Comida já não basta para cidades sitiadas na Síria, alerta MSF
Com atraso, ajuda chega a sírios que passam fome em Madaya
Mais de 60 caminhões com alimentos, água e itens de primeira
necessidade conseguiram chegar a cidades sírias sitiadas tanto por
tropas leais a Damasco quanto por rebeldes da oposição ao ditador Bashar
al-Assad. A situação nesses lugares é considerada crítica por
organizações humanitárias, com pessoas morrendo de fome, desnutridas.— Mais de 400 mil vivem nessas zonas cercadas, e a situação
delas é desesperadora — afirmou Marianne Gasser, dirigente do Comitê
Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria. — A operação vai durar
alguns dias. É positivo, mas pode ficar limitado a uma única
distribuição. É preciso ter acesso constante a essas cidades.
Ao todo, 44 caminhões chegaram ontem a Madaya, no Sudoeste
sírio, próximo à fronteira com o Líbano — o cerco das forças do regime
deixa isolados os 42 mil habitantes da cidade já há seis meses. Ao mesmo
tempo, outros 21 caminhões se dirigiram a Foua e Kefraya, no Noroeste
do país. Os veículos levaram ajuda fornecida pelo Programa Mundial de
Alimentos, pelo CICV e pelo Crescente Vermelho.
De acordo com a última atualização da Médicos Sem Fronteiras (MSF), somente no domingo houve cinco óbitos por desnutrição, entre eles uma criança de 9 anos — pelo menos 25 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro. Cerca de 200 moradores são considerados em situação crítica. — Somente entregar comida neste momento já não é mais suficiente. É necessário cuidados médicos especializados — afirmou ao GLOBO o especialista em assuntos humanitários da MSF, Michiel Hofman. — Há cerca de dez pessoas em condições extremamente graves que necessitam ter retirada médica para fora de Madaya, porque o hospital local não está em condições de atender estes casos. É preciso retirar de lá principalmente bebês, crianças e idosos.
Segundo a MSF, até mesmo os médicos que trabalham em Madaya são atingidos pelo cerco: há relatos de equipes que já não comem há uma semana. De acordo com a Cruz Vermelha, os caminhões levaram a cidade comida e água suficientes para suprir 40 mil pessoas por um mês, além de medicamentos, cobertores e kits de higiene. — Olhem para a tática de matar pela fome grotesca que o regime sírio está usando agora contra seu próprio povo. Olhem para as imagens assombrosas de civis, incluindo crianças, e até bebês, em Madaya. Estas imagens nos lembram a Segunda Guerra Mundial — criticou enfaticamente a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power.
De acordo com a última atualização da Médicos Sem Fronteiras (MSF), somente no domingo houve cinco óbitos por desnutrição, entre eles uma criança de 9 anos — pelo menos 25 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro. Cerca de 200 moradores são considerados em situação crítica. — Somente entregar comida neste momento já não é mais suficiente. É necessário cuidados médicos especializados — afirmou ao GLOBO o especialista em assuntos humanitários da MSF, Michiel Hofman. — Há cerca de dez pessoas em condições extremamente graves que necessitam ter retirada médica para fora de Madaya, porque o hospital local não está em condições de atender estes casos. É preciso retirar de lá principalmente bebês, crianças e idosos.
Segundo a MSF, até mesmo os médicos que trabalham em Madaya são atingidos pelo cerco: há relatos de equipes que já não comem há uma semana. De acordo com a Cruz Vermelha, os caminhões levaram a cidade comida e água suficientes para suprir 40 mil pessoas por um mês, além de medicamentos, cobertores e kits de higiene. — Olhem para a tática de matar pela fome grotesca que o regime sírio está usando agora contra seu próprio povo. Olhem para as imagens assombrosas de civis, incluindo crianças, e até bebês, em Madaya. Estas imagens nos lembram a Segunda Guerra Mundial — criticou enfaticamente a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power.
Fonte: O Globo