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sábado, 3 de setembro de 2022

‘Prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola?’, diz Bolsonaro em evento de mulheres

Ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres

(crédito: Alan Santos/PR)

 (crédito: Alan Santos/PR)

Durante campanha em Novo Hamburgo (RS), neste sábado (03/9), o presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, participou de um evento exclusivo para mulheres, público no qual enfrenta maior rejeição. Ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres.

"Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola? E ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões", declarou. 

Michelle é sua principal aposta na campanha para se aproximar do eleitorado feminino. Durante o evento, ela fez um discurso centralizado na religião cristã, dizendo que a Presidência de seu marido é uma missão enviada pelo Deus cristão e citou a Nicarágua.

"Temos um presidente forte e corajoso que luta para que o Brasil não perca sua liberdade. Estamos vivendo uma guerra espiritual. Hoje é o momento de falar de política para continuar podendo falar de Jesus. Nós, mulheres, precisamos nos posicionar como cristãs", disse a primeira-dama.

Política - Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Inquérito do fim do mundo no Supremo faz mais uma vítima - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Ex-senador Magno Malta

Tem mais um nome no "inquérito do fim do mundo", como se referia o ex-ministro Marco Aurélio Mello, hoje aposentado, ao famigerado inquérito das fake news.  
É Magno Malta, que não é mais senador, mas está no inquérito do Supremo Tribunal Federal. 
O STF é só para quem tem foro privilegiado, mas esse inquérito não obedece a nada, não segue o devido processo legal, e por isso tem um monte de gente nele.

inquérito

Ex-senador, Magno Malta disse em encontro conservador que o ministro Luis Roberto Barroso batia em mulher -  Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

E por que ele está? Porque no fim de semana, em Campinas, num congresso conservador, Malta acusou o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, de bater em mulher. O ex-senador disse que na sabatina de Barroso, no Senado, em 2013, descobriram que ele teria dois processos na Lei Maria da Penha.

O ministro Barroso respondeu que não há o menor vestígio de veracidade no que disse Magno Malta e entrou com uma queixa-crime por calúnia. Até aí, tudo bem. Só que isso deveria ir para o devido juiz e não para o STF. Para o Supremo seria apenas se Malta fosse ainda senador, mas não é mais. Mas no fim foi para esse inquérito. Tanto que o ministro Alexandre de Moraes, que é o relator, já deu 15 dias para ele se explicar.

É o Brasil de hoje, que supõe que ninguém sabe ler a Constituição. Que a gente não está ligando a mínima para os nossos direitos e para a organização jurídica do país.

Veja Também: Constituição esfaqueada

Eleitor tem que entender como os votos são contados

Caso Daniel Silveira acabou

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, oficiou ao Supremo Tribunal Federal dizendo que está na hora de encerrar o caso Daniel Silveira, porque já há um indulto do presidente da República que está pronto, acabado, eficaz e vigente. Então é preciso que a Justiça reconheça que acabou.
 
Silveira estava condenado à prisão em regime fechado a oito anos e nove meses por crime de opinião. À revelia do que está escrito na Constituição, no artigo 53, que diz que senadores e deputados são invioláveis por quaisquer palavras proferidas. 
Mas a Câmara dos Deputados se acovardou e se avergonha por passar por cima de um artigo da Constituição que exatamente protege o direito do parlamentar de falar em nome de seus eleitores e de seus coestaduanos.

Era um caso para apenas pedir licença à Câmara para processar Daniel Silveira por calúnia, injúria e difamação, ou levá-lo para a Comissão de Ética por falta de decoro, se ele usou linguagem ofensiva ou indevida.

Mas, enfim, a vice-procuradora agora está dizendo para o Supremo reconhecer o fim de tudo, porque não tem mais nada para fazer. Todos os penduricalhos da pena acabaram lá no dia em que saiu o decreto de indulto, dali para frente não tem mais nada. Nem multa, nem tornozeleira, mais nada.

