A palavra democracia é prostituída no cotidiano de certos grupos políticos e de todos os regimes totalitários. Ressalvadas algumas pessoas de esquerda que conheci e respeitei ao longo dos muitos anos que com elas debati em centenas de programas de rádio e TV, a palavra deve causar dor de garganta à maioria de seus companheiros. Cá entre nós, qual a credibilidade de um grupo de antifas ou black blocs ao entrar na avenida portando faixas “pela Democracia”?
Se olhasse apenas a faixa sem ver a estampa daqueles que a portavam, dir-se-ia que o grupo iria protestar contra o STF.
Qual a credibilidade dos ministros do STF para falarem em democracia enquanto desprezam a opinião pública e o resultado da eleição?
Nessa encrenca política, típica de republiqueta bananeira em que o país está enfiado, volta e meia a frase que dá título a este artigo é pronunciada, com poses de estadista, por membros de alguns partidos de esquerda. Que é isso, companheiro? Prá cima de mim? Os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade eram menos hipócritas que a atual geração de revolucionários de terno e gravata. Estes últimos povoam o aparelho de Estado, lutam por privilégios e pelo seu direito a correção dos vencimentos enquanto uma combinação sinistra de vírus com burrice já tomou o emprego de milhões de brasileiros que atuam no setor privado.
Como entender que alguém ou que alguma organização política se apresente como lutadora pela democracia e use unhas e dentes da retórica para defender Hugo Chávez e seu sucessor Nicolás Maduro, os irmãos Castro (da empresa cubana Castro & Castro, Cia. Ltda) e a ternura “sedenta de sangue” de Che Guevara? Que credibilidade tinha a democracia entre as nações submetidas a torniquetes políticos e econômicos pela extinta URSS, rebatizadas sem consulta como Repúblicas Democráticas, ou Repúblicas Populares, quando não proclamando uma junção dos dois adjetivos?
Repito: os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade eram menos hipócritas. Não prostituíram a palavra. Não a usaram para enganar bobos. Sempre que penso sobre a apropriação do vocábulo, que ganhou aberrante efeito demonstração na arruaça da Avenida Paulista, me vem à mente um episódio no qual terroristas e guerrilheiros tiveram a oportunidade de proclamar ao Brasil quem eram e o que pretendiam. E o fizeram, para a História, de viva voz e próprio punho. Era o mês de setembro de 1969. Duas organizações guerrilheiras, a ALN e o MR-8 haviam sequestrado o embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, e imposto condições para libertá-lo: soltura de 15 presos políticos e leitura em cadeia nacional de rádio e TV de um manifesto que haviam redigido. Naqueles dias, estava em plena vigência o AI-5 e o Brasil era governado por uma junta militar, em virtude do derrame cerebral que acometera o presidente Costa e Silva. Embarcar os presos para o México e para Cuba era fácil, mas autorizar a publicação nos principais jornais e a leitura em cadeia nacional de uma catilinária dos sequestradores era constrangedora rendição. Contudo, a execução do embaixador pelos sequestradores seria um mal maior. E a junta militar se rendeu.
O país parou para ouvir o texto redigido por Franklin Martins, um dos sequestradores. Oportunidade preciosa, dourada, única, para guerrilheiros e terroristas dizerem por que lutavam, afirmarem seus mais elevados compromissos e cobrá-los do governo, não é mesmo? O documento (leia a íntegra em "Charles Burke Elbrick" na Wikipedia) foi uma xingação que falava do que os revoltosos entendiam: ideologia, violência, "justiçamentos", sequestros, assaltos. Não há menção à palavra democracia. Nenhuma das dezenas de organizações guerrilheiras ou terroristas atuantes naqueles anos usou a palavra democracia para sua identificação. Os que pegaram em armas e foram para a clandestinidade queriam levar o Brasil para o inferno comunista, mas eram menos hipócritas.
Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sábado, 20 de junho de 2020
"NÓS, QUE LUTAMOS PELA DEMOCRACIA!..." - Percival Puggina.
