Militares e policiais estão em três comunidades para reprimir o roubo de cargas
Até às 9h20m, um homem havia sido preso no Lins; e outro morreu após ser baleado no Morro São João, no Engenho Novo
Homens do Exército na segunda fase da operação de segurança no Rio - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
A segunda fase da operação de segurança Federal no Rio começou na
madrugada deste sábado. O objetivo da ação, batizada de Onerat, é
combater o roubo de cargas em comunidades das zonas Norte e Oeste da
cidade. Desde cedo, equipes das polícias Militar e Civil, com o apoio do
Comando Militar do Leste, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal,
estão espalhadas nos complexos do Lins e Camarista Méier, na Zona
Norte; no Morro São João, no Engenho Novo, também na Zona Norte; e
Covanca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
As equipes tentam cumprir 40 mandados de prisão contra suspeitos de tráfico e roubo de cargas. Até às 9h20m, um homem havia sido preso no Lins; e outro morreu após ser baleado no Morro São João, no Engenho Novo. Os policiais civis e militares contam com apoio de 3.600 homens das
Forças Armadas. Há também agentes da Polícia Federal, da Polícia
Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. [as Forças Armadas começam ações de quem tenta acertar; o combate aos criminosos tem que ser efetivo e demorado - ações relâmpago mas com permanência demorada das tropas;
se valendo do grande efetivo disponível as FF AA devem cercar dois ou três complexos - que tal, simultaneamente, o do Alemão, do Lins e da Maré? - cerco pente fino mesmo, nada nem ninguém entra ou sai sem ser revistado; é uma operação lenta mas impede que armas e drogas entrem ou saiam (também impede que caminhões, conforme aconteceu ontem com um dos Correios, sejam roubados e levados para as favelas) e também bandidos.
Após uns três dias de pente fino, começa a varredura, de fora para dentro das favelas, casa a casa, reduzindo o perímetro - com isso mantendo ainda o cerco + varredura = asfixia nos três complexos e partindo para um quarto.
Com certeza drogas e armas serão apreendidas em grande quantidade, bandidos presou ou abatidos.
Assim funciona. Repetimos: Batalha de Argel, filme de Gillo Pontecorvo, ensina tudo - apesar da tática sugerida, e até outras melhores, ser do conhecimento das nossas Forças Armadas, que vão e resolvem.]
Segundo a Secretaria estadual de Segurança, as Forças Armadas atuam
fazendo cerco em alguns pontos estratégicos. O espaço aéreo está sendo
controlado por aeronaves da Polícia Civil. O trabalho é acompanhado por
representantes das corporações do Centro Integrado de Comando e Controle
(CICC).
Além disso, há interdições de vias nesses pontos. Entre elas, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá foi uma das vias expressas que foi interditada
nos dois sentidos. Equipes da PM Polícia Rodoviária Federal estavam no
acesso para a via expressa pela Zona Norte. Agentes da CET-Rio orientam o
trânsito. No Engenho Novo, também na Zona Norte, o efetivo das Forças Armadas
era bastante grande na esquina das ruas Cabuçu e Berna de Magalhães,
próximo ao acesso para o Complexo do Lins. Nesse ponto, pessoas são
revistadas, assim como motoristas de veículos e também de ônibus. Um
helicóptero das equipes de segurança sobrevoa o local.
Funcionária de uma padaria do bairro, a caixa Erismar Mesquita, de 35
anos, conta que a cena chamou a atenção. Ela espera que, com essas
ações, a violência diminua. — Moro perto daqui. Quando desci a rua me pediram a identidade. Tudo
chama a atenção é claro. Mas já vi que tinha algo acontecendo quando
acordei e eu vi o barulho de helicóptero — disse ela, que acrescenta. —
Vejo de maneira positiva. Que a nossa segurança melhore. Aqui acontecem
muitos assaltos.
Outro morador, que pediu para não ser identificado, é mais reticente.
Para ele, a ação teria quer ser permanente para que o problema da
violência seja resolvido.
— O Rio como um todo está perigoso. É uma pena que isso não vai ficar
por aqui o tempo todo. Deveria ser uma ação permanente. O medo volta
quando eles vão embora — disse Ele, que trabalha em uma loja de material
de construção e mora na região há 30 anos.
O vigilante Edson Antunes, de 56 anos, era um dos que observava a
cena, em frente a uma banca de jornal na Rua Berna de Magalhães: —Acordei às 5h, liguei a TV e vi que estava acontecendo. E era tudo
pertinho de casa. Escutei que o Complexo do Lins tinha sido ocupado, mas
não senti medo. Eu quero mesmo é segurança. Que aqui volte a ter a
tranquilidade como há muitos anos- disse Ele, que mora há 49 anos no
Engenho Novo.
Fonte: O Globo