Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Guilherme Fiúza. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Guilherme Fiúza. Mostrar todas as postagens

sábado, 13 de julho de 2019

Prêmio araponga de jornalismo

Te aviso. Ou te detono, o que for melhor pra mim


Memória, verdade e justiça: 50 anos da luta LGBTI+. Jornalista, Gleen Grenwald - 25/06/2019 (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Guilherme Fiúza (publicado na Forbes Brasil)

Conversa entre dois jornalistas investigativos de último tipo:
— E o Deltan, hein?
— Caiu bonito!
— Lava Jato já era.
— A gente é bom.
— Jornalismo é missão, meu caro.
— Missão cumprida!
— Como assim?
— Ué, não era pra ferrar os menudos do Moro?
— Era, mas não é pra falar isso.
— Porra, só tem a gente aqui.

— Tá, mas se amanhã alguém me compra eu posso te detonar…
— O que?!
— Não… “Compra” que eu digo é se alguém me encanta com uma verdade superior.
— Ah, tá. Tipo o Lula fez com a gente.
— É… Tipo isso.
— Cara, mas Lula só tem um!
— Você que pensa.
— Ah, dane-se. Prefiro me concentrar na missão jornalística. Se mudarem a missão, eu mudo o jornalismo. Aí fica tudo igual.
— Perfeito. Acho que você entendeu o Einstein.
— Ele não era tão relativo assim. Mas confesso que estudei muito.

— Seu professor de física era aquele gente boa do PSOL?
— Não lembro se era física, mas PSOL com certeza.
— É, não dá pra lembrar tudo.
Se esses caras da Lava Jato tivessem tido a formação democrática que a gente teve não tavam aí tentando censurar os outros.
— Muito menos censurar um preso político como o Lula, perseguido injustamente no lugar de um amigo dele.
De um, não. De vários. O do triplex, o do sítio, o da cobertura em São Bernardo, o do terreno do Instituto Amigo do Lula, o de Angola, o da Medida Provisória, o da sonda, o da…
— Resume aí, cara. O Lula tem um milhão de amigos. Ponto.
— Imagina: um milhão de amigos querendo ouvir uma entrevista sua de dentro da cadeia e esses fascistas da Lava Jato tentando te censurar…

— Pois é. Pros que tão presos também até nem faz tanta diferença, mas os que tão soltos precisam saber o que fazer com a grana…
— Não, mas esse lance de decidir se é pra investir em pneu velho, em mortadela, em juiz, em jornalista… isso os advogados repassam.
— Tudo bem, mas não é a mesma coisa. É angustiante ficar sem ouvir aquela voz.
— O fato é que a Lava Jato perdeu e a entrevista foi linda!
— Impressionante a pureza do Lula quando não tem nenhum fascista pra atrapalhar.
— Eu acho que vi a auréola dele.
— Aquilo é efeito.
— De quem? Da Polícia Federal?
— Claro que não. Quando a alma é muito honesta ela projeta uma luz que só jornalista investigativo como a gente enxerga.
— Ah, tá. Mas então dá no mesmo.

— É, dá no mesmo.
— Qualquer coisa se não ficar legal a gente edita.
— Pronto.
— Missão é missão.
— Se mudar, me avisa.
— Te aviso. Ou te detono, o que for melhor pra mim.
— Aprendo muito com o seu pragmatismo.
— Em primeiro lugar a lealdade.
— Ah, tanto faz. Depois a gente edita isso.
— Ok.



Veja - Blog do Augusto Nunes
 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A Lava Jato é o impeachment



Esse Brasil sério e raro, que faz seu trabalho direito, é agora caçado como peru em véspera de Natal
O juiz Sergio Moro derrubou a manobra da Odebrecht que tentava desqualificar os documentos bancários enviados por procuradores suíços à Lava Jato. Após uma retificação de procedimento, eles continuarão valendo como prova. É uma dor de cabeça tentar sabotar quem conhece as leis. Por isso, a maior operação anticorrupção da história do país está completando dois anos de vida. Até o STF já tentou pulverizá-la. É inútil.

O Brasil continua afogado no conto de fadas do oprimido – e, agora que Lula está no centro das investigações, a temperatura vai subir. Do já famoso e vexaminoso “manifesto de juristas” montado pelos advogados da Odebrecht, que comparava Moro aos trogloditas da ditadura, ao choro de petistas e seus artistas de aluguel contra a “criminalização” do filho do Brasil, assiste-se a uma rajada de tiros n’água. O estoque de clichês populistas não acaba – o que pode acabar é a proverbial paciência da opinião pública para engoli-los.