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domingo, 7 de abril de 2019
Lula e Bolsonaro em Shakespeare
Temer pode ser comparado, segundo Gustavo Franco, a Bolingbroke, o usurpador em ‘Ricardo II’, de Shakespeare
O economista Gustavo Franco, especialista em Shakespeare, considera que
os personagens que compõem o universo da dramaturgia do chamando “bardo
de Avon” refletem a natureza humana com incrível atualidade. Gosta, por
isso, de fazer paralelos entre nossos políticos e esses personagens, e,
em parceria com o advogado Jose Roberto Castro Neves, outro
“bardólatro” fervoroso, fez uma apresentação para os candidatos do
Partido Novo, do qual é um dos fundadores, inserindo os personagens de
Shakespeare na nossa época.
Falstaff, personagem de várias peças de Shakespeare, que considera um
dos mais populares e interessantes personagens do teatro elisabetano,
foi descrito como “Simpático cachaceiro, oportunista pândego e covarde
espirituoso, Falstaff é o tipo mais macunaímico de toda a galeria
shakespeariana; nenhum personagem foi mais carismático, cometeu gafes e
pronunciou tantos ditos espirituosos próprios de um humor de taverna,
que se tornou sua marca”.
Franco destaca como “clássicas” suas observações sobre a desnecessidade
de lutar em nome da honra, e sob qualquer pretexto, bem como as
justificativas à meia-boca para crimes flagrantes, assaltos à mão armada
inclusive. Falstaff tornou-se um personagem gigantesco, destaca Gustavo
Franco, contrariamente a todos os prognósticos. “Sempre retratado como gordo e barbudo, de um humor bonachão e etílico,
não é preciso especular um segundo sobre onde Falstaff reencarnou no
Brasil contemporâneo”, ironiza Franco. A própria Elisabeth I mandou o
bardo misturar Falstaff com as comadres de Windsor, para idiotizá-lo
através de uma paixão.
“Esperta Elisabeth”, exclama Franco, para explicar: “Incomodada com esta
entidade meio carnavalesca avacalhando a rotina dos reis com quem
conviveu, ela percebeu que Falstaff é o verdadeiro herói de “Henrique
IV” aos olhos do público, pois é quem mais se parece com ele, e que se
as coisas fossem se decidir por eleições gerais — um homem (ou mulher),
um voto — Falstaff ganharia todas”. Lula, como disse a falecida Barbara Heliodora, talvez a mais notável
especialista em Shakespeare no Brasil, “é um tipo de personalidade que
Shakespeare não concebia chegando ao poder na época”. Gustavo Franco
compara Fernando Haddad a “Henrique VI”, coroado rei da Inglaterra aos 8
anos devido à morte do pai, e também rei de França, mas nunca aceito
pela nobreza francesa, não sendo reconhecido oficialmente como tal.
Para Gustavo Franco, Lula não é Lear, como afirmou Marina Silva em um
texto. Mas ele acha que Marina escreveu sobre Lear apenas para se vestir
de Cordélia, a terceira filha, a não bajuladora, e, por isso mesmo,
banida em benefício das duas outras, bem mais ambiciosas, Goneril e
Regan, que seriam Dilma e Marta. Quando Lear rejeita Cordélia, e decreta seu banimento — ou a demite do
Ministério do Meio Ambiente —, segundo Marina, “não por acaso desmorona
seu mundo. O que antes era tão bem definido passa a ser ambivalente. Ele
só existe no mundo daqueles que o aceitam e o amam tal como é”.
Tornou-se merecedor da reprimenda feita por meio das palavras do bobo:
“Tu não deverias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”.