E, aliás, está na hora de alguém dizer que esse "inquérito do fim do mundo" não existe também. 
Ele não tem base em nada e nem contou com o Ministério Público no início dele. 
Era uma portaria interna lá do Supremo de algo que não aconteceu dentro das dependências do tribunal, mas cresceu, agigantou-se. O pior de tudo é a omissão de quem deveria representar a opinião pública e se cala. É quase um suicídio.

Collor volta às origens
O senador Fernando Collor (PTB-AL), que com três semanas de campanha se elegeu senador em 2014, não vai tentar a reeleição no Senado. Ele decidiu voltar às origens, por onde ele começou. Quer ser de novo governador de Alagoas. E, para isso, terá o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 26 de maio de 2019

"O STF insiste em legislar"



Ao subordinar a questão jurídica à questão político-circunstancial que envolve Congresso e Supremo, Fux falseou o mérito da discussão

O principal argumento para que o Supremo Tribunal Federal julgasse a criminalização da homofobia, por meio do Mandado de Injunção 4.733 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26, era, como diz o próprio tipo de uma das ações, a suposta omissão do Congresso Nacional em legislar sobre o assunto. A própria ideia de que o Poder Legislativo estaria sendo omisso nesta questão, em si, já é controversa, pois a opção por rejeitar ou até mesmo não analisar determinado projeto de lei (como ocorreu com o PL 122/2006, sobre a homofobia) já é, por si só, um juízo que se faz acerca dessa proposição legislativa.
Mas, entre fevereiro deste ano, quando o Supremo começou o julgamento, e esta quinta-feira, quando a corte retomou o assunto, o Congresso não ficou parado. Na quarta-feira, dia 22, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou dois projetos de criminalização da homofobia, o 672/2019 e o 191/2017. O primeiro faz justamente aquilo que as entidades LGBT pediam ao Supremo: a inclusão da discriminação por sexo, orientação sexual e identidade de gênero na Lei do Racismo (7.716/89); o segundo inclui na Lei Maria da Penha a agressão contra transexuais. 
O Senado notificou o STF sobre a tramitação dos dois projetos, o que deveria ser mais que suficiente para que os ministros suspendessem o julgamento e aguardassem o fim da tramitação no Legislativo. [com a decisão do Senado, ocorrer a chamada 'perda de objeto', portanto, a instância máxima do Poder Judiciário, exerceu um dos seus 'supremos' direitos = o de ser a Corte que pode errar por último;
o objeto da ação era uma alegada omissão do Legislativo em legislar, mas, que omissão é esta se aquele Poder notificou a Suprema Corte que dois projetos tramitavam sobre a matéria.
E se a Câmara dos Deputados entender oportuno efetuar modificações no projeto aprovado no Senado e modificá-lo, o que implicará no seu retorno ao Senado.
Vai valer a de decisão de agora? tomada tendo como base uma omissão que não existe - a notificação recebido pelo STF, prova o aqui afirmado.
Em outras palavras, o STF manda um recado para o PODER LEGISLATIVO: resolvam rápidos os projetos de lei e em nome dessa rapidez as duas Casas Legislativas estão proibidas de divergir entre si, ou combinam ou o PODER JUDICIÁRIO legisla.]
No entanto, não foi o que ocorreu. Por nove votos a dois, os ministros decidiram seguir com o julgamento, usando argumentos como o de que a tramitação de projetos de lei pode ser um processo longo, e que não há garantia de aprovação. À exceção de Marco Aurélio Mello e do presidente da corte, Dias Toffoli, os ministros invocaram um precedente de 2007. Até então, a corte entendiacorretamente que a existência de um processo em tramitação no Legislativo afastava a acusação de omissão; naquele ano, entretanto, o STF mudou seu entendimento. Diante disso, é preciso perguntar: o que seria preciso, então, para que não fosse caracterizada a omissão parlamentar? A impressão que fica, mas que não se diz às claras, é que haverá omissão sempre que o Congresso não decida da forma que os ministros julgam correta. E, diga-se de passagem, a acusação de lentidão no processo legislativo soa estranhíssima quando se sabe que a corte consegue procrastinar decisões importantes por anos – muitas vezes, bem mais tempo que o necessário para a aprovação de uma lei.