Um dos ministros fisiológicos da coleção de Dilma Rousseff declarou, numa das faxinas fantasiosas da presidente, que só deixaria o cargo debaixo de tiro. Acabou saindo por bemou melhor, por muito bem: colaborou com o show da faxineira e negociou com ela um substituto de sua gangue, para continuar a sucção que ele iniciara. Assim é o teatro dos pobres milionários. Na vida real, quem só sairá de seu caminho debaixo de tiro é Sergio Moro.

A Lava Jato já tinha revelado ao Brasil o desenho do petrolão antes da reeleição de Dilma. Até os maiores críticos do PT apostavam que, se a presidente ganhasse a eleição, a operação esfriaria. É o país acostumado às CPIs flácidas e às investigações que só sobrevivem enquanto o escândalo está nas manchetes. Aí vieram Sergio Moro e a equipe de procuradores e agentes federais da Lava Jato desmentir a teoria da vida mansa para quem tem costas quentes. Desta vez não foi a bravura da imprensa, nem uma mulher traída ou um sócio roubado quem empurrou a depuração em frente: foi a virtude de um grupo de pessoas que trabalham de verdade. O Brasil está se olhando no espelho e não está se reconhecendo.

Pois é esse pedaço de Brasil sério e raro, que não está fazendo nada além de trabalhar direito, sem partidarizações ou jogos de influências ocultas, que agora está sendo caçado a céu aberto como peru em véspera de Natal. Claro que os caçadores são todos bonzinhos, sofridos e vítimas do peru ao qual tentam degolar. É a especialidade da casa. 

Você ainda vai ver muitas “reportagens” plantadas por essa elite cultural parasitária acusando a Lava Jato e Sergio Moro de arbitrariedades, condutas abusivas e caça às bruxas. O choro é livre. Como já foi dito aqui, Moro e sua devassa só são paráveis à bala. Espera-se que a coalizão da vadiagem progressista ainda não tenha incorporado o bangue-bangue a seu ideário sublime.

Mas há um único e grave equívoco associado à Operação Lava Jato. E é este equívoco que custa mais caro ao país no momento: o bando que engendrou o monumental sistema de roubo do Estado em favor de um partido continua mandando no Brasil. E mandando turbinado pelo dinheiro roubado. Nunca se viu nada igual, em lugar nenhum do mundo. Uma devassa com a proporção de um tsunami varrendo uma república inteira, sem desalojar do topo dela o grupo responsável pela bandalheira revelada.

A correção desse equívoco é urgente e óbvia, embora o país do Carnaval pareça não se dar conta: falta um pedido de impeachment de Dilma Rousseff baseado na Lava Jato.  O gigante não sabe se samba ou se dorme – sua única certeza é cair em todos os truques do Supremo Tribunal companheiro para proteger a presidente em estado vegetativo.  

A ideia é esperar a paralisia e a recessão chegarem ao nível do pré-sal? É muito sofrimento ficar carregando o TCU como um vaso de porcelana para que a acusação das pedaladas fiscais não se esfarele no caminho. Ou torcendo para que Eduardo Cunha desembarace as malandragens do companheiro Barroso.

Dilma é a representante oficial do grande projeto – de Lula, de Dirceu, de Vaccari e de toda a teia montada com as marionetes petistas na diretoria da Petrobras. Alguém duvida disso? Os dois anos de literatura da Lava Jato são mais do que suficientes para embasar esse pedido. Acorda, Brasil.

Fonte: Guilherme Fiúza – ÉPOCA


sábado, 13 de fevereiro de 2016

O Manifesto de Atibaia

Esse homem bom, que inclusive é filho do Brasil, virou alvo de uma caçada cruel, e você precisa ajudá-lo 

No princípio era expropriar o Estado para ficar no poder. Aí o poder foi perdendo a graça, e passamos a roubar para ficarmos ricos mesmo.

A inconfessável confissão acima não precisa ser feita. Você já sabe de tudo. Mas, por favor, não conte ao Brasil. Ele não suportaria mais essa. O país está parado, e como você não tem nada para fazer mesmo nesse marasmo, segue um passatempo: faça as contas das despesas dos guerreiros do povo brasileiro apenas com seus advogados milionários. O que esses heróis (os presos e os soltos) gastaram para se defender em dois anos de Lava-Jato acabaria com a fome no Haiti por várias gerações e compraria meio time do Barcelona. Coisa de nababo. Se não fossem pessoas tão humildes, seriam os xeques do petrolão.