Lear é um belo retrato da decadência de um rei que se ilude com a
sensação de que anda sobre as águas, comenta Gustavo Franco. Ambos
personagens de Hamlet, o tagarela Polônio lembra a Franco, com sua
sabedoria caseira, o ex-ministro Guido Mantega, e Laertes, “ se torna
uma espécie de Ciro Gomes, movido unicamente pelo ódio imerecido a
Hamlet”. Ciro tem muito também de Coriolano, o brilhante general que se voltou
contra Roma, depois de preterido. Gustavo Franco compara José Dirceu a
“uma espécie de Macbeth interrompido e sem remorsos”. Em “Ricardo II”, o
que o bardo exibe, segundo Franco, é a dessacralização da Presidência,
“digo, da Coroa”.
Ricardo II vê-se reduzido à condição de cidadão comum, fenômeno
extraordinário para a época, um risco institucional sem tamanho: um rei
legítimo pode ser removido se for suficientemente corrupto ou
incompetente, lembrando Collor e Dilma. Temer pode ser comparado, segundo Gustavo Franco, a Bolingbroke, o
usurpador em “Ricardo II”. Angelo, um puritano hipócrita em “Medida por
medida”, assediando a freira Isabela para não executar seu irmão, lembra
Bolsonaro. Petruchio em “A megera domada”, tentando controlar Catarina,
“brusca, irritada e voluntariosa”e, finalmente, domando-a com
brutalidade, refere-se ao machismo atribuído a Bolsonaro.
A peça finaliza com uma admissão de inferioridade da megera subjugada:
“[...] O mesmo dever que prende o servo ao soberano prende, ao marido, a
mulher. E quando ela é teimosa, impertinente, azeda, desabrida, não
obedecendo às suas ordens justas, que é então senão rebelde, infame, uma
traidora que não merece as graças de seu amo e amante?”
Merval Pereira - O Globo
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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018
Foi-se um governador e a nova fantasia de Temer. Ele agora veste farda
Na prática, a intervenção federal no Rio significa a deposição de Luiz Fernando Pezão
A intervenção federal na área de Segurança Pública do Rio significa, na prática, a deposição do governador Luiz Fernando Pezão que, antes mesmo de anunciada a decisão, rendeu-se à evidência de que não tinha o menor controle da situação que toma conta da cidade e agravou-se durante o Carnaval. Na semana passada, o governador disse que não havia “tido tempo” de ler o plano entregue a ele no dia anterior pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann. Na quarta-feira de cinzas jogou a toalha: “Houve um erro nosso. Não dimensionamos isso”, afirmou, referindo-se aos arrastões, assaltos, tiroteios, invasões de supermercados na Zona Sul, Centro e Niterói, do outro lado da Baía de Guanabara, sem contar a continuidade da rotina de violência em outras regiões.Pego desprevenido, o poder público deixou moradores e turistas entregues à bandidagem. Diante disso Jungmann e o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) foram ao Palácio Guanabara para comunicar a decisão ao governador e levá-lo a Brasília para uma reunião com o presidente Michel Temer e ministros da área econômica para discutir como seria a intervenção. Note-se que no decreto divulgado nesta tarde (16) está dito que se necessário o interventor poderá “requisitar recursos financeiros, tecnológicos, estruturais e humanos do Rio de Janeiro” para a execução do objetivo. Ou seja, controle total.
Até mais ou menos dez dias atrás, Raul Jungmann dizia que o Rio era “um caso clássico” para intervenção, mas que não havia dinheiro da União para isso e a tramitação de emenda de reforma da Previdência era um obstáculo. Como a reforma praticamente saiu de pauta resta agora encontrar dinheiro no Orçamento. Uma solução poderia vir da ideia de se antecipar a criação do ministério da Segurança Pública, pois aí poderia haver dotação orçamentária hoje inexistente.
Na verdade, o processo de enfrentamento da situação já poderia ter sido iniciado desde o ano passado quando o ministério da Defesa fez a proposta a Pezão de passar a área de segurança para o comando das Forças Armadas. Na época, era fazer isso de modo amistoso. Agora, com o aumento da desordem, a perda de controle, a apatia do governador e o óbvio comprometimento de setores cujo dever seria o de garantir a segurança o governo federal chegou à conclusão de que não haveria mais discurso possível. Nada mais há mais a dizer ao cidadão. Algo precisava ser feito e decidiu-se pela intervenção. Num clima bastante animoso em relação às autoridades locais com as quais em Brasília perdeu-se a paciência. Assim foi dito, com estas palavras.