Alguns dos ministros não esconderam que havia outros fatores por trás da decisão de continuar com o julgamento sobre a criminalização da homofobia, apesar de o Senado estar tratando do tema. “Se esse requerimento não tivesse sido precedido desse episódio, eu confesso que ponderaria que nós deveríamos ponderar um critério de prudência política (…) Não se trata de retaliação, trata-se de postura judicial: ou o Judiciário é independente, ou o Judiciário é subserviente”, disse Luiz Fux. O requerimento que mencionava era a notificação do Senado, informando que já não havia omissão; o “episódio” que o precedeu foi o pedido coletivo de impeachment dos quatro ministros que já tinham votado a favor da criminalização da homofobia em fevereiro – Celso de Mello, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. [o próprio ministro Fux, segurou por vários anos a decisão sobre o 'auxílio-moradia', mediante um pedido de vista; com o pedido mantinha o processo em suas mãos, impedindo que fosse ao Plenário para julgamento - impedindo decisão da Corte Suprema sobre  uma liminar concedida pelo ministro Luiz Fux.]
Em outras palavras, o que Fux deixa evidente é que as considerações sobre haver ou não omissão parlamentar se tornaram um fator secundário; o principal, na sessão desta quinta-feira, era reafirmar a independência do Judiciário diante do que Celso de Mello chamou de “superlativa intolerância”, referindo-se ao pedido de impeachment protocolado por um grupo de deputados, que agiu dentro das regras estabelecidas pela Constituição, independentemente da sensatez ou não do seu pedido. Ao subordinar a questão jurídica – que, no STF, deveria ser o essencial – à questão político-circunstancial que envolve Congresso e Supremo, o que Fux faz é falsear o mérito da discussão. Já não se discute se há ou não omissão; trata-se apenas de decidir quem tem a palavra final.

A sessão desta quinta-feira deixou claro: há ministros do Supremo que realmente querem legislar. Querem fazê-lo mesmo quando o Congresso está cumprindo sua função e colocando projetos de lei para tramitar. E insistem no julgamento mesmo quando um dos projetos aprovados na CCJ, ao inserir a homofobia na Lei do Racismo – um equívoco que já comentamos neste espaço –, vai exatamente na mesma direção da maioria formada no STF, com os votos dados na quinta-feira por Rosa Weber e Luiz Fux. O que não fariam se o Congresso estivesse agindo, mas tomando uma direção oposta à convicção de ministros que, como já afirmou Barroso, querem “empurrar a história”? Na sessão desta quinta, o Supremo encontrou uma nova forma de desprezar o Legislativo. Antes, os ministros simplesmente legislavam; agora, também se dão o direito de dizer que o Congresso não está legislando mesmo quando projetos de lei tramitam e colecionam aprovações."

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Senado: Leila do Vôlei é contrária ao aborto "em qualquer caso"

A atleta afirma ser "a favor da vida" e afirma que lutará por mais rigidez no combate à violência contra a mulher 

[Fui fã incondicional da Leila, jogadora de vôlei, desde as Olimpíadas de Barcelona; 

poderia ser uma excelente senadora, o que estraga tudo é ser aliada do Rollemberg, atual governador do DF e que representada a materialização potencializada da incompetência.

Seu governo que, infelizmente, ainda dura três meses e alguns dias acabou com a Saúde Pública, a Educação Pública, o Transporte Público, a Segurança Pública do Distrito Federal.

Leila, um conselho de um fã da jogadora de vôlei: na próxima eleição, caso você queira tentar novamente, por favor, escolha melhor as companhias, os aliados.

A de agora você perdeu - não há tempo suficiente para você se desvincular da imagem negativa do governo Rollemberg.]

“Eu sou contra o aborto e a favor da vida”, cravou Leila do Vôlei (PSB), ao Correio Braziliense. A atleta foi uma das sabatinadas desta segunda-feira (24/9) na série de entrevistas com os candidatos ao Senado pelo Distrito Federal. Medalhista olímpica pelo vôlei de quadra em 1996, a candidata vem ganhando destaque nas pesquisas de intenção de voto, e afirma que será uma senadora que lutará pela mulher. 

