Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Fufuca. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fufuca. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Centrão no governo - O infeliz xadrez de Lula - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Fufuca, Lula, Costa Filho e França em foto após a cerimônia de posse dos novos ministros.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Na quarta-feira, Lula preferiu fazer a posse de seus novos ministros de uma maneira bem discreta, uma reunião fechada no gabinete dele, sem convidados. Tudo para não ficar muito clara a ausência de Ana Moser, que deveria entregar o Ministério dos Esportes para o deputado federal André Fufuca (PP). Ela e o PT estão em desacordo. A primeira-dama Janja da Silva também não concorda, e já se manifestou publicamente sobre esse assunto.

A foto da posse mostra Lula, Fufuca e o novo ministro de Portos e Aeroportos, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos), com o polegar para cima. Já Márcio França (PSB) – realocado do comando de Portos e Aeroportos para o recém-criado Ministério do Empreendedorismo e da Microempresa – aparece com a cara de desagrado e com as duas mãos para trás. Assim devem estar o Partido Socialista Brasileiro e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Só que eles não vêm a público para manifestar isso.
 
Está sendo muito infeliz o xadrez de Lula nessa entrega ao Centrão. 
O Republicanos recebe o Ministério de Portos e Aeroportos, mas diz que não está recebendo, que isso não significa que o partido vai aderir ao governo, que é uma questão pessoal do ministro Silvio Costa Filho – que por sua vez vai ter de prestar contas também aos seus eleitores, que foram enganados
O mesmo vale para Fufuca. Deixaram os seus eleitores na mão. 
Os eleitores os elegeram não para serem empregados de Lula, mas empregados dos eleitores do Maranhão e de Pernambuco.

E o PP também não está satisfeito porque quer todas as apostas esportivas no Ministério dos Esportes, quer a presidência da Caixa – e parece que Lula vai dar – e quer também a Diretoria de Habitação da Caixa Econômica, que o PT não quer soltar. 

Eu pergunto aos que elegeram Lula: votaram também no Centrão? Porque fica bem estranho isso.

TSE mantém cassação de Dallagnol
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já está formada maioria, com quatro votos em sete, para não aceitar o recurso de Deltan Dallagnol, mantendo a cassação do deputado federal mais votado do estado do Paraná. Houve uma época em que os tribunais respeitavam a força do povo, a força do eleitor. O mais votado dificilmente seria banido. O relator, ministro Benedito Gonçalves, votou contra Dallagnol, assim como Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Ramos Tavares. A denúncia foi feita pelo PT, PCdoB e PV.
 
Brasil terá insegurança jurídica internacional?
No Ministério da Justiça, o ministro Flávio Dino aderiu a uma tese de Lula, de que o Tribunal Penal Internacional está estranho por não ter a adesão de Rússia, China e Estados Unidos. Então, o ministro disse que o Brasil tem de avaliar se cai fora do Tribunal de Haia. 
Isso significaria rasgar o Tratado de Roma, que o Brasil assinou, que foi confirmado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, depois de aprovado pelo Senado Federal. 
Então o Brasil, que já tem insegurança jurídica interna, vai ter também insegurança jurídica internacional.
 
Colaboração não é delação premiada
Finalmente eu me esclareci diante do noticiário que só fala em “delação premiada” do Mauro Cid. Eu sabia que não era isso. 
Não encontrei em lugar nenhum. 
Avisei a quem me segue que não tem isso. Era impossível, porque um sujeito com essa formação ética de família e passagem pela Academia Militar das Agulhas Negras não teria como fazer isso
Agora está esclarecido que se trata da colaboração prevista na Lei 12.850/2013. 
Significa que a pessoa abre mão de seu direito de ficar calado para não se incriminar e conta tudo. 
Não é aquele acordo em que a pessoa se obriga a incriminar alguém, a incriminar outros.
 
Isso não tem nada a ver com outra questão que o pessoal está chamando de “lavagem de provas”. Sabem como funciona? Aparece um indício, mas não há como buscar a prova atrás daquele indício. 
Então quebram sigilo bancário, sigilo fiscal, sigilo telefônico por algum outro pretexto, desenterram caso antigo e vão procurar. 
Assim como tem a lavagem de dinheiro – em que se tenta tornar legal o dinheiro ilícito –, tem também a lavagem de provas.
 
Desembargador aposentado rouba a cena no STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pediu 15 anos e meio de regime fechado para o primeiro réu julgado pelo STF por suposto envolvimento nos atos de 8 de janeiro. 
Aécio Lúcio Lopes Costa Pereira teria sido fotografado no plenário do Senado no dia 8. 
Dizem que ele quebrou espelhos, computadores, obras de arte etc. 
Segundo ele, não era uma tentativa de golpe, mas uma manifestação de protesto. Ainda lembrou que o réu não pôde comparecer a seu próprio julgamento porque está no presídio da Papuda.
 