Agora as Forças Armadas deixam de atuar como coadjuvantes para se tornar protagonistas. Era o que os militares queriam, inclusive para trocar todos os ocupantes de postos estratégicos no setor. Agora a questão que fica é a seguinte: precisa dar certo porque é o último e mais radical recurso para que o Rio tenha uma chance. [para desencanto dos HOMENS E MULHERES de BEM quando as primeiras prisões forem efetuadas, as primeiras operações de cerco (com a indispensável restrição da livre circulação de pessoas) as primeiras ocupações de barracos em favelas para vistoria começarem a ser efetuadas e surgirem as obrigações de levar os presos para 'audiência de custódia', mandados para isso e para aquilo, se chegará à conclusão: com a legislação atual não é possível combater de forma eficaz o crime.
Surgirá a inevitável pergunta: o que fazer?
A resposta exigirá de Temer coragem, decisão e firmeza.
Ele terá a coragem necessária para mandar fazer o que precisa ser feito?]
Dora Kramer - Veja
A nova fantasia de Temer. Ele agora veste farda
Pouco a perder com a intervenção no Rio
Temer (Adriano Machado/Reuters)
A decisão de intervir na segurança do Rio de Janeiro e de criar o Ministério da Segurança Pública a ser entregue ao delegado aposentado José Beltrame faz todo sentido se bem executada. [felizmente o sonho do novo ministério foi adiado;
e entregar qualquer coisa para combater o crime ao Beltrame - o criador das UPPs = unidades de perigo ao policial - é algo que nem Temer é capaz de fazer.] Beltrame é bom de serviço. E o governo do Rio não tem condições de cuidar de mais nada.
A pagar o desgaste, sem nada em troca, de assistir de braços cruzados à repetição das cenas que chocaram meio mundo durante o carnaval carioca, Temer escolheu enfrentar o risco de sair de sua zona de conforto. Melhor tentar fazer alguma coisa do que apenas observar. Tem pouco a perder e sempre poderá ganhar alguma coisa com isso. A reforma da Previdência Social ficará para o próximo presidente como já ficaria – Temer carece de votos para aprová-la. O general que comandará a segurança pública no Rio encarnará a nova versão de Temer fardado. [quem dá a missão tem que fornecer os meios ou a forma de consegui-los.]
Blog do Noblat - Veja
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sábado, 5 de agosto de 2017
Tropas nas ruas - Ação das Forças Armadas ocupa Complexo do Lins e fecha Grajaú-Jacarepaguá
Militares e policiais estão em três comunidades para reprimir o roubo de cargas
Até às 9h20m, um homem havia sido preso no Lins; e outro morreu após ser baleado no Morro São João, no Engenho Novo
Homens do Exército na segunda fase da operação de segurança no Rio - Gabriel de Paiva / Agência O Globo
A segunda fase da operação de segurança Federal no Rio começou na
madrugada deste sábado. O objetivo da ação, batizada de Onerat, é
combater o roubo de cargas em comunidades das zonas Norte e Oeste da
cidade. Desde cedo, equipes das polícias Militar e Civil, com o apoio do
Comando Militar do Leste, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal,
estão espalhadas nos complexos do Lins e Camarista Méier, na Zona
Norte; no Morro São João, no Engenho Novo, também na Zona Norte; e
Covanca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
As equipes tentam cumprir 40 mandados de prisão contra suspeitos de tráfico e roubo de cargas. Até às 9h20m, um homem havia sido preso no Lins; e outro morreu após ser baleado no Morro São João, no Engenho Novo. Os policiais civis e militares contam com apoio de 3.600 homens das
Forças Armadas. Há também agentes da Polícia Federal, da Polícia
Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. [as Forças Armadas começam ações de quem tenta acertar; o combate aos criminosos tem que ser efetivo e demorado - ações relâmpago mas com permanência demorada das tropas;
se valendo do grande efetivo disponível as FF AA devem cercar dois ou três complexos - que tal, simultaneamente, o do Alemão, do Lins e da Maré? - cerco pente fino mesmo, nada nem ninguém entra ou sai sem ser revistado; é uma operação lenta mas impede que armas e drogas entrem ou saiam (também impede que caminhões, conforme aconteceu ontem com um dos Correios, sejam roubados e levados para as favelas) e também bandidos.