Leila garante que estará no Congresso Nacional avaliando o debate em relação ao aborto, mas explica que é contrária ao procedimento “em qualquer caso”. A atleta afirmou também ao Correio que terá como uma pauta prioritária atuar na revisão da Lei Maria da Penha. “Precisamos de maior rigidez. A mulher não pode ser vítima de violência doméstica e sair apenas com um papel da delegacia”, pontuou. 

A proposta de Leila é que o próprio delegado possa decretar medida protetiva para manter o agressor longe da vítima. “É necessário alguma ação ou medida mais rápida. Só no DF tivemos 21 casos de homicídios contra mulheres neste ano”.
 
Nascida em Taguatinga, Leila disputou uma cadeira na Câmara Legislativa do DF pelo PRB, em 2014. Não foi eleita, mas garantiu 11 mil votos e foi indicada como Secretária de Esporte, Turismo e Lazer pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), cadeira que ocupou mais de três anos.  Sobre a rejeição do governador - 64,2%, segundo pesquisa do Correio Braziliense divulgada em 12 de setembro, Leila afirma que acredita não ter sido atingida devido ao “anseio da população pela renovação”. [Leila fica claro que você anseia pela renovação, o que exclui a reeleição do teu incompetente aliado; qual o motivo de se aliar a alguém que você mesmo deseja que não seja reeleito?]
 
 


sábado, 9 de junho de 2018

Juiz que soltou autor de feminicídio um dia antes do crime manda prendê-lo

Ele alegou não ter tido "bola de cristal" para prever o feminicídio. Especialista destaca que era necessário preservar a vida da mulher acima de tudo e encaminhar o agressor a atendimento psicossocial

O juiz Aragonê Nunes Fernandes, do Núcleo de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Samambaia, decretou a prisão de Vinícius Rodrigues de Sousa, 24 anos, acusado de matar a companheira, Tauane Morais dos Santos, 23, a facadas em Samambaia na quarta-feira (6/6). O mesmo magistrado havia mandado soltar o acusado um dia antes do crime. Ele alegou não ter tido "bola de cristal" para prever o feminicídio.

Após matar a mulher, Vinícius tentou suicídio com cerca de 20 golpes de faca e está internado em estado gravíssimo - sedado, respirando por aparelhos e com pressão mantida sob medicação - no Hospital Regional de Taguatinga.  Na avaliação da antropóloga Lia Zanotta, especialista em violência doméstica, não é necessária uma "bola de cristal". "O menor dano era manter a prisão desse sujeito. Não basta medida cautelar, porque o Estado não garante a proteção da mulher. Era também necessária medida que obrigasse o agressor a ser encaminhado a um serviço psicossocial e que, de forma nenhuma, fosse, sem outra escuta, liberado", argumenta.

[Esses 'especialistas' sempre assustam. 

Especialista em que? em feminicidio? 

os que criaram o termo, politicamente correto,  feminicidio, com certeza são adeptos da teoria da 'mulher sapiens' criada pelo poste Dilma.  A mulher é antes de tudo um ser humano - assim, ao ser assassinada é vítima de um homicidio.

As medidas protetivas comprovadamente  são ineficazes, insuficientes, para proteger a vida da mulher - caso o autor das ameaças esteja disposto a cumpri-las;

e, infelizmente a legislação penal brasileira não permite a prisão de quem ameaça - exceto em situações excepcionais.

A propósito não sou especialista.]
Para Iara Lobo, colaboradora do Comitê Nacional de Vítimas da Violência (Convive), o juiz foi precipitado ao relaxar a prisão. "É comum que as pessoas não acreditem que isso (feminicídio) vá acontecer. Só as medidas cautelares não são suficientes. Há casos em que se percebe de pronto que necessitam de uma assistência maior e de um olhar diferenciado. Dentro e fora de casa, casos de violência ocorrem com grande constância", resume. No domingo, Vinícius havia sido preso após, conforme depoimento da mulher à Polícia Civil, ele ter se “descontrolado”, quebrado diversos eletrodomésticos que haviam sido comprados por ela, como a televisão e a geladeira, tê-la agredido, ameaçado de morte e tentado enforcá-la. O filho de 2 anos do casal testemunhou a cena.

