vai se pronunciar.

Em 2010, segundo a revista, Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões em pagamentos considerados suspeitos pelo MPF. Além dos pagamentos do escritório de Thomaz Bastos, supostamente em nome do Pão de Açúcar, os procuradores avaliaram como suspeitos os pagamentos do frigorífico JBS e da concessionária Caoa. Eles somam R$ 6,5 milhões. São suspeitos porque Palocci também não conseguiu comprovar que prestou serviços às duas empresas.

Palocci disse ter recebido dinheiro do grupo JBS para ajudar a buscar negócios no mercado de frango, nos Estados Unidos. O grupo nega que tenha pagado qualquer soma a ele. O JBS, em 2010, foi o campeão em doações para a campanha de Dilma – R$ 13 milhões. No ano passado, doou R$ 70 milhões. Palocci disse que foi pago pela Caoa para lhe arranjar um sócio na China. A Canoa também nega. Todo esse dinheiro recebido pelo ex-ministro foi parar aonde?

Não é fora de propósito, como desconfia o MPF, que todo ou parte do dinheiro tenha sido injetado na campanha de Dilma via Caixa 2.