Continua entediado? Expanda suas contas para os honorários da banca defensora dos mensaleiros. Você não estará somando bananas com laranjas: são todos laranjas do mesmo esquema, companheiro. Por coincidência, aquele que continua mandando no Brasil, um país de todos os que não sabiam. Faça como o golpista Sérgio Moro, inimigo número um dos coitados profissionais: siga o dinheiro. Você encontrará a anatomia completa do bando, e constatará que todas todas — as peças se ligam de alguma forma ao palácio petista, guarnecido por Dilma Rousseff.

Conclusão: não há razão para impeachment. A não ser que você queira interromper as férias dessa gente sofrida.  Os brasileiros estão afundando na pior recessão da sua história, provocada pela Disney/Lula (nem tudo é perfeito), mas não têm pressa. Estão esperando os mosqueteiros Zavascki, Barroso, Lewandowski, Janot e companhia autorizarem a criançada a processar a senhora Rousseff. Todo mundo esperando sentado, passando repelente e assistindo ao pas-de-deux de Dilma e Zika, a nova coreografia oferecida ao povo pelos reis do entretenimento tarja preta.

Enquanto isso, o país assiste ao final feliz da dinastia oprimida, com os filhos dessa gente humilde dando a volta ao mundo, faturando milhões em consultorias copiadas da internet, dando festas hollywoodianas e saboreando ostensivamente a vida boa que essa casta de perseguidos políticos lhes proporcionou com o suor das suas propinas.

E já que não há um único voluntário na plateia para apresentar o pedido de impeachment que a Lava-Jato esfregou na cara do Brasil, vamos à união nacional: todos de mãos dadas com a elite cultural que luta bravamente contra a criminalização desses pobres milionários. Está lançado o Manifesto de Atibaia.

Para os que estão bêbados de repelente e não ligaram o nome à pessoa: Atibaia é onde fica o sítio de Lula que não é de Lula. Em outro texto explicaremos quem é Lula. O que importa saber aqui é que se trata de uma pessoa boa, perseguida pelas elites invejosas que não suportam vê-lo feliz por ter um milhão de amigos que não lhe deixam faltar nada.

Esse homem bom, que inclusive é filho do Brasil, virou alvo de uma caçada cruel, e você precisa ajudá-lo. Lula é hoje alvo de uma série de investigações criminais desumanas e neoliberais. Ele é investigado pelo Ministério Público por ocultação de patrimônio, por causa de um tríplex no Guarujá reformado pelos amigos da construtora OAS. 

Todas as testemunhas afirmam que o imóvel foi preparado para Lula, que acompanhou as obras, mas nós, signatários do Manifesto de Atibaia, sabemos que isso não é possível: Lula é um homem simples, que só tem amigos.As coincidências da vida fizeram com que o mesmo amigo da OAS comprasse, na mesma loja, as cozinhas do tríplex e do sítio de Atibaia, que também não é de Lula, embora ele tenha estado lá 111 vezes desde 2012. De Lula, mesmo, só o amigo. E esse amigo não mandou a cozinha do sítio diretamente para o sítio. A mercadoria foi despachada para outro endereço em Atibaia, e de lá escoltada por receptadores até o sítio Santa Bárbara, o que não é de Lula. Parece cena de suspense policial com ocultação de pistas, mas nós, signatários do Manifesto de Atibaia, sabemos que as almas honestas não têm nada a esconder. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a relação entre Lula e a OAS na montagem do sítio em Atibaia. A MPB precisa urgentemente compor um hino em defesa da invasão desse sítio, porque se Lula vive lá e é pobre, só pode ser reforma agrária.  Caminhando e cantando e seguindo o cifrão.

Quem andou ajudando também na reforma do sítio que não é de Lula foi o pessoal da Odebrecht, que é amigo de Lula. E tome coincidência: o Ministério Público abriu inquérito para apurar tráfico de influência desse brasileiro humilde em favor da Odebrecht, que o contratou para as palestras mais bem pagas do mundo.

Essa gente do mal acha que o governo Dilma é o escudo da gangue de inocentes perseguidos pela operação Lava-Jato. Mas você sabe que nada disso é suficiente para o impeachment. Então, faça a sua parte: assine o Manifesto de Atibaia e ajude essa gente sofrida a continuar pagando seus advogados milionários, enviando sua contribuição cidadã para o caixa do Partido dos Trabalhadores. Em espécie, por favor.

Fonte: Guilherme Fiuza,  jornalista - O Globo