Após uns três dias de pente fino, começa a varredura, de fora para dentro das favelas, casa a casa, reduzindo o perímetro - com isso mantendo ainda o cerco + varredura = asfixia nos três complexos e partindo para um quarto.
Com certeza drogas e armas serão apreendidas em grande quantidade, bandidos presou ou abatidos.
Assim funciona. Repetimos: Batalha de Argel, filme de Gillo Pontecorvo, ensina tudo - apesar da tática sugerida, e até outras melhores, ser do conhecimento das nossas Forças Armadas, que vão e resolvem.]
Segundo a Secretaria estadual de Segurança, as Forças Armadas atuam fazendo cerco em alguns pontos estratégicos. O espaço aéreo está sendo controlado por aeronaves da Polícia Civil. O trabalho é acompanhado por representantes das corporações do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
Além disso, há interdições de vias nesses pontos. Entre elas, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá foi uma das vias expressas que foi interditada
nos dois sentidos. Equipes da PM Polícia Rodoviária Federal estavam no
acesso para a via expressa pela Zona Norte. Agentes da CET-Rio orientam o
trânsito. No Engenho Novo, também na Zona Norte, o efetivo das Forças Armadas
era bastante grande na esquina das ruas Cabuçu e Berna de Magalhães,
próximo ao acesso para o Complexo do Lins. Nesse ponto, pessoas são
revistadas, assim como motoristas de veículos e também de ônibus. Um
helicóptero das equipes de segurança sobrevoa o local.
Funcionária de uma padaria do bairro, a caixa Erismar Mesquita, de 35 anos, conta que a cena chamou a atenção. Ela espera que, com essas ações, a violência diminua. — Moro perto daqui. Quando desci a rua me pediram a identidade. Tudo chama a atenção é claro. Mas já vi que tinha algo acontecendo quando acordei e eu vi o barulho de helicóptero — disse ela, que acrescenta. — Vejo de maneira positiva. Que a nossa segurança melhore. Aqui acontecem muitos assaltos.
Outro morador, que pediu para não ser identificado, é mais reticente. Para ele, a ação teria quer ser permanente para que o problema da violência seja resolvido.
— O Rio como um todo está perigoso. É uma pena que isso não vai ficar
por aqui o tempo todo. Deveria ser uma ação permanente. O medo volta
quando eles vão embora — disse Ele, que trabalha em uma loja de material
de construção e mora na região há 30 anos.
O vigilante Edson Antunes, de 56 anos, era um dos que observava a cena, em frente a uma banca de jornal na Rua Berna de Magalhães: —Acordei às 5h, liguei a TV e vi que estava acontecendo. E era tudo pertinho de casa. Escutei que o Complexo do Lins tinha sido ocupado, mas não senti medo. Eu quero mesmo é segurança. Que aqui volte a ter a tranquilidade como há muitos anos- disse Ele, que mora há 49 anos no Engenho Novo.
se valendo do grande efetivo disponível as FF AA devem cercar dois ou três complexos - que tal, simultaneamente, o do Alemão, do Lins e da Maré? - cerco pente fino mesmo, nada nem ninguém entra ou sai sem ser revistado; é uma operação lenta mas impede que armas e drogas entrem ou saiam (também impede que caminhões, conforme aconteceu ontem com um dos Correios, sejam roubados e levados para as favelas) e também bandidos.
Após uns três dias de pente fino, começa a varredura, de fora para dentro das favelas, casa a casa, reduzindo o perímetro - com isso mantendo ainda o cerco + varredura = asfixia nos três complexos e partindo para um quarto.
