Eles
acusam Lula de ter viajado como garoto propaganda da Odebrecht, para fazer
negócios com dinheiro do BNDES
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na mira da CPI da Petrobras. Na terça-feira
(5), os deputados federais Efraim
Filho (DEM-PB) e Onyx
Lorenzoni (DEM-RS) apresentaram uma proposta para convocar o petista para prestar
esclarecimentos sobre o escândalo do petrolão. “Tanto o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a então ministra-chefe da Casa
Civil Dilma Vana Rousseff tiveram todas as condições de adotar medidas
concretas no sentido de estancar a série de desvios de vultosas quantias que
estavam ocorrendo no seio da Petrobras. Todavia, tudo leva a crer que optaram
por manter a execução de obras sabidamente superfaturadas, o que terminou por
causar estratosféricos prejuízos à companhia e, indiretamente, ao Erário”,
diz o requerimento, que deverá ser colocado em pauta na reunião da comissão na
quinta-feira (7).
Segundo
o deputado Efraim Filho, o pedido de convocação de Lula ganhou força
após a última edição de ÉPOCA – que revelou com exclusividade que o
ex-presidente do Brasil está sendo
investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de tráfico de influência internacional em
favor da construtora
Odebrecht, investigada na Lava Jato e
responsável por obras financiadas pelo BNDES em países africanos e
latino-americanos. A relação entre Lula, Odebrecht e BNDES é retratada
em documentos oficiais e telegramas internos do Itamaraty publicados na reportagem
de ÉPOCA. “Depois que ele saiu
do governo, Lula viajou como garoto propaganda para a Odebrecht fazer negócios
com dinheiro do BNDES”, diz Efraim Filho, que diz que pedirá
esclarecimentos sobre o suposto
lobby feito por Lula em favor da construtora brasileira.
Irritado
com a repercussão da investigação do MPF, o ex-presidente Lula declarou no dia 1º de
maio, em evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que as revistas ÉPOCA e Veja são um “lixo e não valem nada”. "Peguem todos
os jornalistas da Veja e
da ÉPOCA e
enfiem um dentro do outro que não dá 10% da minha honestidade neste país",
disse Lula. A revelação feita por ÉPOCA
ganhou destaque nos mais respeitados
veículos internacionais, como os americanos CNN, New
York Times, Wall
Street Journal e Washington
Post; os ingleses Guardian
e BBC;
o francês Groupe Le Monde;
o espanhol El País;
as agências de notícias Reuters,
Bloomberg e AP; no português Correio da Manhã; no turco
Finans Gündem;
nos argentinos Clarín
e La Nacion; no
cubano Diario de Cuba.
O
núcleo de Combate à Corrupção do MPF do Distrito Federal, que confirmou a investigação,
decidirá nos próximos 90 dias se
abrirá um inquérito criminal contra o ex-presidente da
República e um processo
cível contra o BNDES se houver evidências de improbidade administrativa.
A diligência está em
fase inicial – e, portanto, as provas começarão a ser coletadas nos próximos dias.
O Instituto Lula, em nota divulgada em seu site,
negou as suspeitas relatadas em despacho do MPF,
apresentadas em reportagem de ÉPOCA.
A Odebrecht e a BNDES também negaram que o ex-presidente Lula tenha feito
tráfico de influência.