Depois, Coelho disse que, um dia antes, tentaram intimidá-lo, com o Conselho Nacional de Justiça dizendo que ele vai ser investigado. Disse que não tem mais idade, que não tem mais tempo a perder para o medo. Não tem mais tempo de ter medo de nada. 
E, por fim, ele se dirigiu aos ministros do Supremo dizendo que à frente dele estavam as pessoas mais odiadas desse país. 
Alexandre de Moraes ainda falou depois, chamou de “extremistas” os que não gostam do STF e disse que são a minoria da população.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


sábado, 2 de setembro de 2017

Fufuca no comando

Aos 28 anos, bochechas rosadas e rala experiência parlamentar, o rebento do clã Fufuca tomou conta do Congresso. 


Retrato dos novos tempos da política. Fufuca no comando é como adolescente de 17 anos dirigindo carro sem carta. Consequências perigosas à frente. Não somente pela tenra idade que salta aos olhos (é o mais novo na história a ocupar o posto). Falta-lhe traquejo. Jogo de cintura. Esperteza para o melindroso baile dos conchavos e acertos parlamentares. Levado na conversa logo nos primeiros dias de interinidade, encantou-se com os rapapés. Com o assédio e as mesuras dos oportunistas da vez. 

Ficou no encantamento. A pauta extensa a ser votada tinha de tudo: reforma política, ajuste fiscal, novo teto do déficit público. Nada andou como deveria. Fufuca tergiversou: “semana que vem, voto”. Fufuca pai é prefeito de uma cidadezinha no interior do Maranhão. Fufuca filho, no plantel de conquistas, já foi mais longe. Assumiu – se bem que temporariamente e por obra e graça do acaso – o controle da “casa dos espertos”. 

Sobrou pra ele numa equação na qual seu nome se encontrava como reserva do reserva. Sejamos realistas: sobrou para Fufuca por falta de opção mesmo. Apadrinhado de Eduardo Cunha, a quem se referia carinhosamente com o epíteto de “papi”, lamentou quando o tutor foi parar atrás das grades. Espere de Fufuca tudo, menos ingratidão. Fufuca não tripudia do mau destino de quem lhe abriu as portas da esperança. Fufuca, como terceiro reserva, por deliberação de Cunha, angariou vantagens incomuns a um estreante. 

Pôde, por exemplo, nomear um vasto time de assessores e indicar candidatos a vagas estratégicas. Nos enviesados códigos de poder do parlamento é isso que conta. Na semana passada, logo ao despontar para os holofotes da fama na nova função, Fufuca exibiu, de cara, aquele olhar perdido e semblante de quem ali caiu de paraquedas e não sabia bem como ou o que fazer. Mas, convenhamos, poucos naquela casa sabem. A maioria leva os afazeres na embromação e lero-lero. Cada um só pensa agora na reeleição. Fufuca não. Saboreia os dias de glória como quem se lambuza com um melado que nunca experimentou. O titular da cadeira, Rodrigo Maia, que também desceu por acidente no posto, foi parar na presidência da República. Quem diria. De Santiago, terra natal, ao Planalto. Maia pai, fazendo expediente na assembleia de vereadores da falida Cidade Maravilhosa, também não se contém de alegria. Os Fufuca e os Maia decerto nunca sonharam ir tão longe. Por essas e outras, a nação bananeira encontra-se no momento sob o comando de um escrete de infantes da política. 

Ambos filhos de caciques engalanados da velha política. A mesma velha política que agora fala em renovação. Cosmética, diga-se de passagem. Partidos vão tirar um “P” da sigla. Outros lançarão palavras de ordem: “Avante”, “Patriotas” como siglas de batismo. E por aí vai. Mas querem mesmo é manter o status quo. À revelia da vontade do eleitor. Deverão dar com os burros n’água. Se não forem reais as intenções de mudança, o voto vai pesar contra. As agremiações ainda não perceberam a avassaladora onda da busca pelo novo que embala o País. Não o novo como Fufuca. O novo programático. De ideias e candidatos alternativos a enterrar erros do passado. No topo das reviravoltas, PMDB faz das suas. DEM, PDT, PEN também. No tucanato, para ficar em um exemplo emblemático de racha quando o assunto é renovação, sobrou pena pra todo lado quando alguns resolveram realizar em programa nacional uma mera autocrítica. 

Dirigentes da sigla bateram cabeça e seguem batendo. Pesquisas e empresas de consultoria falam em rejeição absoluta aos velhos comandantes. A Consultoria Eurásia disse que o sentimento antiestablishment será grande em 2018. O Instituto Ipsos detalhou a desaprovação nome a nome dos antigos representantes. A Universidade de Brasília (UNB), em pleno canteiro das disputas, apontou que as próximas eleições vão reconfigurar por completo o cenário político com índice de 80% de volatilidade nos nomes partidários. É nesse caldeirão de movimentos que os Fufucas da vida surgem como cortina de fumaça, tipo bucha de canhão para enganar a turba enquanto os caciques de sempre tocam em frente. Será que não percebem? Não é de Fufucas que o Brasil precisa.

 Fonte: Editorial - Isto é - Carlos José Marques