Com certeza drogas e armas serão apreendidas em grande quantidade, bandidos presou ou abatidos.
Assim funciona. Repetimos: Batalha de Argel, filme de Gillo Pontecorvo, ensina tudo - apesar da tática sugerida, e até outras melhores, ser do conhecimento das nossas Forças Armadas, que vão e resolvem.]
Segundo a Secretaria estadual de Segurança, as Forças Armadas atuam fazendo cerco em alguns pontos estratégicos. O espaço aéreo está sendo controlado por aeronaves da Polícia Civil. O trabalho é acompanhado por representantes das corporações do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
Funcionária de uma padaria do bairro, a caixa Erismar Mesquita, de 35 anos, conta que a cena chamou a atenção. Ela espera que, com essas ações, a violência diminua. — Moro perto daqui. Quando desci a rua me pediram a identidade. Tudo chama a atenção é claro. Mas já vi que tinha algo acontecendo quando acordei e eu vi o barulho de helicóptero — disse ela, que acrescenta. — Vejo de maneira positiva. Que a nossa segurança melhore. Aqui acontecem muitos assaltos.
Outro morador, que pediu para não ser identificado, é mais reticente. Para ele, a ação teria quer ser permanente para que o problema da violência seja resolvido.
O vigilante Edson Antunes, de 56 anos, era um dos que observava a cena, em frente a uma banca de jornal na Rua Berna de Magalhães: —Acordei às 5h, liguei a TV e vi que estava acontecendo. E era tudo pertinho de casa. Escutei que o Complexo do Lins tinha sido ocupado, mas não senti medo. Eu quero mesmo é segurança. Que aqui volte a ter a tranquilidade como há muitos anos- disse Ele, que mora há 49 anos no Engenho Novo.
Fonte: O Globo
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terça-feira, 7 de março de 2017
INsegurança Pública no DF - armas de brinquedo são usadas para assaltos
Bandidos usam cada vez mais armas de brinquedo e de pressão em assaltos
Levantamento da Polícia Militar mostra que é cada vez mais frequente o uso de armas de brinquedo e de pressão para a prática de assaltos no Distrito Federal. Nos dois primeiros meses do ano, a PM apreendeu 69 desses equipamentos
Na madrugada de 22 de fevereiro, um homem e duas mulheres aparentemente armados invadiram uma pizzaria da Quadra 101 do Sudoeste e anunciaram o assalto. Com medo, os comerciantes entregaram tudo o que tinham: dinheiro, celulares e aparelhos eletrônicos. Os criminosos fugiram, mas foram presos horas depois. Com o grupo, a polícia encontrou uma réplica de arma de fogo, utilizada para cometer o crime, e um estilete. A ocorrência comprova o uso cada vez mais frequente de revólveres e pistolas falsas por assaltantes.Com a farsa, bandidos intimidam as vítimas e têm o caminho facilitado para cometer os roubos. Em 2016, as forças de segurança apreenderam, por mês, uma média de 42 réplicas e armas de pressão para a prática de airsoft, atividade que simula diversas situações de combate e é regulamentada no Brasil. No total, 510 foram retiradas das ruas do Distrito Federal. Até 2 de março deste ano, a Polícia Militar recolheu 69 desses equipamentos. A maioria das réplicas é idêntica às reais. Por causa da semelhança, em alguns casos, só é possível identificar as diferenças com o objeto na mão.
Por isso, a polícia recomenda que, mesmo desconfiando, a vítima não reaja. A maioria das cópias é de pistolas. Segundo o porta-voz do Centro de Comunicação da PM, major Michello Bueno, os cuidados que se deve ter são os mesmos com relação às armas originais. “As últimas ocorrências mostram um aumento na parcela de crimes realizados com réplicas que são utilizados, em sua maioria, para o roubo. A maioria é de airsoft, por se parecerem mais com as reais. O infrator sabe que só será preso com um simulacro se for apreendido no contexto de um crime. Desse modo, a impunidade, a reincidência e a legislação benéfica são fatores que causam o aumento dos índices de criminalidade”, afirmou.