Segundo informações do TJDFT, "a despeito do indiciado encontrar-se hospitalizado, o auto de flagrante foi analisado e a prisão preventiva deferida, diante da extrema gravidade do crime praticado, bem como mediante o franco descumprimento de medida protetiva imposta em favor da vítima". Para Lia Zanotta, é preciso que juízes e operadores do Direito escutem as mulheres. Nesse caso, segundo ela, houve claros indícios de violência, como denúncia de vizinhos, ações agressivas evidentes contra a mulher e destruição do apartamento, que poderiam levar a mulher à morte. Lia Zanotta reforça que o intuito da Lei Maria da Penha é prevenir a continuidade da violência, mas que há juízes que a veem como muito punitiva e que, por isso, relaxam as prisões diante do fato de que muitas ameaças não configuram em atentados contra a vida.

Medidas protetivas
A ata de audiência de custódia que relaxou a prisão de Vinícius na terça-feira (8/6) mostra que o magistrado justificou que a concessão e a fixação de medidas protetivas eram suficientes para acautelar o processo e manter o suspeito a ele vinculado, protegendo também, por consequência, a integridade da ofendida. As medidas incluíam: afastamento do lar ou domicílio ou local de convivência com a mulher e com os filhos; proibição de contato por qualquer meio de comunicação; proibição de se aproximar da mulher e dos familiares - limite mínimo de 300 metros de distância; proibição de ausentar-se do Distrito Federal por mais de 30 dias, a não ser que autorizado pela Justiça.

Ontem, após a morte de Tauane e decretada prisão preventiva de Vinícius, o juiz Aragonê Nunes Fernandes registrou em audiência: “Por não termos ‘bola de cristal’, não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem. Prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir”. A prisão gerou a instauração de procedimento criminal distribuído ao Tribunal do Júri de Samambaia, onde os fatos serão apurados e o processo seguirá seu trâmite até o julgamento do acusado. 

A audiência de custódia em que Vinícius foi solto, na terça-feira (5), contou com a participação de promotor. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) informou ao Correio que, na ocasião, "não havia registros policiais de episódios anteriores de agressão, e o autor somente foi posto em liberdade condicionado ao cumprimento das medidas protetivas em favor da vítima e dos filhos do casal". "Assim, com base nos fatos trazidos nos autos de prisão em flagrante, não havia elementos que indicassem que o custodiado descumpriria as medidas protetivas, tampouco que mataria a própria companheira antes de tentar ceifar a própria vida", informou o órgão, em nota.
O MP lamentou o crime e garantiu que "vem se empenhando para aperfeiçoar os critérios de avaliação de risco de violência doméstica, sempre em busca de providências que alcancem proteção à mulher".

Garantia do direito à vida 
A Lei Maria da Penha define, no artigo 3º, que devem ser asseguradas às mulheres as condições "para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária".

Vítimas e familiares podem buscar suporte diante de casos de violência doméstica em núcleos espalhados por todo o DF. Agressores devem comparecer a reuniões em promotorias de Justiça e contam com apoio especializado em centros de atendimento psicossocial. 

Correio Braziliense

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Uma em cada 3 pessoas no País ainda acha que vítima é culpada por estupro



Mais de um terço da população brasileira atribui à vítima a culpa por ter sofrido estupro. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgada nesta terça-feira, 20, mostra que 37% concordam com a frase “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”, porcentual que chega a 42% entre os homens, e 30% acreditam que a “mulher que usa roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada”. 

