Número foi contabilizado pela organização Médicos Sem Fronteiras desde 1º de dezembro em Madaya, uma dos localidade sitiadas pelas tropas do ditador Bashar Assad
Vinte e três pessoas morreram de fome em Madaya, na Síria, desde o dia 1º de dezembro, informou nesta sexta-feira a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). A cidade, perto de Damasco, é um dos locais que se encontram sitiados por tropas fiéis ao ditador Bashar Assad, que impedem a entrada de alimentos e remédios para forçar rebeldes a se entregarem. Segundo o MSF, entre essas vítimas, seis tinham menos de um ano de idade. A organização ainda contabilizou 13 mortes de pessoas que tentaram fugir em busca de alimentos, mas que morreram depois de pisarem em minas que rodeiam a cidade ou serem atingidas por disparos de franco-atiradores.
Civis sofrem com desnutrição na cidade síria de Madaya, sitiada pelas forças do presidente Bashar al-Assad (Twitter/Reprodução)
Nesta quinta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU)
anunciou, em um breve comunicado, que se prepara para fornecer ajuda
humanitária em três cidades que são alvo do cerco, que já dura desde
abril: além de Madaya, Foah e Kefraya. Segundo a ONU, 40.000 pessoas -
metade delas crianças - precisam de assistência imediata em Madaya. No
entanto, um porta-voz da Cruz Vermelha disse que a cidade síria não
poderá receber ajuda até domingo porque trata-se de uma "enorme e
complicada operação".A guerra civil na Síria, que matou mais de 220.000 pessoas, já dura quase quatro anos e não há indicações de que o conflito esteja próximo do fim. Os esforços para promover um diálogo entre representantes do regime do ditador Assad estão paralisados. Os protestos contra o regime para tirar Assad do poder se transformaram em uma violenta guerra civil sectária que dividiu ainda mais o país. A oposição síria moderada perdeu espaço com o avanço de diversos grupos extremistas, sendo o Estado Islâmico o mais poderoso deles.
Da redação de VEJA
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