No ano passado, o Exército Brasileiro, com o apoio dos órgãos de segurança, fiscalizou 410 comércios de armas e emitiu 78 atuações, além de realizar cinco prisões e apreender 284 armamentos, entre eles, 29 airsofts. Semelhantes às reais, poucas coisas as diferem, além do peso, da forma de manipular e da ponta alaranjada, geralmente retirada pelos assaltantes para enganar as vítimas.
Em uma loja na Feira dos Importados, um vendedor que atua no ramo há sete anos contou que o estabelecimento vende, em média, 100 pistolas de airsoft por mês. “Quem mais compra são as pessoas que jogam, que fazem coleção ou mesmo para atirarem em casa. Todas elas são de 6mm, mas a quantidade de munição varia de acordo com o modelo. Existem as que cabem 15, 20 e 32 bolinhas. Elas têm uma velocidade de 120 a 130 metros por segundo”, explicou.
Em outra loja, o dono contou que as mais vendidas são as elétricas. Em média, segundo o empresário, são comercializadas de 30 a 40 por mês. “Geralmente, são para pessoas que praticam o jogo e querem fazer coleção. A polícia tenta criminalizar o esporte alegando que são usadas por assaltantes, mas eles vão deixar de cometer crimes sem a airsoft? O problema da violência é uma questão social. De todos os que compram aqui, nenhum ou, em raras vezes, um a gente percebe que está mal-intencionado”, disse o comerciante.
Risco
Sociólogo e integrante da Rede Desarma Brasil, Antônio Rangel Bandeira considera a legislação atrasada. Na visão dele, que também é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e da ONG Viva Rio, as práticas de airsoft e de paintball, embora sejam classificadas como esportivas, simulam não só pistolas, mas também fuzis de guerra. “Isso foi regulamentado há muitos anos, mas, de lá para cá, os bandidos descobriram que essas são armas que se parecem muito com as verdadeiras, além de bem mais baratas, e passaram a utilizá-las para fazer assaltos. Obviamente, esse tipo de armamento tem de ser controlado e proibido, porque está servindo a crimes”, defendeu. [esse Bandeira deve ser um daqueles que defende com unhas e dentes que só os bandidos tem direito a andar armado;
o cidadão de BEM deve andar desarmado e pronto a ser assaltado, ficar sem seus haveres, muitas vezes perder a própria vida, tudo em prol de uma política de desarmamento estúpida, imbecil e que foi rejeitada em plebiscito.
Será que o Bandeira não entende que bandido vai sempre andar armado, que qualquer lei imbecil pró desarmamento só atinge as pessoas de bem?]
As armas usadas para airsoft, por exemplo, têm a fiscalização, a fabricação, a importação e a comercialização controladas pelo Exército. Segundo a instituição militar, o Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados atua preventivamente e não tem a competência e o amparo legal para agir contra a prática de crimes. Segundo o Exército, ilícitos como contrabando e uso do produto para a prática de crimes são da esfera da segurança pública.
Por e-mail, a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social informou que as armas de brinquedo e as réplicas não constituem arma de fogo. No entanto, se algum desses objetos for usado em roubo, o autor responde pelo assalto e não pelo porte ilegal. Agora, se uma pessoa estiver com uma réplica, o objeto será apreendido, pois configura-se contrabando.
Cadastro
No mercado, há três tipos mais comuns de armamento para airsoft: a spring, que só atira com ação mecânica do usuário; a elétrica, que funciona com bateria ou pilha; e a de cilindro Co2 descartável. Esta última, no entanto, só pode ser vendida para pessoas a partir de 25 anos, com a exigência do Certificado de Registro (CR) emitido pelo Exército. Fabricantes e comerciantes também devem ser cadastrados no Exército, por meio do CR.