A pesquisa, feita pelo Instituto Datafolha com 3.625 pessoas em 217 cidades de todo o País entre 1 e 5 de agosto, traz ainda outros dados considerados preocupantes por especialistas: 65% da população diz sentir medo de ser vítima de violência sexual, número que é de 90% entre as mulheres do Nordeste. O receio é maior entre os mais jovens, onde o porcentual médio é de 75%, decrescendo conforme aumenta a faixa etária. 

A opinião surge em um ano em que se discutiu a chamada “cultura do estupro”, a partir do caso de um ataque coletivo contra uma adolescente no fim de maio no Rio. [caso que nunca mais foi comentado – foi suficiente que as  investigações mostrarem que a vítima era apreciadora do sexo grupal com mais de dez parceiros.]  O resultado também contrasta com a celebração de dez anos de vigência da Lei Maria da Penha, considerada a mais relevante na luta contra a violência doméstica. [a Lei Maria da Penha não tem o alcance que a mídia concede; dezenas de mulheres são assassinadas por confiar nas tais medidas protetivas, que infelizmente são inúteis, já que quando o marido, o namorado, o amante, que assassinar a mulher e é realmente covarde para tanto,  ele assassina apesar das inócuas medidas protetivas.

Para os pesquisadores que coordenaram o trabalho, “é bastante comum que o comportamento de quem foi vítima seja questionado com base no que se entende serem as formas corretas de ‘ser mulher’ e ‘ser homem’ no mundo”. “Este pensamento vem de um discurso socialmente construído, que considera que se a mulher é vítima de alguma agressão sexual é porque de alguma forma provocou esta situação, seja por usar roupas curtas ou andar sozinha na rua em certos locais considerados inapropriados. Com isso, há ainda a ideia do homem que não consegue controlar seus ‘instintos naturais'”, aponta a análise dos pesquisadores. 

Os resultados mostram que pessoas mais novas, com menos de 60 anos, tendem a não culpar as vítimas. A pesquisa aponta que 44% dos brasileiros com 60 anos ou mais acreditam que uma mulher que use roupas provocativas não pode reclamar se for estuprada. Por outro lado, a afirmação é considerada verdade por 23% dos ouvidos com idade entre 16 e 34 anos. 

O nível de escolaridade é visto como um diferencial. Enquanto 47% das pessoas que cursaram o ensino fundamental acreditam que são estupradas mulheres que não se dão ao respeito, 19% daqueles que cursaram o ensino superior têm a mesma visão. Questionados se é necessário ensinar na escola meninos a não estuprar, 91% dos entrevistados responderam que sim. Os responsáveis pela pesquisa encararam a resposta como importante para notar que a educação sobre igualdade tem potencial para “alterar a cultura machista que perpetua a violência”. A concordância sobre esse ensino foi confirmada em todas as faixas etárias, níveis de escolaridade e tamanho dos municípios. 

Atendimento. Segundo os estudiosos do Fórum, que reúne 172 associados entre pesquisadores da iniciativa pública e privada, além de servidores da segurança pública, o registro e a investigação de crimes como estupro envolvem dificuldades como tratamento e assistência inicial à vítima, além da necessidade de um trabalho consistente em busca de provas e testemunhas. 

“Nem sempre as vítimas apresentam marcas físicas da violência ou perturbação emocional, ou têm um relato absolutamente coerente, mas isso não quer dizer que o crime não aconteceu. Levar a sério uma denúncia de estupro não significa condenar sumariamente o suspeito, mas acolher a vítima, escutá-la, dar credibilidade a seu relato e buscar, por meio de investigação, a devida elucidação do caso”, escrevem. 

As dificuldades no atendimento são notadas na avaliação das polícias: 50% discordam da afirmação de que policiais militares são bem preparados para atender vítimas de violência sexual, e 42% dizem não encontrar acolhimento nas delegacias. Quanto maior a escolaridade, mais crítica é a visão. Entre a população com ensino superior, 56% disseram não acreditar que as delegacias ofereçam o acolhimento adequado.  A reportagem não conseguiu contato com o Conselho Nacional dos Comandantes-gerais das PMs e não obteve resposta dos telefonemas feitos à Associação Nacional dos Delegados. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.