Leia mais
Fonte: Correio Braziliense
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sábado, 9 de julho de 2016
Uma morte a cada hora
O que acontece durante 48 horas......no Rio de Janeiro
O que acontece durante 48 horas no Rio de Janeiro é o equivalente a uma guerra civil: corpos na calçada, tiroteios, execuções.
Na Cidade
Maravilhosa, a morte violenta virou banalidade. Os gatilhos da barbárie
estão nas vias que à noite se tornam rota exclusiva de bandidos, nos
arrastões que espalham o terror, na fuzilaria entre quadrilhas, na
polícia mal equipada, encurralada, ausente e brutal. Com oito duplas de
repórteres, VEJA acompanhou as ocorrências policiais das 20 horas da
sexta 1º de julho às 20 horas do domingo. O saldo: 27 mortos, vinte
feridos, dezenove tiroteios, sete arrastões
A Morte do Herói
sexta-feira, 1º de julho -20h45
Na rua escura que dá acesso à Rodovia
BR-101, em São Gonçalo, na Grande Rio, o sangue escorre do corpo de
bruços, iluminado por uma lanterna. Peritos reconstituem a cena da
morte. Ao ser abordado por um ladrão de carro, o homem reagiu atirando. O
ladrão, mesmo ferido, disparou de volta, acertando-o na nuca e nas
costas. Depois, fugiu com o veículo.
Antônio Oliveira, 42 anos, era
sargento do Corpo de Bombeiros. Orgulhoso da farda, ele morreu fazendo
bico, em trajes civis. Com o estado lhe devendo um mês de salário (o
depósito seria feito cinco dias depois de sua morte), alugou um Voyage,
registrou-se no Uber e passou a transportar passageiros nas folgas. A
mulher do bombeiro, Bianca, soube da morte por uma rede social. Ela está
grávida de quatro meses da terceira filha, a quem dará o nome de Maria
Antônia. No enterro, domingo, dia 3, a marcha fúnebre das cornetas se
misturava aos gritos de “o melhor bombeiro do Rio”. No estado, os
latrocínios, nome técnico dos assaltos seguidos de morte, estão em alta.
Foram 89 entre janeiro e maio, 37% a mais que no mesmo período de 2015.
Os assaltos em geral batem recorde: um a cada quatro minutos.
Execução ao sol
sábado, 2 de julho - 9h
O escuro da noite não é mais requisito para
os assassinatos. Mata-se durante o dia. Uma câmera de segurança gravou a
execução à queima-roupa de Sérgio de Almeida Júnior, 37 anos,
pré-candidato do PSL a vereador em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense. Ele entrava em seu carro quando outro veículo se aproximou.
Escapou pela porta do passageiro, mas dois homens, encapuzados e com
luvas, dispararam para matar.
Berém do Pilar, como era conhecido, levou
21 tiros de pistola e fuzil na frente de casa. A câmera capturou o
desespero de sua mulher ao abrir a porta da residência. Suspeita-se que
políticos ligados a milícias estivessem incomodados com a popularidade
do rival. Berém do Pilar foi o décimo pré-candidato à eleição de 2016 a
ser assassinado na Baixada, área que engloba seis municípios. Ali,
milícias e tráfico impõem suas leis. O patrulhamento é mínimo — um
policial para cada 2 500 habitantes em alguns pontos. O recomendável é
um para 250.
Repórteres: Cecília Ritto, Jana Sampaio, Leslie Leitão,
Luísa Bustamante, Maria Clara Vieira, Roberta Trindade, Sérgio Ramalho e
Thiago Prado
Fotógrafos: Antonio Milena, Carlos Moraes, Daniel Ramalho, Egberto Nogueira, Emiliano Capazzoli, Marcelo Regua, Marcos Tristão e Reginaldo Teixeira
Edição de vídeo: Isabella Infantine
Design e programação: Alexandre Hoshino, André Fuentes e Sidclei Sobral
Fotógrafos: Antonio Milena, Carlos Moraes, Daniel Ramalho, Egberto Nogueira, Emiliano Capazzoli, Marcelo Regua, Marcos Tristão e Reginaldo Teixeira
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